Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANA LÚCIA GIRELLO B I O L I N E @ G L O B O . C O M W W W . B Y O L I N E . C O M . B R Ana Lúcia Girello Publicitária e Biomédica, Mestre em Análises Clínicas q Bioline Assessoria, Consultoria e Treinamentos Ltda. q Consultora para o SENAC–SP, Expansão, DiaSAM e Bio-Rad Brasil. q Consultoria/assessoria para Laboratórios e Serviços de Hemoterapia de todo o Brasil q Site: www.byoline.com.br q E-mail: contato@byoline.com.br q Facebook: Eu amo imuno-hematologia Twitter: @analuciagirello Disfunções do Sistema Imune O perfeito funcionamento do sistema imune é vital, pois nos defende de agentes estranhos ü Imunodeficiência: infecções e tumores ü Hiperatividade: Doença fatal ü Hipersensibilidade Reações de Hipersensibilidade � Distúrbios causados por respostas imunes anormais ¡ Autoimunes: respostas contra ags próprios ¡ Respostas fora de controle (exacerbadas) contra ags estranhos Teorias Acs contra ags próprios?? � 1900: Paul Ehrlich ¡ horror autotoxicus � 1950: Macfarlane Burnet- Teoria da seleção clonal ¡ deleção de clones de linfócitos autoreativos � Modernamente: falha na autotolerância ¡ linfócitos autoreativos reconhecem ags próprios como estranhos e levam a lesão tecidual Tolerância Imunológica Período Perinatal Discriminação do que é próprio (self) ao organismo Maturidade do organismo Incapacidade de reagir contra componentes próprios Perda da Autotolerância Falha da Tolerância Imunológica Doença Auto-Imune ü AHAI ü Lúpus Eritematoso Sistêmico ü Artrite reumatóide ü Diabetes mellitus tipo I ü Tireoidite de Hashimoto Doenças Autoimunes Autoanticorpos específicos Tecido e/ou célula Lesão tecidual mediada por complemento e opsonização das células, marcando-as para serem fagocitadas Susceptibilidade à autoimunidade patológica � Predisposição genética � Infecções bacterianas ou virais � Influência hormonal � Alterações anatômicas nos tecidos ¡ Exposição de ags próprios que estavam ocultos Anemias Hemolíticas Encurtamento da sobrevida dos eritrócitos ü Adultos: 120 dias ü Neonato: 60 a 80 dias ü Prematuros (30 e 32 semanas): 20 a 30 dias Anemias Hemolíticas Autoimunes � AHAI é definida como o aumento da destruição dos eritrócitos por autoanticorpos e/ou frações complementares, desenvolvidos através de uma disfunção no sistema imune, podendo ser primária ou secundária a outras patologias. � Incidência: 1 a 3 a cada 100.000 indivíduos. � Idade média: 40 a 50 anos. HEMÓLISE IMUNE AUTO-IMUNE ALOIMUNE INDUZIDA POR DROGAS ANEMIA TIPOS DE ANEMIAS HEMOLÍTICAS IMUNES ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO-IMUNE AHAI À QUENTE AHAI À FRIO - CAS AHAI MISTA HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA À FRIO AHAI COM TAD NEGATIVO ANEMIA HEMOLÍTICA ALOIMUNE REAÇÃO HEMOLÍTICA TRANSFUSIONAL DHPN ANEMIA HEMOLÍTICA DROGA INDUZIDA DROGA DEPENDENTE DROGA INDEPENDENTE (AHAI) AABB, 16th Classificação AHAI Incidência Manual da AABB, 2009 � AHAI quente : 48-70% � AHAI frio (Crioaglutinina): 16-32% � Mista: 07% � *Induzida p/ drogas : 12-18% � Hemoglobinúria paroxística à frio (PCH): ÷ raro em adultos ÷ 32% em crianças Classificação e Incidência � AHAI primárias: 30-40% ¡ única manifestação é a presença do autoac antieritrocitário � AHAI secundárias: 60-70% AHAI a quente WAIHA AHAI quente (WAIHA) � Causa: anticorpos IgG, reativos à 37oC. ¡ Idiopática ¡ Secundária: ÷ Lupus Eritematoso Sistêmico ÷ Leucemia Linfocítica Crônica ÷ Linfoma maligno ÷ Colite ulcerativa ÷ Teratoma ovariano ÷ Gravidez ÷ Medicamentos AHAI � Mediada p/ autoacs: ¡ AH Imuno-Hemolítica. � Diferenciar dos casos onde a reação imune é mediada por fármacos ¡ AH droga-induzida AHAI quente (WAIHA) � GERALMENTE: ¡ Quantidade acs e subclasse determinam importância hemólise (extravascular) ¡ Intravascular quando tem IgM associada. Muitas vezes fatal. ¡ Associação de classes é responsável p/ alto grau de hemólise e menor resposta à corticoterapia. • (ISSIT,P.D., 1999) AHAI quente � Aspectos clínicos � Crônicas: ¡ Fraqueza, cansaço, dispnéia ¡ Febre, sangramentos,dores abdominais, perda de peso � Fulminantes: ¡ Anemia, icterícia, edema, hemoglobinúria, hepatoespelenomegalia, linfadenopatia AHAI quente � Aspectos laboratoriais: � Ht e Hb normais ou baixos � VCM aumentado: Policromasia e macrocitose ¡ Reticulocitose � Leve leucocitose � Plaquetas normais ou baixas � Bilirrubinemia leve a moderada � Urobilinogênio � Aumento de LDH AHAI quente Induzida por drogas DIIHA Drogas usualmente envolvidas � Anos 80: ¡ Penicilina ¡ A-metildopa � Atualmente: ¡ Cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações ÷ Cefotetan ÷ ceftriaxone AHAI induzida p/ drogas (DIIHA) � Mecanismo não imune - A droga ou seu metabólito interferem no metabolismo essencial de sobrevivência da célula causando sua morte prematura, sem o envolvimento de anticorpos. Droga Mecanismo imune - A droga ou seu metabolismo induzem, por diferentes mecanismos, à produção de anticorpos que causam a destruição “in vivo” de eritrócitos. AHAI induzida p/ drogas (DIIHA) � Mecanismos não imunológicos: ÷ adsorção proteica não imunológica � Mecanismos imunológicos: ¡ alteração da membrana do g.v. ¡ formação de complexo imune ¡ modificação do sistema imune AHAI induzida p/drogas � Acs dependem da presença da droga (medicamentos/ produtos químicos) p/ serem visualizados e/ou produzir destruição glóbulos vermelhos Anticorpos Droga-induzidos � Várias drogas podem induzir à produção de anticorpos auto- reativos, porém nem todos estes acs são considerados auto-imunes ¡ perda de tolerância imunológica. Auto-anticorpos ??? Penicilina Metil-dopa Quinidina Anticorpos Droga-induzidos Embora a hemólise promovida por acs droga-induzidos e acs da AHAI possam ser semelhantes laboratorialmente, a conduta clínica e a terapêutica para a solução da hemólise serão diferentes. Penicilina Metil-dopa Quinidina AHAI induzida p/drogas 1- Diante da positividade do TAD, investigar o envolvimento de drogas. 2- Geralmente não podermos distinguir os mecanismos envolvidos na hemólise droga- induzida. AHAI induzida p/drogas 3- A droga deverá ser retirada antes que o título do anticorpo possa atingir um nível suficientemente alto para agravar a hemólise. obs: Indicação em casos de TAD+ COM HEMÓLISE! 4- Usualmente a retirada da droga reverte a produção de anticorpos. AHAI a frio CAIHA/ PCH AHAI frio � Causa: acs geralmente IgM (*), reativos entre 4-22oC. ¡ Idiopática ¡ Secundária: ÷ Pneumonia por Mycoplasma pneumoniae ÷ Mononucleose infecciosa ÷ Linfoma maligno ÷ Hemoglobinúria paroxística a frio (*Acs IgG bifásico+ C) Anemias Hemolíticas a frio � Síndrome da Crioaglutinina (CAIHA) � Hemoglobinúria Paroxística a Frio (PCH) Síndrome da Crioaglutinina (CAIHA) � Características: ¡ 16% dos casos de AHAI , geralmente benignos. ¡ Acs IgM reagem melhor à 4oC. ¡ Patológicos: somente se em alto título/ amplitude térmica. ¡ Especificidade do ac : anti-I (-i, -P, -HI). Síndrome da Crioaglutinina (CAIHA) Acs IgM se ligam a eritrócitos em baixas temperaturas (crioaglutinina). Patológica somente se em alto título e grande amplitude térmica (anti-I, -i, -P, -HI) Ag-Ac circulação periférica Ativação do complemento (C3 na membrana) Fatores inibidores C3 interrompe a cascata Hemólise extravascular Síndromeda Crioaglutinina (CAIHA) � Crônica:adultos c/ +50 anos ¡ hemólise branda ¡ Hemoglobinúria. ¡ Fenômeno de Raynauld (cianose de extremidades quando exposição ao frio). Síndrome da Crioaglutinina (CAIHA) � Aguda: todas idades ¡ infecção viral recente ¡ síndrome mieloproliferativa. SÍNDROME DA CRIOAGLUTININA (CAIHA) § Aspectos clínicos: § Pacientes geralmente não necessitam transfusão § Evitar exposição ao frio § Casos severos: plasmaferese § Corticoterapia e esplenectomia ineficazes. HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA A FRIO (PCH) § Características: § 1-2% adultos § 32% crianças com histórico de infecção viral de vias aéreas superiores § especificidade ac: IgG contra ag P § ag de alta freqüência, diferente de P1 § Ac Donath-Landsteiner § hemolisina bifásica § Hb 4-5g/dl HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA A FRIO (PCH) § Aspectos Clínicos: § hemoglobinúria § febre § icterícia § palidez § cólicas abdominais e dores nas costas § evitar frio § corticoterapia indicada § recomendação eventual de transfusão § associada a Mycoplasma, sarampo, caxumba, gripes. Mecanismos de hemólise � Extravascular: ¡ fagócitos SMF (baço e figado) ¡ Hiperbilirrubinemia ¡ Anti-Rh, -K, -Fya, -Fyb, -Jka, -Jkb, -S, -s, etc. ÷ IgG sem C ÷ IgG + C até C3 ÷ somente C c ccc c Mecanismos de hemólise � Extravascular: ¡ Sitios de hemólise ÷ IgG: baço ÷ IgM: fígado ÷ C3b: ¢ todas as células do SMF c ccc c FISIOPATOLOGIA DA HEMÓLISE Extra e intravascular Extravascular Intravascular Balada da Hemólise RED CELLS EXPLODE! � POR Sean MacPherson em http://youtu.be/oIip6zVTrSA Warm Autoimmune Hemoly0c Anemia: Recent Progress in Understanding the Immunobiology and the Treatment. Melca M.O. Barros, Morris A. Blajchman, and José O. Bordin, 2010 Congresso ISBT, Cancun, Julho de 2012 Algumas referencias bibliograficas… Perguntas que não querem calar sobre hemolise Garraty, G., 2008. � Porque pode ocorrer hemolise sem que o ac seja detectado em qualquer tecnica? � AHAI com TAD- ? � GV fortemente recobertos por IgG1/ IgG3 em hemolise? � Quais outras celulas, além de macrófagos, podem estar envolvidas na destruição celular? � Citotoxicidade X fagocitose podem influenciar nos diferentes achados clinicos e resposta a tratamento? � Hiperhemolise em anemia falciforme? � IgG glicosiladas? � Papel do CD47? � Macrofagos armados? � Hemolise bysatander? � Porque há hemolsie em individuos saudaveis apos 120 dias? � O que são acs clinicamente significantes?...... AGORA, VAM,OS AO CASO! IMAGINE… � Você está sozinho no laboratório (6ª feira à noite), chega solicitação de transfusão do setor de emergência � Paciente relatou já haver recebido transfusões em outros serviços. � RESULTADOS IMUNO-HEMATOLÓGICOS: � Todas as provas cruzadas incompatíveis � Painel de hemácias positivo com todas as células Como você se sente? PACIENTE P.S., 25 ANOS, POLITRANSFUNDIDA. NECESSITA RECEBER 2 CONCENTRADOS HEMÁCIAS. PAI TA PEG/AGH I 2+ 3+ II 3+ 4+ Autoctl 2+ 3+ A B AB D Ctl RA RB 3+ 3+ 3+ 3+ 3+ 4+ 4+ Provas cruzadas com 05 bolsas ORh- : todas positivas NESTE CASO, O QUE PODEREMOS FAZER? -Lembre-se: as transfusões foram solicitadas em emergência � Ah, aposto que você pensou:”Esta é fácil”: � - Vamos cruzar mais bolsas e mandar aquelas com provas cruzadas menos incompatíveis! OPINIÃO DO ESPECIALISTA � “Não existe um ponto na avaliação dos testes pré-transfusionais considerado menos incompatível” � (ISSIT, P.D.1999) OPINIÃO DO ESPECIALISTA � Lembrar que os próprios g.v. dos pacientes são incompatíveis com os autoanticorpos, independentemente de estarem recebendo transfusões. � Portanto, podemos supor que qualquer sangue selecionado também o será. � (ISSIT, P.D.1999) ...E O QUE QUER DIZER “MENOS INCOMPATÍVEL”? � “As far as incompatibility with an autoantibody is concerned, the event is more significant than the degree, so that least incompatible ...can be likened to a little pregnant.” � PIROFSKY, B. Sem Hematol, 1976 OPINIÃO DO ESPECIALISTA � “É melhor dispender tempo na execução de outros testes para identificação de aloanticorpos ou fenotipagens, do que na procura de unidades menos incompatíveis” ¡ ISSIT, P.D., 1999 ATENÇÃO � Transfusão é coisa séria e sua indicação deve ser muito bem avaliada... ¡ Qual a causa da hemólise? ¡ Transfusão é a melhor a melhor opção neste momento? ¡ Existe alguma terapia de 1ª escolha? ¡ Podemos esperar por testes adicionais? Avaliação da necessidade transfusional de pacientes com AHAI Pacientes com AHAI freqüentemente apresentam anemia severa necessitando de transfusão de sangue. A transfusão deve ser indicada levando-se em consideração que: ü o risco transfusional é maior devido às dificuldades dos testes de compatibilidade ü a presença do auto-anticorpo encurta a vida média das hemácias transfundidas Entretanto, a transfusão não deve ser contra-indicada caso exista real indicação, mesmo que a compatibilidade seja fortemente positiva!!!! Indicação de transfusão em diferentes apresentações clínicas das AHAI As indicações transfusionais dependem: ü severidade da anemia ü rapidez da progressão da anemia ü avaliação clínica A TRANSFUSÃO É MANDATÓRIA SE HOUVER RISCO DE MORTE E É ,ENTÃO, UMA DECISÃO MÉDICA lembre-se: Paciente morto não precisa de transfusão! MAS SE REALMENTE A TRANSFUSÃO FOR IMPRESCINDÍVEL, OU SEJA, EM EXTREMA URGÊNCIA ¨ Poderemos transfundir “qualquer bolsa” (isogrupo ou ORh-) ! ¨ Se não houver bolsa compatível: Sempre com assinatura do termo de consentimento do médico ¨ E não a menos incompatível, pois isto: ¡ leva muito tempo ¡ gasta muito dinheiro ¡ não tem real fundamento MAS SE REALMENTE A TRANSFUSÃO FOR IMPRESCINDÍVEL, OU SEJA, EXTREMA URGÊNCIA � LEMBRE-SE � Grau de aglutinação in vitro é diferente de grau de hemólise in vivo QUAL SERIA O SEU PRÓXIMO PASSO? � REZAR? � PEDIR AJUDA AOS UNIVERSITÁRIOS? � LIGAR PARA A SUA MÃE? � CHORAR? � Ou: VERIFICAR DEMAIS DADOS... 2º PASSO: VERIFICAR DADOS CLÍNICOS, TRANSFUSIONAIS E LABORATORIAIS � Se não houver indícios de hemólise ou de transfusões anteriores, geralmente não será necessário prosseguir com os estudos laboratoriais, a não ser que sejam requeridas transfusões subsequentes e o soro apresentar anticorpos detectáveis pelos testes imuno-hematológicos. � Manual AABB, 2009. 2º PASSO: VERIFICAR DADOS CLÍNICOS, TRANSFUSIONAIS E LABORATORIAIS � Ligar para o serviço de origem: � Paciente P.S., 25 anos, sexo feminino, caucasóide, apresentando diagnóstico de LES. � Recebia transfusões de concentrados de hemácias em outro hospital. � Não se encontra em uso de outra medicação além do quimioterápico. � Foi internada devido à piora do quadro anêmico, queixando-se de fraqueza, sonolência, dor em membros inferiores, dispnéia aos pequenos esforços e taquicardia em repouso. � Após avaliação, foi constatada palidez cutâneo-mucosa intensa, esplenomegalia, hemoglobina de 4,5 g/dL, BT: 4,0 mg/dL, BI: 3,2 mg/dL, LDH: 350 U/L, reticulócitos: 15%. � Após avaliação clínica e laboratorial, o médico DO PACIENTE optou por transfusão , mas devido a testes pré-transfusionais inconclusivos foi transferida para nosso serviço. O QUE TUDO ISTO QUER DIZER? SERÁ QUE é Anemia Hemolítica Autoimune? Investigação AHAI � Evidência clínica e/ou laboratorial de hemólise � Evidência sorológica da presença do autoanticorpo Investigação laboratorialAHAI � Evidência clínica e/ou laboratorial de hemólise � Análise clínica, doença de base, história transfusional, medicamentos.... � Contagem de reticulócitos � Avaliação do esfregaço � Bilirrubina direta e indireta � Haptoglobina � LDH 3º passo: Será AHAI? � Devemos demonstrar a presença de anticorpos antieritrocitários!!! ¡ Teste da Antiglobulina Humana Direto (TAD) PACIENTE P.S., 25 ANOS, POLITRANSFUNDIDA. NECESSITA RECEBER 2 CONCENTRADOS HEMÁCIAS. PAI TA PEG/AGH I 2+ 3+ II 3+ 4+ Autoctl 2+ 3+ A B AB D Ctl RA RB 3+ 3+ 3+ 3+ 3+ 4+ 4+ Provas cruzadas com 05 bolsas ORh- : todas positivas � 3º passo: � TAD positivo com soro AGH poliespecífico � R e p e t i r o t e s t e u t i l i z a n d o s o r o monoespecífico anti-IgG. ¡ Preferencialmente o perfil completo de soros monoespecíficos incluindo anti-IgA, -IgM, -C3c, -C3d para melhor caracterização: avaliação diagnóstica e prognóstica. Atenção! � TAD têm limitações importantes: ¡ Técnicas adequadamente realizadas ÷ Suspensões de hemácias, lavagens, controle AGH... ¡ Metodologias mais sensíveis ¡ Interpretação adequada ÷ Negativo? ÷ Positivo? ¡ Algoritmo para sequenciamento das pesquisas HEMÓLISE + TAD- ? POSSÍVEIS CAUSAS 1. Hemácias sensibilizadas por IgG abaixo do limiar do teste de antiglobulina 100-200. 2. Hemácias sensibilizadas por IgA ou IgM. 3. Baixa afinidade dos auto-anticorpos. 4. Ação de macrófagos armados. Garraty, 2008 � Indivíduos saudáveis possuem certa quantidade fisiológica de autoanticorpos IgG (5-90 mol./ g.v.) e Complemento (5-97 mol./ g.v.), sendo eventualmente detectados em testes mais sensíveis, como gel-teste centrifugação, sem significado clínico. � Mas, em alguns casos de AHAI clinicamente significantes, pode haver número de moléculas IgG inferior à sensibilidade do teste. ¡ Então????? Garratty G. Predicting the clinical significance of red cell antibodies with in vitro celular assays. Transfusion Med Rev 1990; 4: 297-312. BRAGA, G.W. et al . Laboratory diagnosis of auto-immune hemolytic anemia: characteristics of the manual direct test of PolybreneTM. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 44, n. 1, 1998. � “Deve-se enfatizar que o reconhecimento de hemácias pelos macrófagos não está relacionado apenas ao número de IgG/ GV, mas,também: ¡ ao arranjo das moléculas ligadas aos polipeptídeos da membrana, ¡ à subclasse da IgG que está sensibilizando as células, ¡ à quantidade de IgG livre no soro ¡ e à capacidade fagocitária do sistema histiocítico-macrofágico do indivíduo. � Assim, a importância clínica do anticorpo e, conseqüentemente, a gravidade do estado hemolítico não podem ser relacionadas apenas aos resultados observados na análise laboratorial.” Garratty G. The significance of IgG on the red cell surface. Transfusion Med Rev 1987; 1:47-57. Zupanska B, Brojer E, Thomson EE, Merry AH, Seyfried H. Monocyte-erythrocyte interaction in autoimmune haemolytic anaemia in relation to the number of erythrocyte-bound IgG molecules and subclass specificity of autoantibodies. Vox Sang 1987; 52: 212-8. Neste caso 4º passo: Testar a classe do autoac/ C Significado: AHAI por IgG � Mediada p/ autoacs? ¡ AH Imuno-Hemolítica. � Mediada por fármacos ? ¡ AH droga-induzida! ¡ Vários mecanismos ¡ COMO comprovar/ sugerir? ÷ Esta é uma outra palestra...... Mas segue uma pequena dica: TAD+ SORO AGH POLIESPECÍFICO POSITIVO SORO ANTI-IgG POSITIVO ELUATO NEGATIVO ????? E O QUE ISTO QUER DIZER? . . . V O C Ê S E L E M B R A O Q U E É S I S T E M A C O M P L E M E N T O ? O que isto quer dizer? Inibição da cascata no momento crucial da formação de C5convertase 5º passo: Classificação AHAI Incidência Manual da AABB, 2009 � AHAI quente : 48-70% � AHAI frio (Crioaglutinina): 16-32% � Mista: 07% � *Induzida p/ drogas : 12-18% � Hemoglobinúria paroxística à frio (PCH): ÷ raro em adultos ÷ 32% em crianças Passos adicionais neste caso � TAD+: � Auto IgG ¡ Dissociação dos acs das hemácias ÷ Para fenotipagem: cloroquina, bloqueio... ¡ Eluição: identificação acs no eluato � PAI+ ¡ Identificação acs no soro: painel de hemácias ¡ Auto + aloac? ÷ Auto-adsorções ÷ Alo-adsorções .....................................................ufaaaaaaaaaaaa!!! Mas lembre-se: Paciente morto não precisa de transfusão! � ...Se o tempo disponível permitir! � Nunca expor o paciente a riscos na espera destes resultados! AGORA SIM: SELEÇÃO DE UNIDADES PARA TRANSFUSÃO � Que amostra do paciente devemos utilizar para realizar as PC? � Quanto à transfusão, há alguma outra recomendação especial? SELEÇÃO DE UNIDADES PARA TRANSFUSÃO � Que amostra do paciente devemos utilizar para as PC? � Se houver autoacs livres no soro (PC incompatíveis por autoIgG indeterminada): � Realizar, autoadsorção se possível, e usar soro autoadsorvido � Aloadsorções, e tentar determinar especificidade do(s) aloac(s) e transfundir fenótipo-compatível AHAI quente � Especificidade do autoac quente: ¡ Geralmente é uma panaglutinina ¡ Testes de imunoblotting demonstraram especificidades contra antígenos Rh, proteínas banda 4.1 e banda 3, GPA. ÷ GEHRS, B.C. FRIEDBERG, R.C. Autoimmune Hemolytic Anemia. American Journal of Hematology, 69:258-271, 2002. TARGET ANTIGENS FOR WARM AUTOANTIBODIES "Rh", D, C, E, c, e, f, rhi, G, Hro, Rh34, Rh29, Rh39, LW M, N, S, U, Ena, Pr, Ge2, Ge3, Ge4 K, Kpb, Jsb, K13 Jka, Jkb, Jk3 Fyb Wrb, Dib Sc1, Sc3 A, B, H, IT, Kx, Xga, Co3, Ytab, Vel, AnWj, Rx, senescent cell antigen ¡ GARRATY, G. COMPATIBILITY TESTING FOR PATIENTS WITH AUTOANTIBODIES. Aug 2008. Significado da especificidade dos autoanticorpos Apesar de escassas informações, se o autoanticorpo apresentar “especificidade relativa” é desejável transfundir bolsas antígeno- negativo mesmo que isso implique exposição a antígenos Rh os quais estejam ausentes no paciente. Garratty & Petz Outros autores acreditam que a melhor opção seria não respeitar a especificidade do autoanticorpo baseado em 2 fatos: ü poucos estudos avaliaram a sobrevida das hemácias antígeno-positivo x antígeno-negativo transfundidas ü Ao se respeitar a especificidade do autoanticorpo corre-se o risco de transfundir hemácias que contenham antígeno ausente no receptor Problema: aloimunização por transfusão! ALLOIMMUNIZATION IN WAIHA (alloantibodies masked by autoantibodies) � Publications from 9 countries (2551 patients) ¡ 12% - 56% * ¡ median = 31% • Variation due to technique; number of previous transfusions; selection of K/Rh-matched donors; effect of leukoreduction ¡ GARRATY, G. COMPATIBILITY TESTING FOR PATIENTS WITH AUTOANTIBODIES. Aug 2008. SELEÇÃO DE UNIDADES PARA TRANSFUSÃO � Que amostra do paciente devemos utilizar para as PC? � Quanto à t ransfusão, há a lguma outra recomendação especial? TRANSFUSÕES EM AHAI QUENTE � Prematuras não são indicadas, piora o prognóstico › Politransfundidos geralmente respondem mal à corticoterapia � Somente em circunstâncias especiais como anemia severa c/ comprometimento cardíaco, neurológico. � (Molisson et al) ü O volume varia de acordo com as condições clínicas do paciente. ü Em pacientes apresentando hemólise severa que necessitem de transfusão apenas temporariamente até que a terapia torne-se efetiva, a transfusão de volumes modestos encontra-se indicada. ü A tendência de realizar transfusão com o objetivo de normalizar o nível do hematócrito deve ser abolida.Volume ideal a ser transfundido SUGESTÕES PARA TRANSFUSÕES EM AHAI QUENTE � Rosenfield & Jagathambal: � Transfusão de 100ml quando necessário (não ultrapassando 1mL/Kg/hora) � 2x ao dia dependendo da gravidade da anemia � Não há necessidade de elevação da hemoglobina a um valor estipulado, apenas melhora clínica! � . � Importante: � Excluir presença de aloacs (clinicamente significantes) associados aos autoacs antes de transfundir sangue incompatível! � Sugere-se a realização da fenotipagem estendida para prevenir aloimunização � Rh, K, Jk, Fy, S, s.... � Petz & Garratty. Acquired immune hemolytic anemias. 1980, pp 358-65 and 384-86. TRANSFUSÕES CRITERIOSAS � “É o paciente que será transfundido, não os níveis de Hb ou as apreensões dos especialistas”. � PIROFSKY B., Sem. Hematol 1976 Considerações finais § Os aloacs associados surgiram das transfusões anteriores. É importantíssimo pesquisá-los em pacientes com Autoacs + histórico transfusional. § Evitar aloimunização em pacientes com autoacs!! § Os autoacs quentes sugerem doenças de base como infecções, neoplasias, AHAI, além de acs induzidos por drogas como alfa-metildopa e derivados. Considerações finais § Aumento da bilirrubina e reticulócitos, assim como diminuição da haptoglobina podem indicar hemólise auto-imune. § Risco de hemólise pós-transfusional. § Avisar o médico responsável pelo paciente para transfusões posteriores, tempo extra para pesquisa será necessário; será necessário repetir todos os procedimentos. AHAI - TERAPÊUTICA Avaliar a intensidade da hemólise Ácido Fólico + Observação Administração de corticosteróides Esplenectomia Redução Gradual Drogas citotóxicas Descontinuar Mínima Moderada/ Intensa Com resposta Sem resposta Recidiva Sem resposta Conclusão Algoritmo em AHAI � Investigação clínica � Investigação laboratorial ¡ Autoac: Classe, subclasse, complemento... ¡ Excluir envolvimento de medicamentos ¡ Testes adicionais para resolução do caso ¡ Aloanticorpo? ¡ Evitar aloimunização: fenotipagem/ genotipagem! � Classificação= diagnóstico � Prognóstico � Tratamento ¡ Transfusão? ü Sempre que possível solicitar fenotipagem completa ü caso não tenha sido transfundido nos últimos 3 meses ü Evitar transfusões que objetivem apenas melhora da hemoglobina ü Não se preocupar em respeitar a especificidade do autoanticorpo ü Preocupar-se com a possível presença de aloanticorpos. ü Informar SEMPRE a respeito de gestação e transfusões prévias e a data da última delas, caso tenha sido transfundido. ü Sempre que possível, transfusão fenótipo compatível. ü Informar o banco de sangue sobre a urgência da transfusão ü Transfundir pequenos volumes em uma baixa velocidade de infusão. FINALIZANDO Dúvidas????? � “Quem pergunta, pode parecer tolo por cinco minutos. Quem não pergunta, será tolo por toda a vida.” ¡ Provérbio Chinês Obrigada! � “Ah, mas o alcance de um homem deve ser maior do que a extensão de seu braço; caso contrário, para que serve o céu?” Robert Browning
Compartilhar