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Lívi� Coelh� Redação Modelo ENEM Tema: Caminhos para combater a epidemia de DSTs no Brasil Nota: 960 Com o fortalecimento da Indústria Cultural, conceito estudado por Adorno e Horkheimer, o apelo ao consumo foi potencializado. Nesse cenário, além de objetos e serviços, também são consumidas as imagens e reformulações individuais do corpo e do modo de vida, principalmente por parte do público jovem, que busca expor continuamente a visão mais idealizada de si mesmo, na tentativa de corresponder aos padrões estéticos vigentes. Um desses modelos é o da sensualidade, vinculada à virilidade masculina e à hipersexualização feminina. Como um dos resultados desse processo, há a antecipação do despertar sexual, que, de forma precoce, imprudente e carente de orientação adequada, impulsiona o crescimento da epidemia de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) no Brasil. Buscar caminhos para combater esse fenômeno, que interfere diretamente na saúde e na qualidade de vida, é imperativo para tornar a prevenção um hábito, garantindo a integridade e o amadurecimento dos jovens brasileiros. Conquanto o Ministério da Saúde tenha promovido a criação da Caderneta de Saúde do Adolescente, que apresenta, tanto na versão masculina como na feminina, as mudanças físicas e psicológicas naturais à adolescência e as orientações necessárias para o começo do entendimento da própria sexualidade, a fim de evitar, além da gravidez precoce, a transmissão de doenças sexualmente contagiosas, tal iniciativa ainda é vista com receio e condenada por grande parte das famílias. A temática do sexo é tabu no Brasil, de modo que, perante esse recurso do Ministério, prevalece o temor de que a curiosidade e o interesse dos filhos pela prática sexual aumentem caso tenham contato com o assunto. Essa postura, contudo, ignora o acesso ilimitado desses jovens às redes sociais, aos filmes, às séries e a vídeos diversos, que frequentemente abordam a temática sexual sem, entretanto, necessariamente enfatizarem a importância do sexo seguro e do uso de preservativos. Sem acesso a uma educação que explicite as condições ideais e saudáveis para desenvolverem uma vida sexual, adolescentes e jovens tornam-se ainda mais vulneráveis a contraírem e a transmitirem infecções, favorecendo o crescimento dessa epidemia no país. Ademais, outros fatores contribuem para a ocorrência desse fenômeno. Tanto devido à crença, em vigor no senso comum, de que só é possível adquirir uma DST ao viver de forma “promíscua” quanto devido à visão de que essas doenças eram problemas apenas no passado, superado na atualidade, bem como em razão da vergonha e da insegurança em procurar auxílio em caso de contaminação, grande parte dos jovens não utiliza a rede de profilaxia pré e pós-exposição disponível no sistema público de saúde, que oferece, além de preservativos de forma gratuita, vacinas, testes para detecção de infecções e tratamentos medicamentosos. Assim, a escassez de informação quanto às possibilidades de prevenção e de recuperação propicia a reprodução de comportamentos de risco e a disseminação dessas doenças, reduzindo a qualidade de vida na juventude e na fase adulta. Encontrar soluções para reduzir e, possivelmente, extinguir a epidemia de DSTs no Brasil, portanto, deve ser uma prioridade no país. Cabe às escolas, em parceria com representantes comunitários e municipais, reunirem-se com os pais dos alunos, a fim de salientar o crescimento do número de casos de doenças sexualmente transmissíveis entre os jovens, enfatizando a necessidade de incluir a educação sexual nos currículos das disciplinas de Ciências e Biologia, a partir do Ensino Fundamental II, valendo-se também das cadernetas criadas pelo Ministério da Saúde, É essencial, além disso, que o acesso à informação sobre o tema seja universal no país.