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1 -Fenômenos de transporte- Professor: Dhisney Gonçalves de Oliveira Versão: 1 / Revisão: 1 (04-10-2021) -FENÔMENO DE TRANSPORTE- Professor: Me Dhisney Gonçalves de Oliveira _________________________________________________________________________________________________ TÓPICO 7 - NÚMERO DE REYNOLDS O número de Reynolds (𝑅𝑒) é um número adimensional usado em fenômeno de transporte para determinar o tipo do regime de escoamento de determinado fluido dentro de um conduto ou sobre uma superfície. Ou seja, verificar se o escoamento ocorre em regime laminar ou turbulento. Resumidamente, é a relação existente entre a força de inércia (ou aceleração) e a força de viscosidade dinâmica (propriedade de resistência que o fluido apresenta ao escoamento). Postulado pelo irlandês físico e engenheiro britânico Osborne Reynolds no século XIX, que descobriu através de experimentos, que a transição de fluxo laminar para turbulento em um tubo e dependente, além da velocidade de escoamento, também do diâmetro do tubo e da viscosidade absoluta do fluido. Além disso, ele também postulou que o início da turbulência estava relacionado a um número-índice específico. Comumente, essa taxa adimensional é conhecida como o número de Reynolds (𝑅𝑒), dada pela expressão: 𝑅𝑒 = 𝜌 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜇 Sendo: 𝑅𝑒: Número de Reynolds; 𝜌: Mass específica do fluido; 𝑑: Diâmetro do condutor; 𝑣: Velocidade de escoamento; 𝜇: Viscosidade absoluta. Como a viscosidade absoluta (𝜇) é expressa por: 𝜇 = 𝜐 ⋅ 𝜌 Sendo 𝜐 a viscosidade cinemática, logo a expressão de Reynolds, substituindo a viscosidade absoluta pela viscosidade cinemática, é expressa por: 𝑅𝑒 = 𝜌 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜐 ⋅ 𝜌 → 𝑅𝑒 = 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜐 Regime de escoamento A partir do resultado do Número de Reynolds o regime de escoamento dos fluidos pode, basicamente, ser classificados em 3 tipos, laminar, turbulento e em transição, sendo: 𝑅𝑒 < 2.300 → 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟; 2.300 ≤ 𝑅𝑒 ≤ 2.400 → 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜; 𝑅𝑒 > 2.400 → 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜. Regime laminar: quando as partículas do fluido se movem em camadas ou lâminas segundo trajetórias retas e paralelas, ou seja, as partículas não se cruzam. Nesse tipo de escoamento, a camada mais externa do fluido adere à parede do tubo, tendo, portanto, velocidade nula e à medida que as camadas do fluido vão distanciando das paredes do tubo, vão gradativamente ganhando velocidade. 2 -Fenômenos de transporte- Professor: Dhisney Gonçalves de Oliveira Versão: 1 / Revisão: 1 (04-10-2021) Escoamento laminar Fonte: CFD Support (2021). No escoamento laminar, as partículas de fluido são transportadas de um local para outro com velocidade aproximadamente constante em módulo, direção e sentido como é observado na anterior. É como se o fluido fosse formado por lâminas e as partículas em movimento se mantivessem em sua lâmina e, consequentemente, não houvesse transferência de massa entre uma lâmina e outra. Escoamento turbulento: as partículas do fluido se movem de forma desordenada, podendo ocupar diversas posições ao longo do escoamento, ou seja, as partículas se cruzam, chocando-se constantemente. No fluxo turbulento a distribuição de velocidade no fluxo turbulento é mais uniforme que no fluxo laminar. Escoamento turbulento Fonte: CFD Support (2021). Escoamento em transição (ou, zona crítica): O escoamento não é bem definido e a perca de carga não pode ser determinada com segurança. Exemplo 1: Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou turbulento. Sabe-se que, a tubulação possui diâmetro de 4𝑐𝑚 e escoa água com uma velocidade de 0,05𝑚/𝑠. Dado: 𝜇 = 1,002 ⋅ 10−3 𝑁 ⋅ 𝑠 𝑚2⁄ e 𝜌 = 998 𝑘𝑔 𝑚3⁄ . Resolução: 𝑅𝑒 = 𝜌 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜇 𝑑 = 4𝑐𝑚 = 0,04𝑚 𝑣 = 0,05 𝑚 𝑠⁄ 𝜇 = 1,002 ⋅ 10−3 𝑁 ⋅ 𝑠 𝑚2⁄ 𝜌 = 998 𝑘𝑔 𝑚3⁄ 𝑅𝑒 = 𝜌 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜇 = 998 𝑘𝑔 𝑚3⁄ ⋅ 0,04𝑚 ⋅ 0,05 𝑚 𝑠⁄ 1,002 ⋅ 10−3 𝑁 ⋅ 𝑠 𝑚2⁄ = 1,996 𝑘𝑔 𝑚 ⋅ 𝑠⁄ 1,002 ⋅ 10−3 𝑁 ⋅ 𝑠 𝑚2⁄ = 1.992,02 Resposta: 𝑅𝑒 < 2.300, portanto, o fluxo é laminar. Exemplo 2: Um tubo circular com 40𝑚𝑚 de diâmetro transporta água a 20ᵒ𝐶. Calcule a maior taxa de fluxo (Vazão) na qual pode ser esperado fluxo no regime laminar, em litros por minuto (𝑚3 𝑠⁄ ). Dado: 𝜐 = 10−6 𝑚2 𝑠⁄ . Resolução: 𝑅𝑒 = 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜐 3 -Fenômenos de transporte- Professor: Dhisney Gonçalves de Oliveira Versão: 1 / Revisão: 1 (04-10-2021) 𝑑 = 40𝑚𝑚 = 4𝑐𝑚 = 0,04𝑚 𝑅𝑒 = 2.300 [𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑛ú𝑚𝑒𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟] 𝜐 = 10−6 𝑚2 𝑠⁄ 𝑣 = ? 𝑅𝑒 = 𝑑 ⋅ 𝑣 𝜐 → 𝑣 = 𝑅𝑒 ∙ 𝜐 𝑑 𝑣 = 𝑅𝑒 ∙ 𝜐 𝑑 = 2.300 ∙ 10−6 𝑚2 𝑠⁄ 0,04𝑚 = 0,0575𝑚/𝑠 Encontrando a vazão (𝑄) - Taxa de escoamento: 𝑄 = 𝑣 ∙ 𝐴 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝑑² 4 = 𝜋 ∙ 0,04² 4 = 0,00125663706𝑚3 𝑣 = 0,0575𝑚/𝑠 𝑄 = 𝑣 ∙ 𝐴 = 0,0575𝑚 𝑠 ∙ 0,00125663706𝑚3 = 7,225663 ∙ 10−5 𝑚3 𝑠⁄ 7,225663 ∙ 10−5 𝑚3 𝑠 ∙ 1.000𝐿 1𝑚3 ∙ 60𝑠 1𝑚𝑖𝑛 = 4,3353978 𝐿 𝑚𝑖𝑛⁄ Resposta: A máxima taxa de fluxo para que o comportamento seja laminar é de aproximadamente 4,34 𝐿 𝑚𝑖𝑛⁄ . PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL É possível também diferenciar os regimes de escoamento através de uma simples visualização. No escoamento laminar as partículas do fluido movem-se em camadas, ou lâminas, ao longo do escoamento, em trajetórias bem definidas e ordenadas. No escoamento turbulento as partículas do fluido rapidamente se misturam, enquanto se movimentam ao longo do escoamento, descrevendo trajetórias irregulares e desordenadas. Nessa temática, o objetivo do procedimento experimental consiste em diferenciar qualitativa e visualmente os escoamentos laminar e turbulento, além de determinar as condições nas quais ocorre a transição entre os tipos de escoamento. Materiais utilizados: Bancada de Reynolds horizontal* (esquematizada na figura a seguir); Água; Cronômetro de bolso Corante (exemplo, violeta genciana); e Paquímetro (ou régua). 4 -Fenômenos de transporte- Professor: Dhisney Gonçalves de Oliveira Versão: 1 / Revisão: 1 (04-10-2021) *A bancada pode ser substituída por: uma mangueira transparente com comprimento e diâmetro interno conhecidos; um recipiente para controlar a vazão da água que irá entrar na mangueira transparente; um recipiente para receber a água que sai da mangueira transparente; seringa com agulha. Procedimentos 1: Abastecer a caixa graduada de acrílico com água. Observação: A caixa possui uma divisão para diminuir a turbulência da água; 2: Abrir o registro 1; 3: Abrir o registro 2 de modo a permitir que água flua no interior do tubo. A água deve preencher todo o tubo; Observação: O manual do fabricante informa que o tubo possui 1500mm de comprimento e um diâmetro de 30 mm. 4: Abastecer o reservatório de corante; 5: Ajustar a abertura do registro 1 e do registro 2 de modo a obter um fino fio de corante no interior do tubo. O filete deve estar bem centralizado no interior do tubo transparente indicando que o escoamento é laminar; Atenção para que o coletor após o dreno não transborde; Atenção para o volume de água disponível na caixa de acrílico; Atenção para o volume de corante disponível no reservatório. Quando abrimos um pouquinho uma torneira, um fio de água flui suavemente com uma aparência similar a uma fina barra lisa de vidro. Ao abrirmos bastante a torneira, um grande volume de água sai da torneira com um comportamento caótico e agitado. O primeiro tipo de escoamento é conhecido como laminar; o segundo, como turbulento. 6: Utilizar o cronômetro e a graduação da caixa graduada para determinar a vazão de água. 7: Obter a velocidade média da água usando a equação: 𝑄 = ∆𝑉 ∆𝑡 = 𝐴 ∙ ∆𝑥 ∆𝑡 = 𝐴 ∙ 𝑣 Onde, 𝑄 é a taxa de escoamento (vazão), ∆𝑉 é a variação no volume da caixa graduada ao longo de um tempo ∆𝑡, 𝐴 é a secção do tuboe 𝑣 é a velocidade de escoamento; 8: Calcular o número de Reynolds para o escoamento laminar (fazer 3 medidas); 9: Ajustar a vazão de modo a obter escoamento transitório; Atenção para que o coletor após o dreno não transborde; Atenção para o volume de água disponível na caixa de acrílico; Atenção para o volume de corante disponível no reservatório; 10: Calcular a vazão e o número de Reynolds para o escoamento transitório (fazer 3 medidas); 11: Ajustar a vazão de modo a obter escoamento turbulento; Atenção para que o coletor após o dreno não transborde. Atenção para o volume de água disponível na caixa de acrílico. Atenção para o volume de corante disponível no reservatório; 12: Calcular a vazão e o número de Reynolds para o escoamento turbulento (fazer 3 medidas); 5 -Fenômenos de transporte- Professor: Dhisney Gonçalves de Oliveira Versão: 1 / Revisão: 1 (04-10-2021) Medidas Volume (𝑚³) Tempo (𝑠) Temperatura (ᵒ𝐶) Classificação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Observações: Além da coletar dos dados durante o experimento, observe e registre com imagem o fluxo da água com ajuda do corante azul. Assim poder comparar os cálculos obtidos. PROJETO INTERDISCIPLINAR A partir dos obtidos da aula prática os alunos terão que elaborar um relatório, valido para Projeto Interdisciplinar com nota de 2,0 pontos, a ser utilizada na composição da nota A2 de todas as disciplinas do semestre (exceto a EAD). Os alunos deverão elaborar após a realização da aula prática, fora do laboratório, um relatório que deverá conter introdução, materiais e métodos, resultados, discussão, conclusão e referências bibliográficas sobre os dois experimentos realizados nessa aula: visualização do escoamento laminar, de transição e turbulento completamente desenvolvido em tubos e determinação das condições nas quais ocorrem o escoamento laminar, de transição e turbulento. Estrutura do relatório 1 - Objetivos: Mencionar de forma clara e resumida quais são os principais aspectos de interesse abordados no conteúdo do Relatório, ou seja, o objetivo principal do trabalho, referente ao assunto da aula em questão. 2 - Introdução Teórica: Este item deverá conter informações teóricas ou históricas importantes sobre o assunto abordado, com conteúdo escrito de forma direta, preferencialmente com períodos curtos de construção gramatical e obedecendo as regras tradicionais da escrita. Trata-se de um instrumento eficiente quando o conteúdo obedece aos parâmetros que seguem com clareza e precisão as informações apresentadas, sempre referenciando alguma obra literária como livros, artigos de revistas ou normas técnicas, quando for o caso. 3 - Procedimentos Experimentais: Descrever de forma dissertativa quais foram os materiais e métodos empregados na aula prática para a sua execução. Mencionar quais tipos de materiais foram utilizados, qual temperatura de ensaio, geometria e dimensões dos corpos de prova, condições de ensaio ou técnicas utilizadas como frequência de ensaio etc. Descrever quais variáveis foram envolvidas no processo e quais técnicas foram empregadas nos ensaios, podendo ainda citar quais poderiam ser empregadas para a melhoria do mesmo. Apresentar esquemas das máquinas, imagens explicando os sensores, sistemas ou equipamentos usados em aula para a obtenção dos resultados. Descrever os procedimentos experimentais de tal forma que, a técnica empregada possa ser compreendida e reproduzida por outro profissional para a obtenção de resultados similares. 4- Resultados e Discussão: Apresentar os resultados obtidos em aula prática de forma clara e precisa, usar tabelas, figuras e gráficos devidamente enumerados e identificados. Sempre que citar alguma figura ou tabela no texto, mencionando por exemplo: “conforme a Figura 1, pode-se observar que...”. Desta forma, facilita não somente o entendimento do trabalho, mas também sua correção. É oportuno inserir as figuras, tabelas e gráficos no corpo do texto, ou seja, à medida que vai se desenrolando o texto, coloca-se, insere-se a figura citada em seguida, facilitando a construção do trabalho. Comentar os resultados de forma clara, sem rodeios, sempre embasado em informações 6 -Fenômenos de transporte- Professor: Dhisney Gonçalves de Oliveira Versão: 1 / Revisão: 1 (04-10-2021) técnicas sobre o assunto podendo eventualmente fazer algum comentário particular, quando for pertinente ao assunto estudado, no sentido de explicar fenomenologicamente o observado no ensaio. 5 - Conclusões: Agrupar as ideias de forma sintética a dar entendimento ao estudo investigado, sempre tomando o cuidado de não ser repetitivo. Deve ser conciso e o mais claro possível, podendo até sugerir observações corretivas, recomendações ou sugestões para a melhoria dos resultados obtidos. 6 - Referências Bibliográficas: Colocar as obras literárias utilizadas para a preparação do Relatório tais como: livros, normas técnicas, artigos de revistas ou outras obras, sempre respeitando as normas padrões para elaboração das referências bibliográficas conforme modelo indicado no STOA referente a disciplina SMM-0342 – Introdução ao Ensaio Mecânico de Materiais, ou consultando os serviços de biblioteca da EESC. Observação: Os relatórios poderão serem realizados em planilhas eletrônicas como word e Excel, mas será feito uma verificação de plagio e se detectado o aluno poderá sofrer as consequências pois quando fizerem o upload o programa mencionará sobre o plágio. Utilize referências confiáveis; Não use sites de conteúdo para o ensino médio; Procure pelos livros de referência básica e complementar da disciplina; Pesquise por periódicos; Apresente como dados da sua referência: a) nome do(s) autor(es); b) Título; c) Nome da revista, site ou periódico; d) data da publicação; e) link da internet; f) no caso de ter utilizado a internet, além do link inclua também a data de acesso.
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