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Fibrose Cística - TUTORIA UCT 6 - SP2

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1. Descrever a fisiopatologia da fibrose cística (mutações mais comuns, 
sintomatologia). 
Fibrose Cística (FC), também conhecida como DOENÇA DO BEIJO SALGADO ou MUCOVISCIDOSE, é uma 
doença genética crônica que afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. Atinge cerca 
de 70 mil pessoas em todo mundo, e é a doença genética grave mais comum da infância. Um gene defeituoso 
e a proteína produzida por ele fazem com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que 
o usual. 
 
O muco espesso leva ao acúmulo de bactéria e germes nas vias respiratórias, podendo causar inchaço, 
inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, trazendo danos aos pulmões. Esse muco também 
pode bloquear o trato digestório e o pâncreas, o que impede que enzimas digestivas cheguem ao intestino. 
O corpo precisa dessas enzimas para digerir e aproveitar os nutrientes dos alimentos, essencial para o 
desenvolvimento e saúde do ser humano. Pessoas com fibrose cística frequentemente precisam repor 
essas enzimas através de medicamentos tomados junto às refeições, como forma de auxílio na digestão e 
nutrição apropriadas. 
 
A fibrose cística (FC), é a principal causa de doença respiratória crônica severa em crianças., é uma 
DOENÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA que envolve a secreção de fluidos pelas glândulas exócrinas na mucosa 
dos tratos respiratório, gastrointestinal e reprodutor. 
 
Além da doença crônica respiratória, a FC se manifesta através da deficiência do pâncreas exócrino 
e da elevação do cloreto de sódio no suor. Pólipos nasais, infecções nos seios paranasais, pancreatite e 
colelitíase - colelitíase é o termo médico que significa a presença de cálculos na vesícula biliar (as chamadas 
"pedras na vesícula”) -também são comuns. 
 
A perda excessiva de sódio no suor predispõe crianças pequenas a episódios de depleção de sal. A 
maioria dos meninos com FC tem ausência congênita bilateral do canal deferente com azoospermia - 
azoospermia é a ausência de espermatozoides no sêmen. 
 
A doença afeta aproximadamente 30.000 crianças e adultos nos Estados Unidos – 70.000 em todo 
o mundo -, e mais de 10 milhões de pessoas são portadores assintomáticos do gene defeituoso. 
 
 
 Fibrose Cística 
O gene é raro em negros africanos e em asiáticos. Homozigotos, pessoas com dois genes defeituosos, 
tem todos ou substancialmente todos os sintomas clínicos da doença, em comparação aos heterozigotos, 
que são portadores da doença, mas não tem sintomas reconhecíveis. 
 
Etiologia e Patogenia 
A fibrose cística é causada por MUTAÇÕES EM UM ÚNICO GENE NO BRAÇO LONGO DO 
CROMOSSOMO 7 QUE CODIFICA O REGULADOR TRANSMEMBRANAS DA FIBROSE CÍSTICA (CFTR), que 
atua como um canal de cloreto (Cl-) em membranas plasmáticas de células epiteliais. 
 
Mutações no gene CFTR tornam a membrana plasmática das células epiteliais relativamente 
impermeável ao íon cloreto. A etiologia da doença é determinada por mais de 1800 mutações no gene CFTR 
(Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance Regulator) cuja proteína está envolvida, principalmente, no 
transporte de íons cloreto através das membranas apicais das células epiteliais 
 
 
 
Embora um grande número de mutações no gene CFTR tenha sido identificado, a mutação mais 
comum, que envolve uma deleção de três pares de que codificam a fenilalanina, é responsável por 90 
das pessoas com FC nos Estados Unidos. 
 
O impacto sobre o transporte danificado do Cl- é relativamente específico de cada tecido. Nas 
glândulas sudoríparas, a concentração de sódio (Na+) e Cl- secretados para o lúmen da glândula permanece 
inalterada, enquanto a reabsorção de Cl- através do CFTR e a reabsorção acompanhante de Na+ nos ductos 
da glândula não ocorrem. esse defeito é responsável pela alta concentração de NaCl no suor de pessoas 
com FC. 
 
No epitélio normal das vias respiratórias, o Cl- é secretado no lúmen das vias respiratórias através do 
CFTR. O transporte impedido do Cl- leva definitivamente a uma série de eventos secundários, incluindo 
absorção aumentada de Na+ e de água das vias respiratórias para o sangue. Isso diminui o conteúdo de 
água do revestimento proporcionado pela cobertura mucociliar que recobre o epitélio respiratório, 
tornando-a mais viscosa. A resultante desidratação da túnica mucosa leva a uma função mucociliar 
defeituosa e ao acumulo de secreções viscosas que obstruem as vias respiratórias e predispõem a 
infecções pulmonares recorrentes. Anormalidades no transporte e eventos fisiopatológicos similares 
ocorrem nos ductos pancreáticos e biliares e no canal deferente em meninos. 
 
Bases moleculares da disfunção do Canal de Cloro (proteína 
CFTR) 
A proteína CFTR consiste de dois domínios transmembranares - MSDs (membrane spanning domains), 
cada um contendo 6 segmentos hidrofóbicos, que provavelmente formam um poro para a passagem dos 
íons; possui também dois domínios de ligação de nucleotídeos, denominados NBF1 e NBF2 (nucleotide-binding 
fold), que igualmente participam do transporte de íons; e de um domínio regulador, R, que parece funcionar 
como uma porta que regula a abertura do poro. 
. 
Estes domínios da proteína são importantes do ponto de vista funcional e estrutural. Mutações de 
todos os tipos têm sido encontradas ao longo da região codificante, bem como na região promotora do 
gene, e foram classificadas de acordo com a alteração que produzem. 
 
a) MUTAÇÕES DE CLASSE I (alteração da biossíntese) produzem uma proteína defeituosa (inclui 
muitos alelos nulos e os fenótipos mais graves, por exemplo, G542X); 
 
b) MUTAÇÕES DE CLASSE II (alteração na maturação) provocam o processamento defeituoso da 
proteína, por exemplo, DF508. Esta é a principal mutação em fibrocísticos e ocorre no primeiro 
domínio que liga ATP (NBF1). É resultante de uma deleção de três pares de bases que causa a perda 
de um resíduo de fenilalanina na posição 508 da proteína. Provavelmente uma proteína parcialmente 
glicosilada é produzida, mas é reconhecida como anormal por um mecanismo de controle celular e é 
consequentemente degradada. 
 
c) MUTAÇÕES DE CLASSE III (alteração na regulação) produzem regulação defeituosa do canal. A 
proteína não responde a estimulação pelo AMP cíclico, como é o caso da G551D; 
 
d) MUTAÇÕES DE CLASSE IV (alteração da condutância) provocam a condução defeituosa através do 
canal (incluem numerosos alelos brandos, por exemplo, R117H); 
 
e) Mutações que afetam a estabilidade da proteína é uma classe adicional proposta por Haardt e 
colaboradores em 1999. Esta nova classe inclui proteínas que perdem resíduos da região C terminal 
ou que são resultantes de deleções de grandes resíduos de aminoácidos, que às vezes não são 
essenciais, mas que levam a redução drástica da estabilidade da proteína e potencialmente levam a 
fenótipos graves como no caso da mutação Q1412X. 
. 
 
Sintomas 
Os sintomas da fibrose cística e sua gravidade são diferentes para cada pessoa. Pesquisas recentes 
mostram que parte dos sintomas está baseada no tipo de defeito genético ou mutação que o gene tem. Há 
mais de mil tipos diferentes de mutação para esse gene. 
 
Via de regra, os sintomas estão ligados ao que a secreção mais espessa causa no organismo. Por 
exemplo, quando a secreção fica acumulada nos pulmões, pode gerar tosse crônica, pneumonias de 
repetição, infecções, inflamações e, quando expectorada, nota-se um aspecto de “chiclete”, muito mais 
espessa que o normal. 
 
Quando a pessoa com FC também tem problemas pancreáticos, torna-se ainda mais difícil absorver 
as gorduras e nutrientes necessários para o crescimento, gerando sintomas como diarreia (geralmente 
volumosas, com odor fétido), e dificuldade para ganhar peso e estatura. 
 
Sintomas mais comuns: 
 Pele/suor de sabor muito salgado; 
 Tosse persistente, muitas vezes com catarro; 
 Infecções pulmonares frequentes, como pneumonia e bronquite; 
 Chiados no peito ou falta de fôlego; 
 Baixo crescimento ou pouco ganho de peso, apesar de bom apetite; Diarreia; 
 Baquetamento digital (alongamento e arredondamento na ponta dos dedos). 
 Surgimento de pólipos nasais; 
 
 
PÓLIPOS NASAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
A FC pode ser identificada no Teste do Pezinho (triagem neonatal) e diagnosticada através de exames 
genéticos ou do Teste do Suor. 
 
 
{TESTE DO SUOR} 
O teste do suor (TS) mede os níveis de cloro no suor e é considerado o padrão ouro para o diagnóstico 
da fibrose cística (FC). Contudo, a confiabilidade do TS depende de sua realização por técnicos experientes 
e segundo diretrizes rígidas. 
 
Embora o TS continue sendo o indicador mais sensível da FC, para que seja considerado o “padrão 
ouro”, ele deve ser realizado segundo a técnica de Gibson & Cooke (GC), também denominada TS por 
iontoforese quantitativa com pilocarpina. 
 
Os pólipos nasais são formações carnosas da membrana mucosa nasal, 
normalmente são excrescências em forma de lágrimas, que se formam ao 
redor das entradas das cavidades dos seios paranasais. Um pólipo maduro é 
parecido com uma uva sem casca e sem semente. Ao contrário dos pólipos no 
cólon ou na bexiga, os pólipos no nariz não são tumores e não sugerem o risco 
de câncer. São apenas um reflexo da inflamação, embora possa haver um 
histórico familiar do problema. 
 
 
 
 
O teste é positivo se a concentração de cloretos no suor estiver acima de 60mmol/L em pelo menos 
duas dosagens. Para lactentes abaixo de seis meses, considera-se suspeito ou duvidoso valores entre 
30mmol/L e 59 mmol/L. 
 
 
Tratamento 
Todo o tratamento deverá ter acompanhamento médico e especializado e varia de acordo com a 
gravidade da doença e com a forma como ela se manifesta. Porém, a maioria dos tratamentos é projetada 
para tratar problemas digestivos e para limpeza dos pulmões. É composto por: 
 ingestão de enzimas digestivas para a alimentação; 
 suporte nutricional; 
 medicamentos broncodilatadores, antibióticos, anti-inflamatórios; 
 fisioterapia respiratória; 
 atividade física; 
 acompanhamento multidisciplinar frequente. 
 
Apesar da gravidade do quadro, o tratamento da FC tem evoluído consideravelmente nos últimos anos. 
Se, há 30 anos, a expectativa de vida do paciente não ultrapassava os 15 anos de idade, hoje, quem nasce 
com Fibrose Cística tem uma expectativa de vida acima de 40 anos. 
 
Hoje, há medicamentos que atuam diretamente no defeito genético da proteína e permitem que o 
paciente com Fibrose Cística viva por mais tempo e com mais qualidade de vida, se acompanhado por 
especialistas desde a infância até a fase adulta. 
 
A fibrose cística não tem cura, mas o tratamento existe para conter a progressão da doença e 
promover mais qualidade de vida ao paciente. O tratamento exige o acompanhamento de uma equipe 
multidisciplinar de pneumologista, nutricionista, geneticista, fisioterapeuta e outros. 
 
 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
LIVRO – Fisiopatologia – Carol Mattson Porth e Glenn Matfin – 8ª edição. 
 
PÓLIPOS NASAIS - https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-
garganta/doen%C3%A7as-do-nariz-e-dos-seios-paranasais/p%C3%B3lipos-nasais 
 
Teste do suor e fibrose cística: panorama da realização do teste em centros públicos e privados do estado 
de São Paulo https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v43n2/pt_1806-3713-jbpneu-43-02-00121.pdf 
 
Teste do suor com dosagem de cloreto para diagnóstico da fibrose cística 
http://conitec.gov.br/images/Incorporados/TestedoSuor-final.pdf 
 
FIBROSE CÍSTICA: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2675-fibrose-cistica 
 
FIBROSE CÍSTICA: https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/fibrose-cistica-diagnostico-tratamento/ 
 
FIBROSE CÍSTICA: https://www.cdra.com.br/diferenca-fibrose-cistica-e-fibrose-
pulmonar#:~:text=A%20fibrose%20c%C3%ADstica%20n%C3%A3o%20tem,%2C%20geneticista%2C
%20fisioterapeuta%20e%20outros. 
 
Avanços da Genética na Fibrose Cística: http://revista.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/71_pt.pdf 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/doen%C3%A7as-do-nariz-e-dos-seios-paranasais/p%C3%B3lipos-nasais
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/doen%C3%A7as-do-nariz-e-dos-seios-paranasais/p%C3%B3lipos-nasais
https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v43n2/pt_1806-3713-jbpneu-43-02-00121.pdf
http://conitec.gov.br/images/Incorporados/TestedoSuor-final.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2675-fibrose-cistica
https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/fibrose-cistica-diagnostico-tratamento/
https://www.cdra.com.br/diferenca-fibrose-cistica-e-fibrose-pulmonar#:~:text=A%20fibrose%20c%C3%ADstica%20n%C3%A3o%20tem,%2C%20geneticista%2C%20fisioterapeuta%20e%20outros
https://www.cdra.com.br/diferenca-fibrose-cistica-e-fibrose-pulmonar#:~:text=A%20fibrose%20c%C3%ADstica%20n%C3%A3o%20tem,%2C%20geneticista%2C%20fisioterapeuta%20e%20outros
https://www.cdra.com.br/diferenca-fibrose-cistica-e-fibrose-pulmonar#:~:text=A%20fibrose%20c%C3%ADstica%20n%C3%A3o%20tem,%2C%20geneticista%2C%20fisioterapeuta%20e%20outros
http://revista.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/71_pt.pdf
2. Explicar a simbologia do heredograma. 
Através do estudo das genealogias é possível identificar várias formas de herança e, para isto, 
usamos o heredograma (carta genealógica ou “pedigree”), que é a representação gráfica dos indivíduos 
relacionados por parentesco. As convenções mais utilizadas na elaboração dos heredogramas são: 
 
 
Nos heredogramas, as gerações são representadas por números romanos colocados à esquerda e 
os indivíduos de cada geração, inclusive os cônjuges, são indicados por números arábicos colocados abaixo 
de cada símbolo, como exemplificado nas figuras. Os descendentes do casal estão representados logo 
abaixo, ligados entre si por uma linha horizontal que, por sua vez, está conectada por uma linha vertical à 
linha horizontal que une o casal. Os números sequenciais abaixo de cada símbolo, da esquerda para a direita, 
indicam a ordem de nascimento do primeiro filho ao último, intercalando-se neles os eventuais cônjuges. 
 
 
 
 
 
Importância do heredograma 
A história genealógica registrada graficamente no heredograma oferece uma série de vantagens, 
pois permite: 
1. A compreensão rápida das relações de parentesco entre diversos membros de uma 
genealogia, revendo as informações em tempo muito curto e permitindo, inclusive, avaliar a 
sua correção e melhor explorar a investigação em algumas delas; 
2. Verificar se uma doença se manifesta em um único indivíduo (caso esporádico) ou se ela se 
repete na genealogia e, nesse caso, se a repetição é feita preferencialmente na linha vertical, 
na linha colateral, ou em ambas, qual a distribuição dos casos afetados segundo o sexo, qual a 
ordem de nascimento dos doentes nas irmandades, qual a fertilidade dos casais etc.; 
3. Averiguar a ocorrência de casamentos consanguíneos e sua relação com a manifestação de 
uma doença. 
 
Regras empregadas durante a montagem do heredograma 
A montagem de um heredograma obedece a algumas regras: 
1. Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à direita, sempre que for 
possível. 
2. Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita. 
3. Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de cada 
geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos, da esquerda para a direita. Outra 
possibilidade é se indicar todos os indivíduos de um heredograma por algarismos arábicos, 
começando-se pelo primeiro da esquerda, da primeira geração. 
 
Critérios utilizados para facilitar a interpretação do 
heredograma 
Abaixo, citamos alguns critérios que não são rígidos, mas que facilitam a identificação de determinado 
padrão de herança, quando analisamos um heredograma. 
 
Herança autossômica dominante: 
 A característica ocorre igualmente em homens e mulheres. 
 Indivíduos afetados são freqüentemente filhos de casais onde pelo menos um dos cônjugesé 
afetado, dessa forma, um casal normal não tem filhos afetados (a ao ser que haja mutação ou 
penetrância incompleta). 
 A característica ocorre em todas as gerações. 
 
Herança autossômica recessiva: 
 Os dois sexos são igualmente afetados. 
 Os indivíduos afetados resultam de cruzamentos consanguíneos em geral 
 O caráter aparece tipicamente apenas entre irmãos, mas não em seus pais, descendentes ou 
parentes. 
 Em média, ¼ dos irmãos do propósito são afetados. 
 
Herança recessiva ligada ao sexo (ao X): 
 A incidência é mais alta nos homens (sexo heterogamético) do que nas mulheres (sexo 
homogamético). 
 O caráter é passado de um homem afetado, através de todas as suas filhas para metade dos filhos 
delas. 
 O caráter nunca é transmitido diretamente de pai para filho. 
 
Herança dominante ligada ao sexo (ao X): 
 Os homens afetados transmitem o caráter para todas as suas filhas e nenhum de seus filhos. 
 As mulheres afetadas que são heterozigotas transmitem o caráter para a metade de seus filhos 
de ambos os sexos. 
 As mulheres afetadas que são homozigotas transmitem o caráter pra toda a sua prole. 
 
 
 
 
 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
https://www2.icb.ufmg.br/grad/genetica/heredogramas.htm 
 
http://dreyfus.ib.usp.br/bio203/E3_heredogramas.pdf 
 
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Genetica/leismendel5.php 
 
https://www.portoeditora.pt/conteudos/emanuais_pe_2015_amostra/85319/9789720853196-TE-
1/assets/resources/documents/vter9_ta_heredrogramas.pdf 
 
http://lineu.icb.usp.br/~bbeiguel/Variabilidade%20Humana/Cap.3.1.pdf 
 
 
 
3. Descrever a herança autossômica recessiva e seu padrão de heredograma. 
Herança Autossômica Recessiva 
A doença autossômica recessiva ocorre apenas em indivíduos com dois alelos mutados e nenhum alelo 
selvagem. Tais homozigotos devem herdar um alelo mutado de cada um dos genitores, sendo cada um deles 
(com raras exceções, que serão discutidas posteriormente) heterozigoto para aquele alelo. 
 
Quando um distúrbio apresenta herança autossômica recessiva, o alelo mutante responsável 
geralmente diminui ou abole a função do produto gênico, na chamada mutação de perda de função. Por 
exemplo, muitas doenças recessivas são causadas por mutações que comprometem ou abolem a função 
de uma enzima. A cópia normal remanescente do gene em um heterozigoto é capaz de compensar o alelo 
mutante e evitar que a doença ocorra. Porém, quando não há nenhum alelo normal presente, como no caso 
dos homozigotos e dos heterozigotos compostos, a doença se manifesta. 
 
Três tipos de união podem resultar em uma prole homozigota afetada por uma doença autossômica 
recessiva. O tipo mais comum de união é, de longe, aquela entre dois heterozigotos não afetados, que são 
frequentemente chamados de portadores. Contudo, qualquer união na qual cada genitor tem ao menos um 
Observação 
A herança dominante ligada ao X não pode ser distinguida da herança autossômica 
dominante pela prole das mulheres afetadas, mas apenas pela prole dos homens afetados. 
 
https://www2.icb.ufmg.br/grad/genetica/heredogramas.htm
http://dreyfus.ib.usp.br/bio203/E3_heredogramas.pdf
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Genetica/leismendel5.php
https://www.portoeditora.pt/conteudos/emanuais_pe_2015_amostra/85319/9789720853196-TE-1/assets/resources/documents/vter9_ta_heredrogramas.pdf
https://www.portoeditora.pt/conteudos/emanuais_pe_2015_amostra/85319/9789720853196-TE-1/assets/resources/documents/vter9_ta_heredrogramas.pdf
http://lineu.icb.usp.br/~bbeiguel/Variabilidade%20Humana/Cap.3.1.pdf
alelo recessivo pode produzir uma prole homozigota afetada. A transmissão de uma condição recessiva 
pode ser acompanhada se simbolizarmos o alelo recessivo mutado por r e o alelo dominante normal por R. 
 
Quando ambos os genitores de uma pessoa afetada são portadores, o risco de a criança receber 
um alelo recessivo é de 50% a partir de cada genitor. A chance de herdar dois alelos recessivos e ser, 
portanto, afetado é de ½ × ½ ou de um em quatro a cada gravidez. Essa chance de 25% para que dois 
heterozigotos tenham uma criança com um distúrbio autossômico recessivo independe de quantos filhos já 
tiveram e se os mesmos são afetados ou não. O probando - indivíduo particular que estiver sendo estudado 
- pode ser o único membro afetado da família, mas se houver outros afetados, geralmente esses estão 
na irmandade e não em outro lugar na genealogia (Fig. 7-4). 
 
 
Heredograma típico mostrando herança autossômica recessiva. 
 
DISTÚRBIOS AUTOSSÔMICOS RECESSIVOS INFLUENCIADOS PELO SEXO 
Uma vez que homens e mulheres possuem a mesma composição de autossomos, os distúrbios 
autossômicos recessivos geralmente apresentam frequência e gravidade iguais entre homens e mulheres. 
Há, entretanto, exceções. Algumas doenças autossômicas recessivas apresentam um fenótipo influenciado 
pelo sexo, ou seja, o distúrbio se expressa em ambos os gêneros, porém com frequência ou gravidade 
diferentes. Por exemplo, a hemocromatose hereditária é um fenótipo autossômico recessivo cinco a 10 
vezes mais comum em homens do que em mulheres. Os indivíduos afetados apresentam aumento da 
absorção do ferro proveniente da alimentação, o que pode causar sobrecarga e danos sérios no coração, 
no fígado e no pâncreas. Acredita-se que a menor incidência de doença clínica nas mulheres homozigotas 
se deva à menor ingestão de ferro na dieta, menos uso de álcool e maior perda desse íon pela menstruação. 
 
HERANÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA 
 
 
 
 
 
FREQUÊNCIA GÊNICA E FREQUÊNCIA DE PORTADORES 
Geralmente os alelos mutantes responsáveis por um distúrbio recessivo são raros, de modo que a 
maioria das pessoas não terá nem mesmo uma cópia do alelo mutado. Considerando que os distúrbios 
autossômicos recessivos precisam ser herdados de ambos os genitores, o risco para qualquer portador 
ter uma criança afetada depende, em parte, da possibilidade de o parceiro também ser portador do alelo 
mutado para essa condição. Assim, conhecer a frequência de portadores de uma doença tem importância 
clínica para fins de aconselhamento genético. 
 
CONSANGUINIDADE 
Devido geralmente à raridade dos alelos mutantes na população, os indivíduos que apresentam 
distúrbios autossômicos recessivos raros são mais tipicamente heterozigotos compostos do que realmente 
homozigotos. Uma exceção bem conhecida a essa regra ocorre quando um indivíduo afetado herda 
exatamente o mesmo alelo mutante de ambos os pais quando estes são consanguíneos (i.e., quando são 
parentes e portam um alelo mutante idêntico herdado de um ancestral comum). A presença de 
consanguinidade entre os genitores de um paciente com um distúrbio genético é uma forte evidência (mas 
não uma prova) de que o distúrbio foi herdado de maneira autossômica recessiva. 
 
 
Heredograma no qual a consanguinidade parental sugere herança autossômica recessiva. A seta indica o probando. 
 
A consanguinidade é encontrada mais frequentemente em pacientes com doenças muito raras do 
que nos casos de doenças recessivas mais comuns. Isso ocorre porque é menos provável que dois indivíduos 
que se casem ao acaso na população sejam portadores do mesmo alelo mutante do que se tivessem 
herdado de um ancestral em comum. Por exemplo, no xeroderma pigmentoso, um defeito de reparo de 
DNA bastante raro com herança autossômica recessiva, mais de 20% dos casos ocorrem na prole de 
casais de primos em primeiro grau. Por outro lado, em condições recessivas mais comuns, a maioria dos 
casos ocorre em casais que não são aparentados, tendo cada um maior chance de ser portador. Assim, a 
maioria dos afetados por doenças relativamente comuns, tais como a FC, não resulta de casamentos 
consanguíneos, tendo em vista o alelo mutado ser comum na população geral. 
 
EXEMPLOS DE DOENÇAS AUTOSSÔMICAS RECESSIVAS 
São exemplos de doenças autossômicas recessivas a: 
 Fenilcetonúria, 
 Fibrose cística 
 Anemia das células falciformes. 
 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
McInnes, Roderick R. Thompson & ThompsonGenética Médica. Grupo GEN, 2016. [Minha Biblioteca]. 
 
http://www.eurogentest.org/fileadmin/templates/eugt/leaflets/pdf/portuguese/recessive_inheritan
ce.pdf 
 
 
4. Citar os diferentes testes genéticos diagnósticos (sequenciamento de DNA, pcr e 
outros). Existem esses testes no sus? 
Os testes genéticos são um tipo de exame médico que identifica variações genéticas herdadas dos 
nossos progenitores e que tipicamente são transmitidas aos nossos filhos. Os “erros” que podem ocorrer 
nos nossos genes (chamados de mutações) podem se manifestar na forma de doença. Deste modo os 
testes genéticos podem ser usados para confirmar o diagnóstico de uma doença. 
 
Um teste genético consiste na análise do nosso DNA, o material genético das nossas células, que 
contém a informação que nos confere características específicas e permite que o nosso corpo 
desempenhe as mais variadas funções. Existem diferentes métodos para a realização de exames rápidos 
e precisos do nosso DNA. Os métodos mais comuns são: 
 SEQUENCIAMENTO (a leitura da ordem dos blocos construtores do DNA, que se chamam 
nucleotídeos); 
 ANÁLISE DE DELEÇÕES/DUPLICAÇÕES (a detecção de deleções ou inserções grandes na 
molécula de DNA/genes). 
 
Como teste de diagnóstico, os testes genéticos são classificados de um modo geral como sendo testes 
preditivos. 
 
Os TESTES DE DIAGNÓSTICO são feitos para identificar as mutações que causam os sintomas. 
Quando uma família é afetada, estes testes deverão ser feitos no familiar afetado, ou se não for possível, 
nos familiares mais próximos possíveis da pessoa afetada, o chamado paciente índice. 
 
Um TESTE PREDITIVO é um exame que é realizado ainda na ausência de sintomas. No entanto, uma 
pessoa pode ser portadora de uma mutação e assim vir mais tarde a desenvolver sintomas. Os testes 
preditivos também incluem testes realizados em portadores. Este tipo de teste é relevante para pessoas 
assintomáticas, portadoras de uma mutação, mas com o risco da mutação vir afetar os seus filhos. 
 
IMPORTÂNCIA DOS TESTES GENÉTICOS 
 Para muitas doenças, os testes genéticos são a única forma de fazer um diagnóstico preciso 
e evitar a realização desnecessária de exames médicos adicionais. 
 No caso de algumas doenças (como por exemplo, no caso de diagnóstico precoce de câncer 
hereditário) uma boa vigilância e uma intervenção precoce podem salvar a vida do paciente. 
http://www.eurogentest.org/fileadmin/templates/eugt/leaflets/pdf/portuguese/recessive_inheritance.pdf
http://www.eurogentest.org/fileadmin/templates/eugt/leaflets/pdf/portuguese/recessive_inheritance.pdf
 Os testes genéticos ajudam os médicos a escolher a terapia e o apoio mais adequado para o 
paciente. 
 Os resultados dos testes genéticos podem ser úteis para um futuro planejamento familiar. 
 
QUANDO SE DEVEM FAZER TESTES GENÉTICOS? 
Aconselha-se fazer testes genéticos para diversos propósitos, como por exemplo, para: 
 Diagnosticar uma doença genética e assim identificar a mutação responsável; 
 Prever se uma doença vai piorar ou não (prognóstico); 
 Permitir aos médicos uma gestão mais eficaz das doenças e decidir qual o tratamento mais 
adequado; 
 Procurar a mesma alteração genética em outros familiares e dar um aconselhamento genético 
adequado à família. 
 
QUAIS SÃO AS LIMITAÇÕES E OS RISCOS? 
 A detecção de uma alteração genética no ADN de um indivíduo, não é necessariamente 
suficiente para prever a ocorrência de uma doença. 
 Dois indivíduos com exatamente a mesma mutação no mesmo gene poderão vir a apresentar 
doenças diferentes. 
 Um teste negativo também não é uma garantia de 100% de que um indivíduo não será afetado. 
Outro gene que não foi testado poderá ter a mutação. 
 A mais importante limitação de fazer testes genéticos é o fato da informação proveniente 
dos testes nem sempre possibilitam aconselhamento terapêutico. Para a maioria das doenças 
genéticas não existe atualmente qualquer tratamento eficaz. 
 
SEQUENCIAMENTO GENÉTICO 
O sequenciamento genético é uma técnica que envolve processos bioquímicos que permitem identificar 
cada nucleotídeo (base) em uma cadeia de DNA, como uma leitura, letra a letra. Por exemplo, em 1990 o 
projeto Genoma Humano (PGH) juntou esforços da comunidade científica internacional de mapear todo 
genoma humano, isto é, fazer um mapa da sequência em que as bases que formam o DNA humano estão 
dispostos. As aplicações são inumeráveis como por exemplo, na medicina, produção de medicamento, estudo 
de outras espécies, etc. 
 
O sequenciamento clínico envolve o uso de sequenciamento genético e análise bioinformática para o 
diagnóstico de condições de interesse clínico, como doenças raras e tumores. 
 
Tudo se inicia, geralmente, quando um paciente, apresenta a suspeita de uma doença de 
características genéticas ou quando se deseja realizar uma análise para identificar a predisposição para 
uma específica enfermidade. 
 
Estas doenças decorrem de alterações genéticas específicas em regiões do paciente, ou seja, a 
troca de uma ou mais letras no DNA. O médico então solicita um exame apropriado de acordo com a suspeita 
da doença. Por exemplo, para analisar o risco de câncer mama o médico poderia solicitar o sequenciamento 
dos genes BRCA1 e BRCA2, ou em outros casos um estudo do exoma completo (exame de todos os genes). 
 
Para realizar um exame genético, é necessário coletar uma amostra do paciente, que pode ser de 
sangue, saliva ou medula. Após a coleta, a amostra é pré-processada no laboratório, onde é realizada a 
separação, extração e armazenamento do DNA que está presente nas células. Nessa etapa conta-se com 
o auxílio de robôs, que preparam o DNA com a adição de reagentes específicos que amplificam o DNA em 
milhares de vezes, para facilitar o sequenciamento. 
 
Finalmente, a amostra é processada em um sequenciador automático, que codifica e digitaliza as 
sequências de DNA e, por meio de computação de alto desempenho, compara com bases de dados para 
saber o que está igual ou diferente no DNA. Estes dados são anotados e entregues aos especialistas, que 
por meio de uma análise minuciosa e, novamente com a ajuda da informática, que busca a literatura 
relevante de forma automática, determinam se as alterações presentes são ou não causadoras da doença 
em questão. Esta é a etapa mais laboriosa, e que realmente exige mais tempo, pois é feita a interpretação 
e escrita das conclusões, para se chegar no laudo revisado e consolidado. 
 
O laudo final então é emitido e entregue ao paciente e médico, que analisará o laudo e tomará as 
devidas providências para o tratamento adequado e personalizado da doença, se esta for realmente 
identificada. 
 
TESTE DE ANÁLISE DE DELEÇÕES/DUPLICAÇÕES 
 Exames específicos como os de AMPLIFICAÇÃO MULTIPLEX DE SONDAS DEPENDENTE DE LIGAÇÃO 
(MLPA) e de ANÁLISE CROMOSSÔMICA POR MICROARRAY (CMA) são considerados, até o momento, 
padrão-ouro para a detecção de Deleções e Duplicações. 
 
O MLPA (Amplificação Multiplex de Sondas Dependente de Ligação) é indicado para investigação de 
condições com suspeita clínica conhecida, pois é um exame altamente específico e robusto e sua técnica é 
baseada na análise dos picos que se referem ao número de cópias de paciente comparadas a amostra 
controle. As sondas, de tamanhos diferentes, são especificamente posicionadas nos genes, de forma 
uniforme, permitindo à amplificação somente das sondas que se ligaram às regiões alvo. Como o processo 
de amplificação é exponencial, perdas ou ganhos de material genético serão suficientes para gerar um sinal 
diferente daqueles obtidos em amostras controle. 
 
O CMA é indicado principalmente investigação de situações em que não haja uma região específica a 
ser pesquisada, uma vez que há cobertura para todo o genoma, ou que não existam sondas de MLPA 
disponíveis 
 
Os testes de CMA são comumente denominados na prática clínica de Microarray, CGH-Array e SNP-
Array e sua técnica é baseada na detecção de sinal emitido pelaamostra do paciente, em comparação 
aquela de controles clinicamente saudáveis por meio de sondas que reconhecem trechos específicos de 
DNA, bem como polimorfismos frequentes na população. A resolução do teste depende diretamente da 
distância entre as sondas e da quantidade de sondas necessárias para se obter uma região mínima de 
confiança, o que pode variar dependendo da metodologia aplicada. 
 
Para entender como funcionam estes testes é preciso ter em mente que os genes são formados 
por uma sequência de nucleotídeos (DNA) e sua função depende diretamente da correta disposição desses 
nucleotídeos. As alterações que afetam pontualmente a sequência linear desses nucleotídeos ou que cursam 
com perdas ou ganhos de nucleotídeos de até 50 pares de bases são identificadas pelos exames de 
sequenciamento (incluindo sequenciamento de genes únicos, painéis ou exoma). Porém, devido à duplicidade 
do material genético (herança materna e paterna), os exames de sequenciamento não apresentam alta 
especificidade e sensibilidade para a correta determinação das CNVs maiores. 
 
A tabela abaixo apresenta os diferentes exames de MLPA oferecidos pelo DLE Genética Humana e 
Doenças Raras para diagnóstico de CNV’s: 
 
 
TESTES GENÉTICOS PELO SUS 
O Projeto de Lei 265/20 obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer gratuitamente a mulheres 
com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário o exame de detecção de mutação nos genes BRCA1 
e BRCA2. Estudos apontam que mutações nesses genes elevam em até 80% o risco de o paciente 
desenvolver câncer de mama ou de ovário. A proposta está em análise na Câmara dos Deputados. 
{REFERÊNCIAS} 
OS BENEFÍCIOS DE FAZER TESTES GENÉTICOS: https://www.centogene.com/fileadmin/pdf/Genetic_ 
testing/Benefits_of_genetic_testing/Flyer_Os_beneficios_de_fazer_testes_geneticos.pdf 
 
Hospital Israelita Albert Einstein – ENTENDENDO O EXAME DE SEQUENCIAMENTO GENÉTICO: 
https://www.genomika.com.br/blog/entendendo-o-exame-de-sequenciamento-gen%C3%A9tico/#:~:tex 
t=Para%20realizar%20um%20exame%20gen%C3%A9tico,que%20est%C3%A1%20presente%20nas
%20c%C3%A9lulas. 
 
https://dle.com.br/citogenomica/testes-gene-especificos-por-mlpa-e-diferentes-resolucoes-de-cma 
 
Projeto de lei concede a paciente direito a teste genético pelo SUS - https://medicinasa.com.br/teste-
genetico-pelo-sus/ 
 
 
5. Citar os diferentes tipos de mutações gênicas. 
Mutações 
Em geral, a replicação do DNA se dá ́ de maneira correta; eventualmente, podem ocorrer erros nesse 
processo, que constituem fonte de variabilidade, a qual é um componente essencial no processo da evolução. 
As alterações hereditárias do material genético de um organismo, decorrentes de erros de replicação 
antes da divisão celular e não causadas por recombinação ou segregação, são denominadas mutações. 
 
O termo mutante refere-se a um fenótipo incomum ou à expressão do gene que sofreu a mutação. 
O fenótipo comum ou a expressão fenotípica do gene inalterado é denominado TIPO SELVAGEM. Mas nem 
todas as mutações são detectáveis fenotipicamente, podendo, no entanto, ser verificadas no nível 
molecular. Na espécie humana, uma mutação provavelmente será ́ reconhecida mais pelos seus efeitos 
prejudiciais, causando um transtorno ou uma doença, do que por seus efeitos benéficos, como o aumento 
da resistência a infecções ou o aumento da sobrevivência. 
 
As modificações hereditárias que ocorrem num lócus gênico específico são chamadas MUTAÇÕES 
GÊNICAS, de ponto ou pontuais, que podem envolver substituição, adição ou perda de uma única base. Se as 
modificações forem maiores, alterando os cromossomos, elas são denominadas MUTAÇÕES 
CROMOSSÔMICAS, sendo mutações estruturais as que modificam a estrutura dos cromossomos e 
mutações numéricas as que alteram o seu número. Em geral, esses tipos de mutações são denominados 
ALTERAÇÕES ou ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS. 
 
MUTAÇÕES GÊNICAS 
De acordo com a sua etiologia, as mutações são classificadas em 
 ESPONTÂNEAS, quando ocorrem sem que haja a interferência conhecida de qualquer agente 
capaz de provocá-las; 
https://www.centogene.com/fileadmin/pdf/Genetic_%20testing/Benefits_of_genetic_testing/Flyer_Os_beneficios_de_fazer_testes_geneticos.pdf
https://www.centogene.com/fileadmin/pdf/Genetic_%20testing/Benefits_of_genetic_testing/Flyer_Os_beneficios_de_fazer_testes_geneticos.pdf
https://www.genomika.com.br/blog/entendendo-o-exame-de-sequenciamento-gen%C3%A9tico/#:~:tex t=Para%20realizar%20um%20exame%20gen%C3%A9tico,que%20est%C3%A1%20presente%20nas%20c%C3%A9lulas
https://www.genomika.com.br/blog/entendendo-o-exame-de-sequenciamento-gen%C3%A9tico/#:~:tex t=Para%20realizar%20um%20exame%20gen%C3%A9tico,que%20est%C3%A1%20presente%20nas%20c%C3%A9lulas
https://www.genomika.com.br/blog/entendendo-o-exame-de-sequenciamento-gen%C3%A9tico/#:~:tex t=Para%20realizar%20um%20exame%20gen%C3%A9tico,que%20est%C3%A1%20presente%20nas%20c%C3%A9lulas
https://dle.com.br/citogenomica/testes-gene-especificos-por-mlpa-e-diferentes-resolucoes-de-cma
https://medicinasa.com.br/teste-genetico-pelo-sus/
https://medicinasa.com.br/teste-genetico-pelo-sus/
 INDUZIDAS, quando ocorrem em frequência aumentada pela ação de agentes físicos e/ou 
químicos conhecidos, denominados agentes mutagênicos. A maio- ria desses agentes atua 
diretamente sobre o DNA, seja alterando uma determinada base, seja incorporando-se ao 
mesmo. 
 
A FREQUÊNCIA DE MUTAÇÕES denomina-se TAXA DE MUTAÇÃO e é expressa pelo número de 
mutações por lócus, por gameta e por geração. Essa taxa pode ser aumentada pela ação de agentes 
mutagênicos. 
 
As mutações gênicas podem ser de três tipos: 
 Por substituição de base; 
 Por perda ou deleção de base; 
 Por adição ou inserção de base. 
 
IMAGEM 2.1 
 
MUTAÇÕES POR SUBSTITUIÇÃO 
As mutações por substituição apresentam denominações diferentes 
 
 DE ACORDO COM O TIPO DE BASES QUE ENVOLVEM. 
Quando a substituição abrange bases do mesmo tipo, isto é, substituição de uma purina por outra 
purina ou de uma pirimidina por outra de igual tipo, ela é denominada TRANSIÇÃO. Exemplos: purina → 
purina – ACG (treonina) → GCG (alanina); pirimidina → pirimidina – ACA (treonina) → AUA (isoleucina). 
 
Quando a substituição envolve bases de tipos diferentes, isto é, troca de uma purina por uma 
pirimidina, ou vice-versa, a mutação chama-se TRANSVERSÃO. Exemplos: purina → pirimidina – AAG (lisina) 
→ ACG (treonina); pirimidina → purina – UGC (cisteina) → UGG (triptofano). 
 
Quando a substituição de base ocasiona a troca de um aminoácido, é denominada MUTAÇÃO COM 
SENTI- DO TROCADO OU INCORRETO e seu efeito sobre a proteína depende da natureza da substituição 
do aminoácido. A substituição do aminoácido na cadeia polipeptídica pode levar a uma proteína alterada, com 
redução ou perda da sua atividade biológica, ou pode acarretar também uma proteína semelhante à normal, 
sem qualquer efeito funcional. Se a substituição fizer surgir um dos três códons terminais (UAA, UAG e 
UGA), finalizando prematuramente a síntese proteica, ela se chama MUTAÇÃO SEM SENTIDO. Na maioria 
dos casos, a cadeia polipeptídica é encurtada e provavelmente não conserva sua atividade biológica normal. 
 
 CONFORME SEU EFEITO, AS SUBSTITUIÇÕES TAMBÉM SE CLASSIFICAM EM: 
o DIRETAS – Substituições de base que resultam na troca do aminoácido original para um 
novo aminoácido. Exemplo: UUU (fenilalanina) → UUA (leucina). 
o REVERSAS – Responsáveis pelo processo inverso, quando ocorrem no mesmo ponto. 
Exemplo: UUA (leucina) → UUU (fenilalanina). 
o SILENCIOSAS – Quando a mudança implica um códon sinônimo, que não altera o 
aminoácido. Exemplo: UUU (fenilalanina) → UUC (fenilalanina). 
o NEUTRAS – Quando a substituição de base resulta em troca de aminoácido, mas isso 
não afeta a atividade da proteína. 
 
As substituições de base alteram apenas o códon ao qual ela pertence, acarretando somente a 
alteração de um aminoácido na proteína. Embora a atividade desta última possa ser reduzida, ela não é 
abolida.MUTAÇÃO POR DELEÇÃO OU INSERÇÃO 
Quando se trata de deleção ou inserção de três bases adjacentes, ou de múltiplos de três bases, há 
perda ou adição de aminoácidos na cadeia polipeptídica, mas a fase de leitura das bases da sequência 
restante não se altera, embora o polipeptídeo possa não ser funcional. No entanto quando essas mutações 
não envolvem três bases ou múltiplos de três bases, a leitura se altera até́ o fim da cadeia, e geralmente 
o polipeptídeo resultante é não funcional. 
 
Podem ocorrer, ainda, mutações no DNA não codificador, que podem ser inócuas fenotipicamente, a 
menos que ocorram em sequências do DNA relacionadas com a regulação dos genes estruturais ou na 
junção da emenda entre íntrons e éxons. As MUTAÇÕES NAS SEQUÊNCIAS REGULADORAS podem afetar 
o nível da expressão gênica, enquanto as MUTAÇÕES NA JUNÇÃO DA EMENDA podem causar perda de 
sequências codificadoras (perda de éxons) ou retenção de sequências não traduzidas (manutenção de 
íntrons) na molecular de RNA mensageiro, ocasionando erro no encadeamento (splicing). As mutações das 
junções da emenda parecem ocorrer mais comumente em genes do colágeno, sendo a base mutacional 
para a osteogênese imperfeita. 
 
As mutações ainda podem ser classificadas em MUTAÇÕES ESTÁVEIS ou FIXAS, quando são 
transmitidas inalteradas às gerações seguintes, e MUTAÇÕES INSTÁVEIS ou DINÂMICAS, quando sofrem 
alterações ao serem transmitidas nas famílias. 
 
As estáveis ou fixas abrangem as substituições, deleções e inserções de bases; as instáveis ou 
dinâmicas consistem em sequências de trincas repetidas que ocorrem em número de cópias aumentadas 
(amplificação ou expansão de trinucleotídeos), constituindo as mutações básicas para muitas doenças de 
herança monogênica. 
 
Ainda não é bem conhecido como ocorre a amplificação ou a expansão do número de repetições de 
trincas. Sabe-se, no entanto, que as repetições de trincas abaixo de um determinado número para cada 
doença são fielmente transmitidas, na mitose e na meiose; acima de certo número de repetições para cada 
doença, são instáveis e geralmente serão transmitidas com aumento ou decréscimo no número de trincas 
repetidas. Um dos possíveis mecanismos causadores é o crossing-over desigual entre cromátides-irmãs, 
gerando e expandindo essas repetições de trincas. 
 
 SEGUNDO SEUS EFEITOS FENOTÍPICOS, AS MUTAÇÕES PODEM SER CLASSIFICADAS EM DOIS 
TIPOS: 
o MUTAÇÕES DE PERDA DE FUNÇÃO - que reduzem ou eliminam a função de seu produto 
gênico, podendo ser dominantes ou recessivas, 
o MUTAÇÕES DE GANHO DE FUNÇÃO - que resultam em um produto gênico com função 
reforçada ou nova, sendo geralmente dominantes. 
 
Qualquer tipo de mutação, desde uma mutação pontual até́ a deleção de um gene inteiro, pode 
acarretar a perda de função; as mutações que resultam na perda absoluta da função são chamadas de 
MUTAÇÕES NULAS. Por outro lado, o ganho de função pode ser devido a uma mudança na sequência de 
aminoácidos do polipeptídeo, atribuindo-lhe uma nova atividade, ou a uma mutação na região reguladora do 
gene, que o leva a se expressar em níveis mais elevados, ou à síntese do gene em ocasiões e locais 
incomuns. 
 
Os genomas eucarióticos, como o humano, consistem principalmente em regiões não codificadoras, e 
provavelmente a maioria das mutações ocorre nessas regiões, que não contêm genes. Essas mutações são 
consideradas MUTAÇÕES NEUTRAS, se não afetam os produtos ou a expressão gênica. 
 
 FINALMENTE, DEVEM-SE DISTINGUIR DUAS CLASSES DE MUTAÇÕES, SEGUNDO O TIPO DE 
CÉLULA EM QUE OCORREM E SEUS EFEITOS. 
As mutações que ocorrem nas células somáticas – MUTAÇÕES SOMÁTICAS – acarretam maior 
prejuízo para o indivíduo. Nos adultos, se atingirem células em divisão, podem causar tumores e outras 
lesões degenerativas. Se atingirem um zigoto, embrião ou feto, essas mutações podem causar mosaicismo, 
sendo que o grau deste último dependerá do período do desenvolvimento em que as mutações ocorreram. 
 
As mutações que ocorrem nas células da linhagem germinativa – MUTAÇÕES GAMÉTICAS – são 
transmitidas às futuras gerações. Em geral não causam prejuízo ao seu portador, mas, dependendo do tipo 
de dano, poderão acarretar redução da fertilidade. 
 
 
1ª Resposta que eu tinha feito - não sei se está certo 
 
Mutações Gênicas 
As mutações gênicas ou de DNA, incluindo a substituição de um par de bases, inserções e deleções, 
podem originar-se por qualquer um de dois mecanismos básicos: erros introduzidos durante a replicação do 
DNA ou mutações decorrentes de uma falha no reparo correto do DNA após lesão. Muitas dessas mutações 
são espontâneas e surgem durante os processos normais (mas imperfeitos) de replicação e reparo do 
DNA, enquanto outras são induzidas por agentes físicos ou químicos, chamados de mutagênicos. 
 
 
 
Tipos de Mutação em Doenças Genéticas Humanas 
TIPO DE MUTAÇÃO PORCENTAGEM DE MUTAÇÕES CAUSADORAS DE 
DOENÇA 
Substituições de nucleotídeos 
Mutações de sentido trocado (missense) 
(substituições de aminoácidos) 
50% 
Mutações sem sentido (nonsense) (códons de 
término prematuros) 
10% 
Mutações no processamento de RNA (destroem 
sítios de splicing consensuais, sítios de 
capeamento e sítios de poliadenilação ou criam 
sítios ocultos) 
10% 
Mutações de sítios de splicing, levando a mutações 
de mudança de matriz de leitura (frameshift) e 
códons de término prematuros 
10% 
Mutações reguladoras de longo alcance Raras 
Deleções e Inserções 
Adição ou deleções de um pequeno número de 
bases 
25% 
Deleções gênicas grandes, inversões, fusões e 
duplicações (podem ser mediadas pela homologia 
de sequência do DNA tanto dentro quanto entre 
as fitas de DNA) 
5% 
Inserção do elemento LINE ou Alu (perturbação da 
transcrição ou interrupção da sequência 
codificante) 
Raras 
Mutações dinâmicas (expansão de sequências de 
repetição de tri ou tetranucleotídeos) 
Raras 
 
 
Substituições Nucleotídicas 
 MUTAÇÕES DE SENTIDO TROCADO 
Uma única substituição de nucleotídeo (ou mutação pontual) em uma sequência gênica, pode alterar o 
código em uma trinca de bases e causar a substituição não sinônima de um aminoácido por outro no produto 
gênico. Tais mutações são denominadas mutações de sentido trocado (missense) porque alteram o “sentido” 
da codificação do gene ao especificar um aminoácido diferente. Embora nem todas as mutações de sentido 
trocado conduzam a uma alteração observável na função proteica, a proteína resultante pode não 
funcionar adequadamente, pode tornar-se instável e degradar-se rapidamente, ou pode falhar em localizar 
a sua posição intracelular correta. Em muitos distúrbios, tais como a β-talassemia, a maioria das mutações 
detectadas em diferentes pacientes compreende mutações de sentido trocado. 
 
 MUTAÇÕES SEM SENTIDO 
As mutações pontuais em uma sequência de DNA que causam a substituição de um códon normal 
para um aminoácido por um dos três códons de término (ou “parada”) são chamadas de mutações sem 
sentido (nonsense). Como a tradução do RNA mensageiro (RNAm) cessa quando o códon de término é 
atingido, uma mutação que converte um éxon codificante em um códon de término promove a parada da 
tradução no meio da sequência codificante do RNAm. As consequências das mutações de término 
prematuras são duplas. Em primeiro lugar, o RNAm transportando uma mutação prematura é 
frequentemente alvo de rápida degradação (através de um processo celular conhecido como decaimento 
do RNAm mediado por mutações sem sentido), e a tradução não é possível. Em segundo, mesmo que o 
RNAm seja suficientemente estável para ser traduzido, a proteína truncada é tão instável que é 
rapidamente degradada dentro da célula. Enquanto algumas mutações pontuais criam um códon de término 
prematuro, outras podem destruir o códon de término normal e permitir, assim, que a tradução continue 
até que outro códon de término do RNAm seja alcançado a jusante. Tal mutação irá levar a um produto 
proteico anormal com aminoácidos adicionaisem sua extremidade carboxiterminal, e poderá também 
perturbar as funções reguladoras normalmente exercidas pela região 3′ não traduzida a jusante do códon 
de término normal. 
 
 MUTAÇÕES QUE AFETAM A TRANSCRIÇÃO, O PROCESSAMENTO E A TRADUÇÃO DO RNA 
O mecanismo normal pelo qual os transcritos iniciais de RNA são feitos e depois convertidos em 
RNAms maduros (ou versões finais de RNAs não codificantes) requer uma série de modificações, incluindo 
a ligação de fatores de transcrição, o capeamento 5′, a poliadenilação e o splicing. Todos esses passos de 
maturação do RNA dependem de sequências específicas dentro do RNA. No caso de splicing, duas classes 
gerais de mutações foram descritas. Para os íntrons serem excisados do RNA não processado e os éxons 
serem unidos para formar um RNA maduro são requeridas sequências particulares de nucleotídeos 
localizados dentro ou próximos das junções éxon-íntron (sítio doador 5′) ou íntron-éxon (sítio aceptor 3′) 
delas. As mutações que afetam essas bases necessárias, seja no sítio doador ou aceptor, interferem com 
(e em alguns casos anulam) o splicing normal de RNA naquele local. Uma segunda classe de mutações de 
splicing envolve substituições de bases que não afetam por si próprias as sequências do sítio doador ou 
aceptor. Em vez disso, criam sítios doadores ou aceptores alternativos que competem com os sítios normais 
durante o processamento do RNA. Assim, pelo menos uma proporção do RNAm maduro ou do RNA não 
codificante em tais casos pode conter sequências de íntron impropriamente excisadas. 
 
Para genes codificantes de proteínas, mesmo se o RNAm for produzido e for estável, as mutações 
pontuais em regiões 5′ e 3′ não traduzidas também podem contribuir para doenças ao alterarem a 
estabilidade do RNAm ou a eficiência de tradução, reduzindo, assim, as quantidades de produtos proteicos 
produzidos. 
 
Deleções, Inserções e Rearranjos 
As mutações também podem ser causadas por inserção, deleção ou rearranjo nas sequências de 
DNA. Algumas deleções e inserções envolvem apenas alguns nucleotídeos e são, em geral, mais facilmente 
detectadas pelo sequenciamento direto dessa parte do genoma. Em outros casos, um segmento substancial 
de um gene ou um gene inteiro é deletado, duplicado, invertido, ou translocado para criar uma nova 
organização de sequências gênicas. 
 
Dependendo da natureza exata da deleção, inserção ou rearranjo, uma variedade de diferentes 
abordagens laboratoriais pode ser usada para detectar a alteração genômica. Algumas deleções afetam 
apenas um pequeno número de pares de bases. Quando tal mutação ocorre em uma sequência codificante 
e o número de bases envolvidas não é um múltiplo de três (i.e., não é um número completo de códons), o 
quadro de leitura será alterado começando no ponto de inserção ou deleção. O resultado das mutações é 
chamado de mutações de mudança de matriz de leitura. A partir do ponto de inserção ou de deleção, uma 
sequência diferente de códons é, portanto, gerada, codificando aminoácidos incorretos seguidos por um 
códon de término na matriz alterada, o que levará a um produto proteico funcionalmente alterado. Em 
contraste, se o número de pares bases inserido ou deletado for um múltiplo de três, não ocorrerão 
mudanças na matriz de leitura e haverá uma simples inserção ou deleção de aminoácidos correspondentes 
no produto gênico normalmente traduzido. Inserções ou deleções maiores, que variam de cerca de 100 a 
mais de 1.000 pb- par de bases-, são tipicamente referidas como “indels” - Indel é um termo de biologia 
molecular para uma inserção ou exclusão de bases no genoma de um organismo., como vimos no caso de 
polimorfismos anteriores. Elas podem afetar múltiplos éxons de um gene e causar distúrbios maiores na 
sequência codificante. 
 
Um tipo de mutação de inserção envolve a inserção de um elemento móvel, como aqueles 
pertencentes à família de DNA repetitivo LINE. Estima-se que, em qualquer indivíduo, aproximadamente 100 
cópias de uma subclasse particular da família LINE no genoma sejam capazes de se movimentar por 
retrotransposição. Tal movimento não só gera diversidade genética em nossa espécie, como também pode 
causar doenças por mutagênese insercional. Por exemplo, em alguns pacientes com a hemorragia grave do 
tipo hemofilia A são encontradas sequências LINE com vários pares de quilobases de tamanho inseridas em 
um éxon do gene do fator VIII, que interrompem a sequência de codificação e inativam o gene. Inserções 
LINE ao longo do genoma também são comuns em câncer de colo, refletindo a retrotransposição em células 
somáticas 
 
Como discutido anteriormente no contexto de polimorfismos neste capítulo, duplicações, deleções e 
inversões de um segmento maior de um único cromossomo são predominantemente o resultado de 
recombinação homóloga entre segmentos de DNA com alta homologia de sequência (Fig. 4-5). 
 
 
Sequências homólogas invertidas, marcadas como A e B, localizadas a 500 kb uma da outra no cromossomo X, uma a montante do gene do 
fator VIII, e outra em um íntron entre os éxons 22 e 23 do gene. O pareamento intracromossômico incorreto e a recombinação resultam na 
inversão dos éxons 1 a 22 do gene, interrompendo desse modo o gene e causando hemofilia grave. 
 
Os distúrbios que surgem como resultado de tais trocas podem ser devido a outra forma de alteração 
na dosagem de produtos gênicos selvagens, quando os segmentos homólogos estão fora dos próprios genes. 
Alternativamente, tais mutações podem, por si sós, levar a uma alteração da natureza da proteína 
codificada quando a recombinação ocorre entre genes diferentes dentro de uma família gênica ou entre 
genes em diferentes cromossomos. O pareamento e recombinação anormais entre duas sequências 
similares em orientação oposta em uma única fita de DNA levam à inversão. Por exemplo, quase metade 
de todos os casos de hemofilia A se deve à recombinação que inverte uma série de éxons, interrompendo 
assim a estrutura gênica e tornando o gene incapaz de codificar um produto gênico normal -figura acima. 
 
 MUTAÇÕES DINÂMICAS 
As mutações em alguns distúrbios envolvem à amplificação de uma sequência de repetição de 
nucleotídeos simples. Por exemplo, repetições simples, tais como (CCG)n, (CAG)n ou (CCTG)n localizadas na 
porção codificante de um éxon, em uma região não traduzida de um éxon, ou mesmo em um íntron, podem 
expandir-se durante a gametogênese, o que é denominado mutação dinâmica, interferindo com a expressão 
gênica normal ou com a função proteica. Uma repetição expandida na região codificante irá gerar um 
produto proteico anormal, enquanto a expansão da repetição em regiões não traduzidas ou íntrons de um 
gene pode interferir com a transcrição, o processamento de RNA ou a tradução. Não se sabe plenamente 
como as mutações dinâmicas ocorrem; elas são conceitualmente semelhantes aos polimorfismos de 
microssatélites, mas expandem-se a uma taxa muito maior que aquelas observadas para os loci de 
microssatélites. 
 
O envolvimento de expansões de repetição de nucleotídeos simples nas doenças é discutido nos. Em 
distúrbios causados por mutações dinâmicas, efeitos notáveis da origem parental são bem conhecidos e 
parecem ser característicos de doenças específicas e/ou da repetição de nucleotídeos simples específica 
envolvida. Tais diferenças podem ser devido a diferenças biológicas fundamentais entre a ovocitogênese e 
a espermatogênese, mas também podem resultar da seleção contra gametas que carregam determinadas 
expansões de repetição. 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
McInnes, Roderick R. Thompson & Thompson Genética Médica. Grupo GEN, 2016. [Minha Biblioteca]. 
 
Miriam, BORGES-OSÓRIO, Maria Regina Lucena; ROBINSON, W. Genética Humana. Grupo A, 2013. [Minha 
Biblioteca]. 
 
6. Explicar as consequências das mutações gênicas e citar exemplos. 
As mutações genéticas (ou gênicas) são as alterações que ocorrem na sequência de nucleotídeos na 
molécula de DNA constituinte dos genes, os quais sofrem umamudança em sua estrutura, de modo que a 
sequência difere da encontrada na maioria das pessoas. As mutações genéticas podem ser classificadas 
em duas maneiras principais: 
 
 MUTAÇÕES QUE AFETAM AS CÉLULAS GERMINATIVAS: são hereditárias e estão presentes 
em praticamente todas as células do corpo. 
 
 MUTAÇÕES ADQUIRIDAS, OU SOMÁTICAS: ocorrem em algum momento durante a vida de uma 
pessoa e estão presentes apenas em certas células e não em todas. Elas não podem ser 
passadas para a próxima geração. 
 
A maioria das mutações genéticas causadoras de doenças é incomum na população geral, mas algumas 
mutações ocorrem com mais frequência e são chamadas polimorfismos. Elas são comuns o suficiente para 
serem consideradas uma variação normal e são responsáveis por muitas das diferenças normais entre as 
pessoas, como a cor dos olhos e a cor do cabelo, por exemplo. 
 
Quais são as causas das mutações genéticas? 
De modo geral, as mutações são causadas por um erro no processo de duplicação do DNA; no entanto, 
existem, dentre outros, certos fatores do ambiente que podem produzir esse efeito, como raios X, 
substâncias presentes no fumo, luz ultravioleta, ácido nitroso e alguns corantes presentes em alimentos. 
 
Quais são as consequências das mutações genéticas? 
Para funcionar corretamente, cada célula depende de milhares de proteínas. Às vezes, mutações 
genéticas impedem que uma ou mais dessas proteínas funcionem adequadamente. Ao alterar as instruções 
de um gene para produzir uma proteína, uma mutação pode causar o mau funcionamento da proteína ou 
ela pode estar completamente ausente. Quando uma mutação altera uma proteína que desempenha um 
papel crítico no organismo, pode perturbar o desenvolvimento normal ou causar uma condição médica. O 
albinismo, por exemplo, é causado por uma mutação que ocorre na enzima tirosinase, que transforma a 
tirosina em melanina. 
 
Uma condição causada por mutações em um ou mais genes é chamada de DESORDEM GENÉTICA. 
Dependendo da célula atingida pela mutação, ela pode ser ou não transmitida aos descendentes. Em alguns 
casos, as mutações genéticas são tão graves que impedem que um embrião sobreviva até o nascimento. 
Essas mudanças podem ocorrer em genes que são essenciais para o desenvolvimento e muitas vezes 
interrompem o desenvolvimento de um embrião em seus estágios iniciais: como essas mutações têm efeitos 
muito graves, elas são incompatíveis com a vida. 
 
É importante notar que os genes em si não causam doenças. Os distúrbios genéticos são causados 
por mutações que fazem com que um gene funcione inadequadamente. Por exemplo, quando as pessoas 
dizem que alguém tem "o gene da fibrose cística", por exemplo, elas geralmente se referem a uma versão 
mutada do gene CFTR, que causa a doença. 
 
Quais são as principais enfermidades causadas por mutações 
genéticas? 
As doenças genéticas são transmitidas segundo as leis de Mendel. Entre as principais doenças gênicas, 
encontram-se: 
 
FENILCETONÚRIA 
A fenilcetonúria é caracterizada pelo defeito ou ausência da enzima fenilalanina hidroxilase, que 
deveria normalmente catalisar a conversão da fenilalanina (um aminoácido exógeno, não sintetizado pelo 
organismo) em tirosina (aminoácido essencial às proteínas do organismo, sintetizado a partir da fenilalanina), 
a qual, por sua vez, está envolvida na síntese da melanina (pigmento que confere cor à pele). Defeito 
congênito que causa acúmulo do aminoácido fenilalanina no corpo. 
 
 
 
ALBINISMO 
O albinismo (acromia, acromasia ou acromatose) é um distúrbio congênito caracterizado pela ausência 
parcial ou total de melanina na pele, cabelos e olhos, conferindo a essas estruturas uma coloração 
excessivamente esbranquiçada. 
 
 
 
FIBROSE CÍSTICA 
A fibrose cística (ou mucoviscidose) causa espessamento e aumento da viscosidade das secreções 
de algumas glândulas, afetando todo o organismo, podendo levar à morte. Genes defeituosos são 
responsáveis pela doença, que se caracteriza pela fibrose e formação de cistos no pâncreas e em diversos 
outros órgãos do corpo humano. 
 
 
 
ANEMIA FALCIFORME 
A anemia falciforme (ou drepanocitose) é uma doença transmitida geneticamente que causa 
deficiência do transporte de oxigênio para os tecidos. Ela ocorre devido a genes alterados transmitidos por 
ambos os pais. 
 
 
 
HEMOFILIA 
O termo hemofilia designa diversas doenças genéticas, hereditárias, as quais têm em comum a 
incapacidade de controlar os sangramentos, em razão de defeitos herdados nos mecanismos de coagulação 
do sangue. 
 
 
 
DALTONISMO 
O daltonismo é um tipo de acromatopsia (“cegueira de cores”) genética caracterizada por uma 
perturbação da percepção da visão devido à incapacidade de reconhecimento e distinção de algumas cores. 
 
 
 
DISTROFIA MUSCULAR 
As distrofias musculares são doenças de natureza genética (por mutações nos genes), que causam 
fraqueza muscular progressiva e afetam os movimentos. 
 
 
 
 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1318978/mutacoes+geneticas.htm 
 
 
7. Citar os principais agentes mutagênicos e suas ações. 
Somos constantemente expostos a diferentes substâncias químicas, muitas vezes uma única 
substância não seja carcinogênica, mas a exposição a um conjunto dessas substâncias pode perturbar os 
mecanismos celulares que reconhecem essas exposições ambientais e as eliminam antes que ocorram 
danos ao DNA. 
https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1318978/mutacoes+geneticas.htm
 
Agentes mutagênicos físicos, químicos e biológicos afetam a integridade estrutural do genoma, e como 
consequência podem resultar em distúrbios de uma ou mais redes metabólicas que regulam vários aspectos 
das funções celulares. Isso pode ser responsável por várias doenças genéticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os agentes mutagênicos podem ser categorizados em: 
 Agentes químicos que se incorporam no DNA dado serem muito semelhantes aos nucleotídeos 
 Agentes químicos ou físicos que modificam as bases de DNA 
 Agentes químicos ou físicos que causam inserções ou deleções de nucleotídeos 
 
Exemplos de agentes mutagênicos: 
 AGENTES MUTAGÊNICOS FÍSICOS: raios X, raios gama, raios ultravioletas; 
 
 AGENTES MUTAGÊNICOS QUÍMICOS: várias substâncias ditas cancerígenas como o amianto; 
 
 AGENTES MUTAGÊNICOS BIOLÓGICOS: alguns vírus e bactérias. 
 
Agentes mutagênicos físicos 
Os principais agentes mutagênicos físicos são as: 
 Radiações ionizantes 
 Radiações ultravioleta. 
 
RADIAÇÕES IONIZANTES 
As radiações ionizantes são radiações de alta energia e pequeno comprimento de onda, como os raios 
X, raios gama, raios cósmicos e partículas emitidas por elementos radioativos (partículas alfa, partículas 
Agentes mutagênicos 
Chamamos de agentes mutagênicos todo e qualquer elemento que se introduz no 
DNA, expondo-se às células e promovendo uma alteração nas moléculas. É justamente em 
decorrência dessa alteração que estes agentes recebem este nome. É capaz, portanto, 
de causar transformações nos genes, que passarão a mandar informações alteradas 
para descendentes. O que ocorre, como podemos concluir, é um processo de danos ao 
material genético, que passará a enviar informações diferentes aos descendentes a 
partir da mutação gênica. 
 
Toda e qualquer mudança que não for prevista, ou ainda que ocorrer de forma 
brusca no material genético (DNA), é denominada uma mutação, sendo está causada por 
agentes mutagênicos. 
beta e nêutrons). A passagem dessas radiações pela células provoca a liberação de elétrons, o que torna 
as moléculas altamente instáveis e suscetíveis a reações químicas. Tais substancias se combinam com o 
DNA, causando erros no pareamento das bases durante a duplicação e rompendo as ligações açúcar-
fosfato de modo a causar quebras cromossômicas. 
 
As FONTES NATURAIS DE RADIAÇÃO incluem os raios cósmicos, a radiação externa de materiais 
radioativos em certas rochas e a radiação interna de materiaisradioativos em tecidos. As FONTES 
ARTIFICIAIS compreendem a radiologia diagnóstica e terapêutica, a exposição ocupacional e a precipitação 
radioativa de explosões nucleares. 
 
RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA 
As radiações ultravioleta (também chamadas raios UV) são menos energéticas e têm maior 
comprimento de onda do que as ionizantes. Quando interagem com a maioria das moléculas orgânicas, as 
ondas do âmbito da luz visível, ou mais longas, são benignas; entretanto, as ondas de menor comprimento 
do que o da luz visível, por serem mais energéticas, têm potencial para desorganizar as moléculas orgânicas. 
Um dos principais efeitos mutagênicos dos raios UV no DNA é a criação de dímeros de pirimidina, que 
consistem em duas pirimidinas idênticas, particularmente os dímeros formados por duas timinas, impedindo 
seu pareamento com a adenina. Esses dímeros distorcem a conformação do DNA e inibem sua replicação 
normal. Consequentemente, podem ser introduzidos erros na sequência de bases do DNA e durante a 
replicação. Quando a dimerização induzida pelos raios UV é extensa, é responsável (ao menos parcialmente) 
pelos efeitos mortais da radiação UV sobre as células. 
 
Os raios UV causam, portanto, mutações pontuais, mas poucos defeitos estruturais. Para as células 
germinativas, não são prejudiciais, já ́ que são absorvidos na epiderme, mas podem induzir mutações 
somáticas e câncer na pele. 
 
Agentes mutagênicos químicos 
Os efeitos das substâncias químicas sobre o material genético são mais variados do que os das 
radiações. Os principais mutagênicos químicos são os: 
 Análogos de bases; 
 Compostos com ação direta; 
 Agentes alquilantes; 
 Corantes de acridina. 
 
Sua ação sobre a molécula do DNA é mais conhecida, podendo causar não disjunção meiótica, quebras 
cromossômicas e mutações pontuais 
 
ANÁLOGOS DE BASES 
Os análogos de bases são substâncias cuja estrutura química é tão semelhante à das bases 
nitrogenadas que podem ser incorporadas ao DNA, substituindo-as durante a replicação deste. Um exemplo 
é o análogo de base 5-bromouracil (5-BU), um derivado da uracila que se comporta como análogo da timina 
e pode incorporar-se ao DNA em seu lugar, durante a replicação. Quando o 5-BU liga-se quimicamente à 
desoxirribose, forma-se o nucleosídeo análogo bromodesoxiuridina (BrdU). Se o 5-BU for incorporado ao 
DNA em lugar da timina, e ocorrer uma mudança para sua forma enólica, ele pareia com a guanina. Depois 
de um ciclo de replicação, o par A=T muda para G=C. Além disso, a presença de 5-BU no DNA aumenta a 
sensibilidade dessa molécula à radiação ultravioleta, que, por si, é mutagênica. 
 
Outra substância mutagênica é a 2-aminopurina, que pode agir como análoga de base da adenina. Além 
de sua afinidade de pareamento com a timina, a 2-aminopurina também pode parear com a citosina, levando 
o par A=T para G=C. 
 
COMPOSTOS COM AÇÃO DIRETA 
Os compostos com ação direta não são incorporados ao DNA, mas modificam diretamente a estrutura 
das bases. Uma dessas substâncias é o ácido nitroso (HNO2), responsável pela desaminação da adenina e 
da citosina, fazendo com que a primeira se altere para hipoxantina, que pareia com a citosina e não com a 
timina, enquanto a citosina se modifica em uracil, que pareia com a adenina e não com a guanina. 
 
AGENTES ALQUILANTES 
Os agentes alquilantes (mostardas nitrogenadas, ésteres do ácido metilsulfo ̂nico) constituem os mais 
potentes mutagênicos. Eles doam um grupo alquila, como CH3 (METIL), ou CH3 CH2 (ETIL), para os grupos 
amino ou cetona dos nucleotídeos. Por exemplo, o etilmetanossulfonato age sobre a guanina, enfraquecendo 
sua ligação com a desoxirribose. A guanina assim é perdida e, em seu lugar, pode entrar qualquer base. 
 
CORANTES DE ACRIDINA 
Os corantes de acridina (como a proflavina e o laranja de acridina) ligam-se ao DNA, inserindo-se 
entre bases adjacentes. Isso ocasiona, durante a replicação do DNA, distorção da hélice de DNA e mudanças 
na fase de leitura, resultando em adição ou deleção de nucleotídeos. 
 
Além dessas substâncias, existem outras, como a cafeína, que interferem no sistema de reparo do 
DNA, inibindo a síntese das purinas e produzindo, consequente- mente, quebras e deleções na molécula do 
DNA. 
 
Agentes mutagênicos biológicos 
Vírus e bactérias são exemplos de agentes biológicos, eles se disfarçam de células naturais e se 
acoplam ao material genético, causando prejuízos à saúde humana. 
 
Malefícios dos agentes mutagênicos e os seus usos pela ciência 
Todos os tipos de agentes que alteram o material genético são maléficos à saúde humana, pois eles 
apresentam efeitos nocivos às células causando doenças, como o câncer. É importante, portanto, ficar 
atento aos hábitos do dia a dia, a fim de evitar ação desses elementos no organismo. 
 
Entretanto, apesar da nocividade desses agentes para a saúde, a ciência faz uso deles. Bactérias e 
vírus, por exemplo, são utilizados pela engenharia genética para a criação de seres transgênicos. Na 
quimioterapia, algumas bactérias mutagênicas também são utilizadas. E mesmo causando risco à saúde 
devido a sua ionização nas células, o raio-x é usado pela medicina. 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
MUTAÇÕES ESPONTÂNEAS E AGENTES MUTAGÊNICOS - https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/55745 
39/mod_resource/content/1/Aula_T5_Agentes_Mutagenicos.pdf 
 
Agentes mutagênicos - https://www.todoestudo.com.br/biologia/agentes-mutagenicos 
 
Classificação dos agentes mutagênicos - https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Agente_ 
Mutag%C3%A9nico 
 
Miriam, BORGES-OSÓRIO, Maria Regina Lucena; ROBINSON, W. Genética Humana. Grupo A, 2013. [Minha 
Biblioteca]. 
 
Agentes mutagênicos - https://www.estudopratico.com.br/agentes-mutagenicos/ 
 
8. Descrever os mecanismos de reparo do DNA. 
Sistemas de reparo 
Qualquer dano que introduza uma alteração na dupla-hélice do DNA representa uma ameaça à 
constituição genética da célula. Em geral, esse dano é reconhecido e corrigido por sistemas de reparo tão 
complexos e importantes para a célula quanto o mecanismo de replicação do DNA. No entanto, esses 
sistemas podem falhar, e, nesse caso, o dano em questão se converte em uma mutação, com possíveis 
consequências prejudiciais à célula. 
 
A importância do reparo do DNA em eucariotos é comprovada pela identificação de mais de uma 
centena de genes de reparo no genoma humano. Os sistemas de reparo podem ser classificados em vários 
tipos, apresentados na figura. 
 
Imagem 
 
REPARO DIRETO 
O reparo direto é raro e envolve a reversão ou a simples remoção do dano. Um exemplo é o reparo 
por fotorreativação, em que o dano causado pela luz UV (formação de dímeros de timina) é parcialmente 
revertido se as células lesadas forem expostas à luz azul do espectro visível, dependendo também da 
clivagem das ligações entre os dímeros de timina por uma enzima de fotorreativação denominada PRE. Esse 
sistema de reparo é encontrado na natureza, especialmente em plantas, mas não é observado em humanos 
e outros organismos. 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/55745%2039/mod_resource/content/1/Aula_T5_Agentes_Mutagenicos.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/55745%2039/mod_resource/content/1/Aula_T5_Agentes_Mutagenicos.pdf
https://www.todoestudo.com.br/biologia/agentes-mutagenicos
https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Agente_%20Mutag%C3%A9nico
https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Agente_%20Mutag%C3%A9nico
https://www.estudopratico.com.br/agentes-mutagenicos/
 
REPARO POR EXCISÃO 
Os sistemas de reparo por excisão podem ser subdividi- dos em reparo por excisão de base, reparo 
por excisão de nucleotídeo e reparo de pareamento incorreto. Os reparos por excisão de base e de 
nucleotídeo consistem nos seguintes passos: 
a) O dano presente em uma das fitas de DNA é reconhecido e eliminado enzimaticamente por 
uma endonuclease; 
b) Uma DNA-polimerase preenche esse espaço com a inserção de nucleotídeos complementaresaos da fita intacta usada como molde replicativo; 
c) A DNA-ligase sela o “corte”, fechando o espaço. 
 
O primeiro subtipo corrige o dano causado às bases nitrogenadas pela hidrólise espontânea ou por 
ação de substâncias químicas; o segundo corrige lesões do DNA que alteram ou distorcem a dupla-hélice, 
como no caso dos dímeros de pirimidinas. 
 
 No caso do dano causado pela radiação ultravioleta em humanos, o reparo por excisão de nucleotídeo 
é mais complexo, envolvendo vários genes e proteínas. 
 
Há pelo menos sete genes envolvidos no reparo por excisão de nucleotídeo. Um complexo proteico 
que inclui produtos de vários genes XP é responsável pela excisão dos dímeros de timina. 
 
De modo simplifica- do, esse reparo se inicia pelo desenrolamento das fitas de DNA junto à lesão por 
um fator de transcrição (TFIIH) e produtos de alguns genes XP com atividade de helicases; em seguida, 
endonucleases codificadas por outros genes XP quebram a sequência de DNA que contém o dímero, 
enquanto uma exonuclease remove os nucleotídeos alterados. Na segunda etapa desse reparo, há a 
reconstrução do trecho removido, com o auxílio de uma DNA-polimerase, e sua união à cadeia nucleotídicas, 
pela ação de uma DNA-ligase 
 
Imqgem 2.17 
 
O reparo de PAREAMENTO INCORRETO é realizado pela varredura do DNA em busca de bases que 
não estão pareadas adequadamente. Nos pareamentos incorretos que surgem durante a replicação, em 
geral a sequência de fitas recém-sintetizadas (“fitas novas”) é corrigida, me- diante reparo por excisão 
semelhante aos já ́ descritos. 
 
REPARO POR RECOMBINAÇÃO HOMÓLOGA 
Esse tipo de reparo lida com quebras da dupla-hélice do DNA em eucariotos, em consequência de 
exposição a radiações ionizantes, por exemplo. Esses danos podem levar a rearranjos cromossômicos, 
doenças sindrômicas (como a anemia de Fanconi e a ataxia-telangiectasia) e morte celular. 
 
O primeiro passo desse processo envolve uma enzima que reconhece a quebra da fita dupla e digere 
as extremidades 5’ da hélice de DNA rompida, deixando pendentes as extremidades 3’. Uma dessas 
extremidades procura uma região de complementaridade na cromátide-irmã e, então, invade a região 
homóloga da cromátide-irmã, alinhando as sequências complementares. Assim, a síntese de DNA continua 
a partir da extremidade 3’ pendente, na região danificada, usando a fita íntegra de DNA como molde. Essa 
interação entre as cromátides-irmãs é necessária porque, como ambas as fitas de uma hélice de DNA 
estão rompidas, não existe uma fita parental íntegra que possa servir de sequência-molde para o reparo. 
 
A seguir, a molecular heterodúplice é resolvida, e as cromátides-irmãs se separam. Esse processo de 
reparo ocorre geralmente após a replicação do DNA, no fim da fase S ou na fase G2 do ciclo celular, 
momento em que as croma ́tides-irmãs estão disponíveis para serem utilizadas como moldes para o reparo; 
por isso se diz que o reparo por recombinação homóloga é acurado. 
 
imagem 2.18 
 
REPARO POR JUNÇÃO DE EXTREMIDADES NÃO HOMOLOGAS 
É também um tipo de reparo de quebra da dupla-hélice do DNA, em que o sistema pode unir 
extremidades de DNA não homólogas. Esse sistema é ativado na fase G1 do ciclo celular, portanto antes da 
replicação do DNA; como algumas sequências nucleotídicas são perdidas no momento da junção, diz-se que 
esse sistema de reparo é sujeito a erros. 
 
REPARO POR SUBUNIDADES CATALÍTICAS DA DNA-POLIMERASE 
Muitas DNA-polimerases podem ressintetizar segmentos de DNA, para reposição. Em geral, essas 
enzimas utilizam-se do mecanismo de revisão para verificar as sequências das fitas-filhas e remover erros. 
 
{REFERÊNCIAS} 
Miriam, BORGES-OSÓRIO, Maria Regina Lucena; ROBINSON, W. Genética Humana. Grupo A, 2013. [Minha 
Biblioteca]. 
 
 
9. Discutir sobre a ética e a legislação na seleção de embriões. 
Ética 
 Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, 
disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das 
normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. 
 
 Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo 
social ou de uma sociedade. 
 
Alguns setores da opinião pública consideram que os embriões humanos têm o mesmo direito à vida 
que os seres humanos adultos. Segundo essa visão, assim como é inaceitável que as pessoas sejam usadas 
e, principalmente, que elas sejam mortas, também é inaceitável que embriões sejam manipulados e/ou 
destruídos. 
 
Outros setores da opinião pública consideram que os embriões humanos não têm direito à vida. De 
acordo com essa perspectiva, embora deva haver algumas proteções ao embrião, pois ele não é um material 
biológico trivial, é aceitável que embriões sejam manipulados e destruídos caso isso seja necessário para o 
desenvolvimento de novas terapias médicas ou para permitir que casais com problemas reprodutivos 
satisfaçam seus desejos ou ainda para. 
 
Introdução 
Há alguma obrigação moral em relação ao embrião humano criado em laboratório e que não foi 
implantado no útero? Ele merece mais respeito do que o esperma ou o óvulo? Por ser o início de um 
organismo humano, ele tem o mesmo status moral do que um ser humano adulto? 
 
Nas últimas duas décadas formou-se um intenso debate sobre a situação moral do embrião humano 
e a ética de seu uso para pesquisa, terapia e reprodução assistida. O principal interesse científico pelos 
embriões humanos está em suas células-tronco (ou estaminais), capazes de se transformar em qualquer 
um dos cerca de duzentos tipos de células do corpo humano (pluripotentes) ou, dadas condições propícias, 
até mesmo em um ser humano completo (totipotentes). A expectativa é que, se os cientistas forem 
capazes de compreender e controlar esse processo de diferenciação celular, será possível regenerar 
tecidos danificados ou perdidos por doenças ou acidentes e até mesmo criar órgãos a partir de células do 
próprio paciente, o que resolveria tanto a rejeição imunológica em transplantados quanto a escassez de 
órgãos. 
 
Entretanto, para desenvolver essas terapias é necessário manipular os embriões a ponto de torná-
los incapazes de se desenvolver. Essa, porém, é apenas uma parte do problema, pois além desse interesse 
científico, há o interesse reprodutivo pelos embriões. 
 
A seleção genética de seres humanos já acontece lícita e frequentemente, inclusive no Brasil. Ela é 
feita após a fertilização in vitro, usando o diagnóstico genético pré-implantação (DGPI) para escolher os 
embriões que serão transferidos para o útero. Atualmente, a seleção de embriões é usada principalmente 
por casais inférteis (para reduzir a taxa de fracasso decorrente de número anormal de cromossomos) e 
por casais com alto risco de transmitir doenças genéticas graves. O DGPI adquire ainda mais relevância em 
países, como o Brasil, em que o diagnóstico pré-natal de fetos seguido de aborto seletivo é proibido. Por 
ser feito em embriões que não tiveram contato com o útero, pode-se dizer que ainda não há gestação; e 
como é realizado entre 4 e 6 dias após a fecundação, quando o embrião ainda tem apenas cerca de oito 
células indiferenciadas, a empatia com o embrião é muito menor do que no caso de fetos. 
 
Por reduzir significativamente a incidência de doenças hereditárias e anomalias cromossômicas, a 
seleção de embriões parece ser melhor para todos (pais, filhos e sociedade em geral) e pior para ninguém. 
Logo, parece ser moralmente irrepreensível e até desejável. Mas isso não é o que acreditam os 
concepcionistas – aqueles que consideram que o embrião humano tem status moral igual ao de seres 
humanos adultos – pois consideram que a vida humana começa na concepção. Para haver seleção é preciso 
que o número de embriões criados seja maior do que o que o número que se deseja implantar e que os não 
escolhidos sejam descartados. Esses embriões excedentes podem ser mortos, criopreservados

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