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Atualidades para Todos os Cargos da PC BA 
 
Prof. Danuzio Neto 
Aula 04 
 
 
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Aula 04 - Atualidades 
Atualidades para Todos os Cargos da PC BA 
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SUMÁRIO 
SUMÁRIO 2 
CENÁRIO BRASILEIRO I 3 
PRESIDENTES DE CADA PODER DA REPÚBLICA 3 
GOVERNO TEMER – 37º PRESIDENTE DA REPÚBLICA (31 DE AGOSTO DE 2016 ATÉ 31 DE 
DEZEMBRO DE 2018) 4 
Volta à normalidade 4 
Acertos na economia 5 
Controle da inflação 5 
Aumento do PIB 6 
Taxa de desemprego 7 
Teto dos gastos 8 
REFORMAS 10 
Reforma trabalhista 10 
Reforma previdenciária 10 
INTERVENÇÃO FEDERAL RIO DE JANEIRO 12 
CASOS DE CORRUPÇÃO QUE ENVOLVEM MICHEL TEMER 13 
Usina nuclear de Angra 3 e a empreiteira Engevix 13 
Argeplan (empresa do Coronel Lima) e o TJSP 14 
Lavagem de dinheiro no Porto de Santos 14 
Fibria Celulose e Argeplan 14 
Reforma da casa de Maristela Temer 14 
Porto de Santos 15 
Temer e Odebrecht 15 
Quadrilhão do MDB 15 
Temer e a J&F (Joesley Batista) 16 
Denúncias contra Temer 17 
RESERVA NACIONAL DO COBRE E ASSOCIADOS (RENCA) 18 
A GREVE DOS CAMINHONEIROS (CRISE DO DIESEL) 19 
PARCERIA EMBRAER E BOING 20 
CRISE NOS ESTADOS 21 
Crise política e operação Lava Jato 23 
OPERAÇÃO CARNE FRACA 30 
O que foi a Operação Carne Fraca? 30 
Operação Carne Fraca em 2019 31 
ESCOLA SEM PARTIDO 32 
LEI DE MIGRAÇÃO 33 
Pacto de migração da ONU 33 
ARTIGOS 35 
ARTIGO 1: CAUSAS DA CRISE FISCAL DOS ESTADOS 35 
ARTIGO 2: O FINAL MELANCÓLICO DO GOVERNO TEMER 36 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 37 
LISTA DE QUESTÕES 59 
GABARITO 73 
RESUMO DIRECIONADO 74 
 
 
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CENÁRIO BRASILEIRO I 
PRESIDENTES DE CADA PODER DA REPÚBLICA 
Em 2020, o Brasil possui os seguintes presidentes de Poder: 
Presidente da República (Executivo) – Jair Messias Bolsonaro; 
Presidente do Supremo Tribunal Federal (Judiciário) – Dias Toffoli; 
Presidente do Senado Federal (que é também presidente do Congresso/Legislativo Federal) – Davi 
Alcolumbre, eleito pelo DEM do Amapá; 
Presidente da Câmara dos Deputados – Rodrigo Maia (segundo mandato seguido como eleito e terceiro 
no total, já que ele assumiu a vaga pela primeira vez com a saída de Eduardo Cunha, que foi preso em outubro de 
2016), eleito pelo DEM do Rio de Janeiro. 
Observe que no Biênio 2019-2020, as duas Casas Legislativas do Congresso Nacional, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal, foram conduzidas por políticos do partido Democratas, o DEM. 
Aqui merece atenção a votação que elegeu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ocorrida em 
fevereiro de 2019. 
O Senado é uma casa legislativa que possui 81 membros. Na apuração da eleição, que foi realizada em 
urna de madeira e voto escrito em papel, contaram-se 82 votos - um a mais que o número total de senadores. A 
descoberta de um voto a mais foi feita na hora da apuração. 
Essa discrepância caracterizou uma fraude nesta eleição. A fim de alcançar a lisura do pleito, no mesmo 
dia, logo em seguida, foi realizada nova eleição que culminou na oficialização da candidatura de Davi Alcolumbre, 
que tinha em Renan Calheiros, do MDB/AL, o seu maior concorrente. 
Na semana seguinte à fraude, foi enviado, pelo presidente Davi Alcolumbre, pedido de investigação à 
corregedoria do Senado. O corregedor, o senador Roberto Rocha, do PSDB/MA, passou então a ser o responsável 
por descobrir quem votou duas vezes no senador Renan Calheiros, do MDB. 
Logo depois foi feita uma segunda votação, que elegeu Davi Alcolumbre. 
Em fevereiro de 2019, a Corregedoria do Senado enviou à Polícia Federal as imagens das câmeras de 
segurança do plenário e também os registros feitos pelos próprios senadores com seus celulares durante a votação 
para eleger o novo presidente da Casa. O Senado solicitou que o material fosse periciado pela PF a fim de elucidar 
quem foi o responsável pelo voto duplicado. 
Em fevereiro de 2019, Mecias de Jesus, filiado ao PRB e eleito senador por Roraima pela primeira vez, era 
apontado como principal suspeito da fraude. 
A Corregedoria do Senado, no entanto, arquivou a investigação que foi aberta para analisar suposta 
fraude na eleição para a presidência da Casa. 
 
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/02/02/senado-decide-refazer-eleicao-depois-de-constatar-na-urna-82-votos-de-81-senadores.ghtml
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GOVERNO TEMER – 37º PRESIDENTE DA REPÚBLICA (31 de agosto de 2016 
até 31 de dezembro de 2018) 
O Governo Temer, em relação à titularidade do cargo de presidente, é dividido em duas partes: 
• Presidente Interino: entre 12 de maio e 31 de agosto de 2016. 
• Presidente Titular: entre 31 de agosto de 2016 até 31 de dezembro de 2018. 
Sacramentado o afastamento da presidente Dilma Rousseff, Michel Temer deixou de exercer a 
interinidade da Presidência da República e passou a ser o presidente titular. 
Numa cerimônia curta, de apenas 12 minutos, ocorrida num Congresso Nacional presidido por Renan 
Calheiros, Michel Temer assumiu o cargo de presidente do Brasil, em 31 de agosto de 2016. 
Com a ameaça de ter a chapa cassada no TSE (o que não ocorreu), acusações em casos de corrupção e 
sob forte questionamento popular, Michel Temer aprovou reforma importantes, como a trabalhista e a 
educacional. 
Em relação à popularidade, é bom ressaltar que em junho de 2018 Temer bateu um recorde negativo, 
ao ser apontado em pesquisa Datafolha como o presidente mais impopular desde a redemocratização 
brasileira, alcançando apenas 3% de aprovação popular (o recorde anterior era dele próprio). Em junho de 2018, 
segundo o instituto de pesquisa Datafolha, 82% dos entrevistados consideraram o governo “ruim” ou “péssimo”. 
O índice é pior que o registrado pelos dois ex-presidentes que sofreram impeachment, Dilma Rousseff (PT) 
e Fernando Collor (PTC), que tiveram, respectivamente, 71% e 68% de reprovação nos seus piores momentos. O 
presidente José Sarney (MDB), que foi muito criticado ao não conseguir combater à inflação nos anos 1980, teve 
68% de reprovação popular. 
 
Volta à normalidade 
Em meio à impopularidade do governo e aos casos de corrupção de que era acusado, a máquina 
administrativa, sob a presidência de Temer, voltou a ter um funcionamento minimamente normal. O governo 
propôs uma agenda de reformas para o país e conseguiu agregar uma base de apoio parlamentar suficiente para 
aprová-la em parte. 
Assim, podemos dizer que em dois anos, as principais medidas de Temer na presidência foram focadas na 
recuperação da economia do país, redução da taxa de juros, queda da inflação e equilíbrio das contas públicas. 
Apesar da aprovação da reforma trabalhista de 2017, o governo não teve força política para aprovar a 
reforma previdenciária, que ficou para o governo sucessor (Jair Bolsonaro). O Governo Michel Temer perdeu força 
política principalmente após o empresário Joesley Batista vazar áudio, em maio de 2017, em que o presidente 
Temer estaria autorizando Joesley a comprar o silêncio do deputado preso Eduardo Cunha. A conversa entre os 
dois aconteceu fora da agenda oficial do presidente, no Jaburu, casa oficial do vice-presidente da República. 
Em sua defesa, Temer afirma que só recebeu Joesley para tratar da Operação Carne Fraca. Mas operação 
da Polícia Federal que mirou a Friboi e outros frigoríficos só foi deflagrada dez dias após o encontro. 
 
 
 
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Acertos na economia 
Precisando lidar com uma grave crise nas contas públicas herdada do governo anterior, os analistas 
costumam listar como osmaiores acertos do governo Temer aqueles feitos no campo econômico. 
Temer conseguiu importantes avanços no controle da inflação e na baixa dos juros. A alta taxa de 
desemprego e a falta de um crescimento expressivo do PIB, no entanto, foram pontos negativos do seu 
governo. 
Os acertos na economia foram reconhecidos inclusive pelos investidores externos. A empresa brasileira 
PagSeguro, por exemplo, levantou 2,7 bilhões de dólares em janeiro de 2018, em sua oferta pública inicial de ações 
em Nova York, justamente por conta do aumento do otimismo do investidor com a recuperação da economia 
brasileira. 
 
Controle da inflação 
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa de inflação calculada pelo IBGE, que havia fechado 
o ano de 2015 em 10,67%, ficou em 2,95% ao fim de 2017 e 4,32% em 2018. 
A queda na inflação em 2017, por ficar abaixo da meta do Banco Central, indicava um certo 
desaquecimento da economia do país, o que começou a ser revertido em 2018. 
 
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 
2015 - 10,67% - Governo Dilma Rousseff 
2016 – 6,29% - Governo Dilma Rousseff (01/01 a 30/08) e Governo Temer (31/08 a 31/12) 
2017 – 2,95% - Governo Temer 
2018 – 4,32% - Governo Temer 
 
Queda dos juros 
Outro fator importante para a queda da inflação foi a taxa de juros alta. Com a inflação em queda, tornou-
se possível baixar os juros paulatinamente sem que houvesse risco de surtos inflacionários. 
Neste aspecto, podemos analisar a dinâmica da Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), 
que é a taxa básica de juros da economia no Brasil, utilizada no mercado interbancário (entre os bancos) para 
financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. 
Quando Michel Temer tomou posse, a taxa de juros da taxa Selic estava em 14,25%. Depois, teve 
repetidas quedas, até que, na reunião do Copom de 06/12/2017, passou a ser de 7% ao ano, então a menor desde 
1986. Para os analistas do mercado financeiro, que trabalham com dados históricos mais antigos que os do BC, 
esta era a taxa mais baixa dos últimos 60 anos. 
Em fevereiro de 2018, pela 11ª vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia, que 
chegou a 6,75% ao ano. Abaixo de 7% pela primeira vez na história. Em março de 2018, a taxa chegou a 6,5%, 
índice que foi mantido até o final do governo Temer, em dezembro de 2018. 
Com estas seguidas quedas, o Brasil deixou de ostentar o vexaminoso título de país com a maior taxa de 
juros reais do planeta, posto que passou a ser ocupado pela Argentina. Ainda estão na frente do Brasil em relação 
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a este índice os seguintes países: Argentina, Turquia, México, Rússia e Indonésia. De acordo com ranking 
elaborado pela Infinity Asset, o Brasil encabeçava a lista dos países com a taxa de juros reais mais alta do mundo 
desde março de 2015. 
 
 
Antes do governo Temer, o recorde histórico de menor taxa Selic havia sido 7,25% ao ano, entre 
outubro de 2012 e abril de 2013, sob o governo Dilma. Naquele momento, porém, a inflação estava em 
trajetória de alta, o que contribuiu para o quadro de desarranjo econômico de então. 
Com o aumento do dólar no mercado internacional (dentre outros fatores), porém, a taxa Selic parou de 
cair. Como a taxa de juros tem aumentado nos Estados Unidos, os países emergentes, como o Brasil, acabam se 
tornando menos atrativos se tiverem juros muito baixos. 
 
Aumento do PIB 
Diferentemente de 2015 e 2016, em que o país apresentou PIB com crescimento negativo, o país cresceu 
1% em 2017. 
Em 2018, o crescimento do PIB do PIB foi de 1,1%. 
A seguir, apresento a evolução dos números do PIB brasileiro de 2009 a 2018. Note que os últimos anos do 
governo Dilma Rousseff (2015 e 2016) foram de retração econômica, o que fortaleceu a sua impopularidade. 
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Fonte: https://infograficos.gazetadopovo.com.br/economia/pib-do-brasil/ 
 
Taxa de desemprego 
Um dos grandes gargalos durante toda a administração Temer foi a taxa de desemprego, que persistiu 
elevada. 
Apesar da inflação controlada, dos juros baixos e do crescimento do país começando a despontar, a taxa 
de desemprego ainda é bem alta quando comparada com os períodos imediatamente anteriores. Em dezembro 
de 2012, por exemplo, o país chegou a ter uma taxa de desemprego de apenas 4,6%, quando o país se aproximou 
do quadro de pleno emprego (quando todos aqueles que buscam emprego o encontram em pouco tempo e com 
pouco esforço). 
No primeiro trimestre de 2017, a taxa de desemprego subiu para 13,7% - a maior da série histórica iniciada 
em 2012. 
Conforme dados do IBGE, por meio da pesquisa PNAD contínua, em dezembro de 2018 a taxa estava em 
queda, em 11,6%, afetando 12,2 milhões de pessoas. 
A imagem a seguir demonstra como a taxa de desemprego manteve-se o tempo inteira alta durante o 
governo Temer (agosto/2016 a dezembro/2018). 
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Teto dos gastos 
Em dezembro de 2016, o governo conseguiu aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto 
de Gastos. Com esta medida, por 20 anos, ficará limitado o crescimento das despesas dos três Poderes. 
Assim, o governo federal, o Congresso Nacional e órgãos do Ministério Público e do Judiciário ficam 
limitados a gastar em um ano o mesmo valor aplicado no ano anterior acrescido da correção pela inflação (o índice 
usado para medir a inflação é o IPCA). 
Não está incluída nessa obrigação a despesa com o pagamento de juros da dívida pública. 
Se o limite for descumprido, o órgão fica proibido de aumentar salários, contratar pessoal, fazer 
concursos e ter novas despesas até se adequar. 
Questão para fixar 
(VUNESP - Câmara de Dois Córregos-SP - 2018) 
O Banco Central reduziu na noite da quarta-feira, 6 de dezembro, a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, 
de 7,5% para 7% ao ano. Foi o décimo corte consecutivo. Antes do anúncio desta quarta-feira, a Selic mais 
baixa, de 7,25%, havia sido registrada ainda no primeiro governo de Dilma Rousseff. Além do corte desta 
quarta, o BC já sinalizou a intenção de promover nova redução de juros no próximo encontro do Comitê de 
Política Monetária (Copom), em fevereiro do ano que vem. 
(Estadão, 6 dez. 17. Disponível em: <https://goo.gl/2qVoYv>. Adaptado) 
a) o aumento brusco do desemprego. 
b) a persistência da recessão. 
c) o rápido crescimento econômico. 
d) a inflação sob controle. 
e) o aumento do superavit fiscal. 
 
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Comentário: 
Prezado aluno, temos de ter em mente que há uma relação estreita entre a taxa básica de juros, taxa Selic, 
e o controle da inflação. 
Quando a inflação está elevada, por exemplo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central 
eleva a taxa, desestimulando o consumo e, consequentemente, a circulação da moeda. 
Quando a inflação está sob controle, por outro lado, os juros são reduzidos, a fim de estimular o consumo 
e a circulação da moeda. 
 Gabarito: D 
 
 
 
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REFORMAS 
Talvez nenhuma palavra pode definir melhor o governo Temer do que esta: reformas. Como vimos, o foco 
do governo Temer, mesmo fragilizado por conta de inúmeras acusações de corrupção, tem sido manter uma 
política econômica bem-sucedida. Para isto, Temer tem insistido juntoao Congresso Nacional para que sejam 
aprovadas, principalmente, as reformas trabalhista e previdenciária. 
 
Reforma trabalhista 
A reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso, visa principalmente à flexibilização das relações de 
trabalho. Agora, os acordos coletivos, que são firmados diretamente entre patrões e empregados, passam a ter 
força de lei. Direitos constitucionais, no entanto, como o 13.º salário, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS) e salário mínimo, ficaram preservados e não serão passíveis de serem mitigados nos acordos coletivos. 
A reforma ainda formalizou o trabalho intermitente, aquele em que não há jornada fixa, podendo o 
empregado trabalhar apenas em alguns dias ou durante algumas horas. Numa flexibilização maior, entre emprego 
e empregador, das jornadas de trabalho. 
A reforma trabalhista também extinguiu a obrigatoriedade da contribuição sindical, o que a tornou 
alvo de grandes manifestações de sindicalistas. 
Outra mudança relevante é que o tempo de deslocamento no transporte oferecido pela empresa para ir e 
voltar do trabalho, cujo local fosse de difícil acesso ou não fosse atendido por transporte público, deixou de ser 
contabilizado como jornada de trabalho. Antes, era. 
Com a reforma Trabalhista, no entanto, se o trabalhador se machucar no trajeto entre sua casa e o 
trabalho, ou vice-versa, apesar de não contar mais como jornada de trabalho, ele continua com direito a auxílio-
doença acidentário, e com a consequente estabilidade de um ano após a volta ao trabalho. 
Outro ponto polêmico relaciona-se com o trabalho de mulheres grávidas e no período da amamentação, 
que passaram a poder trabalhar em locais considerados com insalubridade, exceto pelo caso de existência de 
laudos médicos que recomendassem o afastamento. 
 
Reforma previdenciária 
A fim de tentar estancar o rombo crescente da previdência, o governo Temer tentou fazer, sem sucesso, 
as seguintes mudanças no sistema previdenciário do nosso país: 
• Acabar com aposentadoria por tempo de contribuição; 
• Tempo de trabalho mínimo de 25 anos; 
• Idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres; 
• Os servidores estaduais e municipais ficam de fora da reforma, bem como os integrantes das forças 
armadas (militares); 
• Professores: podem se aposentar aos 60 anos, mas terão de contribuir por 25 anos; 
• Abarca servidores públicos federais e trabalhadores do setor privado (INSS); 
• Houve reclamação dos servidores públicos que ingressaram antes de 2003, que podem vir a perder os 
direitos à integralidade dos seus benefícios (percepção de proventos e pensão igual a totalidade da 
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remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou o falecimento) e da paridade 
(concessão dos aumentos e reajustes atribuídos aos servidores ativos aos proventos e pensões). 
Questão para fixar 
(VUNESP - Câmara de Dois Córregos-SP - 2018) 
Começaram a valer neste sábado (11 de novembro) as novas regras estabelecidas pela reforma trabalhista. 
São mais de cem mudanças na relação entre as empresas e os trabalhadores. 
(G1, 11 nov. 17. Disponível em: <https://goo.gl/j6hYs4>. Adaptado) 
Entre as mudanças estabelecidas, é correto identificar 
a) o fim do salário mínimo, que não servirá mais como parâmetro obrigatório na remuneração dos 
trabalhadores pelas empresas. 
b) o fim da obrigatoriedade do registro em carteira nas relações de trabalho, com o objetivo de legalizar 
o trabalho considerado informal. 
c) a formalização do trabalho intermitente, aquele em que não há jornada fixa, podendo o empregado 
trabalhar em alguns dias ou durante algumas horas. 
d) a incorporação do tempo de deslocamento ao trabalho como parte da jornada, instituindo uma 
remuneração específica para os empregados que moram longe. 
e) o aumento da contribuição para o FGTS por parte do empregador, com a finalidade de dar mais 
segurança ao trabalhador em caso de demissão. 
 
Comentário: 
a) Direitos constitucionais, como o salário mínimo, o 13º e férias ficaram intocados. ITEM INCORRETO. 
b) Não há essa previsão na reforma trabalhista. ITEM INCORRETO. 
c) Pela antiga regra, a jornada de trabalho era limitada a 8 horas diárias, 44 horas semanais e 220 horas 
mensais, podendo haver até 2 horas extras por dia. O texto da reforma, além dessas possibilidades, 
acrescentou a jornada descontínua, em que é permitido o trabalho em dias em dias e horários alternados, 
o trabalho intermitente. ITEM CORRETO. 
d) O tempo de deslocamento do trabalhador ao trabalho deixou de fazer parte da jornada. ITEM 
INCORRETO. 
e) Não há essa previsão na reforma trabalhista. ITEM INCORRETO. 
 Gabarito: C 
 
 
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INTERVENÇÃO FEDERAL RIO DE JANEIRO 
O presidente Michel Temer assinou, em fevereiro de 2018, um decreto para realizar uma intervenção 
federal no estado do Rio de Janeiro. A medida foi ainda aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado tinha 
o objetivo de “pôr termo a um grave comprometimento da ordem pública no Estado” 
O decreto previa a intervenção até o dia 31 de dezembro de 2018, o que de fato aconteceu. Durante esse 
período, as Forças Armadas realizaram uma série de ações para coibir o crime organizado e promover a segurança 
na capital, na Região Metropolitana e no interior do Estado do Rio. 
Segundo os números oficiais, durante a intervenção federal, de março a novembro de 2018, houve queda de: 
- 5,9% nos roubos de rua (de 105.728 em 2017 para 99.519, em 2018); 
- 7,7% nos roubos de veículos (de 41.383 para 38.208); 
- 33,7% nos latrocínios (roubos seguidos de mortes) – de 172 em 2017 para 114 em 2018. 
A intervenção federal ocorreu apenas no campo da segurança pública e o governador do Rio de Janeiro 
continuou com suas funções sem ser afastado. 
Com o decreto de intervenção, a segurança pública fluminense passou a ficar sob o comando de um 
interventor militar que se reportava diretamente ao Presidente da República, como podemos ver no texto do 
Decreto de intervenção federal: 
Art. 3 
§ 1º O Interventor fica subordinado ao Presidente da República e não está sujeito às normas estaduais 
que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção. 
 
 
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CASOS DE CORRUPÇÃO QUE ENVOLVEM MICHEL TEMER 
Dos então ministros de Michel Temer, vários são os que estão ou foram investigados pela operação Lava 
Jato. A título de exemplo, podemos citar os seguintes: Eliseu Padilha (MDB), Moreira Franco (MDB), Gilberto 
Kassab (PSD), Bruno Araújo (PSDB), Blairo Maggi (PP), Marcos Pereira (PRB) e Helder Barbalho (MDB). 
Além disso, como já comentamos, o ex-presidente também está envolvido diretamente em alguns 
escândalos tratados na esfera judicial. 
Na verdade, creio que para boa parte dos alunos é até difícil entender em quantos casos de corrupção 
Michel Temer está envolvido. O caso do Lula, por exemplo, é mais fácil, já que o ex-presidente petista é 
basicamente lembrado pelos casos do sítio de Atibaia e o famoso tríplex do Guarujá. 
Em relação a Temer a confusão é um pouquinho maior. Pouca gente entende a relação do "quadrilhão do 
PMDB" com o Porto de Santos. Ou ainda o que a reforma na casa da filha do ex-presidente Temer tem a ver com 
a antiga Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência. 
A confusão é compreensível, já que até meados de 2019 o emedebista era alvo de ao menos 11 
procedimentos na Justiça, divididos entre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Temer já foi denunciadopelo 
Ministério Público seis vezes e tornou-se réu em seis ações penais - quatro delas iniciadas em abril de 2019. 
O ex-presidente, como é de praxe entre os políticos, nega todas as acusações. 
De qualquer forma, Temer foi preso duas vezes em 2019. A primeira, em 21 de março de 2019, sendo 
solto no 25 de março, e a segunda em 9 de maio, sendo solto poucos dias depois, no dia 14 do mesmo mês. 
 
Usina nuclear de Angra 3 e a empreiteira Engevix 
Este caso foi o responsável pela prisão de Michel Temer em 21 de março de 2019, quando o ex-presidente 
passou quatro dias preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e foi solto por decisão do 
desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). 
Por este caso Michel Temer é acusado de ter bancado politicamente a indicação do ex-presidente da 
empresa estatal Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Com Othon Luiz na presidência, a Eletronuclear teria 
aceitado o superfaturamento de obras contratadas com a empreiteira Engevix, e esta teria devolvido parte dos 
valores a Temer por meio de seu amigo pessoal João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima. 
Temer e o Coronel Lima são amigos desde os anos 1980, quando o ex-presidente era secretário de 
Segurança do governo estadual paulista. 
Apesar de o inquérito ter sido aberto depois que Temer deixou a Presidência, a investigação se baseia em 
informações coletadas em três fases da Lava Jato do Rio de Janeiro (Radioatividade, de 2015; Pripyat, de 2016; e 
Irmandade, também de 2016); e também na delação premiada do dono da Engevix, José Antunes Sobrinho - aceita 
pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso em outubro de 2018. 
Sobrinho afirma que pagou R$ 1.091.475,50 ao Coronel Lima, considerado pelos investigadores o operador 
financeiro de Temer. O ex-ministro Moreira Franco acabou sendo preso pelo mesmo esquema, já que também 
teria pedido dinheiro a Sobrinho. 
O Ministério Público apresentou duas denúncias contra Temer neste caso. As duas denúncias foram 
aceitas pelo juiz Marcelo Bretas, no dia 2 de abril - tornando Temer réu. Moreira Franco, Coronel Lima e outra 
dezena de pessoas são investigadas neste caso. 
 
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Argeplan (empresa do Coronel Lima) e o TJSP 
Neste caso, investiga-se possível superfaturamento de obras da Argeplan, empresa da qual Coronel Lima 
é um dos sócios, com o TJSP. Apesar de a Argeplan prestar serviços ao tribunal desde 2013, a investigação diz 
respeito especificamente a um edital de 2017. 
O tribunal teria criado um edital que favoreceria o consórcio Argeplan/Concremat na disputa por um 
contrato de R$ 260 milhões para a elaboração de projetos de arquitetura para 36 novos fóruns em várias cidades 
do Estado de São Paulo, com o posterior acompanhamento das obras. Depois, o valor foi baixado para R$ 128 
milhões. 
A investigação tramita na 1ª Instância da Justiça Federal de São Paulo. O TJSP é a 2ª Instância da Justiça 
Estadual, e por isso não cuidará deste caso. 
 
Lavagem de dinheiro no Porto de Santos 
Desdobramento da investigação original sobre o Porto de Santos, uma antiga área de influência política 
de Temer, como ainda iremos estudar. 
Flávio Calazans de Freitas, em acordo de delação premiada, disse que seu escritório de advocacia foi usado 
para dar aparência legal ("lavar") o dinheiro de subornos (R$ 375 mil) destinados ao MDB e a Michel Temer. 
Os R$ 375 mil seriam oriundos da empresa Terminal Pérola, que é pertencente ao grupo Rodrimar, que, no 
inquérito original dos portos, é acusada de pagar propina a Temer há anos, inclusive em troca da edição de um 
decreto presidencial que a teria beneficiado. 
O dinheiro que chegou a Calazans teria ido para as empresas de fachada Link Projetos e AP Energy, e 
depois para políticos do MDB. Para justificar os pagamentos, a Pérola assinou contratos fictícios com o escritório 
de advocacia. 
 
Fibria Celulose e Argeplan 
A Fibria Celulose, que tem como principais acionistas o grupo Votorantim e o BNDES, atua no Porto de 
Santos desde 1997. Menções à Fibria aparecem num outro inquérito do STF (de número 3105) que investiga o ex-
presidente da Companhia das Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Marcelo de Azeredo. Ele foi indicado por 
Michel Temer para o posto. 
A PGR pediu a abertura do novo inquérito no dia 18 de dezembro de 2018, mas, dando poucos detalhes, 
não diz quais são as possíveis irregularidades a serem investigadas. 
 
Reforma da casa de Maristela Temer 
Neste caso, investiga-se se uma reforma da casa de Maristela Temer, filha do ex-presidente, foi usada para 
lavar dinheiro. A mulher do Coronel Lima, a arquiteta Maria Rita Fratezi, atuou na reforma do imóvel e teria pagado 
por materiais usados na reforma com dinheiro vivo. 
Temer afirma que Fratezi nunca foi contratada para atuar na obra e que ela simplesmente teria ajudado 
Maristela Temer, a quem conhece desde pequena, a tocar a obra num período em que a filha do ex-presidente 
morou fora de SP. 
Maristela chegou a admitir que Fratezi realizou alguns pagamentos, mas sustenta que a obra teria sido 
custeada por um empréstimo que foi tomado sem a participação do pai. 
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Porto de Santos 
Este inquérito deu origem à terceira denúncia contra Michel Temer, apresentada pela então procuradora-
geral da República, Raquel Dodge. 
Suspeita-se de um possível esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente no porto há muito tempo. 
Em março de 2001, por exemplo, a revista Veja publicou uma reportagem que ligava o então deputado federal a 
um esquema de cobranças de propina das empresas que atuavam no porto de Santos. A revista baseava a sua 
denúncia num processo de divórcio litigioso, envolvendo o ex-presidente da Companhia das Docas do Estado de 
São Paulo (Codesp), Marcelo de Azeredo. 
A fim de conseguir um valor maior na divisão dos bens, a ex-mulher de Azeredo, Erika Santos, disse que "o 
grosso da renda" do ex-marido vinha de pagamentos do esquema de corrupção no porto. Ela entregou também 
planilhas que estariam ligadas ao caso – uma das quais mostra o nome de Temer e o do Coronel Lima, como 
destinatários de valores. 
À época, uma investigação chegou a ser aberta, mas foi arquivada pelo STF. 
A investigação atual nasceu por acaso, após conversas gravadas por delatores da JBS mostrarem o ex-
deputado e ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, dar a entender que usaria empresários com atuação no 
porto de Santos para lavar dinheiro de subornos. 
Os investigadores passaram então a trabalhar com a hipótese de a Rodrimar – dona de uma concessão 
para atuar no porto – ter pagado propina a Temer. A contrapartida seria um decreto assinado pelo ex-presidente, 
em maio de 2017, que permitia às empresas renovar suas concessões no porto por até 70 anos. 
Acredita-se ainda que outras empresas do Porto de Santos podem estar envolvidas, como o grupo Libra, 
cujos sócios doaram R$ 1 milhão para o MDB, de forma oficial, nas eleições de 2014. Em 2015, a empresa obteve 
um aditivo vantajoso em seu contrato de arrendamento, apesar da dívida de R$ 2 bilhões com a Codesp. 
 
Temer e Odebrecht 
O delator da Lava Jato Cláudio Melo Filho, ex executivo da Odebrecht, disse ter acertado um repasse de 
R$ 10 milhões para o MDB, num jantar ocorrido no Palácio do Jaburu, em maio de 2014. À mesa estavam presentes 
Temer, Padilha, Marcelo Odebrecht e o próprio Cláudio, que na época era uma espécie de chefe do lobby da 
empresa em Brasília. 
O ex-presidente confirma o jantar, mas diz que não tratou de valores. 
 
Quadrilhão do MDB 
Nesta investigação, relacionada com as denúncias da principal linha de investigação da Lava Jato, há duas 
acusações contra o comando do MDB – uma para a ala do partido no Senado,e outra para a Câmara. 
Ex-presidente da Câmara, Temer entrou na segunda, ao lado de Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha, 
Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Moreira Franco, Rocha Loures e os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud 
(da JBS). 
Neste caso, Temer e os outros emedebistas são acusados de cometer vários crimes de corrupção a partir 
de 2006, envolvendo vários órgãos e empresas públicas: Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministérios da 
Agricultura e Integração Nacional, e a própria Câmara. Segundo a PGR, o grupo recebeu pelo menos R$ 587 
milhões de propina, somando todos os casos. 
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Temer e a J&F (Joesley Batista) 
Mais famoso de todos os casos, foi este que colocou em dúvida se Temer permaneceria ou não no cargo. 
Fazem parte desta investigação também as famosas imagens gravadas pela Polícia Federal de Rocha 
Loures andando com uma mala contendo R$ 500 mil em dinheiro pelo centro de São Paulo, ao sair de uma pizzaria. 
As imagens a seguir mostram o ex-deputado emedebista Rocha Loures entrando no estabelecimento sem a mala, 
e depois saindo da pizzaria já em posse do dinheiro. 
 
 
Foi também nesta delação que surgiu o áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista, na qual o ex-
presidente diz ao empresário que "tem que manter isso, viu?", depois de Joesley afirmar que tinha uma "boa 
relação" com Eduardo Cunha. Para os investigadores, Temer sinalizou que Joesley tinha de comprar o silêncio de 
Eduardo Cunha. 
O acordo de delação dos executivos da holding J&F (controladora do frigorífico JBS) indica que Michel 
Temer teria cometido pelo menos dois crimes: recebimento de propina, por meio de Rocha Loures (corrupção 
passiva) e tentativa de barrar as investigações da Lava Jato ao tentar comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo 
Cunha (obstrução de Justiça). 
O dia seguinte à divulgação do caso, 18 de abril, entrou para a história por vários motivos. 
No começo da manhã, a Polícia Federal saiu às ruas com a operação Patmos, que foi autorizada pelo STF 
e tinha como alvos o senador Aécio Neves (PSDB), além de diversas pessoas próximas a Temer, como o próprio 
Rocha Loures. 
À tarde, o ex-presidente reuniu jornalistas no Palácio do Planalto, quando anunciou que permaneceria no 
cargo. "Não renunciarei! Repito: não renunciarei. Sei o que fiz, e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação 
plena e muito rápida". 
Naquele dia houve o pior pregão da Bolsa de Valores de SP em anos: o Ibovespa (que mede a atividade do 
mercado) caiu 8,8%, e o dólar disparou 8,15%. 
Envolvido neste caso, Joesley Batista chegou a ser preso, mas foi solto em março de 2018, já que o juiz 
federal Marcus Vinicius Reis Bastos, que determinou a revogação da prisão preventiva, entendeu que não havia 
mais motivos para manter Joesley detido. 
 
 
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Denúncias contra Temer 
Os casos citados nas páginas anteriores resultaram em três denúncias contra Michel Temer. 
Para sermos exatos, Temer se tomou o primeiro presidente da República a ser denunciado criminalmente 
pelo Ministério Público, só não tendo sido afastado de seu cargo em razão de decisão da Câmara dos Deputados, 
que desautorizou a continuidade da denúncia. 
Temer foi denunciado três vezes pela Procuradoria Geral da República, sendo que por duas vezes a Câmara 
dos Deputados barrou o pedido de investigação feito pela PGR contra o presidente. 
 
 
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RESERVA NACIONAL DO COBRE E ASSOCIADOS (RENCA) 
A RENCA é uma área de 46.450 km2, criada em 1984 e bloqueada aos investidores privados. No Decreto 
da criação da RENCA foi instituído que a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) teria a 
exclusividade para conduzir os trabalhos de pesquisa geológica para determinar e avaliar as ocorrências de cobre 
e minerais associados. As descobertas deveriam ser negociadas com empresas de mineração, para fins de viabilizar 
as atividades de extração. 
Desde então, a pesquisa mineral e atividade econômica na região passaram a ser de responsabilidade da 
Companhia Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico Brasileiro) ou de empresas autorizadas 
pela companhia. Além do cobre, estudos geológicos indicam a ocorrência de ouro, manganês, ferro e outros 
minérios na área. 
A iniciativa de constituir a RENCA se deu em razão do cenário vigente à época, em que existia uma busca 
por minerais estratégicos, cuja produção exigiria salvaguardas para a soberania nacional. Previa-se o 
desabastecimento de minerais, em escala mundial, o que levou à adoção de políticas dessa natureza. 
Em 2017, o presidente Michel Temer chegou a extinguir a Renca, mas voltou atrás e revogou a extinção 
desta reserva. 
Dois dias após o decreto que extinguia a Renca, o Palácio do Planalto divulgou nota afirmando que o 
objetivo era "coibir a exploração ilegal" e recolocar o Estado como administrador de jazidas minerais da Renca, 
que atualmente sofre com a existência de garimpos clandestinos de ouro. 
 
 
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A GREVE DOS CAMINHONEIROS (Crise do Diesel) 
A greve dos caminhoneiros, que teve âmbito nacional, começou no dia 21 de maio e terminou no dia 30 de 
maio, com a intervenção de forças do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal para desbloquear as 
rodovias. Algumas tentativas de continuidade do movimento ainda ocorreram, mas não tiveram grande adesão. 
Os grevistas se manifestaram contra os reajustes frequentes realizados pela Petrobras nos preços 
dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, e pelo fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso. Exigiu-se 
também o fim do PIS/Cofins sobre o diesel. 
Apesar de toda a celeuma que paralisou o país, é bom ressaltar que o preço ao consumidor da gasolina 
brasileira estava na média mundial na semana da greve, em valores absolutos, enquanto o diesel estava abaixo da 
média. 
A paralisação e os bloqueios, que atingiram 24 estados e o Distrito Federal, causaram a indisponibilidade 
de alimentos e remédios por todo o país, bem como a escassez e alta de preços da gasolina. Nas cidades, a frota 
de ônibus foi reduzida e voos foram cancelados. 
No dia 25 de maio de 2018, em meio a várias cidades que haviam decretado situação de calamidade 
pública ou estado de emergência devido aos desabastecimentos, o governo anunciou o uso das Forças Armadas 
para desobstruir as rodovias. 
Em 27 de maio, o presidente Michel Temer anunciou a redução do preço do diesel em quarenta e seis 
centavos por litro na bomba. O presidente ainda garantiu que este preço permaneceria constante por sessenta 
dias e que novos reajustes seriam mensais – e não mais diários, como antes. 
Foram ainda publicados, em edição extra do Diário Oficial da União, três medidas provisórias atendendo 
exigências dos caminhoneiros. A primeira determinava que pelo menos trinta por cento das contratações de frete 
feitas pela Companhia Nacional de Abastecimento fossem de caminhoneiros autônomos, por intermédio de 
cooperativas. A segunda estabelecia preços mínimos para os fretes, a famosa tabela de fretes. A terceira isentava 
os caminhões trafegando vazios em rodovias concessionadas federais, estaduais ou municipais de pagar pedágio 
sob eixo suspenso, uma das grandes reivindicações dos caminhoneiros. 
A greve dos caminhoneiros demonstrou a grande dependência do transporte rodoviário brasileiro em 
detrimento de outros meios, como o ferroviário. 
Uma das consequências políticas da greve foi o pedido de demissão apresentado pelo então presidente da 
Petrobras, Pedro Parente, que ficouexatamente dois anos no comando da estatal. Pedro Parente era o maior 
defensor da política de preços da Petrobras que era questionada pelos caminhoneiros. Por esta política de preços, 
o valor do combustível variava sempre que havia variação do preço internacional do petróleo. 
Com Pedro Parente à frente da Petrobras, a estatal voltou a operar no lucro, após quatro anos no prejuízo. 
 
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PARCERIA EMBRAER E BOING 
Em dezembro de 2018, a Embraer informou que aprovou junto à Boeing, fabricante norte-americana de 
aeronaves, os termos da criação de uma nova empresa (joint venture) de aviação comercial no Brasil, a partir da 
união das duas empresas. 
O negócio foi batizado inicialmente de JV Aviação Comercial ou Nova Sociedade (NewCo). Atualmente, 
chama-se Boeing Brasil-Commercial. 
O negócio é avaliado em US$ 5,26 bilhões, sendo que a Boeing será controladora da empresa, com 80% 
de participação. Os outros 20% serão da fabricante brasileira, que poderá vender sua parte para a norte-americana 
a qualquer momento. 
Em outubro de 2019, a Embraer anunciou a concessão de férias coletivas (6 a 20 janeiro de 2020) para 
todos trabalhadores que atuam nas unidades instaladas no Brasil para realizar a transição do comando da empresa 
para os norte-americanos da Boeing. 
A medida impacta cerca de 15 mil trabalhadores, das unidades Faria Lima e Eugênio de Melo, em São José 
dos Campos, Taubaté, Sorocaba, Gavião Peixoto e Botucatu, todas no estado de São Paulo. 
Em outubro de 2019 houve ainda novo fato importante sobre a união das duas empresas, quando a 
Comissão Europeia anunciou que abriu uma investigação sobre o acordo da parceria entre a Embraer e a Boeing, 
devido a uma possível ameaça à competição nos preços e desenvolvimentos de produtos no setor da aviação. 
Segundo a Comissão Europeia, o acordo pode reduzir potencialmente o número de concorrentes num 
mercado global já concentrado e poderia dificultar a entrada de novos participantes no mercado, como os da 
China, Japão e Rússia. 
Concluído o negócio, a Boeing será responsável pelo controle da atividade comercial, enquanto as 
atividades relacionadas a aeronaves para segurança nacional e jatos executivos continuarão somente com a 
Embraer. 
 
 
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CRISE NOS ESTADOS 
Apenas no primeiro semestre de 2016, os 26 estados e o Distrito Federal somavam um rombo fiscal de R$ 
56 bilhões em suas contas. O número representa uma piora nas contas de 17 estados em relação ao resultado que 
tinham no mesmo período de 2015, segundo levantamentos feitos a partir de dados do Tesouro Nacional. 
Ademais, das 27 unidades da federação, 20 estão no vermelho. Esse resultado já impacta serviços básicos e 
projetos de muitos governos estaduais. 
Se, além dos Estados, considerarmos também os municípios, teremos que estes, mergulhados em uma 
crise financeira sem precedentes, devem R$ 120,6 bilhões aos bancos públicos. O passivo é resultado de uma 
política que, nos últimos anos, irrigou esses governos com recursos federais. Os maiores beneficiários foram os 
Estados, incluindo até mesmo aqueles que já estavam em péssimas condições financeiras e apresentavam maior 
risco de calote. A injeção de recursos foi possível porque a União avalizou a maioria das operações, ou seja, deu 
garantia de que pagaria a dívida em caso de inadimplência. Normalmente, os bancos ficam mais restritivos quando 
clientes vivem situações financeiras desfavoráveis. Não foi o que ocorreu com os Estados – especialmente em 
2016. Enquanto a arrecadação caía, a carteira de crédito da Caixa para o setor público saltou 22,1% em 12 meses 
até setembro de 2016. O BNDES também foi mais generoso, e as operações subiram 11,8% no mesmo período. 
No caso do BB, a queda foi de 1,7% em um ano. 
Em 2017, em 14 estados, os gastos com ativos e inativos superaram o limite da Lei de Responsabilidade 
Fiscal, que é de 60% da receita corrente líquida. 
Pressionados por estes números, que dão pouca ou nenhuma margem para investimentos, os Estados 
solicitam, dentre outras coisas, e desde o início do governo Jair Bolsonaro, flexibilização do Teto dos Gastos. 
 
Desequilíbrio nas contas e atraso de pagamento de servidores 
Diante da fragilidade financeira dos Estados, algumas instituições têm registrado atrasos em pagamentos, 
que acabam bancados pelo Tesouro. Apenas o Rio de Janeiro, por exemplo, já precisou que a União honrasse R$ 
1,16 bilhão em seu lugar. Por outro lado, para não ficar no prejuízo, a União bloqueia dinheiro de contas indicadas 
pelo próprio Estado, geralmente aquelas que recebem o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e de parte da 
arrecadação do ICMS. O relatório do Tesouro não detalha quais instituições financeiras foram pagas com recurso 
federal, mas dados da Secretaria de Fazenda do Rio mostram ausência de pagamentos em linhas do BNDES, BB e 
da Caixa em diversos meses, a partir de maio de 2016. A Sefaz do Rio de Janeiro, inclusive, já admitiu que está 
inadimplente com os três bancos públicos, porém, sem detalhar valores. De 2006 a 2012, o Rio obteve aval para 
empréstimos sem garantias da União com BNDES (R$ 1,5 bilhão), Caixa (R$ 1,16 bilhão) e BB (R$ 152,8 milhões), 
segundo o sistema de acompanhamento de operações do Tesouro. Quando isso ocorre, o Estado pode negociar 
diretamente garantias, como sua cota no Fundo de Participação ou outros fluxos de receitas. O BNDES, por 
exemplo, tem R$ 14,4 bilhões de sua carteira com Estados e municípios (29%) garantida por esses recursos. Na 
Caixa, o porcentual é de 57%. Em meio às dificuldades, o BNDES já enfrenta aumento na inadimplência de até 60 
dias de governos estaduais e municipais, de R$ 692 milhões, em março de 2016, para R$ 814,6 milhões, em junho. 
 
 
 
 
 
 
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Gasto com pessoal 
13 das 27 unidades da federação ultrapassaram em 2016 o teto de gasto de 60% da Receita Corrente 
Líquida (RCL) com a folha de pagamento, o que inclui funcionários ativos e os inativos (aposentados e 
pensionistas). Esse limite é estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em Minas Gerais, as despesas 
de pessoal comprometeram 78% da RCL; no Rio Grande do Sul, 76,1%; e, no Rio, 72,3%. Na média das 27 unidades 
da federação, esse percentual foi de 58%. 
De maneira lamentável, por conta tanto da ineficiência quanto da corrupção, vários estados atrasaram o 
pagamento de seus servidores. Em Brumadinho/MG, por exemplo, os bombeiros que trabalhavam no resgate de 
sobreviventes do desastre da barragem da Vale trabalhavam com os salários parcelados e sem o recebimento do 
13º a que tinham direito. A mesma situação ocorre com todos os servidores do estado de Minas Gerais, mais uma 
Unidade Federativa afetada pela crise. 
 
Se ainda fosse apenas caso de ineficiência... 
Infelizmente, a crise nos Estados não foi produzida “apenas” por conta de ineficiência administrativa ou 
mera má administração da coisa pública. Ela foi causada, principalmente, por conta de atos ilícitos dos gestores 
públicos. No Rio de Janeiro, por exemplo, quatro dos cinco governadores eleitos de 1998 e 2018 foram ou estão 
presos, bem como os últimos três presidentes da Assembleia Legislativa. A exceção entre os governadores fica 
por conta de Benedita da Silva (PT), que ocupou o Palácio da Guanabara entre 2002 e 2003, quando Garotinho se 
candidatou à presidência. 
O ex-governador Sérgio Cabral (que também foi presidente da Alerj entre 1995 e 2002), alvo da Operação 
Calicute, foi preso sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. Apura-se desvios 
em obras do governo estadual, como a Linha 4 dometrô e o PAC das favelas, que teriam dado um prejuízo 
estimado em mais de centenas de milhões de reais. Somadas, o total das penas de Sérgio Cabral é superior a 170 
anos de prisão. 
 Já Anthony Garotinho foi preso após ser alvo da Operação Chequinho, que apurava o uso do programa 
social Cheque Cidadão para compra de votos na cidade de Campos de Goytacazes em 2016, onde Garotinho era 
secretário municipal até a sua prisão. Garotinho, no entanto, foi libertado, em dezembro de 2017, após decisão do 
ministro do STF Gilmar Mendes. Ressalte-se, no entanto, que esta não foi a única experiência do ex-governador 
atrás das grades. No total, Garotinho já foi preso três vezes por compra de votos, extorsão e coação de 
testemunhas. 
Ainda sobre os ex-governadores do Rio de Janeiro presos, precisamos falar sobre Luiz Fernando Pezão, 
que inicialmente quase perdeu o cargo por conta de decisão do TRE-RJ, que cassou o seu mandato em fevereiro 
de 2017. Como cabia recurso da decisão, o então governador conseguiu manter o cargo na ocasião. Em novembro 
de 2018, no entanto, Pezão foi preso, numa operação chamada Boca de Lobo, baseada na delação premiada de 
Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o governador poderia 
dificultar ainda mais a recuperação dos valores e dissipar o patrimônio adquirido de maneira ilícita. Como estava 
próximo de terminar o seu mandato, o MPF, que afirmou que o esquema de corrupção ainda estava ativo, temia 
que Pezão pudesse destruir provas. Pezão foi o quarto governador do Rio a ser preso, sendo o primeiro no exercício 
do mandato. 
 
 
 
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Estados que declararam calamidade financeira 
Em 2019, Roraima, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás declararam estado de 
calamidade pública em âmbito financeiro. Como desde 2018 outros dois estados estão na mesma situação (Rio de 
Janeiro e Rio Grande do Sul), são sete os estados que decretaram a medida até fevereiro de 2019. 
O decreto de calamidade permite aos governos estaduais parcelar dívidas com fornecedores, atrasar a 
execução de despesas e até dispensar a realização de algumas licitações. 
Estas situações de estados de calamidade decretados por autoridades estaduais, no entanto, precisam ser 
reconhecidos pela União, a fim de que recursos federais sejam alocados para o ente afetado. Uma vez 
reconhecida a emergência ou calamidade, o governo também define o montante de recursos que destinará ao 
ente afetado. 
 
Estados que decretaram calamidade financeira (até fev/2019) 
Roraima, 
Rio Grande do Norte, 
Mato Grosso, 
Minas Gerais, 
Goiás, 
Rio de Janeiro, e 
Rio Grande do Sul 
 
Crise política e operação Lava Jato 
Durante e após o impeachment de Dilma Rousseff, um fator importante que concorreu para a 
desestabilização política foi o avanço da operação Lava Jato. A operação foi assim batizada por ter se iniciado a 
partir de uma investigação da Polícia Federal que monitorava uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de 
automóveis usados para movimentar recursos ilícitos. 
 
O que é a operação Lava Jato 
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. 
Estima-se que o volume de recursos desviados apenas dos cofres da Petrobras, a maior estatal do país, esteja na 
casa das dezenas dos bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar 
do esquema de corrupção que envolve a companhia (presidente e ex-presidentes da república, senadores, 
deputados, ministros, governadores de estado, donos de empreiteiras) e tem-se uma noção aproximada da 
magnitude do alcance da operação e o seu ineditismo. 
 
Os valores recuperados 
Apenas da JBS, o Ministério Público conseguiu acertar, em maio de 2017, o pagamento de uma multa no 
valor de 10,3 bilhões de reais a serem pagos ao longo de 25 anos. Trata-se do maior valor da história mundial em 
acordos deste tipo, os acordos de leniência, que são uma espécie de delação premiada específica para empresas. 
O recorde anterior também pertencia aos desdobramentos da Operação Lava Jato e era do Grupo Odebrecht, que 
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em novembro de 2016 havia concordado em pagar o equivalente a 6,8 bilhões de reais de multa para o Brasil, 
Estados Unidos e a Suíça. 
Outras empresas também fizeram acordo de leniência durante os desdobramentos da operação Lava Jato. 
A Andrade Gutierrez, por exemplo, fechou um acordo no valor de 1 bilhão de reais e a Camargo Correa fechou 
outro no valor de 700 milhões. 
Até julho de 2018, a Lava Jato já tinha recuperado R$ 13,4 bilhões. Sendo que os acordos de colaboração 
premiada renderam 2,6 bilhões de reais e os acordos de leniência renderam outros 10,8 bilhões de reais. 
 
Depósito de 2,5 bilhões de reais da Petrobras 
A Petrobras depositou, em janeiro de 2019, R$ 2.567.756.592,00 em conta vinculada à 13ª Vara Federal de 
Curitiba, em cumprimento a acordo feito com os procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Paraná 
e homologado pela Justiça. 
O acordo estabeleceu uma revisão periódica do programa de compliance da estatal e um depósito judicial 
de US$ 682,5 milhões (R$ 2,5 bilhões). Esse valor corresponde a 80% das penalidades definidas no acordo 
celebrado pela Petrobras com autoridades dos Estados Unidos, divulgado em setembro de 2018, e isenta a estatal 
de pagar esse montante naquele país. 
Metade do valor pago no Brasil será destinada a um fundo patrimonial (endowment), cuja gestão será feita 
por uma fundação independente, ainda em fase de criação. Caberá a essa instituição definir a distribuição dos 
rendimentos para projetos de combate à corrupção e promoção da cidadania. A outra metade do valor depositado 
será utilizada para eventual ressarcimento de investidores nacionais e poderá ser acrescida ao fundo patrimonial, 
caso não seja empregada integralmente. 
 
Início da Lava Jato 
Desenvolvido a partir de março de 2014, perante a Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e 
processadas quatro organizações criminosas lideradas por doleiros (operadores do mercado paralelo de câmbio). 
Nesse esquema, que durava há pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam 
propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do 
montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores 
financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados. 
 
O que acontecia por dentro da Petrobras 
Enquanto o esquema de corrupção da Petrobras não fora descoberto e ainda estava em pleno vapor, as 
empreiteiras se cartelizavam em um “clube” que pretendia substituir uma concorrência real. Os preços oferecidos 
à Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual 
seria o preço, majorado em benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um 
regulamento, que simulava regras de um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. 
Para disfarçar o crime, o registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a distribuição 
de prêmios de um bingo. 
 
 
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Cooptação funcionários da Petrobras 
Como as empresas precisavam garantir que apenas aquelas participantes do cartel fossem convidadas 
para participar das licitações, era necessário que elas cooptassem agentes públicos que trabalhassem para este 
fim. Cooptados, os funcionários não só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinhamconhecimento, mas o 
favoreciam, restringindo convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas 
marcadas que em tudo burlava os preceitos do direito administrativo inerentes ao instituto da licitação. Segundo 
levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos 
desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas relevantes e 
vazavam-se informações sigilosas, dentre outras irregularidades, tudo com o intuito de favorecer as empresas 
pertencentes ao “clube”. 
 
Operadores financeiros 
Após as obras serem superfaturadas, os operadores financeiros eram responsáveis não só por intermediar 
o pagamento da propina, mas, especialmente, por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos 
beneficiários (ou seja, o dinheiro que saía do governo, dinheiro do contribuinte, voltava em forma de propina para 
beneficiar interesses privados). Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador 
financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentações no exterior e por meio de contratos simulados com 
empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário em espécie 
(geralmente políticos), por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens. 
 
Agentes políticos 
Iniciou-se, em março de 2015, outra linha de investigação da Lava Jato, quando o Procurador-Geral da 
República apresentou ao Supremo Tribunal Federal petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a 
apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das quais 49 são titulares de “foro privilegiado”. Estas pessoas integram ou 
estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras. O nome destes 
investigados surgiu a partir de citações das colaborações premiadas feitas na 1ª instância. 
 
Diretorias Petrobras x indicações políticas 
Por meio das investigações, o aparelhamento da Petrobras ficou especialmente evidente nas seguintes 
diretorias: de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com 
posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e 
Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB. Para o Procurador Geral da 
República, Rodrigo Janot, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão 
de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de 
dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso como operadores financeiros, em 
nome de integrantes do PMDB e do PT. 
 
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Partidos políticos envolvidos no Petrolão 
Dos políticos investigados, já foram identificados como beneficiários do esquema integrantes destes do 
PT, PP, PMDB, PSDB, PTB e SOLIDARIEDADE. De maneira geral, quando se analisam as doações feitas 
oficialmente por meio do sistema eleitoral, foram identificados que os seguintes partidos receberam doações de 
empresas investigadas pela Lava Jato: PT, PSDB, PMDB, PSB, DEM, PP, PR, PSD, PDT, PTB, PCdoB, SD, PSC, 
PRB, PRTB, PROS, PV, PEN, PPS, PTN, PTdoB, PMN, PSL, PTC, PHS, PRP, PPL, PSDC (estes partidos estão 
dispostos por ordem decrescente em relação ao montante de doações eleitorais recebidas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Integração dos órgãos de investigação 
Outro ponto interessante da operação Lava Jato é a integração de várias entidades da Administração 
Pública a fim de abranger a complexidade dos atos ilícitos envolvidos, conforme pode ser observado a seguir 
 
 
Principais empresas participantes do Petrolão 
Odebrecht, Andrade Gutierrez, UTC, OAS e Camargo Côrrea são consideradas, quanto às empresas, as 
grandes beneficiárias do Petrolão. Em menor grau, no entanto, também participaram e se beneficiaram do 
esquema as seguintes empresas: Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Engevix, Toyo Setal. Vale 
ainda notar que a maioria dos presidentes e executivos das principais empresas envolvidas estão presos 
preventivamente ou cumprem prisão domiciliar. 
 
Delatores indicam Lula e Dilma coniventes com o esquema 
Os delatores Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e Leo Pinheiro, sócio da OAS, afirmam que Lula e 
Dilma tinham completo conhecimento do esquema investigado pela Lava Jato. 
 
Lista de Fachin 
Em abril de 2017, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, 
autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 
deputados – entre estes os presidentes das duas casas. O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos 
que a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas 
delações dos 78 executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht, todos com foro privilegiado no STF. Os ex-
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff não aparecem nesse conjunto porque não possuem mais 
foro especial. 
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Petrobras fechou acordo bilionário nos Estados Unidos 
No dia 03 de janeiro de 2018, a Petrobras anunciou ao regulador do mercado de valores nos Estados Unidos 
que, por meio de um acordo extrajudicial, irá indenizar os investidores prejudicados pelos escândalos de suborno 
e corrupção da estatal. O acordo foi fechado em 2,95 bilhões de dólares (o equivalente a cerca de 9,6 bilhões de 
reais na cotação da data do anúncio). O intuito do acordo é encerrar uma ação coletiva contra a empresa que já se 
arrasta por três anos. Apesar do acordo bilionário, a empresa negou ter agido de má fé e explicou que preferiu 
resolver a disputa fora dos tribunais a fim de evitar multas ainda maiores acaso perdesse no Judiciário. O 
pagamento será feito em três parcelas: duas no valor de 983 milhões de dólares e uma de 984 milhões. O processo 
teve início quando investidores passaram a acusar a petroleira de, por meio de seus antigos executivos, ter 
aceitado mais de 2 bilhões em subornos ao longo de uma década, conforme revelou a Operação Lava Jato. Em sua 
defesa, a Petrobras sempre afirmou que foi a maior vítima do escândalo. Poucos dias antes do anúncio do acordo, 
o regulador do mercado de valores no Brasil havia acusado formalmente oito antigos executivos da estatal por 
corrupção na contratação de três sondas de perfuração de poços petrolíferos. Os ex-presidentes da companhia 
Sérgio Gabrielli e Graça Foster, além dos ex-diretores Almir Barbassa, Guilherme Estrella, Ildo Sauder, Nestor 
Cerveró, Paulo Roberto da Costa e Renato Duque são os acusados. 
 
O caso Aécio e a crise entre os Poderes 
Em setembro de 2017, o Supremo Tribunal Federal afastou Aécio Neves do seu mandato de senador, após 
um pedido da Procuradoria-Geral da República que o acusa de corrupção passiva e obstrução da justiça. Assim, o 
senador ficou impedido de participar das atividades do Senado. Ademais, o STF ainda ordenou que ele não saísse 
de casa à noite, não viajasse e não entrasse em contato com outros investigados relacionados ao seu caso. No mês 
seguinte, porém, o próprio Supremo decidiu que o Senado Federal teria a palavra final sobre o caso. Assim, no 
mesmo mês, o plenário desta Casa decidiu não acatar a decisão da Primeira Turma do Supremo que havia 
determinado o afastamento do parlamentar mineiro. Foram 26 votos favoráveis e 44 contrários à medida imposta 
pelo STF. De acordo com a Procuradoria Geral da República, Aécio pediu e recebeu R$ 2 milhões da JBS,em forma 
de propina. 
No nosso resumo direcionado, apresento os números divulgados pelo MPF em relação à operação Lava 
Jato no Paraná, no Rio de Janeiro e no STF. 
É bom também o candidato conhecer os personagens principais, agora do lado da Justiça, do Ministério 
Público e Polícia Federal que contribuíram para o desenvolvimento da Operação: 
Sérgio Moro - Juiz Federal então titular da 13ª de Curitiba, era o responsável pelo julgamento dos 
processos da Operação Lava Jato no Paraná. 
Marcelo Bretas - Juiz Federal responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato no Rio 
de Janeiro. 
Deltan Dallagnol - Procurador da República, envolvido no processo de investigação da Operação Lava 
Jato. 
Carlos Fernando dos Santos Lima- Procurador da República, envolvido no processo de investigação da 
Operação Lava Jato. 
Igor Romário de Paula – Então Delegado da Polícia Federal regional, era chefe da unidade de combate 
ao crime organizado da Polícia Federal no Paraná. 
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Teori Zavascki, ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), foi relator da Operação Lava Jato. O então 
ministro morreu após a queda de uma aeronave, em 2017, aos 68 anos de idade, em Paraty, litoral do Rio de 
Janeiro. 
Luiz Edson Fachin, atual relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 
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OPERAÇÃO CARNE FRACA 
Um dos maiores responsáveis pelo desmatamento em nosso país, a pecuária, sofreu um grave golpe que 
parecia ser capaz de abater o setor: a Operação Carne Fraca da Polícia Federal, deflagrada no dia 17 de março de 
2017. 
 
O que foi a Operação Carne Fraca? 
A Operação Carne Fraca teve como objetivo apurar o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. 
Segundo investigações da Polícia Federal, dentre outras irregularidades, verificou-se que eram usados produtos 
químicos para maquiar carne vencida e água era injetada nos produtos para aumentar o peso (no frango, por 
exemplo, a legislação permite que apenas até 8% do peso da ave seja água). Após adulteradas, as carnes eram 
vendidas tanto no Brasil quanto no exterior. Além disso, foram ainda encontrados indícios de que haveria casos de 
papelão em lotes de frango e carne de cabeça de porco em linguiças, o que é proibido pela nossa legislação – a 
carne de cabeça de porco, no entanto, é permitida para a fabricação de mortadela e salsicha. 
 
Empresas investigadas 
No total, 21 empresas foram investigadas na Operação Carne Fraca, sendo que, das mais conhecidas, 
constam as gigantes JBS e BRF – controladoras, dentre outras, das marcas Seara, Perdigão, Swift, Vigor e Friboi. 
Dos frigoríficos menores, foram também investigadas, dentre outras, as empresas Master Carnes, Souza Ramos e 
Peccin. 
 
Reações, o mercado ficou em polvorosa 
Tendo em vista a importante fatia que a pecuária ocupa na economia brasileira, foi até natural imaginar 
que o governo não demoraria a sair em defesa do setor. Segundo o Planalto, o escândalo poderia causar um grande 
impacto negativo na indústria nacional e na economia como um todo – este temor, diga-se de passagem, não era 
sem justificativa. Apenas em 17 de março, as ações da JBS e da BRF na BM&FBovespa fecharam, respectivamente, 
com quedas de 11% e 8%. A perda de valor de mercado dessas duas empresas, apenas neste dia, foi de R$ 3,456 
bilhões para a JBS e de R$ 2,31 bilhões para a BRF. 
 
Suspensão de importação de carne brasileira 
Ao menos 14 países e a União Europeia suspenderam a importação de carne brasileira no auge da crise 
causada no setor pela Operação Carne Fraca. Por conta dos 150 países para os quais o país exportava carne 
regularmente, o país embarcava para o exterior, diariamente, uma média de US$ 63 milhões. Quatro dias após a 
notícia da suspeita de que ao menos 21 frigoríficos poderiam ter colocado à venda carne adulterada, o total 
embarcado no dia 21 de março, uma terça-feira, caiu para apenas US$ 74 mil. 
 
 
 
 
 
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Ações do governo ajudaram na retomada da exportação de carne 
O governo, preocupado com as possíveis consequências da Operação Carne Fraca na economia, tratou as 
irregularidades apontadas pela Polícia Federal como casos pontuais, sem que fossem práticas de mercado. Com 
intensa conversa com embaixadores (com direito a um jantar de Temer com representantes de vários países numa 
churrascaria em Brasília), no fim do mês de março de 2017, no mesmo mês em que a operação foi deflagrada, as 
exportações de carne brasileira já tinham voltado aos índices normais de antes da deflagração da operação. 
 
Operação Carne Fraca em 2019 
Em outubro de 2019 a Polícia Federal deflagrou a 4ª fase da Operação Carne Fraca. A nova fase da 
operação investiga o pagamento de vantagens pela BRF a auditores fiscais agropecuários de nove estados para 
que estes atuassem em benefício da companhia. 
As investigações contaram com a colaboração espontânea da BRF, que prestou informações sobre o 
pagamento das vantagens aos servidores públicos e apontou quais eram os auditores favorecidos. 
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), 57 servidores eram pagos pela empresa. 
Cerca de R$ 19 milhões teriam sido destinados a pagamentos indevidos. Os valores eram pagos em 
espécie, por meio do custeio de planos de saúde e por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que 
beneficiavam os fiscais. 
 
 
 
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ESCOLA SEM PARTIDO 
Em 2018, com a tramitação do projeto Escola sem Partido (PL 7180/2014) na comissão especial que 
analisou a proposta na Câmara dos Deputados, houve um extenso debate sobre o conteúdo ensinado aos 
estudantes nas salas de aula. Em dezembro de 2018, a proposta foi arquivada, mas pode voltar a ser discutida com 
a nova legislatura. 
Em 2019, o texto pode ser resgatado se o autor do projeto ou os autores dos outros dez projetos que foram 
apensados (anexados) ao Escola sem Partido pedir para desarquivá-lo. O autor do projeto é o ex-deputado 
Erivelton Santana, que não conseguiu se reeleger no pleito de 2018. 
Para alguns deputados, professores que manifestam posicionamento político, ideológico e de gênero em 
sala de aula fazem "doutrinação". 
O movimento Escola Sem Partido foi criado em 2004, pelo advogado Miguel Nagib. Em 2014, o então 
deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSC-RJ) pediu ao Miguel Nagib um projeto de lei 
sobre o tema, intitulado Programa Escola Sem Partido. Ele foi o primeiro parlamentar a apresentar um 
projeto desses no Rio de Janeiro, em maio de 2014. 
 
Depois, foram apresentados projetos do Escola Sem Partido em mais de uma dezena de estados 
brasileiros e no Distrito Federal. Em Alagoas, o projeto virou lei e recebeu o nome “Escola Livre”. 
 
 
 
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LEI DE MIGRAÇÃO 
Em maio de 2017, foi sancionada a nova Lei de Migração, de autoria do então senador Aloysio Nunes 
Ferreira. 
A Lei dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante, além de regular a sua entrada e 
estada no País e estabelecer princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante. 
A nova lei substitui o antigo Estatuto do Estrangeiro, de 1980, publicada em pleno regime militar. Neste 
contexto, a antiga norma encarava o tema como uma questão de segurança nacional e de criminalização do 
estrangeiro. A nova Lei deMigração, por outro lado, trata o movimento migratório como um direito humano, 
combatendo a xenofobia e a discriminação contra o migrante. Por esse viés, ela é considerada progressista e 
defensora dos Direitos Humanos. 
 A nova lei facilitou a obtenção de documentos para legalizar a permanência do imigrante no Brasil e o 
acesso ao mercado de trabalho regular e aos serviços públicos. 
Com esta lei, os imigrantes não podem mais ser presos por estarem de modo irregular no país e permite 
que estes se manifestem politicamente, associando-se a reuniões políticas e sindicatos. 
A nova lei repudia expressamente a discriminação e a xenofobia. 
Houve ainda a instituição da política de vistos humanitários. 
A Lei de Migração coloca o país na contramão do que tem ocorrido em alguns países europeus e os Estados 
Unidos, que passam por um processo de fechamento de suas fronteiras e aumentam restrições à imigração. 
A nova lei de migração brasileira é vista com bons olhos por organizações internacionais, que colocam o 
Brasil em posição de vanguarda em relação aos direitos do migrante. 
Apesar disso, o Brasil é o único país da América do Sul que ainda não garante direitos políticos (votar e ser 
votado) aos imigrantes em nenhum nível. No Brasil, no entanto, tal mudança só poderia ocorrer por meio de 
Proposta de Emenda Constitucional. 
 
Pacto de migração da ONU 
Se por um lado o Brasil apresenta-se como vanguardista na questão migratória, por outro o país recuou na 
sua participação do Pacto Mundial para Migração da ONU, que foi assinado por 164 países e que pretende reforçar 
a cooperação internacional para a questão migratória. O pacto tem por objetivo reforçar a cooperação 
internacional para uma migração segura, ordenada e regular. 
O Pacto foi assinado em Marrakech, no Marrocos, em novembro de 2018, e pretende melhor gerenciar a 
migração internacional, enfrentar seus desafios e fortalecer os direitos dos migrantes, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável. 
Os Estados Unidos não assinaram o pacto e se retiraram da elaboração do texto ainda 2017. Segundo o 
presidente americano Donald Trump, o acordo vai contra a política migratória do país. 
O pacto foi assinado pelo governo de Michel Temer, mas assim que assumiu a presidência do país Jair 
Bolsonaro optou por sair do acordo. Em janeiro de 2019, o Ministério das Relações Exteriores pediu que diplomatas 
brasileiros em Nova York, nos Estados Unidos, e em Genebra, na Suíça, comunicassem à ONU e à Organização 
Internacional de Migração que o Brasil “não é mais signatário do pacto global para migração segura, ordenada e 
regular”. 
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Para ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o acordo é “instrumento inadequado para lidar com 
o problema”, já que a “imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e 
a soberania de cada país”. 
O Acordo, segundo Antonio Guterres, Secretário-Geral da ONU, não é vinculativo: “Além disso, não é 
juridicamente vinculativo. É uma estrutura para a cooperação internacional, enraizada em um processo 
intergovernamental de negociação de boa fé”. Assim, por não ser vinculativo, o Pacto não permite que a ONU 
imponha políticas de migração aos Estados Membros, tampouco, segundo Guterres, é um tratado formal. 
 
 
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ARTIGOS 
Artigo 1: Causas da crise fiscal dos Estados 
Por Darcy Francisco Carvalho* 
Acessado em 17 de julho de 2017 
Recentemente, concluí estudo que identificou quatro causas que levaram os Estados a esta crise fiscal sem 
precedentes, sendo duas estruturais e duas conjunturais. Nas primeiras, está a menor arrecadação do ICMS nos 
principais Estados e o crescimento excessivo da despesa previdenciária. As causas conjunturais são o aumento 
excessivo das despesas correntes, especialmente com pessoal, no período 2011-2014, e a recessão econômica. 
No tocante ao ICMS, verificamos que, nos últimos 14 anos, a taxa média de crescimento dos Estados mais 
desenvolvidos foi bem menor do que a dos Estados menos desenvolvidos. Foram 3,7% no RS, 2,1% em SP e 1,5% 
no RJ, e 6,6% na média de seis Estados menores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nesses Estados, parte 
decorreu do maior crescimento do PIB, mas parte, da mudança estrutural das economias dos Estados maiores. 
Outro problema estrutural foi o crescimento da despesa previdenciária, num ritmo superior a quase duas 
vezes o crescimento da receita, em média. Isso conduz a uma situação, impercebível no início, mas marcante no 
longo prazo. É como caminhar sobre a grama. Nos primeiros passos fica apenas uma leve marca, mas, com o 
passar dos anos, produz uma vala. 
A primeira causa conjuntural foi a gastança generalizada no período 2011-2014, em que, dos 10 Estados de 
maior receita, em nove deles o aumento da folha de pagamento e outras despesas correntes (exceto juros) foi 
muito superior ao do crescimento da receita corrente líquida, que deveria ser o limite. O campeão foi o Estado do 
RJ, que, mesmo a receita decrescendo 5%, aumentou os gastos em 12%. Após, foi nosso Estado, cujo crescimento 
real da despesa corrente foi três vezes o da receita. 
Por fim, mas não menos importante, foi a recessão econômica, com enormes reflexos sobre a arrecadação. 
Tomando-se os Estados como um todo, a receita corrente líquida de 2016 foi mais de 4% menor do que a apurada 
em 2013, três anos antes. 
Se os Estados não atentarem para essas mudanças estruturais e para a responsabilidade fiscal, o simples 
crescimento da economia não os tirará da crise. 
Fonte: Carvalho, Darcy Francisco. Causas da crise fiscal dos Estados. Zero Hora. Disponível em < 
http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/noticia/2017/05/darcy-francisco-carvalho-dos-santos-causas-da-crise-fiscal-dos-estados-
9785010.html>. 
 
* Darcy Francisco Carvalho é Economista. 
 
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Artigo 2: O final melancólico do governo Temer 
Por Marco Antônio Villa* 
Acessado em 17 de julho de 2017 
O governo Temer acabou na noite de 17 de maio quando o Brasil tomou conhecimento da delação 
premiada dos irmãos Batistas e dos cinco diretores da J&S. Desde então vem tentando de todas as formas se 
manter no poder. Tem usado nesses dois meses as armas tradicionais dos governos acuados: libera emendas 
parlamentares, coage deputados rebeldes às determinações do Palácio do Planalto, nomeia funcionários apoiados 
por políticos para importantes funções no aparelho de Estado — em suma, usa e abusa dos instrumentos de mando 
para a Constituição sem nenhum pudor. Os partidários do projeto criminoso de poder, parte dois, tentam 
demonstrar que sem Temer na Presidência as reformas não serão aprovadas e que o País, nessa hipótese, ficará 
ingovernável e a economia – que apresenta leves sinais de melhora – voltará ao vermelho. Os mais exaltados 
chegam a apontar um cenário de guerra civil, como se Temer fosse o homem escolhido pela Providência Divina 
para conduzir o Brasil à Terra Prometida. 
Há também aqueles que insistem em retirar do baú da história recente do nosso País os fantasmas do PT 
e mais especialmente o de Lula. Nesse caso, o perigo representado pela queda de Temer seria o retorno do PT ao 
poder, como se isso fosse algo imediato e eleitoralmente inevitável. É a velha falácia, tantos anos utilizada pelo 
PSDB: como não queria lutar, transformava Lula e o PT em adversários invencíveis. Assim justificava a falta de 
combatividade e o desinteresse por enfrentar o partido mais criminoso da história do Brasil – e não faltam 
exemplos para justificar tal afirmação. Nada indica que o PT tenha a força eleitoral apresentada nas últimas 
eleições

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