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Acidente vascular encefálico quer dizer que houve acometimento de todo o encéfalo, já o acidente vascular cerebral significa que houve acometimento apenas do cérebro e este cenário é o mais comum!! Bases Patológicas das Doenças – Robbins & Cotran Bogliolo: Patologia – Geraldo B. Filho Medicina – Goldman – Cecil HISTOLOGIA DO SNC NEURÔNIOS - estruturas e dimensões que variam tanto ao longo do sistema nervoso quanto em uma região encefálica Especializações estruturais associadas à função - transmissão sináptica e diferenciação axonal e dendrítica CÉLULAS DA GLIA Os astrócitos são as células mais importantes pois, atuam no processo de cura e reparo, gliose, do sistema nervoso central. Apenas os núcleos das células gliais são reconhecíveis Astrócitos: núcleo redondo e frouxo Oligodendrócito: redondo e denso Micróglia: núcleos alongados e densos O tecido nervoso apresenta reações e lesões celulares que dependem do tipo, da intensidade e da duração do agente agressor. Causas agudas ou crônicas – mais importante é a hipertensão. CROMATÓLISE Reação precoce e reversível Dispersão dos corpúsculos de Nissl e sua dissolução em torno do núcleo Interrupção da continuidade axonal= ativação de moléculas sinalizadoras e fatores de transcrição que aumentam a expressão de proteínas associadas ao crescimento axonal TUMEFAÇÃO CELULAR Modificações na permeabilidade da membrana citoplasmática abaulamento e diminuição da basofilia citoplasmática. DEGENERAÇÃO ESPONGIFORME Tumefação mais avançada assume aspecto vacuolar e estende-se para o neurófilo. ATROFIA NEURONAL SIMPLES Processos crônicos como envelhecimento e atrofia transináptica, pode haver retração do corpo neuronal com basofilia citoplasmática e hipercromasia nuclear, aspecto conhecido como atrofia neuronal simples. ATROFIA PIGMENTAR Acúmulo de lipofuscina no citoplasma de neurônios envelhecidos. NEURÔNIO ISQUÊMICO Retração do corpo celular, do núcleo e hipereosinofilia. Aumento de líquido no SNC = aplanamento dos giros e apagamento dos sulcos Aumento da permeabilidade capilar cerebral (lesão barreira hematoencefálica) Isquemia cerebral Aumento da pressão intraventricular Diminuição da osmolaridade do plasma. TIPOS DE EDEMA: VASOGÊNICO Mais comum!! Hemorragia cerebral Infarto cerebral Abscesso cerebral Neoplasias intracranianas Traumatismos cranioencefálicos Crises convulsivas Encefalopatia hipertensiva Radiação e intoxicação por chumbo Edema forma-se ao redor dessas lesões Aumento da expressão de caveolina-1 e diminuição de proteínas juncionais resultando em aumento da permeabilidade capilar e saída de líquido para o interstício CELULAR OU CITOTÓXICO Isquemia regional por obstrução vascular transitória ou permanente Redução da oferta de 02, há diminuição de ATP e redução na atividade das bombas Acúmulo de Na+ intracitoplasmático aumenta a osmolaridade e entrada de água na célula CELULAR OU CITOTÓXICO E VASOGÊNICO – Mecanismo INTERSTICIAL Obstáculo na circulação liquórica e aumento da pressão intraventricular Fluido do sistema ventricular transuda através do revestimento ependimário ao aumento da pressão ventricular Causa: hidrocefalia obstrutiva HIPOSMÓTICO Diminuição da osmolaridade plasmática Causa: infusão intravenosa de grande quantidade de solução salina ou glicosada Secreção inapropriada de hormônio antidiurético ou depleção aguda de sódio Correção rápida da situações de hiperosmolaridade - cetoacidose, desidratação, hipernatremia Hiponatremia (< 120 mmol/l) SÍNDROME DE HIPERTENSÃO CRANIANA Aumento de líquido no SNC A HIC pode se originar de lesões neurológicas cerebrais de origem traumática, infecciosa, metabólica e/ou hipoxêmica. Na imagem, é possível perceber que, após um trauma (região marrom ocorreu a formação de um edema, que levou ao aumento do parênquima o que acaba por comprimir das estruturas que são líquidas. CONSEQUÊNCIAS DO AUMENTO DA PRESSÃO INTRACRANIANA A pressão intracraniana elevada também pode reduzir a perfusão do encéfalo, com posterior exacerbação do edema cerebral Expansão grave = herniação em múltiplas localizações anatômicas Internas mais importantes: Giro do cíngulo Giro para-hipocampal (úncus) Tonsilas cerebelares Hérnia do giro do cíngulo Localizada na região frontoparietal de um hemisfério cerebral Deslocamento lateral do giro do cíngulo para o lado oposto, por baixo da borda livre da foice do cérebro. Bem tolerado clinicamente Compressão das artérias pericalosas causando infarto frontoparietal/parassagital Déficit motor e sensitivo dos membros inferiores CAUSAS DA SÍNDROME DA HIPERTENSÃO CRANIANA Crescimento de lesões que ocupam espaço na caixa craniana Obstrução da circulação liqüórica (hidrocefalia) Aumento de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular encéfalo (edema cerebral) Ingurgitamento da microcirculação (aumento do volume sanguíneo intracraniano) ASPECTOS CLÍNICOS Cefaleia Vômito Papiledema Manifestações decorrem da distorção do mesencéfalo e da formação de hérnias cerebrais: Tríade de Cushing Hipertensão arterial secundária ao aumento da atividade simpática Hemorragia subendocárdica Necrose miocárdica focal de origem isquêmico Distúrbios do ritmo respiratório (por comprometimento do tronco encefálico caudal) Edema pulmonar neurogênico Lesões agudas da mucosa gastroduodenal FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL Metabolismo aeróbico - aporte de sangue oxigenado 2% do peso corporal requer 20% débito cardíaco consumindo 20% oxigênio utilizado pelo organismo Fluxo sanguíneo e taxa metabólica de o2 e glicose interligados Alto fluxo sanguíneo cerebral Vascularização especializada para garantir suprimento necessário: o Sangue altamente oxigenado - artéria vertebral e carótida o Polígono de Willis ALTERAÇÕES VASCULARES A presença de aterosclerose, bem como trombos arteriais ou venosos, podem culminar com lesão da parede vascular. Além disso, angiopatia hipertensiva (favorece a formação de placas de ateromas), aneurisma sacular e malformação arteriovenosa podem também, com a lesão da parede vascular. Quando o vaso se rompe, o sangue acaba extravasando para alguns locais do cérebro. Pode ocorrer a presença de sangue no parênquima, no espaço subaracnóideo. Ademais é possível ter problemas sistêmicos, como no caso na insuficiência hemodinâmica sistêmica que pode culminar com isquemia global. CAUSAS PARA O AVC Lesão da parede vascular Insuficiência hemodinâmica sistêmica Embolia Doenças hematológicas Iatrogenia Uso de drogas Hipertensão intracraniana FATORES DE RISCO Hipertensão arterial Tabagismo Diabetes mellitus Hipercolesterolemia Dieta inadequada Obesidade Sedentarismo Uso excessivo de álcool Estresse VASCULARIZAÇÃO ENCEFÁLICA Vascularização especializada para garantir suprimento necessário Sangue altamente oxigenado - artéria vertebral e carótida Polígono de WllisPrivação de oxigênio por diversos mecanismos: Hipóxia = baixa pressão, comprometimento transporte de sangue ou inibição do uso de oxigênio Isquemia = interrupção fluxo sanguíneo por redução na pressão da perfusão ou obstrução de vasos sanguíneos Isquemia cerebral global Redução generalizada da perfusão cerebral Isquemia cerebral focal Redução ou interrupção fluxo sanguíneo área localizada Alterações bioquímicas devido a isquemia resultam em lesões celulares reversíveis e irreversíveis dependendo diretamente do tempo e intensidade do dano INFARTO (ISQUEMIA CEREBRAL FOCAL) Obstrução do fornecimento sanguíneo local Tamanho, localização, forma e extensão do dano tecidual= adequação do fluxo colateral Disfunção das células endoteliais ATEROSCLEROSE Frequentemente associada a hipertensão arterial e diabetes Locais comuns de trombose primária; EMBOLIZAÇÃO Trombos murais cardíacos o Infarto miocárdio, fibrilação atrial, doença valvar (aorta e mitral - endocardites) Tromboembolismos a partir de placas ateromatosas o Artéria carótida Embolia gordurosa após fraturas “chuva de êmbolos’’ VASCULITE Processos inflamatórios podem levar ao estreitamento vascular Vasculite infecciosa (sífilis e tuberculose) ou infecção oportunista Imunossupressão ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO Aterosclerose Cerebral Principal causa de infarto cerebral Crescimento progressivo da placa trombose Embolia fragmentação do trombo Fatores de risco o Hipertensão arterial, diabetes mellitus, hiperlipidemia e tabagismo Aterosclerose cerebral Formação Artérias vertebrais e cerebrais, artérias carótidas internas Polígono de Willis - artéria basilar, a cerebral média, a cerebral posterior e as vertebrais DOENÇA CEREBROVASCULAR HIPERTENSIVA Hipertensão arterial Agrava aterosclerose nos grandes vasos extra e intracranianos Promove alterações estruturais artérias pequeno calibre = angiopatias hipertensivas Tensão arterial aumentada resulta na deposição de material fibrinóide na parede do vaso espessada Artérias lentículo-estriadas e ópticas ANGIOPATIA AMILÓIDE CEREBRAL – AAC Deposição extracelular de peptídeo amilóide nas arteríolas e artérias de pqno e médio calibre. INFARTOS Microscopia Após 12h tumefação neuronal, neurônios vermelhos, edema e células gliais tumefeitas Até 48h infiltrado neutrófilo e células fogocíticas 2 a 3 semanas neutrófilos saem e predomínio de células fogocíticas, astrócitos (cura e reparo) da borda da lesão aumentam de tamanho, se dividem e desenvolvem uma rede proeminente de extensões Várias semanas trama de fibras gliais e tecido conjuntivo INFARTO CEREBRAL Ataque isquêmico transitório Manifestação menos grave Déficits súbitos e reversíveis < 24 horas Microinfartos, êmbolos diminutos ou transtornos hemodinâmicos sistêmicos Se é global = encefalopatia hipoxico-isquemica LESÃO CEREBRAL GLOBAL Hipotensão, hipoperfusão e estados de baixo fluxo Resposta clínica varia com a gravidade da agressão Casos leves = estado confusional pós-isquêmico transitório - com ou sem dano tecidual irreversível Casos graves = morte neuronal difusa - estado vegetativo ou morte encefálica Zona limítrofe = “divisor de águas” regiões distais da irrigação sanguínea do encéfalo ou medula espinal Morfologia Isquemia cerebral global Encéfalo edemaciado Giros aumentados e sulcos estreitados Fraca demarcação entre substância branca e cinzenta Aspectos Clínicos Déficits associados a infartos são determinados por sua localização no encéfalo; Sintomas neurológicos surgem rapidamente e podem progredir por horas Pode haver uma melhora dos sintomas em consequência da reversão da lesão na região de penumbra da isquemia e resolução do edema associado Em geral, melhora lenta HEMORRAGIA INTRACRANIANA Hemorragias podem ocorrer em qualquer local do SNC: ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO Intraparenquimatoso Hemorragia espontânea/não traumática intraparenquimatosa Pico de incidência ~ 60 anos Ruptura de pequenos vasos intraparenquimatosos Formação o Microaneurismas de Charcot- bouchard – putamen, tálamo e ponte o Angiopatia amiloide cerebral – lobares Etiologia o Hipertensão arterial, distúrbios sistêmicos de coagulação, neoplasias, vasculites, o Aneurismas e malformações Angiopatia amilóide cerebral – AAC Peptídeos amiloidogenicos se depositam nas paredes dos vasos sanguíneos. Aspectos clínicos Pode ser clinicamente devastadora se afetar: Grandes porções do encéfalo e se estender para o interior do sistema ventricular Pequenas regiões e ser clinicamente silenciosa Local da hemorragia determina manifestações clínicas ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO Subaracnóide Ruptura aneurisma saculares 2% da população 90% ramificação arterial na circulação anterior Trauma aneurisma aterosclerótico - fusiforme principalmente na artéria basilar o Aneurisma micótico o Aneurisma traumático o Aneurisma dissecante Malformações arteriovenosa Edema vasogênico ANEURISMA SACULAR Patogenia Etiologia desconhecida Fatores genéticos Aterosclerose Fatores de predisposição Tabagismo e hipertensão Morfologia Evaginação em forma de bolsa com paredes finas 2 a 3 cm Superfície brilhante e avermelhada, translúcido ASPECTOS CLÍNICOS DO ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO 50 anos Sexo feminino Probabilidade de ruptura aumenta com o aumento do tamanho do aneurisma ⅓ associado ao aumento abrupto da pressão arterial Sangue sob pressão é forçado para o espaço subaracnoide causando uma súbita e excruciante cefaleia e perda da consciência Óbito entre 25 - 50% LESÃO VASCULAR TRAUMÁTICA
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