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EJA - Ensino Médio
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1
EJA -filosofia 
FILOSOFIA
EJA - Ensino Médio
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2
E J A - f i l o s o f i a
Hegel
		 O	filósofo	alemão	Hegel	(século	XIX),	pensador	do	idealismo	romântico,	elaborou	uma	profunda	crítica	às	
soluções	racionalista,	empirista	e	kantiana,	de	onde	observou	que	todos	deixaram	de	compreender	uma	questão	
elementar	da	razão:	a	história.	Para	Hegel	a	razão	é	histórica	e	movida	por	contradição.	Afirmar	que	é	histórica	
não	significa	reduzi-la	a	um	simples	relativismo,	de	onde	a	verdade	jamais	atingiria	valores	universais.	Isto	porque	
a	razão	não	ocupa	um	lugar	na	história,	ela	é	a	história	O	elemento	contraditório	que	determina	o	movimento	da	
história	é	a	dialética.	Neste	caso,	Hegel	entende	os	conflitos	filosóficos	expressos	pelas	ideias	inatas,	empíricas	e	
transcendentais	(kantianas),	como	parte	do	movimento	da	história.	As	duas	primeiras,	de	acordo	com	o	filósofo,	
priorizaram	o	objeto	e	erraram	por	excesso	de	objetividade.	A	última,	a	razão	pura	de	Kant,	priorizou	o	sujeito	e	
errou	por	exagero	de	subjetividade.
		 Hegel	compreende	a	 razão	dialética	como	uma	síntese	necessária	do	objetivo	com	o	subjetivo.	Para	
Hegel	a	dialética	é	a	natureza	do	pensamento,	e	é	inspirada	no	pré-socrático	Heráclito.	A	dialética	hegeliana	opera	
através	das	tríades:	tese,	antítese	e	síntese.	A	antítese	é	a	negação	da	tese	e	a	síntese	é	a	unidade	das	duas	(tese	
e	antítese).	Muitos	se	enganam	ao	afirmar	que	este	caráter	triádico	foi	inventado	por	Hegel	ou	que	este	tenha	
retirado	de	Heráclito.	Na	verdade,	Hegel	foi	quem	melhor	o	elaborou	como	um	conceito	abstrato.	Na	filosofia	
moderna	e	contemporânea,	tanto	nas	concepções	idealistas	e	materialistas,	a	dialética	será	entendida	no	sentido	
hegeliano.	Em	Marx	e	Engels,	com	o	materialismo	dialético,	a	dialética	hegeliana	será	colocada	de	“pernas	para	o	
ar”	representando	uma	significativa	virada	na	interpretação	da	história.	
Comte e o Positivismo
		 O	filósofo	Auguste	Comte	é	considerado	o	fundador	do	positivismo.	Este	termo	foi	utilizado	primeiramente	
por	Saint	Simon	significando	o	método	exato	para	as	ciências	e	sua	extensão	para	a	filosofia.	Comte	adotou-o	
para	identificar	sua	filosofia	que	parte	da	impossibilidade	de	se	conhecer	a	“essência	das	coisas”.	De	acordo	com	
este	filósofo	a	ciência	deve	limitar-se	ao	positivamente	dado,	ou	seja,	ao	estudo	dos	fenômenos	imediatos	da	
experiência	e	 suas	 relações,	 sem	preocupar-se	 com	o	“porquê”	dessas	 relações.	Neste	 sentido,	o	positivismo	
retoma	o	empirismo	e	acompanha	a	crítica	feita	por	Kant	à	ontologia	clássica,	afirmando	que	a	ciência	positiva	
deve	desistir	da	busca	das	 causas	primeiras	 e	finais,	 limitando-se	à	descrição	dos	 fenômenos.	 É	 inegável	 sua	
contribuição	no	campo	científico,	especialmente	nas	ciências	biológicas	(evolucionismo)	e	humanas	(sociologia).
		 Comte	classificou	as	ciências	na	 seguinte	ordem:	matemática,	astronomia,	física,	química,	biologia	e	
sociologia.	Esta	sequência,	segundo	ele,	aparece	no	tempo	(na	história)	de	acordo	com	o	grau	de	complexidade.	
A	matemática	seria	a	mais	simples	e	abstrata	e	a	sociologia,	fundada	por	ele,	a	mais	complexa	e	concreta.	Tal	
complexidade	é	determinada	por	núcleos	constantes	como	a	propriedade,	a	 família,	a	pátria	e	a	religião.	Sua	
filosofia	considera	a	história,	ao	contrário	do	“vir	a	ser”	hegeliano,	um	progresso	daquilo	que	já	estava	determinado	
de	forma	embrionária,	e	que	necessariamente	deveria	atingir	uma	ordem	hierárquica,	de	resultados	finais.	Sua	
ciência	é	o	único	guia	da	vida,	única	moral	e	única	religião	possível.
		 O	positivismo	tornou-se	a	mais	importante	corrente	legitimadora	da	organização	técnico-industrial	da	
sociedade	moderna,	expressando	o	otimismo	da	origem	do	industrialismo	de	diversos	países	no	ocidente.	No	
Brasil	a	inscrição	“Ordem	e	Progresso”	da	nossa	bandeira,	é	um	exemplo	de	tal	influência.
Imannuel Kant
		 Sem	 nunca	 ter	 saído	 de	 sua	 cidade	 natal,	 este	 filósofo	 alemão	 desenvolveu	 um	 pensamento	
extremamente	variado,	que	ultrapassou	continentes	e	séculos.	Muitas	reflexões	dos	séculos	XIX	e	XX	brotaram	
da	filosofia	kantiana.	A	variedade	de	seu	pensamento	pode	ser	resumida	em	torno	de	duas	grandes	questões:	o	
conhecimento	e	a	moral.
		 Quando	estudamos	anteriormente	“Kant	e	a	Conciliação	Ontológica”,	vimos	a	primeira	destas	questões.	
O	que	ele	propôs	foi	uma	síntese	entre	empirismo	e	racionalismo.	Afirmou	que	todo	o	conhecimento	começa	com	
a	experiência,	porém	não	totalmente.	O	conhecimento	conta	também	com	a	contribuição	da	nossa	faculdade	
de	conhecer.	Quanto	à	possibilidade	do	conhecimento,	vimos	que	Kant	é	agnóstico	(do	grego	a,	não	e	gnosis,	
conhecimento).	 Demolindo	 o	 sistema	 ontológico,	 pensada	 desde	 os	 clássicos,	 Kant	 negou	 a	 possibilidade	 de	
conhecer	a	essência	das	coisas.	Para	ele,	a	pretensão	do	conhecimento	metafísico,	de	querer	conhecer	as	coisas-
em-si,	esbarrou	em	contradições	e	 falsidades.	O	conhecimento	só	pode	ocorrer	nos	 limites	do	conhecimento	
do	fenômeno.	Ao	afirmar,	no	final	da	Crítica	da	razão	pura,	a	constituição	de	uma	proporção	teórica,	expõe	a	
existência	de	uma	outra	proporção:	a	prática.	
		 Foi	tratando	da	dimensão	prática	que	Kant	elaborou	sua	teoria	moral	contrariando	a	concepção	cristã	
e	questionando	 a	filosofia	moral	 grega	baseada	na	 felicidade.	O	 importante	na	moral	 kantiana	é	 a	 liberdade	
pautada	pela	razão	universal,	necessária	e	autônoma.	Desta	forma,	expôs	em	duas	grandes	obras	–	Crítica	da	
razão	prática	e	Fundamentação	da	metafísica	dos	costumes	–	o	agir	de	acordo	com	a	razão.	Porém,	o	agir	de	Kant	
só	é	moral	quando	regido	por	imperativo	categórico.
Os Imperativos de Kant
		 A	palavra	“imperativo”	origina-se	do	latim	imperare	e	significa	ordenar,	comandar.	Na	Lógica	o	filósofo	
definiu	imperativo	como	“qualquer	proposição	que	exprime	uma	ação	livre	possível,	pela	qual	se	deve	realizar	
um	fim	determinado.”	Além	do	categórico,	o	filósofo	define	o	hipotético.	Mas	somente	o	categórico	refere-se	à	
vontade	humana	verdadeiramente	moral.	É	um	imperativo	condicionado.	A	força	do	comando	está	subordinada	
aos	conselhos	da	prudência	ou	às	normas	da	aptidão.	Kant,	em	Fundamentação	da	metafísica	dos	costumes,	
afirmou	que	eles	“representam	a	necessidade	prática	de	uma	ação	possível,	considerada	como	meio	de	chegar	
a	 alguma	 outra	 coisa	 que	 se	 quer”.	 Devemos	 agir	 de	 alguma	 forma	 que	 a	 causa	 nos	 levou	 a	 agir	 possa	 ser	
transformada	em	lei	universal.	Por	conter	a	forma	da	razão	pura,	o	imperativo	categórico	entrega	ao	homem	a	lei	
moral,	tendo	como	singular	princípio	a	autonomia	da	vontade.
		 A	filosofia	moral	de	Kant	acentuou	o	caráter	da	liberdade	como	autonomia.	Expôs	as	principais	categorias	
filosóficas	do	iluminismo,	aprofundando	o	papel	da	consciência	moral,	seguidora	de	liberdade	e	dever.	Com	isso,	
revelou	que	nosso	interior	é	responsável	único	por	nossos	deveres,	e	não	sujeito	às	imposições	estranhas	à	nossa	
vontade.	Este	entendimento	foi	importantíssimo	para	afastar	a	moral	vinculada	à	fé,	cuja	vida	após	a	morte	era	a	
grande	referência	da	ação	moral.	O	pensamento	de	Kant	é	bastante	questionado	a	partir	do	século	XIX,	quando	
vários	filósofos	destacam	a	importância	de	resgatar	o	homem	concreto,	perdido	em	sua	razão	pura.	Destacamos	
três	filósofos	–	que	se	empenharam	de	formas	diferentes	nesta	tarefa:	Marx,	Hussel	e	Nietzsche.	Porém,	antes	
destes,	Hegel	já	havia	apresentado	a	sua	filosofia	e	questionado	a	consciência	moral	subjetiva	de	Kant.
Idealismo e Materialismo
		 Antes	de	seguirmos	nossos	estudos	nas	origens	da	ontologia	contemporânea,	iremos	entender	como	
as	filosofias	 se	agruparam	em	 torno	do	 ideal	 (pensamento,	 espírito,	 consciência)	 e	do	material	 (ser,	matéria,	
natureza).	Veremos	como,	a	partir	de	Descartes,	Bacon	e	Kant,	passando	por	Hegel,	Comte	e	Marx,	as	respostas	
ontológicas	podem	ser	resumidas	em:	idealismo	e	materialismo.
O Idealismo
		 Aqui	o	pensamento	(espírito,	consciência)	é	eterno,	infinito,	primeiro	e	o	ser	(matéria,natureza)	dele	
deriva.	A	introdução	do	termo	idealismo	é	atribuída	ao	filósofo	Leibniz	(séc.	XVII)	que	dirigindo-se	principalmente	
à	visão	platônica	distinguiu-a	das	visões	materialistas.	Porém	a	 localização	do	 idealismo	na	filosofia	de	Platão	
foi	contestada	e	abandonada	por	alguns	filósofos,	que	preferiram	substituir	esta	classificação	por	“realismo	das	
ideias”.	Isto	porque	Platão,	além	de	rejeitar	a	multiplicidade	do	mundo,	privilegiou	as	ideias	como	essências	das	
EJA - Ensino Médio
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3
EJA -filosofia 
O	que	ele	propôs	foi	uma	síntese	entre	empirismo	e	racionalismo.	Afirmou	que	todo	o	conhecimento	começa	com	
a	experiência,	porém	não	totalmente.	O	conhecimento	conta	também	com	a	contribuição	da	nossa	faculdade	
de	conhecer.	Quanto	à	possibilidade	do	conhecimento,	vimos	que	Kant	é	agnóstico	(do	grego	a,	não	e	gnosis,	
conhecimento).	 Demolindo	 o	 sistema	 ontológico,	 pensada	 desde	 os	 clássicos,	 Kant	 negou	 a	 possibilidade	 de	
conhecer	a	essência	das	coisas.	Para	ele,	a	pretensão	do	conhecimento	metafísico,	de	querer	conhecer	as	coisas-
em-si,	esbarrou	em	contradições	e	 falsidades.	O	conhecimento	só	pode	ocorrer	nos	 limites	do	conhecimento	
do	fenômeno.	Ao	afirmar,	no	final	da	Crítica	da	razão	pura,	a	constituição	de	uma	proporção	teórica,	expõe	a	
existência	de	uma	outra	proporção:	a	prática.	
		 Foi	tratando	da	dimensão	prática	que	Kant	elaborou	sua	teoria	moral	contrariando	a	concepção	cristã	
e	questionando	 a	filosofia	moral	 grega	baseada	na	 felicidade.	O	 importante	na	moral	 kantiana	é	 a	 liberdade	
pautada	pela	razão	universal,	necessária	e	autônoma.	Desta	forma,	expôs	em	duas	grandes	obras	–	Crítica	da	
razão	prática	e	Fundamentação	da	metafísica	dos	costumes	–	o	agir	de	acordo	com	a	razão.	Porém,	o	agir	de	Kant	
só	é	moral	quando	regido	por	imperativo	categórico.
Os Imperativos de Kant
		 A	palavra	“imperativo”	origina-se	do	latim	imperare	e	significa	ordenar,	comandar.	Na	Lógica	o	filósofo	
definiu	imperativo	como	“qualquer	proposição	que	exprime	uma	ação	livre	possível,	pela	qual	se	deve	realizar	
um	fim	determinado.”	Além	do	categórico,	o	filósofo	define	o	hipotético.	Mas	somente	o	categórico	refere-se	à	
vontade	humana	verdadeiramente	moral.	É	um	imperativo	condicionado.	A	força	do	comando	está	subordinada	
aos	conselhos	da	prudência	ou	às	normas	da	aptidão.	Kant,	em	Fundamentação	da	metafísica	dos	costumes,	
afirmou	que	eles	“representam	a	necessidade	prática	de	uma	ação	possível,	considerada	como	meio	de	chegar	
a	 alguma	 outra	 coisa	 que	 se	 quer”.	 Devemos	 agir	 de	 alguma	 forma	 que	 a	 causa	 nos	 levou	 a	 agir	 possa	 ser	
transformada	em	lei	universal.	Por	conter	a	forma	da	razão	pura,	o	imperativo	categórico	entrega	ao	homem	a	lei	
moral,	tendo	como	singular	princípio	a	autonomia	da	vontade.
		 A	filosofia	moral	de	Kant	acentuou	o	caráter	da	liberdade	como	autonomia.	Expôs	as	principais	categorias	
filosóficas	do	iluminismo,	aprofundando	o	papel	da	consciência	moral,	seguidora	de	liberdade	e	dever.	Com	isso,	
revelou	que	nosso	interior	é	responsável	único	por	nossos	deveres,	e	não	sujeito	às	imposições	estranhas	à	nossa	
vontade.	Este	entendimento	foi	importantíssimo	para	afastar	a	moral	vinculada	à	fé,	cuja	vida	após	a	morte	era	a	
grande	referência	da	ação	moral.	O	pensamento	de	Kant	é	bastante	questionado	a	partir	do	século	XIX,	quando	
vários	filósofos	destacam	a	importância	de	resgatar	o	homem	concreto,	perdido	em	sua	razão	pura.	Destacamos	
três	filósofos	–	que	se	empenharam	de	formas	diferentes	nesta	tarefa:	Marx,	Hussel	e	Nietzsche.	Porém,	antes	
destes,	Hegel	já	havia	apresentado	a	sua	filosofia	e	questionado	a	consciência	moral	subjetiva	de	Kant.
Idealismo e Materialismo
		 Antes	de	seguirmos	nossos	estudos	nas	origens	da	ontologia	contemporânea,	iremos	entender	como	
as	filosofias	 se	agruparam	em	 torno	do	 ideal	 (pensamento,	 espírito,	 consciência)	 e	do	material	 (ser,	matéria,	
natureza).	Veremos	como,	a	partir	de	Descartes,	Bacon	e	Kant,	passando	por	Hegel,	Comte	e	Marx,	as	respostas	
ontológicas	podem	ser	resumidas	em:	idealismo	e	materialismo.
O Idealismo
		 Aqui	o	pensamento	(espírito,	consciência)	é	eterno,	infinito,	primeiro	e	o	ser	(matéria,	natureza)	dele	
deriva.	A	introdução	do	termo	idealismo	é	atribuída	ao	filósofo	Leibniz	(séc.	XVII)	que	dirigindo-se	principalmente	
à	visão	platônica	distinguiu-a	das	visões	materialistas.	Porém	a	 localização	do	 idealismo	na	filosofia	de	Platão	
foi	contestada	e	abandonada	por	alguns	filósofos,	que	preferiram	substituir	esta	classificação	por	“realismo	das	
ideias”.	Isto	porque	Platão,	além	de	rejeitar	a	multiplicidade	do	mundo,	privilegiou	as	ideias	como	essências	das	
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coisas,	conferindo	assim	a	existência	real	das	próprias	ideias.	Outros	filósofos	preferiram	somente	acrescentar	a	
palavra	“objetivo”	ao	idealismo	platônico.
		 Diversas	são	as	correntes	idealistas	que	encontramos	na	história	da	filosofia:	idealismo	lógico;	idealismo	
fenomenológico;	 idealismo	 crítico;	 “idealismo	 atualista”	 etc.	 Entre	 os	 principais	 filósofos	 idealistas	 estão	
Descartes,	Leibniz,	Kant	e	Hegel.
O Materialismo
		 Aqui	o	ser	(matéria,	natureza)	é	eterno,	infinito,	primeiro	e	o	pensamento	(espírito,	consciência)	dele	
deriva.	De	forma	geral	foi	usado	pela	primeira	vez	em	1674	por	Robert	Boyle.
		 Ao	longo	da	história	a	concepção	materialista	assumiu	formas	diversas.	O	materialismo	nasceu	nos	países	
do	Oriente	antigo	(China,	Índia,	Babilônia,	Egito)	e	nos	fins	do	séc.	VII	a.C.	desenvolveu-se	nas	colônias	jônicas	da	
Grécia.	No	séc.	V	a.C.	os	pré-socráticos	Demócrito	e	Leucipo,	que	nem	chegaram	a	se	conhecer,	expressaram	na	
doutrina	atomista	a	primeira	tentativa	de	conciliar	o	logos	de	Heráclito	com	o	logos	de	Parmênides,	iniciando	um	
materialismo	cosmológico.	Na	Idade	Média	o	materialismo	fica	mais	de	mil	anos	fora	do	pensamento	filosófico,	
quando	a	 teologia	apropria-se	da	filosofia	e	 transforma	razão	em	fé.	Na	Renascença,	com	os	descobrimentos	
científicos	e	geográficos	do	séc.	XVI,	o	materialismo	é	retomado	do	mundo	dos	filósofos	gregos	e	multiplica-se	
em	inúmeras	escolas.	Destacamos	duas	espécies	de	materialismo	resultante	desta	multiplicação:	materialismo	
mecanicista	e	materialismo	dialético.
Materialismo Mecanicista
		 O	 materialismo	 mecanicista,	 também	 denominado	 materialismo	 vulgar,	 explica	 os	 fenômenos	 da	
natureza	através	das	leis	da	mecânica	e	reduz	todo	o	conhecimento	qualitativamente	diferente	-	como	a	biologia,	
a	química,	a	psicologia	etc.	–	a	processos	puramente	mecânicos.	Esta	espécie	de	materialismo	 teve	 raízes	na	
Antiguidade,	 com	o	atomismo,	e	desenvolveu-se	com	a	ciência	moderna	entre	os	 séculos	XVII	e	XIX,	quando	
finalmente	desaparece	como	concepção	filosófica	permanecendo	apenas	na	ciência.
		 Entre	os	atomistas	o	caráter	mecanicista,	como	vimos	anteriormente,	pode	ser	sinônimo	de	cosmológico.	
Explicando	 o	mundo	 como	 uma	 grande	máquina	 que	 comporta	 um	 sistema	 de	movimento	 dos	 corpos,	 este	
materialismo	ganhou	novos	representantes	a	partir	do	século	XVII.		O	filósofo	Hobbes	(1588-1679)	foi	um	grande	
exemplo	desta	recuperação	do	materialismo	mecanicista	(ou	metodológico),	defendendo	a	noção	de	movimento	
e	de	corpo	como	única	forma	de	explicação	dos	fenômenos.	Segundo	o	filósofo,	o	conhecimento	de	alguma	coisa	
sempre	implica	no	conhecimento	de	seu	movimento.	O	conhecimento	acerca	da	natureza	considera	seu	“corpo	
natural”	e	da	sociedade	um	“corpo	artificial”.	Entre	suas	obras,	destacamos	“Sobre	o	Corpo”(1655)	onde	trata	do	
mecanicismo	invadindo	os	domínios	do	espírito.
		 A	 filosofia	 de	 Descartes	 também	 foi	 materialista	 mecanicista.	 Este	 filósofo	 compreendeu	 o	 mundo	
governado	pela	exatidão	das	leis	matemáticas	e	descreveu-o	como	uma	máquina	perfeita.	O	método	de	Descartes,	
aplicado	na	biologia	por	Willian	Harvey,	trouxe	importantes	revelações	para	o	entendimento	do	fenômeno	da	
corrente	sanguínea.
		 A	partir	das	últimas	décadas	do	século	XIX,	os	seguidoresdo	materialismo	mecanicista	não	são	mais	
filósofos	e	sim	cientistas.	Com	o	desenvolvimento	da	física,	primeiramente	com	a	dinâmica	que	é	parte	da	mecânica	
que	estuda	os	movimentos	dos	corpos	sob	a	ação	das	forças,	e	posteriormente	com	Hamilton	substituindo	a	ideia	
de	força	por	energia,	o	mecanicismo	encontra	seus	limites	nas	ciências	físicas.	Nas	ciências	naturais,	embora	com	
menos	 intensidade,	o	materialismo	mecanicista	serviu	para	combater	obstáculos	metafísicos	que	 impediam	o	
desenvolvimento	de	suas	pesquisas	e	acabou	se	transformando	em	tendência	reducionista.	Da	mesma	forma	na	
sociologia,	resultando	na	redução	de	leis	sociais	à	princípios	biológicos	e	psicológicos.
Materialismo Dialético
		 Baseado	em	Demócrito	e	Epicuro	sobre	o	materialismo	e	em	Heráclito	sobre	a	dialética,	Marx	concebe	
um	materialismo	dialético,	tentando	superar	o	pensamento	de	Hegel	e	Feuerbach.
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5
EJA -filosofia 
Ludwig	Feuerbach	procurou	introduzir	a	dialética	materialista,	combatendo	a	doutrina	hegeliana	que,	segundo	
ele,	 apesar	 de	 traçar	 um	 método	 revolucionário	 concluía	 por	 uma	 doutrina	 eminentemente	 conservadora.	
Da	crítica	à	dialética	 idealista,	partiu	Feuerbach	à	crítica	da	Religião	e	da	essência	do	cristianismo.	Feuerbach	
pretendia	trazer	a	religião	do	céu	para	a	Terra,	ele	considerou	que,	ao	invés	de	Deus	ter	criado	o	homem	à	sua	
imagem	e	semelhança,	foi	o	homem	quem	criou	Deus	à	sua	imagem	e	semelhança.	Seu	objetivo	era	conservar	
intactos	os	valores	morais	em	uma	religião	da	humanidade,	na	qual	o	homem	seria	Deus	para	o	homem.
		 Marx	contestou	Feuerbach,	afirmando	que	seu	humanismo	e	sua	dialética	eram	estáticos:	o	homem	de	
Feuerbach	não	tem	dimensões,	está	fora	da	sociedade	e	da	história,	é	pura	abstração.	É	indispensável	segundo	
Marx,	compreender	a	realidade	histórica	em	suas	contradições,	para	tentar	superá-las	dialeticamente.
As Origens da Ontologia Contemporânea (a partir do século XIX )
		 O	 positivismo	 e	 o	 hegelianismo,	 ambos	 “amados	 e	 odiados”,	 inspiraram	 as	 filosofias	 que	 surgiram	
nas	origens	da	ontologia	contemporânea.	O	século	XIX	foi	o	marco	da	autonomia	científica.	Definitivamente	a	
ciência	separa-se	da	filosofia.	Especialmente	na	ciência	o	positivismo	teve	sucesso	e	na	filosofia	inspirou	algumas	
correntes	mecanicistas,	como:	o	pragmatismo,	o	cientificismo	e	o	vitalismo.	Destacamos	quatro	filosofias	que	em	
grande	parte	deram	origem	à	ontologia	contemporânea:	fenomenologia,	genealogia	e	marxismo.
Fenomenologia
		 Surgida	 no	 século	 XIX	 com	 o	 filósofo	 Franz	 Brentano,	 a	 fenomenologia	 representou	 uma	 tentativa	
de	 “humanização”	 da	 ciência.	 À	 excessiva	 objetividade	 e	 pretensa	 neutralidade	 da	 filosofia	 positivista,	 a	
fenomenologia	direcionou	sua	principal	 crítica.	O	maior	 representante	da	 fenomenologia,	 também	conhecida	
como	filosofia	da	vivência,	foi	Edmund	Husserl.	Segundo	ele,	as	três	funções	principais	da	filosofia	são:	separar	
psicologia	e	filosofia;	manter	o	privilégio	do	sujeito	diante	dos	objetos;	e	renovar	o	conhecimento	de	fenômeno.
		 Vimos	anteriormente	que	fenômeno,	em	grego,	é	o	que	aparece.	Também	vimos	que	o	agnosticismo	de	
Kant	negou	a	possibilidade	de	conhecer	a	essência	das	coisas	afirmando	o	conhecimento	apenas	do	fenômeno.	
A	fenomenologia,	apesar	de	concordar	com	Kant	na	importância	do	sujeito	do	conhecimento,	discorda	de	seu	
agnosticismo.	 Para	 Husserl,	 tudo	 o	 que	 existe	 é	 fenômeno	 e	 apresenta-se	 diretamente	 à	 consciência	 que	 é	
sempre	consciência	de	alguma	coisa.	Esta	consciência	de	é	o	que	o	filósofo	chama	de	intencionalidade.	Portanto	
a	essência	das	coisas,	ao	contrário	de	Kant,	pode	ser	conhecida.	Toda	a	consciência	é	um	ato	intencional	e	esta	
intencionalidade	é	sua	essência.
		 Afirmando	a	intencionalidade	da	consciência,	a	fenomenologia	bate	de	frente	com	os	racionalistas	que	
entendem	a	consciência	separada	do	mundo.	E	quando	afirmam	que	o	objeto	só	existe	para	um	sujeito	que	lhe	
dá	significado,	contrariam	os	empiristas	que	entendem	o	objeto	em	si.	Além	disto,	os	fenomenólogos	defenderam	
que	o	conhecimento	intelectual	não	resume	a	consciência	que	o	homem	tem	do	mundo,	pois	a	intencionalidade	
é	–	além	de	cognitiva	–	afetiva	e	prática.
		 O	 existencialismo	 foi	 a	 corrente	 que	 herdou	 da	 fenomenologia	 todo	 o	 aspecto	 subjetivista	 que	
fundamentará	o	sentido	da	existência	do	homem.	Seus	principais	representantes:	Kierkegaard,	Heidegger,	Sartre,	
Merleau-Ponty	e	Ricoeur.
Genealogia
		 Este	 termo	 significa	 o	 estudo	 da	 origem	de	 todas	 as	 famílias.	 Na	 filosofia,	 genealogia	 identifica	 um	
método	de	decifração	utilizado	por	Nietzche.	Através	de	poemas	e	aforismos	(frases	curtas	e	conceituosas),	ele	
marcou	a	filosofia	dando	à	interpretação	especial	importância.
		 Segundo	 este	 pensador,	 as	 classes	 superiores	 inventaram	 as	 palavras	 e	 com	 elas	 impuseram	 uma	
interpretação.	O	pensamento	 lógico-racional	expulsou	a	visão	mística	e	 instintiva	da	arte	trágica	pré-socrática	
e	definiu	as	 fronteiras	entre	o	 verdadeiro	e	o	aparente.	Assim	começou,	a	partir	de	Sócrates,	 a	degeneração	
da	filosofia	baseada	na	 ilusão	ontológica	de	um	pensamento	puramente	 racional.	 Para	Nietzche,	 a	 aparência	
é	a	única	existência.	Ao	homem,	destinado	à	multiplicidade,	 cabe	a	 interpretação	 instintiva.	O	conhecimento	
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é	resultante	de	um	conflito	de	instintos.	No	conhecimento	do	fenômeno	do	trágico,	que	Sócrates	dispensou,	é	
que	poderemos	atingir	a	verdadeira	natureza	da	realidade.	Portanto	o	conhecimento	é	resultante	de	um	conflito	
de	instintos.	Resgatando	Heráclito,	com	a	valorização	do	da	mudança,	do	devir,	Nietzche	afirma	não	existir	uma	
realidade	inteligível,	única	e	imutável.	Para	ele,	a	verdade	necessária	e	universal	não	existe,	mas	apenas	inúmeras	
ideias	do	real	em	constante	transformação.
		 Se	 no	 sentido	 ontológico	 Nietzche	 parte	 da	 destruição	 das	 ideias	 socráticas,	 no	 sentido	 moral	 se	
coloca	radicalmente	contra	o	cristianismo.	Ele	afirma	que	os	cristãos	“São	os	escravos	e	os	vencidos	da	vida	que	
inventaram	o	além	para	compensar	a	miséria;	inventaram	falsos	valores	para	se	consolar	da	impossibilidade	de	
participação	nos	valores	dos	senhores	e	dos	fortes;	(...)	criaram	a	ficção	do	pecado	porque	não	podiam	participar	
das	alegrias	terrestres	e	da	plena	satisfação	dos	instintos	da	vida”.
		 Na	filosofia,	Nietzche	foi	visto	como	uma	espécie	de	homem	solitário	e	incompreendido.	Seu	pensamento	
é	interpretado	para	justificar	diversas	verdades.	Após	sua	morte,	por	iniciativa	de	sua	irmã	Elisabeth,	foi	utilizado	
para	fundamentar	o	nazismo	e	o	fascismo.	Mais	acertadamente	e	extremamente	fecunda,	sua	filosofia	influenciou	
obras	recentes	de	pensadores	como	Foucault,	Deleuze	e	Guattari.	Ambos	estão	agrupados	na	corrente	identificada	
como	arqueogenealogia.	Também	 influenciou	algumas	das	principais	 correntes	de	pensamento	do	 século	XX,	
como	o	existencialismo,	a	filosofia	analítica	e	a	psicanálise.
O Marxismo
		 Dá-se	o	nome	de	“marxismo”	para	identificar	o	pensamento	de	Karl	Marx.	Porém	o	marxismo	-	durante	
e	após	Marx	-	foi	interpretado	de	tantas	formas	que	fica	até	difícil	expor	sua	filosofia	com	o	título	de	marxismo.	O	
próprio	Marx,	diante	das	diversas	interpretações,	chegou	ironicamente	a	admitir	não	ser	marxista.
		 No	sentido	ontológico,	o	marxismo	sustentou	que	o	ser	prima	sobre	a	consciência.	Esta	reflete	a	realidade	
material	–	que	é	o	ser	–	e	por	isso	não	se	enquadra	em	nenhuma	das	formas	idealistas	já	vistas	na	filosofia.	O	ser,	
ou	realidade,	de	que	o	marxismo	trata	é	portanto	um	princípio	materialista.	Como	já	vimos	anteriormente,	não	se	
refere	aqui	a	um	materialismo	mecanicista	e	sim	dialético,	pois	concebe	os	fenômenos	materiais	como	processos.
Com	o	marxismo	é	 possível	 compreender	 certas	 ligações	 necessárias	 entre	 o	 aspecto	 psicológico	 e	 social	 da	
humanidade;	entre	os	aspectos	econômicos,	sociais	e	políticos;	e,	principalmente,a	articulação	entre	todos	estes	
aspectos	e	as	ideias	produzidas	pela	sociedade.	Por	isso,	podemos	afirmar	que	a	grande	contribuição	marxista	
às	 ciências	 humanas	 insere-se	numa	nova	 interpretação	dos	 fenômenos	humanos.	 Estes	 são	o	 resultado	das	
contradições	sociais	determinadas	pelas	relações	econômicas	sustentadas	na	exploração	do	trabalho.
		 Assim,	 esclarecendo	 condições	 objetivas	 da	 existência	 do	 homem,	 o	marxismo	 transforma-se	 numa	
grande	filosofia,	utilizada,	sobretudo,	na	política,	e	se	expressando	no	século	XX	através	da	obra	de	pensadores	
como	Gramsci,	Althusser,	Lukács,	Goldmann,	Schaff,	e	Lefebvre.	Também	nas	obras	dos	filósofos	da	Escola	de	
Frankfurt	como	Horkheimer,	Adorno,	Benjamin	e	Habermas.
A Epistemologia
		 A	epistemologia,	que	é	sinônimo	de	gnosiologia	quando	estuda	a	origem	e	o	valor	do	conhecimento	
humano	em	geral	e	sinônimo	de	teoria	do	conhecimento	quando	estuda	o	valor	dos	sistemas	científicos,	partindo	
dos	princípios	 fundadores	das	ciências	físicas	e	humanas,	de	seus	critérios	de	verdade	e	verificação.	Portanto	
trataremos	epistemologia	nos	dois	sentidos.	
A Questão da Verdade
		 Uma	questão	epistemológica	fundamental	pode	estar	expressa	da	seguinte	forma:	Qual	o	alcance	e	a	
verdade	do	conhecimento?	O	que	podemos	conhecer?	Existe	a	verdade?	Num	sentido	mais	restrito,	 também	
de	 forma	crítica	e	descritiva,	a	epistemologia	estuda	o	conhecimento	científico	em	particular.	Como	vimos,	a	
epistemologia	 pode	 ser	 estudada	 a	 partir	 do	 nascimento	 da	 filosofia	 até	 hoje	 e	 seu	 começo	 como	disciplina	
–	 como	 parte	 autônoma	 da	 filosofia	 –	 deu-se	 somente	 na	 Idade	Moderna,	 principalmente	 com	 os	 filósofos:	
Descartes,	Looke,	Hume	e	Kant.
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Como	disciplina	a	teoria	do	conhecimento	é	o	estudo	crítico	e	reflexivo	de	problemas	surgidos	da	relação	entre	
sujeito	 e	 objeto	 do	 conhecimento.	 Trata	 da	 origem,	 dos	 limites	 e	 do	 valor	 do	 conhecimento,	 investigando	 e	
relacionando	a	verdade	entre	os	conceitos	e	as	coisas.
		 A	verdade	existe	e	sempre	foi	perseguida.	Em	todas	as	idades,	culturas	e	épocas,	o	ser	humano	procura	a	
verdade.	O	que	move	a	filosofia	e	cria	as	diferentes	formas	de	filosofar,	é	o	desejo	do	verdadeiro.
A Verdade: Concepções e Teorias
		 A	filósofa	brasileira	Marilena	Chauí	nos	lembra	que	a	verdade	pode	ser	entendida	na	filosofia	a	partir	de	
três	concepções	construídas	em	línguas	diferentes:	grego,	latim	e	hebraico.
		 Em	 grego,	 diz-se	 aletheia,	 que	 significa	 o	 “não	 escondido”.	 O	 verdadeiro	 está	 nas	 próprias	 coisas	 e	
plenamente	visível	à	razão.	O	falso	está	escondido	nas	aparências	e	nunca	é	como	parece	ser.	Portanto,	aletheia	
refere-se	ao	que	as	coisas	são.	Em	latim,	diz-se	veritas	e	refere-se	ao	rigor	da	afirmação.	Diferente	da	aletheia,	aqui	
a	verdade	não	se	refere	às	coisas	e	sim	ao	enunciado,	à	linguagem.	Referimos	à	veritas	para	os	fatos	que	foram.	Em	
hebraico,	diz-se	emunah,	que	é	uma	palavra	de	mesma	origem	que	amém,	e	significa	confiança.	A	verdade	agora	
é	fruto	da	espera	e	da	confiança	na	palavra	dada,	no	pacto	realizado,	na	profecia,	no	futuro.	Referimos	à	emunah	
para	coisas	e	ações	que	serão.
		 Diversas	 teorias	 sobre	 a	 natureza	 da	 verdade	 aparecem	 na	 filosofia	 combinando	 aletheia,	 veritas,	 e	
emunah.	Trataremos	de	abordá-las	no	grupo	de	quatro	espécies:	materiais,	lógicas,	axiomáticas	e	axiológicas.
 Materiais ou Objetivas: Nas	ciências	naturais	encontramos	o	grande	exemplo	desta	verdade,	onde	a	
aletheia	predomina.	As	coisas	são	por	demonstração	e	verificação	através	da	experiência.	Correspondem	com	os	
fatos	reais.	São	as	verdades	de	fato.	Exemplo:	O	ser	humano,	sem	estar	com	equipamento	de	mergulho,	não	pode	
respirar	debaixo	da	água;	esta	mesma	água	é	composta	de	dois	átomos	de	hidrogênio	e	um	de	oxigênio.
 
 Formais ou Lógicas:	Ausência	de	contradição	e	coerência	do	raciocínio	consigo	mesmo.	Aqui	a	veritas	é	
predominante,	onde	o	verdadeiro	é	submetido	a	regras	lógicas	da	argumentação.	É	também	chamada	de	verdade	
de	razão.	Exemplo:	Todos	os	alunos	são	do	Colégio	X.	Ora,	fulano	é	aluno.	Logo,	fulano	é	do	Colégio	X.
 Axiomáticas ou Convencionais:	É	a	verdade,	nem	sempre	evidente,	que	é	sustentada	por	determinada	
comunidade	de	cientistas,	onde	o	consenso	e	a	confiança	no	uso	de	regras	e	convenções	estabelecem	o	verdadeiro.	
Este	é	a	espécie	de	verdade	onde	predomina	a	emunah.	Exemplo:	Alguns	axiomas	e	postulados	na	matemática	não	
dependem	de	verificações	anteriores.
 Axiológicas: Semelhante	 a	 anterior	 (ambas	 derivam	 da	 raiz	 grega	 axios	 –	 o	 que	 tem	 valor,	 estima,	
dignidade)	 é	 baseada	 em	 critérios	 convencionais.	 Porém,	 as	 convenções	 aqui	 tratadas	 são	 as	 sociais	 e	 não	 as	
científicas.	Divide-se	em	três:
 A - verdade axiológica propriamente dita: valores	éticos,	estéticos,	religiosos,	jurídicos,	etc..	Temas	
como	o	aborto,	a	eutanásia	e	a	pornografia,	pertencem	a	este	campo	de	verdades,	determinadas	nos	mais	diversos	
contextos	sociais.	Assim,	a	verdade	em	uma	sociedade	pode	não	ser	verdade	em	outra	sociedade.
 B - verdade pragmática: é	o	verdadeiro	a	partir	de	critérios	práticos	e	não	teóricos.	Também	pode	ser	
entendida	como	aquilo	que	é	vantajoso	para	o	sucesso	de	uma	pessoa	ou	grupo	social.
 C - dogmática ou religiosa: verdade	 que	 dispensa	 o	 uso	 de	 coerência	 consigo	 mesma	 e	 da	
correspondência	com	a	realidade,	bastando	o	uso	da	crença,	da	fé.
Lógica
		 Tudo	que	é	verdadeiro	é	lógico.	É	lógico	que	estamos	lendo	esta	apostila.	É	lógico	que	para	ler	tenhamos	
que	abrir	nossos	olhos.	É	lógico	que	um	automóvel	precisa	de	combustível	para	andar.	É	lógico	que	eu	preciso	de	
dinheiro	para	tomar	um	ônibus.	É	lógico	que	preciso	caminhar	se	o	automóvel	não	tiver	combustível	e	eu	estiver	
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sem	grana.	Porém	posso	aguardar	uma	carona	e	é	 lógico	que	não	precise	 caminhar.	É	 lógico,	 lógico,	 lógico...	
Repetidas	 vezes	 pronunciamos	 esta	 palavra	 para	 expressar	 evidências.	Na	 filosofia	 é	 uma	disciplina	 bastante	
estudada.	Veremos	aqui	um	pouco	de	sua	história	e	de	seus	procedimentos.
Lógica Formal e Lógica Dialética
		 Lógos,	de	onde	deriva	“Lógica”,	é	uma	das	palavras	mais	 importante	da	filosofia	e	que	sua	tradução	
não	é	 simples.	No	português	esta	palavra	de	origem	grega	possui	 sentidos	múltiplos:	 conversa,	pensamento,	
norma,	regra,	ser,	realidade,	razão,	linguagem,	explicação,	etc.	Também	vimos	que	os	pré-socráticos,	opondo-se	
a	narrativa	mítica,	começaram	a	estabelecer	determinadas	leis	do	pensamento.
Unidade / Permanência X Multiplicidade / Devir
		 Priorizando	 a	 unidade	 e	 permanência	 do	 ser,	 temos	 a	 lógica	 formal.	 Priorizando	 a	multiplicidade	 e	
pluralidade	do	devir,	da	transformação	das	coisas	umas	nas	outras,	temos	a	lógica	dialética.
Lógica Formal
		 Sócrates	(lembrem-se	da	maiêutica),	os	Sofistas	(retórica)	e	Platão	não	chegaram	a	sistematizar	uma	
lógica	formal	propriamente	dita.	Este	último	até	entendeu-a	como	um	procedimento	intelectual	e	linguístico	que	
resultaria	do	confronto	de	opiniões	opostas,	ou	seja,	a	partir	da	dialética	(em	grego	a	palavra	dia	quer	dizer	dois	
e	o	sufixo	lética	refere-se	a	logos).	
		 Somente	Aristóteles,	 apesar	de	nunca	 ter	usado	a	palavra	 “lógica”,	empregada	 séculos	depois	pelos	
estóicos,	foi	quem	sistematizou-a	como	um	estudo	preparatório	da	investigação	e	do	saber	demonstrativos.	Em	
vários	textos	que	compõe	sua	obra	Organon	(significa	instrumento)	o	filósofo	distingue	dois	tipos	de	discursos:	o	
dialético	que	parte	do	provável	e	termina	no	provável,	e	serve	apenas	como	retórica,	e	o	demonstrativo	partindo	
do	verdadeiro	e	 terminando	no	verdadeiro,	é	o	argumento	 lógico	por	excelência.	As	principais	 características	
atribuídas	por	Aristóteles	à	lógica	ou	analítica	(assim	ele	denominava)	são:
 • Instrumental: serve	de	um	instrumento	para	o	pensamento	correto;
 • Formal: expressa	através	da	linguagem	as	formas	gerais	dos	pensamentosnão	se	ocupando	com	os	
conteúdos	presentes;
 • Normativa: apresenta	regras	e	normas	fundamentais	para	a	verdade	do	pensamento;
 • Propedêutica: conhece	e	indica	os	métodos	e	as	demonstrações	necessários	para	o	início	de	qualquer	
filosofia	ou	ciência;
 • Doutrina da prova: condiciona	e	fundamenta	as	demonstrações,	a	partir	da	verificação	de	hipóteses	
e	conclusões;	
 • Geral e temporal: atribui	princípios,	como	na	razão,	de	universalidade,	necessidade	e	imutabilidade,	
independendo	das	circunstâncias,	das	pessoas,	do	tempo	e	do	lugar.
Lógica Dialética
		 Muitos	estudiosos,	inclusive	na	filosofia,	afirmam	não	ser	possível	a	inexistência	de	uma	lógica	dialética.	
Segundo	 estes,	 o	 primeiro	 termo	 (lógica)	 já	 exclui	 o	 segundo	 (dialética).	 Isto	 porque,	 no	momento	 em	 que	
elaboramos	os	argumentos,	nos	sujeitamos	às	regras	imóveis	do	pensamento	correto.	Portanto,	baseado	nesta	
visão,	a	lógica	dialética	só	é	possível	como	uma	Teoria	do	Caos.
		 A	 opção	 pela	 real	 existência	 da	 lógica	 dialética,	 parte	 da	 compreensão	 de	 que	 a	 produção	 da	 ideia	
é	 dialética	 e	 que	 somente	 sua	 expressão	 é	 formal.	 Assim,	 pensamos	 dialeticamente	 o	 que	 é	 dito	 ou	 escrito	
formalmente.	 Porém,	 a	 aceitação	 mais	 fecunda	 da	 lógica	 dialética,	 parte	 do	 entendimento	 de	 que	 a	 lógica	
formal	é	ineficaz	para	explicar	fenômenos	sociais.	Esta	ineficácia	também	é	observada	em	determinado	grau	de	
desenvolvimento	atingido	pelas	ciências	naturais.	Por	exemplo,	na	física	de	hoje	os	estudos	da	estrutura	íntima	
da	matéria	dispensam	a	explicação	clássica	de	causalidade	formal	e	exigem	explicações	que	compreendam	novas	
relações	de	processo.	Também	na	biologia,	onde	as	concepções	organísmicas	ganham	espaço,	o	formalismo	não	
consegue	dar	conta	das	explicações	“contextuais”	exigidas.
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EJA -filosofia 		 O	movimento	do	raciocínio	dialético	desenvolve-se	da	seguinte	forma:
		 •	A	tese	da	afirmação	geral	sobre	o	ser.	Por	exemplo:	“O	lápis	é	de	madeira”.
		 •	A	antítese	compreende	a	negação	da	afirmação	da	tese	anterior.	“O	lápis	não	é	feito	só	de	madeira.”	A	
antítese	é	a	primeira	negação	que	também	pode	ser	negada.
		 •	A	síntese	constitui	a	negação	da	negação,	onde	se	encontram	a	tese	e	antítese	repensadas.	“O	lápis	é	
produto	do	trabalho	humano	com	o	auxílio	de	instrumentos.”	Portanto,	a	síntese	constitui	uma	nova	tese	a	ser	
desenvolvida	no	infinito	movimento	do	pensamento.
As Leis da Lógica Dialética:
 • A passagem da quantidade à qualidade: o	processo	de	transformação	das	coisas	se	faz	por	saltos;	
é	a	passagem	do	ser	para	o	ser	outro.
 • A interpenetração dos contrários: a	contradição	como	força	motriz	provocadora	do	movimento	e	
da	transformação.
 • A negação da negação: é	a	interação	das	forças	contraditórias;	a	tríade	que	explica	o	movimento	
(tese,	síntese	e	antítese).
Contratualismo
		 O	contratualismo	é	uma	vertente	de	pensamento	que	entende	o	Estado	–	também	a	sociedade	civil	–	
originado	em	um	contrato.	Alguns	filósofos	e	historiadores	atribuem	aos	sofistas	a	inauguração	deste	pensamento.	
Contudo,	 o	 contratualismo	que	 abordamos	neste	 capítulo,	 determinante	na	 formação	do	 Estado	moderno,	 é	
aquele	defendido	a	partir	de	três	grandes	pensadores:	Hobbes,	Locke	e	Rousseau.	Eles	analisaram	a	passagem	do	
homem	por	três	dimensões:	estado	natural,	contrato	social	e	estado	civil.	Apesar	de	partirem	da	ideia	de	que	os	
homens	constroem	o	Estado	(estado	civil)	quando	abandonam	seu	estado	de	natureza,	através	de	um	pacto	ou	
contrato,	apresentam	diferentes	concepções	de	Estado	e	de	soberania.	Porém,	de	forma	geral,	o	contratualismo	
defende	o	individualismo	(um	dos	princípios	fundamentais	do	liberalismo),	e	por	isso	exige	do	Estado	a	função	de	
salvaguarda	da	harmonia	dos	interesses	particulares.
Thomas Hobbes
		 O	 filósofo	 inglês	 Thomas	 Hobbes,	 quando	 estudamos	 ontologia,	 foi	 visto	 como	 representante	 do	
materialismo	mecanicista,	que	teorizou	a	natureza	considerando	um	“corpo	natural”	e	a	sociedade	um	“corpo	
artificial”.	Na	galeria	dos	filósofos,	mencionamos	sua	teoria	de	Estado	Absolutista.	No	início	de	sua	vida	intelectual,	
Hobbes	traduziu	Tucídidas	(historiador	grego),	que	detalhou	a	Guerra	do	Peloponeso.	Por	ocasião	da	tradução,	
admitiu	 um	 caráter	 frágil	 e	 traiçoeiro	 da	 Democracia,	 tendo	 Atenas	 como	 o	 exemplo	 histórico	 do	 desastre	
democrático.
		 Em	sua	maior	obra,	Leviatã	(nome	bíblico	de	um	monstruoso	peixe	que	protegia	os	menores	da	gula	dos	
peixes	maiores),	desenvolveu	um	aprofundado	estudo	filosófico,	afirmando	a	maldade	humana	e	justificando	a	
necessidade	de	um	Estado	forte	e	repressor,	o	Absolutismo.	O	Estado,	segundo	o	filósofo,	é	a	única	garantia	do	
controle	dos	sentimentos	naturais	do	homem:	a	ambição,	o	egoísmo,	a	crueldade,	e	outros	similares.	Isto,	porque	
o	estado	de	natureza	 (primitivo)	era	contaminado	pela	guerra	constante,	pois	o	homem,	escreveu	Hobbes,	é	
naturalmente	“lobo	do	próprio	homem”,	e	somente	a	partir	de	um	pacto	social,	orientado	pela	força	da	espada,	
o	homem	supera	o	egoísmo	e	a	guerra,	 impedindo	a	ferocidade	do	“lobo”.	Para	Hobbes,	a	propriedade	(bens	
móveis	e	 imóveis)	não	existe	no	estado	de	natureza,	pois	foi	criada	pelo	Estado-Leviatã,	e	somente	este,	com	
poder	absoluto,	poderá	acabar	com	o	direito	de	propriedade,	quando	necessário	for.
John Locke
		 Opondo-se	ao	absolutismo	de	Hobbes,	Locke,	o	maior	representante	do	empirismo	moderno,	 (autor	
da	 famosa	 teoria	 da	 tábula	 rasa)	 pensou	 o	 contratualismo	 em	 bases	 liberais,	 tornando-se	 o	 fundador	 do	
liberalismo	na	Inglaterra.	Além	de	ter	influenciado	a	revolução	norte-americana,	influenciou	a	revolução	francesa	
e	a	declaração	dos	direitos	do	homem	e	do	cidadão.	Locke	defendeu	o	poder	político	vinculado	a	uma	origem	
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democrática	e	parlamentar,	e	lançou	os	princípios	da	separação	dos	poderes	legislativo,	executivo	e	judiciário,	dos	
quais	Montesquieu	iria	desenvolver	no	século	XVIII.
		 Na	 obra	 Ensaio	 sobre	 o	 Governo	 Civil	 afirmou	 que	 o	 homem	 atribuiu	 ao	 Estado	 apenas	 o	 papel	
de	 regulamentador	 da	 vida	 social,	 e	 que	 os	 direitos	 individuais	 são	 intocáveis	 e	 indelegáveis.	 As	 liberdades	
fundamentais,	como	o	direito	à	vida	e	à	propriedade,	e	 todos	os	direitos	comuns	ao	homem,	são	anteriores	e	
superiores	ao	Estado.	Portanto,	ao	contrário	de	Hobbes,	Locke	observa	que	a	propriedade	é	criação	do	estado	de	
natureza,	e	que	o	contrato	social	é	um	pacto	de	consentimento,	onde	o	homem	busca	no	Estado,	na	sociedade	civil	
e	política,	o	reconhecimento	e	a	proteção	da	propriedade.	Este	pacto,	quando	desrespeitado,	pode	ser	alterado	
e	desfeito,	assim	como	faz-se	em	qualquer	contrato,	autorizando	o	homem	a	limitar	o	poder	dos	governantes	e	
de,	inclusive,	promover	insurreições.	A	base	principal	da	liberdade	burguesa,	que	nesse	período	era	uma	classe	
revolucionária,	é	a	propriedade.	E	para	Locke,	a	liberdade	está	em	função	da	propriedade.	
		 “A	liberdade	consiste	menos	em	fazer	sua	vontade	do	que	em	não	submeter-se	à	de	outrem;	consiste	
ainda	em	não	submeter	a	vontade	de	outrem	à	nossa.
Quem	quer	que	seja	senhor	não	pode	ser	livre,	e	reinar	é	obedecer.”
(Cartas	Escritas	da	Montanha).
Jean-Jacques Rousseau
		 Na	França,	o	filósofo	suíço	Jean-Jacques	Rousseau,	filho	de	um	relojoeiro,	não	perdeu	a	hora	na	tarefa	
de	defender	uma	sociedade	baseada	na	justiça,	na	igualdade	e	na	soberania	do	povo.	Suas	principais	ideias	deste	
iluminista	estão	nas	obras:	Emílio,	Discurso	sobre	a	Origem	da	Desigualdade	entre	os	Homens	e	O	Contrato	Social.	
As	ideias	do	brilhante	filósofo,	além	de	fundarem	a	concepção	democrático-burguesa,	inspiraram	os	movimentos	
socialistas	do	século	XIX.
		 Como	 os	 demais	 contratualistas,	 Rousseau	 afirma	 que	 a	 sociedade	 se	 funda	 num	 contrato,	 porém	
estabelece	diferenças	fundamentais	em	sua	concepção.	Ao	contrário	de	Hobbes,	que	via	no	estado	de	natureza	
o	homem	egoísta	e	cruel,	Rousseau	viu	umhomem	feliz,	sadio,	livre	e	igual.	Em	O	Contrato	Social	ele	afirma	que	
“O	homem	nasce	puro;	a	sociedade	é	que	o	corrompe.”	E	ao	contrário	de	Locke,	onde	o	contrato	é	a	realização	da	
sociedade	civil	e	do	Estado,	para	Rousseau	é	somente	a	sociedade	civil,	de	onde	emana	o	poder	soberano	do	povo,	
independente	do	Estado.	Locke	defende	a	liberdade	em	função	da	propriedade,	Rousseau	atribuiu	à	propriedade	a	
causa	da	corrupção	dos	homens,	da	queda	das	democracias	e	do	crescimento	das	desigualdades	sociais.	Para	ele,	
onde	existe	desigualdade	não	existe	liberdade.	
		 Inspirado	pela	antiga	democracia	direta	de	Atenas,	onde	a	soberania	era	exercida	na	assembleia,	Rousseau	
rompe	com	a	separação	dos	três	poderes	(legislativo,	executivo	e	judiciário)	submetendo	a	vontade	individual	à	
vontade	geral	expressa	por	maioria	na	assembleia,	único	lugar	verdadeiramente	soberano.	Porém,	admitindo	o	
caráter	utópico	desta	concepção,	Rousseau	afirmou	que	este	tipo	de	democracia	nunca	havia	existido	e	talvez	nem	
viesse	a	existir,	mesmo	entre	os	gregos,	onde	a	participação	era	limitada	ao	cidadão	ocioso.	
Liberalismo
		 O	economista	inglês	Adam	Smith,	autor	de	A	riqueza	das	nações,	partiu	do	princípio	de	que	a	natureza	
humana	teria	uma	tendência	para	 trocar	uma	coisa	por	outra.	Analisando	a	estrutura	da	sociedade	capitalista,	
Adam	Smith	chegou	a	extraordinária	conclusão,	para	a	sua	época,	da	divisão	da	sociedade	em	classes.	Para	ele,	
três	 são	 as	 classes	 fundamentais	 da	 sociedade	 capitalista:	 o	 operariado,	 os	 capitalistas	 e	 os	 proprietários	 de	
terras.	Salienta	que,	na	sociedade	capitalista,	existe	comunidade	de	interesses,	uma	vez	que	os	benefícios	comuns	
resultam,	sobretudo,	do	choque	de	interesses	das	diversas	classes	sociais.	Por	isso	defendia	a	livre	concorrência.	
Também	economista	 inglês,	David	Ricardo	apresentou	os	princípios	básicos	de	seu	pensamento	na	obra	Ensaio	
sobre	a	influência	do	baixo	preço	dos	cereais	nos	lucros	da	bolsa.	Ele	defendeu	a	ideia	de	que	os	lucros	aumentam	
com	a	redução	dos	salários	e	diminuem	com	a	elevação	destes.	Com	outros	economistas	da	época,	entendeu	que	
a	tendência	ao	desemprego,	no	sistema	capitalista,	era	fenômeno	limitado.	
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democrática	e	parlamentar,	e	lançou	os	princípios	da	separação	dos	poderes	legislativo,	executivo	e	judiciário,	dos	
quais	Montesquieu	iria	desenvolver	no	século	XVIII.
		 Na	 obra	 Ensaio	 sobre	 o	 Governo	 Civil	 afirmou	 que	 o	 homem	 atribuiu	 ao	 Estado	 apenas	 o	 papel	
de	 regulamentador	 da	 vida	 social,	 e	 que	 os	 direitos	 individuais	 são	 intocáveis	 e	 indelegáveis.	 As	 liberdades	
fundamentais,	como	o	direito	à	vida	e	à	propriedade,	e	 todos	os	direitos	comuns	ao	homem,	são	anteriores	e	
superiores	ao	Estado.	Portanto,	ao	contrário	de	Hobbes,	Locke	observa	que	a	propriedade	é	criação	do	estado	de	
natureza,	e	que	o	contrato	social	é	um	pacto	de	consentimento,	onde	o	homem	busca	no	Estado,	na	sociedade	civil	
e	política,	o	reconhecimento	e	a	proteção	da	propriedade.	Este	pacto,	quando	desrespeitado,	pode	ser	alterado	
e	desfeito,	assim	como	faz-se	em	qualquer	contrato,	autorizando	o	homem	a	limitar	o	poder	dos	governantes	e	
de,	inclusive,	promover	insurreições.	A	base	principal	da	liberdade	burguesa,	que	nesse	período	era	uma	classe	
revolucionária,	é	a	propriedade.	E	para	Locke,	a	liberdade	está	em	função	da	propriedade.	
		 “A	liberdade	consiste	menos	em	fazer	sua	vontade	do	que	em	não	submeter-se	à	de	outrem;	consiste	
ainda	em	não	submeter	a	vontade	de	outrem	à	nossa.
Quem	quer	que	seja	senhor	não	pode	ser	livre,	e	reinar	é	obedecer.”
(Cartas	Escritas	da	Montanha).
Jean-Jacques Rousseau
		 Na	França,	o	filósofo	suíço	Jean-Jacques	Rousseau,	filho	de	um	relojoeiro,	não	perdeu	a	hora	na	tarefa	
de	defender	uma	sociedade	baseada	na	justiça,	na	igualdade	e	na	soberania	do	povo.	Suas	principais	ideias	deste	
iluminista	estão	nas	obras:	Emílio,	Discurso	sobre	a	Origem	da	Desigualdade	entre	os	Homens	e	O	Contrato	Social.	
As	ideias	do	brilhante	filósofo,	além	de	fundarem	a	concepção	democrático-burguesa,	inspiraram	os	movimentos	
socialistas	do	século	XIX.
		 Como	 os	 demais	 contratualistas,	 Rousseau	 afirma	 que	 a	 sociedade	 se	 funda	 num	 contrato,	 porém	
estabelece	diferenças	fundamentais	em	sua	concepção.	Ao	contrário	de	Hobbes,	que	via	no	estado	de	natureza	
o	homem	egoísta	e	cruel,	Rousseau	viu	um	homem	feliz,	sadio,	livre	e	igual.	Em	O	Contrato	Social	ele	afirma	que	
“O	homem	nasce	puro;	a	sociedade	é	que	o	corrompe.”	E	ao	contrário	de	Locke,	onde	o	contrato	é	a	realização	da	
sociedade	civil	e	do	Estado,	para	Rousseau	é	somente	a	sociedade	civil,	de	onde	emana	o	poder	soberano	do	povo,	
independente	do	Estado.	Locke	defende	a	liberdade	em	função	da	propriedade,	Rousseau	atribuiu	à	propriedade	a	
causa	da	corrupção	dos	homens,	da	queda	das	democracias	e	do	crescimento	das	desigualdades	sociais.	Para	ele,	
onde	existe	desigualdade	não	existe	liberdade.	
		 Inspirado	pela	antiga	democracia	direta	de	Atenas,	onde	a	soberania	era	exercida	na	assembleia,	Rousseau	
rompe	com	a	separação	dos	três	poderes	(legislativo,	executivo	e	judiciário)	submetendo	a	vontade	individual	à	
vontade	geral	expressa	por	maioria	na	assembleia,	único	lugar	verdadeiramente	soberano.	Porém,	admitindo	o	
caráter	utópico	desta	concepção,	Rousseau	afirmou	que	este	tipo	de	democracia	nunca	havia	existido	e	talvez	nem	
viesse	a	existir,	mesmo	entre	os	gregos,	onde	a	participação	era	limitada	ao	cidadão	ocioso.	
Liberalismo
		 O	economista	inglês	Adam	Smith,	autor	de	A	riqueza	das	nações,	partiu	do	princípio	de	que	a	natureza	
humana	teria	uma	tendência	para	 trocar	uma	coisa	por	outra.	Analisando	a	estrutura	da	sociedade	capitalista,	
Adam	Smith	chegou	a	extraordinária	conclusão,	para	a	sua	época,	da	divisão	da	sociedade	em	classes.	Para	ele,	
três	 são	 as	 classes	 fundamentais	 da	 sociedade	 capitalista:	 o	 operariado,	 os	 capitalistas	 e	 os	 proprietários	 de	
terras.	Salienta	que,	na	sociedade	capitalista,	existe	comunidade	de	interesses,	uma	vez	que	os	benefícios	comuns	
resultam,	sobretudo,	do	choque	de	interesses	das	diversas	classes	sociais.	Por	isso	defendia	a	livre	concorrência.	
Também	economista	 inglês,	David	Ricardo	apresentou	os	princípios	básicos	de	seu	pensamento	na	obra	Ensaio	
sobre	a	influência	do	baixo	preço	dos	cereais	nos	lucros	da	bolsa.	Ele	defendeu	a	ideia	de	que	os	lucros	aumentam	
com	a	redução	dos	salários	e	diminuem	com	a	elevação	destes.	Com	outros	economistas	da	época,	entendeu	que	
a	tendência	ao	desemprego,	no	sistema	capitalista,	era	fenômeno	limitado.	
		 O	liberalismo	é	a	teoria	política	e	econômica	da	burguesia,	onde	os	princípios	que	regem	uma	sociedade	
capitalista	encontram	total	sustentação.	Surgida	no	início	do	séc.	XVII	e	consolidada	nas	duas	grandes	revoluções	
burguesas	(na	Inglaterra,	em	1688,	e	na	França,	em	1789),	que	derrubaram	os	regimes	teocrático	e	absolutista	do	
feudalismo,	esta	teoria	consagrou	como	direito	natural	dos	indivíduos	a	propriedade	privada.	Da	mesma	forma,	
consagrou	a	ideia	de	contrato	social	voluntário,	opondo-se	a	ideia	de	poder	e	Estado	nos	limites	da	divindade,	
cujo	representante	era	o	rei.
		 O	liberalismo,	que	às	vezes	é	empregado	como	sinônimo	de	individualismo,	aplica	a	liberdade	individual	
nos	 terrenos	político	e	econômico	e	defende	a	 ideia	de	Estado	mínimo.	Estabelece-se	claramente	a	distinção	
entre	as	atribuições	do	Estado	e	as	da	sociedade	civil.	No	Estado	abrigam-se	assuntos	da	vida	pública	(política),	
e	na	sociedade	civil	assuntos	da	vida	particular	(principalmente	a	economia).	Surge	A	Declaração	dos	Direitos	do	
Homem	e	do	Cidadão,	em	26	de	agosto	de	1789,	que	oficializou	a	destruição	do	regime	feudal,	livrando	os	servos	
de	seus	compromissos	com	os	senhores.	Esta,	formalizou	os	burgueses	definitivamente	no	poder,	e	promoveu	o	
individualismo,	o	igualitarismo	e	a	fraternidade	entre	os	revolucionários.	Essas	ideias	propagaram-se	por	toda	a	
Europa	devido	à	política	expansionistade	Napoleão	Bonaparte.	
		 Na	esfera	política,	o	liberalismo	teve	como	um	dos	maiores	representantes	o	contratualista	John	Locke.	
Na	econômica,	Adam	Smith	e	David	Ricardo	foram	os	dois	maiores	expoentes.	Algumas	de	suas	características:
Liberalismo Político: 
		 -	Oposição	ao	absolutismo,	pois	a	burguesia	já	estava	fortalecida	e	não	precisava	mais	da	aliança	com	o	
Estado;	
		 -	Teorias	contratualistas	para	legitimar	o	poder	independentemente	da	religião;
		 -	Criação	do	voto;	
		 -	Limitação	de	poderes;
		 -	 Garantia	 dos	 direitos	 individuais,	 liberdade	 de	 pensamento,	 expressão	 e	 religião.	 Liberalismo	
Econômico:	
		 -	Oposição	à	intervenção	do	rei	nos	negócios;
		 -	Defesa	da	propriedade	privada	dos	meios	de	produção	e	a	economia	de	mercado;	
		 -	Estado	mínimo,	ou	seja,	um	Estado	não	intervencionista;	
Socialismo Utópico
		 Na	história	da	humanidade	encontramos	diversos	pensamentos	acerca	de	uma	sociedade	perfeita,	sem	
injustiças	e	com	distribuição	de	riquezas.	No	século	V	a.C.,	o	filósofo	grego	Platão	já	inaugurava,	em	A	República,	
o	 ideal	 deste	 tipo	 de	 sociedade.	 Porém,	 a	 palavra	 utopia,	 de	 origem	 grega	 (significa	 “lugar	 inexistente”),	 foi	
empregada	primeiramente	no	séc.	XVI	por	Tomás	Morus,	quando	escreveu	um	romance	filosófico,	cujo	nome	é	
Utopia.	No	livro,	Morus	escreve	sobre	uma	ilha	onde	não	existia	a	propriedade	privada	e	nem	o	poder	da	religião.	
No	séc.	XIX,	alguns	dos	principais	socialistas	utópicos	foram	os	franceses	Saint	Simon,	Proudhon	e	Fourier.	Eles	
defenderam	 a	 liberdade	 e	 a	 igualdade,	 como	 consequência	 de	 um	 autogoverno	 dirigido	 por	 trabalhadores	
organizados	em	cooperativas.
Anarquismo
		 O	Anarquismo	(anarkhía,	a,	não,	e	arkhé,	comando	)	parte	do	princípio	de	que	todo	ser	humano	é	capaz	
de	autogovernar-	se,	através	da	convivência	comunitária.	As	ideias	do	socialista	utópico	Proudhon,	influenciaram	
bastante	esta	teoria	política,	que	teve	como	um	dos	principais	representantes	o	russo	Mikhail	Bakunin	(1814-
1876).
		 Confiando	na	convivência	pacífica	dos	homens,	o	anarquismo	baseia-se	numa	estrutura	autogestionária,	
ou	 seja,	 sem	 regras,	 autoridades	 e	 hierarquias,	 valorizando	 apenas	 a	 liberdade	 natural	 de	 cada	 indivíduo.	
Conhecidos	como	libertários,	contrários	aos	ideais	do	liberalismo,	ao	autoritarismo	e	à	autoridade,	os	anarquistas	
são	 contra	 qualquer	 tipo	 de	 Estado,	 curiosamente	 levando	 ao	 extremo	 uma	 concepção	 liberal.	 Se	 o	 liberal	
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considera	o	Estado	um	mal	necessário,	o	anarquista	considera-o	um	mal	desnecessário.
Karl Marx e o Socialismo Científico
		 Somente	com	Marx,	o	 socialismo	 tornou-se	objeto	de	análise	 científica.	É	 isto	que	veremos	a	partir	
de	agora:	Como	que	Karl	Marx,	o	fundador	do	socialismo	científico,	conseguiu	criar	uma	teoria	que	apontasse	
efetivamente	para	a	transformação	da	sociedade?	
		 Depois	de	Maquiavel,	que	separou	a	ética	da	política,	e	provocou	uma	verdadeira	revolução	nas	teorias	
políticas	desde	a	antiguidade,	Marx,	desmascarando	a	política	liberal,	causou	uma	verdadeira	revolução,	não	só	
teórica,	mas	também	prática.	Diversos	países,	como	a	URSS,	e	Cuba,	entre	outros,	realizaram	suas	revoluções	
instrumentalizados	pela	teoria	marxista.	Para	Marx,	a	liberdade	numa	sociedade	baseada	na	divisão	do	trabalho	
é	 ilusória,	 porque	 camufla	 os	 interesses	 antagônicos	 das	 classes	 para	manter	 a	 dominação	 de	 uma	 sobre	 a	
outra.	Sua	obra,	extremamente	complexa,	parte	de	um	profundo	combate	às	filosofias	idealistas	e	avança	para	
a	construção	do	materialismo	histórico,	uma	doutrina	baseada	no	princípio	de	que	são	as	lutas	de	classes	que	
produzem	a	história	e	transformam	as	sociedades.	Foi	assim	entre	senhores	e	escravos,	e	entre	senhores	feudais	
e	servos.	Da	mesma	forma,	entre	burguês	(patrão)	e	proletário	(operário).	
 Na base do pensamento marxista, divide-se a realidade social em três dimensões:	econômica,	
política	e	simbólica.	Nestas	dimensões	definem-se	a	infraestrutura	e	a	superestrutura.	A	infraestrutura,	é	a	base	
de	 toda	 a	 superestrutura,	 a	 realidade	 econômica	 fundamental,	 que	 comanda	 todos	 os	 fenômenos	 sociais.	 A	
superestrutura	(determinada	pela	infraestrutura)	é	dividida	em	superestrutura	jurídico-política	(Estado,	polícia,	
exército,	leis,	normas	e	tribunais)	e	superestrutura	ideológica	(ideias	políticas,	religiosas,	estéticas,	éticas,	morais	
e	filosóficas).
		 Portanto,	a	visão	que	temos	do	mundo	e	a	nossa	psicologia	são	reflexos	da	base	econômica	de	nossa	
sociedade.	As	ideias	que	surgiram	ao	longo	da	história	se	explicam	pelo	desenvolvimento	das	sociedades.	Elas	
são	oriundas	das	necessidades	das	classes	sociais	de	cada	tempo.	Por	isso	a	teoria	marxista	é	materialista,	porque	
considera	que	as	manifestações	espirituais	(ideias/pensamentos)	são	determinadas	pela	estrutura	material	da	
sociedade	(superestrutura),	diferente	dos	idealistas	para	quem	as	ideias	movimentam	o	mundo.	Segundo	Marx,	
ao	examinarmos	a	maneira	pela	qual	os	homens	produzem	os	bens	necessários	à	vida,	podemos	compreender	as	
formas	do	seu	pensamento.
 Assim escreveu Marx em Ideologia Alemã: “A	classe	que	tem	à	sua	disposição	os	meios	de	produção	
material	dispõe,	ao	mesmo	tempo,	dos	meios	de	produção	espiritual,	o	que	faz	com	que	a	ela	sejam	submetidas,	
ao	mesmo	tempo	e	em	média,	as	ideias	daqueles	aos	quais	faltam	os	meios	de	produção	espirituais.”.	Portanto	a	
representação	ou	ideia	apresentada	como	racionais	mas	que	exprimem	os	interesses	da	classe	dominante,	Marx	
chama	de	ideologia.	Devido	à	ideologia	o	proletário	não	percebe	a	própria	alienação	e,	portanto,	não	reconhece	
a	exploração	de	que	é	vítima.	Um	operário	sem	consciência	de	classe	é	um	reprodutor	das	ideias	dominantes,	
contrárias	aos	seus	próprios	interesses.
		 Para	Marx,	 a	 ideologia	 surge	 das	 relações	 de	 produção	 que	 determinam	 as	 contradições	 sociais.	 A	
realidade	contraditória	da	sociedade	é	negada	e	ocultada	por	falsas	ideias,	produzidas	e	divulgadas	pela	classe	
dominante.	De	acordo	com	a	teoria	marxista,	o	operário,	a	classe	social	que	vende	sua	força	de	trabalho	para	
viver,	quando	consciente	de	ser	explorada,	se	destina	a	libertar-se	e	libertar	toda	a	humanidade	na	construção	do	
socialismo.
		 Após	o	socialismo,	de	acordo	com	a	teoria	marxista,	uma	fase	superior	se	desenvolveria:	o	comunismo.	
O	 Estado	 desapareceria	 definitivamente,	 pois	 seu	 único	 papel	 é	manter	 a	 divisão	 das	 classes	 e	 perpetuar	 a	
exploração.	Com	o	fim	das	classes,	a	sociedade	seria	baseada	no	bem	coletivo	dos	meios	de	produção,	com	todas	
as	pessoas	sendo	absolutamente	livres.