Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Patologia SNC SISTEMA NERVOSO CENTRAL • Tem como unidade funcional o neurônio, sendo o único capaz de receber e enviar informações sensoriais • São diversas regiões e cada uma possui uma função, sendo assim os sinais e sintomas dependem da região afetada • O cérebro é hiperseletivo com o que vai sair da corrente sanguínea e entrar no cérebro, por isso alguns tratamentos são complicados de serem tratados (devido a barreira hematoencefálica) REAÇÕES CELULARES À LESÃO • Reação dos neurônios (neurônios vermelhos): aparecem 12 a 24h após a isquemia/ hipóxia irreversível • Reação dos astrócitos: glicose= hipertrofia do citoplasma, acúmulo de proteínas do citoplasma e hiperplasia dos astrócitos • Reação da micróglia: macrófagos proliferam e formam agregados em torno de focos de necrose tecidual ANATOMIA • Encéfalo e medula são revestidos e protegidos pelo crânio rígido e canal vertebral • Barreira hidroencefálica: astrócitos fazem um “pezinho” em torno do vaso, para proteger o encéfalo • Pressão dentro da cavidade craniana pode elevar por: 1. Edema cerebral 2. Hidrocefalia 3. Lesões expansivas focais EDEMA CEREBRAL • Acúmulo de líquido intra e extracelular no parênquima cerebral • Vasogênico: aumento de líquido extracelular pela ruptura da barreira hematoencefálica e aumento da permeabilidade vascular • Citotóxico: aumento de líquido intravascular secundário a lesão na membrana celular neuronal, glial ou endotelial • MACRO: giros aplanados e sulcos estreitados e cavidades ventriculares comprimidas Pode haver herniação, pois se o encéfalo consegue inchar e crescer dentro da calota, então a saída é passar pelo forame e fazer uma herniação HIDROCEFALIA • Aumento (excesso) de volume de LCR (líquido cefalorraquiano ou líquor) acumulado no interior de todo, ou parte do sistema ventricular • Há um alargamento dos ventrículos cerebrais por acúmulo de água • MACRO: aumento das dimensões dos ventrículos (aumento pressão intracraniana). Se ocorrer antes do fechamento das suturas cranianas há aumento da cabeça HIPERTENSÃO INTRACRANIANA • Aumentos da HI podem resultar em diminuição da perfusão e consequentemente isquemia • Hipertensão intracraniana: aumento da pressão do crânio • Hipertensão arterial: aumento da pressão no sistema vascular periférico HERNIAÇÃO • Deslocamento de tecido encefálico para além das dobras durais rígidas, ou através de aberturas no crânio, devido ao aumento da pressão intracraniana • Atravessa o limite, o tecido fica herniado entre os compartimentos através de gradiente de pressão • Associada a efeito de massa difuso (edema cerebral generalizado) ou focal (tumor, abcesso, hemorragia) Locais: 1. Subfalcina (cíngulo): compressão da artéria cerebral anterior (infarto) 2. Transtentorial (uncinada ou mesial temporal): comprometimento do terceiro nervo craniano= dilatação de pupila e comprometimento ocular 3. Tonsilar: deslocamento das tonsilas cerebelares pelo forame magno. Morte por compressão do tronco encefálico (parada respiratória) e do bulbo (centros cardíacos) HEMORRAGIA INTRACRANIANA • Trauma: forca física que pode provocar fratura craniana, lesão parenquimatosa (concussão, contusão e laceração) e lesão vascular • Sangramentos podem ocorrer na parte interna ou externa do encéfalo (epidural e subdural) • Ruptura de pequeno vaso no interior do encéfalo, com início súbito (AVE) LESÃO VASCULAR TRAUMÁTICA • Trauma direto ruptura da parede do vaso, ocorrendo hemorragia em diferentes locais anatômicos HEMATOMA EPIDURAL • Hematoma que ocorre acima da dura mater. • Presença de sangue arterial e geralmente com fraturas associadas a ele HEMATOMA SUBDURAL • Hematoma que ocorre abaixo da dura-máter • Presença de sangue venoso pela ruptura das veias • Tendência de ser lento e gradual. Se restringe a apenas um hemisfério HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA (NÃO TRAUMÁTICA) • Fator de risco mais comum associado é a hipertensão arterial • Patogenia: arteriosclerose de hialina nas arteríolas e necrose na parede do vaso • Casos de hipertensão crônica estão associados ao desenvolvimentos de pequenos aneurismas (microaneurismas de Charcot- Bouchard) HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE E RUPTURA DE ANEURISMA SACULAR • Aneurisma sacular: aneurisma intracraniano mais comum • Ocorrência esporádica e fatores genéticos • Clínica: cefaleia súbita e excruciante, seguida de perda de consciência • MACRO: pequena evaginação de paredes finas e em algum ponto arterial do polígono de Willis • MICRO: estrutura sacular de parede vascular fibrosa, sem musculo liso e lâmina elástica DOENÇA CÉREBRO VASCULAR • Lesão no cérebro em decorrência do fluxo sanguíneo alterado • “acidente vascular” é a designação clínica que se aplica a essas condições quando os sintomas se iniciam do nada • Pode ser de etiologia 1. Isquêmico 2. Hemorrágico ACIDENTE VASCULAR ESCEFÁLICO ISQUÊMICO • Suprimento sanguíneo ao SNC que resulta em hipóxia, isquemia e infarto • Embolia mais comum no cérebro é a trombose • Um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRÁGICO • Sangramento vindo da ruptura de vasos do SNC • Causas mais comuns: hipertensão arterial e anomalias vasculares (aneurismas e malformações) • O sangramento ocorre dentro e ao redor do cérebro HIPÓXIA E ISQUEMIA • O encéfalo requer suprimento constante de glicose e oxigênio • Hipóxia: baixa pressão parcial e comprometimento no transporte de oxigênio • Isquemia: interrupção do fluxo circulatório normal, transitória ou permanente. Obstrução vascular, redução na pressão de perfusão (hipotensão) INFARTO CEREBRAL • Quando o fluxo sanguíneo para uma porção do cérebro, acaba reduzindo a sobrevivência do tecido em risco, que depende: o Da presença de circulação colateral o Duração da isquemia o Magnitude e rapidez da redução do fluxo • Esses fatores determinam o local anatômico preciso e tamanho da lesão (e déficit clínico) • Zona de penumbra: área de transição entre tecido necrótico e encéfalo normal (é uma “área de risco”) • Células nas áreas de isquemia morrem por apoptose • Quando a isquemia cerebral focal é sustentada, ocorre infarto no território do vaso comprometido • Tamanho, localização, forma e extensão do dano tecidual resultante são influenciados pela duração da isquemia e adequação do fluxo colateral • Principal fonte de fluxo colateral é o polígono de Willis • A doença vascular oclusiva pode ocorrer devido a: o Embolização de fontes distantes (princ. Cardíaco e carotídeo) o Trombose in situ o Diversas formas de vasculites (princ. Infecciosas) INFARTO CEREBRAL NÃO HEMORRÁGICO • A maioria deles começa com a perda do suprimento sanguíneo • Uso de terapia trombolítica • Com a isquemia, há necrose do vaso sanguíneo. • Como o sangue não tem mais para onde ir, o sangue “entorna” no ponto de isquemia, causando uma hemorragia INFARTO CEREBRAL HEMORRÁGICO • A hemorragia secundário ocorre a partir de lesão de isquemia- reperfusão através de colaterais, ou após dissolução do material oclusivo intravascular • Ocorre na forma de hemorragias patequeais • Contraindicação de terapia trombolítica MACROSCOPIA DO INFARTO CEREBRAL • <6h: aparência pouco alterada • >48h: tecido pálido, amolecido e intumescido. A junção corticomedular pode ficar indistinta • 2 a 10 dias: se torna gelatinoso e friável, com limites entres o tecido normal e o infartado mais distintos à medida que o edema regride • 10 a 21 dias: o tecido se liquefaz MINI-FLASHBACK Necrose de coagulação: causada por isquemia, diminuição ou suspensão do aporte de sangue para determinada região. O tecido afetado tem aparência de um coágulo Necrose de liquefação: o tecido danificado assume a aparência liquida.Acontece, geralmente, quando células que fazem parte do sistema nervoso são danificadas Necrose: indica morte celular ou de tecidos. Envolve também o processo inflamatório no local Apoptose: é a morte de uma célula que, depois, é absorvida pelo próprio organismo (morte celular programada) MICROSCOPIA DO INFARTO CEREBRAL • >12h: alterações isquêmicas neuronais (neurônios vermelhos) e edema. Perda das características tintoriais usuais das substâncias branca e cinzenta. Células endoteliais e gliais tumefeitas e fibras mielinizadas começam a se desintegrar • 12 a 48h: infiltração neutrofílica aumenta progressivamente • >48h: neutrófilos começam a diminuir e monócitos circulantes e micróglia ativada se tornam o tipo celular predominante das 2-3 semanas seguintes • 7 dias: prossegue a fagocitose e liquefação. Os astrócitos reativos que, na borda da lesão, se dividem e desenvolvem uma rede de extensões citoplasmáticas • Após vários meses: regressão da resposta astrocítica, deixando densa a malha de fibras gliais, com novos capilares e tecido conjuntivo • A característica histológica dominante do infarto é a necrose coagulativa isquêmica, mas o cérebro é uma exceção, pois o infarto do SNC resulta em necrose liquefativa DOENÇA CÉREBRO VASCULAR HIPERTENSIVA • Os efeitos da hipertensão arterial sobre o cérebro incluem: 1. Efeitos lacunares 2. Hemorragias em fenda 3. Encefalopatia hipertensiva INFARTOS LACUNARES • Hipertensão arterial sistêmica causa esclerose arteriolar, podendo ocluir as artérias perfurantes cerebrais e as arteríolas que suprem os núcleos da base, substância branca hemisférica e o tronco encefálico • Desenvolvimento de pequenos infartos cavitários, conhecidos como lacunas • Podem ser clinicamente silenciosas ou causar graves prejuízos neurológicos HEMORRAGIAS EM FENDAS • Hipertensão arterial também pode dar origem a ruptura de vasos perfurantes de pequeno calibre, desenvolvendo pequenas hemorragias que são reabsorvidas com o tempo, deixando uma cavidade em forma de fenda, circundada por coloração acastanhada (destruindo tecido focal, macrófagos com pigmentos de hemossiderina e glicose) ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA • Surge no cenário de hipertensão maligna, sendo caracterizada por disfunção cerebral difusa, confusão, cefaleia, vômitos e convulsões, podendo levar ao coma • Necropsia: encéfalo edematoso com ou sem herniação Tonsilar ou Transtentorial • MICRO: petéquias e necrose fibrinoide das arteríolas nas substâncias branca e cinza
Compartilhar