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1 A leucemia pode ser definida como sendo uma transformação que corre em uma célula e leva à formação de um clone maligno, que perde o controle da divisão celular e tem capacidade de invadir outros tecidos. Doença maligna mais comum na infância, correspondendo aproximadamente a 30% dos casos de câncer em crianças; No Brasil são registrados cerca de 7400 casos de leucemia por ano com um total de 5500 mortes, representando o 8º tipo de câncer mais frequente na população brasileira (INCA, 2002). CLASSIFICAÇÃO As leucemias podem ser classificadas em agudas e crônicas. Leucemias Agudas: Leucemia Mielóide Aguda – LMA (blastos) Leucemia Linfoide Aguda – LLA Leucemias Crônicas: Leucemia Mielóide Crônica – LMC (células maduras) Leucemia Linfoide Crônica – LLC LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS: CLASSIFICAÇÃO FAB Tipo de células em que a leucemia se desenvolve e o grau de maturidade das células. Leucemia mieloide aguda com diferenciação mínima (FAB M0); Leucemia mieloide aguda sem maturação (FAB M1); Leucemia mieloide aguda com maturação (FAB M2); Leucemia promielocítica (FAB M3); Leucemia mielomonocítica aguda (FAB M4); Leucemia monocítica aguda (FAB M5); Leucemia eritróide pura (FAB M6): Leucemia megacarioblástica aguda (FAB M7); Leucemia basofílica aguda; Panmielose aguda com fibrose. LEUCEMIAS MIELÓIDES AGUDAS – CLASSIFICAÇÃO OMS Leucemia mieloide aguda com uma translocação entre os cromossomos 8 e 21; Leucemia mieloide aguda com uma translocação ou inversão no cromossomo 16; Leucemia profolítica aguda com o gene de fusão PML- rara; Leucemia mieloide aguda com uma translocação entre os cromossomos 9 e 11; Leucemia mieloide aguda com uma translocação entre os cromossomos 6 e 9; diagnóstico das leucemias AULA 11 – HEMATOLOGIA CLÍNICA leucemias 2 Leucemia mieloide aguda com uma translocação ou inversão no cromossomo 3; Leucemia mieloide aguda com uma translocação entre os cromossomos 1 e 22; Leucemia mieloide aguda com o gene de fusão BCR-ABL1; Leucemia mieloide aguda com gene NPM1 mutado; Leucemia mieloide aguda com mutações bialélicas do gene CEBPA; Leucemia mieloide aguda com gene RUNX1 mutado; Leucemia mieloide aguda com alterações relacionadas à mielodisplasia; Leucemia mieloide aguda relacionada a quimioterapia ou radioterapia prévia; Leucemia mieloide aguda não especificadas; Sarcoma mieloide ou sarcoma granulocítico ou cloroma; Proliferações mieloides relacionadas com a síndrome de Down; Leucemias agudas indiferenciadas e bifenotípica. LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA Saber em qual fase a LMC está ajuda os médicos a determinarem o tratamento apropriado e prever o prognóstico (chance de recuperação) do paciente. As três fases da LMC são: Fase crônica: A maioria dos pacientes são diagnosticados nessa fase Apresenta-se com ou sem sintomas Aumento no número de leucócitos Fase acelerada: Aumento no número de células imaturas Às vezes, novas mutações cromossômicas podem acontecer Mais de 20% de basófilos no sangue Alta contagem de leucócitos Contagem muito alta ou muito baixa de plaquetas Aumento do tamanho do baço Crise blástica: Anemia Contagem muito alta de leucócitos Contagem muito alta ou muito baixa de plaquetas Blastos no sangue, medula óssea ou outros órgãos Células de LMC com novas anormalidade cromossômicas Sintomas como fadiga, fôlego diminuído, dor abdominal, dores no osso, baço aumentado, falta de apetite e perda de peso. LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS – LLA CLASSIFICAÇÃO FAB L1- linfoblastos pequenos e uniformes; L2- linfoblastos grandes e pleomorficos; L3- linfoblastos com mais basofilia e vacúolos (tipo Burkitt). LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS – LLA CLASSIFICAÇÃO OMS O sistema da OMS divide a leucemia linfoide aguda em vários grupos: Leucemia linfoide aguda de células B; Leucemia linfoide aguda de células B com hipodiploidia (as células de leucemia têm menos de 44 cromossomos); Leucemia linfoide aguda de células B com hiperdiploidia (as células de leucemia têm mais de 50 cromossomos); Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 9 e 22 (o cromossomo Filadélfia, que cria o gene BCR- ABL1); Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre o cromossomo 11 e outro cromossomo; Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 12 e 21; Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 1 e 19; Leucemia linfoide aguda de células B com translocação entre os cromossomos 5 e 14; Leucemia linfoide aguda de células B com amplificação de uma porção do cromossomo 21 (iAMP21); 3 Leucemia linfoide aguda de células B com translocações envolvendo certas tirosinas quinases ou receptores de citocinas (BCR- ABL1); Leucemia linfoide aguda de células B, não especificado de outra forma; Leucemia linfoide aguda de células T; Leucemia linfoide aguda de linhagem mista. LEUCEMIAS – FISIOPATOLOGIA As leucemias ocorrem a partir de mutações genéticas e/ou epigenéticas em leucócitos imaturos. Essas mutações ocasionam erros na produção de proteínas e perda de sinais regulatórios que controlam a divisão celular e apoptose, originando células metastáticas com crescimento desregulado. DIAGNÓSTICO Da Leucemia Linfoide Crônica (LLC): Hemograma: Linfocitose, especialmente >/ 5000 linfócitos por pelo menos três meses Fragilidade celular (manchas de Gumprecht) Anemia (AHAI) Plaquetopenia Imunofenotipagem: Principais marcadores na LLC incluem CD5, CD19, CD20 e CD23 e expressão fraca de imunoglobulinas de superfície monoclonais. Mielograma: Infiltração de linfócitos Exames moleculares. CITOGENÉTICA DA LLC As anomalias mais comuns são: Trissomia do cromossomo 12 Translocação t (14,19) DIAGNÓSTICO Da Leucemia Linfoide Aguda: Hemograma: Pode revelar anemias normocítica e normocrômica e trombocitopenia 60% dos pacientes apresentam leucometria superior a 100.000/mm³ 25% dos pacientes são leucopênicos, leucócitos abaixo de 4.000/mm³, nesse caso os blastos são raros ou ausentes 4 Mielograma: Medula óssea hipercelular com intensa infiltração por linfoblastos com substituição dos espaços adiposos e elementos medulares normais por células leucêmicas, com precursores mieloides e eritroides residuais de aspecto normal e megacariócitos diminuídos ou ausentes Imunofenotipagem: São divididas em LLA tipo T e LLA tipo B Citoquímicas: Auxiliam na diferenciação entre LLA e LMA. Frequentemente demonstram uma evidente coloração e forma de anéis concêntricos de grânulos grosseiros ou blocos maciços DIAGNÓSTICO Da Leucemia Mieloide Aguda: Hemograma: Presença de blastos leucêmicos no sangue periférico Pacientes trombocitopênicos Anemia normocítica normocrômica Mielograma: Medula hipercelular às custas de blastos, como os mieloblastos Os mieloblastos podem apresentar bastão de Auer Citoquímica: Positividade para as reações de peroxidase, negro de Sudam ou naftil-cloro-acetato esterase Imunofenotipagem: Importante, principalmente, no diagnóstico das LMA M0 e M7 CITOGENÉTICA A anomalia mais comum é a Inversão inv (16). DIAGNÓSTICO Da Leucemia Mieloide Crônica: Hemograma: Leucocitose (faixa leucocitária entre 100.000 e 300.000 leucócitos/mm 3) com neutrofilia e desvio à esquerda não- escalonado Anemia, quando existente se apresenta de forma fraca, não-hemolítica, além de normocítica e normocrônica Mielograma: Medula hipercelular às custas de aumento marcante de neutrófilos e precursoreso que leva a relação leuco:eritroblástica para 20:1. Predomínio de células mais jovens como promielócitos e mielócitos Citoquímica; Imunofenotipagem. CITOGENÉTICA A anomalia mais comum é a Translocação t (9,22), Filadélfia.
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