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Caderno Parasitologia aplicada a zootecnia - P1

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Parasito - P1 
 
27.09 - Acari: Carrapatos e ácaros causadores de sarna em animais de importância 
zootécnica 
 
Classe Arachnida 
Subclasse Acari 
Se caracterizam por ácaros que apresentam o corpo totalmente fusionado, ou seja, não se vê 
os segmentos no corpo como as aranhas e os escorpiões 
 
Ordem Sarcoptiformes 
- Corte Astigmatina (ácaros causadores de sarna e pragas de produtos armazenados e 
da poeira). 
- Subordem Oribatida (ácaros besouros de vida livre, decompositores secundários de 
matéria orgânica no solo e hospedeiros intermediários de cestodóides). 
Ordem Mesostigmata (ácaros hematófagos, escarificadores e que se alimentam de hemolinfa e 
de vida livre). 
- Subordem Prostigmata (ácaros causadores de sarna folicular, escarificadores e larvas 
hematófogas). 
Ordem Ixodida (carrapatos) 
 
O ciclo geral dos ácaros envolve uma fase de ovo, desse ovo pode ter uma pré-larva (apenas 
em alguns grupos), mas dos grupos que vamos estudar, desse ovo sai uma larva, a larva é 
hexapoda (3 pares de perna) e essa larva sofre um processo de muda para passar pro estágio 
seguinte que é a ninfal. 
Esse ciclo não tem transformação drástica de um estágio para o outro, mas em alguns grupos 
podemos ter um único estágio ninfal, como podem ter vários estágios ninfais. Em alguns 
grupos esses estágios são nomeados como protoninfa, deutoninfa e triconinfa. 
*Esse ciclo vai ter variação de acordo com o grupo ou a espécie. 
 
Associados a aves: cerca de 2.500 espécies de ácaros associados às aves, seus habitats são 
nas penas e nas camas e esses ácaros causam sarnas, lesões na pele, folículos das penas e 
cálamos. 
 
Ácaros deplumantes (Astigmatina) - vivem na pele 
Pode ter localização específica 
Epidermoptidae - (sarnas e lesões) mais comum em pássaros em cativeiro que em pássaros 
selvagens 
Psoroptoididae - allopsoroptoides galli que causou um surto de sarna em aves de postura 
comercial. 
 
Os animais sofrem com coceira, eles se bicam, perdem a pena e começam a morrer. 
 
Analgidae (megninina ginglymura e megninia cubitalis) - galinhas parasitadas pelas 2 espécies 
de ácaros. As aves ficam debilitadas, irritadas, com penas danificadas e dermatite com 
secreção. 
 
Knemidocoptidae 
K. mutans - sarna podal que são ácaros que cavam galerias na pele 
K. gallinae - sarna desplumante 
K. pilae - sarna facial 
K. jamaisensis - sarna podal e facial 
 
Ácaros hematófagos (Mesostigmata) - vivem sobre o animal 
Esses ácaros tem suas peças bucais adaptadas para perfurar a pele e ir ao vaso sanguíneo 
para se alimentar de sangue. 
Dermanyssus gallinae - aves domésticas e silvestres, eventualmente homens, ratos e coelhos. 
Ovo - larva - protoninfa - deutoninfa - adulto 
Tem hábito noturno e vivem onde os animais dormem e se alimentam quando o animal dorme. 
As fêmeas precisam do sangue (para cada alimentação uma postura parcelada). Sobrevivência 
em jejum dura de 4 a 5 meses. 
Os animais mais jovens são os que mais sofrem por estarem em fase de crescimento. 
 
Ornythonyssus sylviarum - ficam o tempo todo sobre as aves, fora do hospedeiro podem 
sobreviver até 2 meses em jejum, podem ficar em aves domésticas, silvestres e roedores. 
Tem preferência a cloacla e peito da ave, mas pode acometer o corpo todo. 
Ovo - larva - protoninfa - deutoninfa - adulto 
 
Importância: está relacionada a retirada de sangue que vai converter isso em anemia, essa 
falta de sangue vai interferir no crescimento. 
 
 
 
É muito comum ter redução do crescimento da crista e da barbela ou vai estar branca/pálida. 
 
Controle e profilaxia: aquisição de aves livres de ácaros, higiene e isolamento das aves 
infestadas, remoção dos ninhos das aves, limpeza dos galinheiros/gaiolas, aplicação de 
acaricidas nas paredes e pisos das instalações. 
 
Atenção aos sistemas orgânicos porque os animais são criados soltos e tem contato com 
animais silvestres. 
 
Argas miniatus - não é comum, mas pode acontecer. 
 
Parte 2 
 
Associado a mamíferos domésticos: 
Halarachnidae (Mesostigmata) - conduto auditivo de ruminantes 
Raillietinae - Acomete caprinos, ovinos, bovinos e bubalinos. Nome vulgar é ácaro do ouvido e 
ele faz todo o ciclo dentro do conduto audível, não se sabe 100% como. 
Ovo - larva - protoninfa - deutoninfa - adulto 
A forma de passar de um animal para o outro é através da aglomeração na hora de dormir. 
O diagnóstico é lavagem de ouvido e pode ter concomitância de parasitismo com outro verme 
que vive dentro do duto. 
Importância: doenças a nível de ouvido externo e médio, raramente tem perfuração timpânica, 
mas pode acontecer e sentem irritação e coceira. 
 
Listrophoridae (Astigmatina) - Gato 
Lynxacarus - Esse ácaro tem um comportamento parecido com o do piolho, fica preso no pelo 
dos gatos. Causam prurido, urticária e descamação da pele. 
 
Ácaros causadores de sarna nos mamíferos domésticos 
Ordem Sarcoptiformes 
- Corte Astigmatina (famílias Sarcoptidae, Psoroptidae) 
Ordem Trombidiformes 
- Subordem Prostigmata (família Demodicidae) 
 
Classificação das sarnas 
Sarnas profundas= cavam galerias na pele (da família Sarcoptidae) 
Sarnas superficiais= nas camadas superficiais da pele, não cavam galerias (da família 
Psoroptidae) 
Sarnas foliculares= no folículo piloso e glândulas sebáceas (da família demodicidae) 
 
Sarnas profundas 
S. scabiei var. canis - Cães 
Causa prurido ou coceira que pontos vermelhos na pele de picadas de pulgas. Inicia na 
cabeça, vai para o focinho, ao redor dos olhos e principalmente na margem da orelha. 
 
S. scabiei - Gatos 
S. scabiei var. suis - Suínos 
A fêmea tem que ser tratada antes de parir porque se ela tem sarna, ela vai passar para os 
animais jovens. 
 
S. scabiei var. ovis - Ovino 
Acomete as partes não cobertas de lã, provoca coceira intensa ocasionando lesões cutâneas 
podendo causar infecção nos olhos que consequentemente pode levar a perda da visão. 
 
S. scabiei var. caprae - Caprinos 
Inicia pela cabeça e orelhas, podendo invadir corpo e membros e causa formação de crostas 
com coceira e perda de pelos. 
 
S. scabiei var. bovis - Bovinos 
 
Acontece em animais silvestres também, como camelos. 
 
Essa sarna causa muita coceira e é muito contaminativa, pode ser por contato direto (mãe - 
filhote, animal - animal) ou contágio indireto por fômites. 
 
Pode acontecer em humanos também (deve ser isolada, tratada e ferver roupas de cama etc) 
 
Notoedres cati - semelhante a sarcoptes. 
 
Sarnas Superficiais 
Psoroptes equi var. ovis - Ovinos 
Notificação obrigatória porque as propriedades que sofrem disso precisam ficar isoladas. Ficam 
na parte lanosa, no corpo do animal. 
 
Psoroptes equi var. caprae - Caprinos 
Principalmente no conduto auditivo 
 
Psoroptes equi var. cuniculi - Coelhos 
Conduto auditivo, pode haver perturbações nervosas. É muito frequente. 
 
Psoroptes equi - Equinos 
Geralmente calda e crina, mas pode generalizar pelo corpo todo. 
 
Otodectes cynotis 
Vivem no conduto auditivo, acomete cães e gatos e tem transmissão mãe-filhote e tem um ciclo 
de vida que dura em torno de 3 semanas. Produz um cerume de cor escura e causa irritação, 
cera alterada e mudanças no comportamento do animal. Pode levar a uma otite bacteriana. 
 
Chorioptes spp 
 
Sarnas Foliculares 
Demodicidae - D. Gatoi 
É um ácaro microscópico, vive no complexo pilo-sebáceo, algumas são do folículo piloso, 
outros estão na glândula sebácea, outros estão tanto na glândula sebácea, quanto no folículo 
piloso e glândula de mibornia. Alguns ácaros podem pegar o vaso sanguíneo e ir parar em 
gânglios linfáticos. 
 
Demodex canis 
Desenvolvimento e evolução no folículo piloso. Evolui em animais que têm deficiência ou queda 
de imunidade. Esses ácaros convivem na pele da gente. 
Causa queda de pêlo, forma uma pele endurecida. 
 
O valor do animal está muito relacionado a presença dessa sarna porque pode ser uma 
manifestaçãohereditária. Esse problema genético é uma deficiência de linfócitos T, mas nem 
sempre é isso, pode estar relacionada com má alimentação, má higiene e gestação. 
O diagnóstico é feito por meio de raspagem bem profunda e visualização do ácaro na pele. 
 
Oribatida - Ácaro de besouro 
 
Varroidae - Ácaro de abelha 
Nas aves se alimentava de sangue, como a abelha não tem sangue, ele se alimenta do sangue 
dos insetos (hemolinfa), tanto das abelhas adultas, quanto das larvas. Causa diminuição do 
peso das operárias, diminuição da longevidade, deformação nas asas e patas e diminuição da 
produção de mel. 
 
 
 
Uma abelha contaminada, no momento em que ela (a operária) traz alimento para as larvas, o 
ácaro se desprende e vai parasitar, podendo causar morte ou deformação dessa abelha jovem 
que nasce. Ela já nasce infestada de dentro da colmeia. 
 
Parte 3 
 
Acari: Ixodida (carrapatos) 
Cerca de 900 espécies no mundo, acredita-se que os ixodidae evoluíram em répteis e os 
argasidae em anfíbios. 
 
FIlo: Arthropoda 
Classe: Arachnida 
Subclasse: Acari 
Ordem: Ixodida 
Famílias: Nuttalliellidae 
 
Ciclo biológico (ixodidae): dos ovos saem larvas com 3 pares de pernas (hexapoda), dessa 
larva há uma muda e tem 1 único estágio ninfal, essa ninfa após se alimentar de sangue, vai 
proceder uma nova muda e tem espécies dióicas. 
 
A fêmea começa a se alimentar para produzir proteína e quando está totalmente alimentada, 
ela abandona o hospedeiro e vai ovipositar no solo. 
 
Ciclo biológico (argasidae): fazem uma única alimentação lenta. As fêmeas se alimentam um 
pouco, voltam para o abrigo e depois voltam no hospedeiro e se alimentam mais um pouco, 
desses ovos também vai sair uma larva hexapoda que nesse caso pode passar por mais uma 
ninfa (ninfa 1, 2, 3) vai depender da espécie. A ninfa vai dar origem a machos e fêmeas que 
acasalam fora do hospedeiro, a fêmea procura um hospedeiro e se repede tudo de novo. 
 
Existem 3 tipos de ciclos nos carrapatos 
Monoxeno= um único hospedeiro, ele sobe no hospedeiro e passa do estágio de larva ninfa 
para adulto. A muda ocorre sobre o hospedeiro. Ex: carrapato do boi. 
 
Dioxeno= não tem espécies muito comuns no Brasil (ela pulou). 
 
Trioxeno= larva sobe no hospedeiro, se alimenta, sai do hospedeiro, faz a muda no ambiente, 
sobre em outro hospedeiro, se alimenta, sai do hospedeiro e faz a muda no ambiente de novo, 
sobe novamente em um terceiro hospedeiro e procede o acasalamento sobre o hospedeiro e 
após a fêmea se alimentar, ela cai ao solo para dar início a oviposição e prosseguimento ao 
ciclo. 
 
Ixodidae tem uma carapaça, escudo no corpo, enquanto o argasidae são considerados 
carrapatos mole, não tem escudo no corpo, mas tem diferenças biológicas grandes (na 
imagem). 
 
 
Carrapatos de maior importância estão dentro da família Ixodidae. 
Ixodidae (Rhipicephalus, Dermacentor, Amblyomma, Ixodes - não vai falar muito porque são 
carrapatos de animais silvestres) 
Argasidae (Ornithodoros, Argas, Antricola, Otobius, Carios) 
 
Espécies de maior importância no Brasil: 
Rhipicephalus sanguineus, Rhipicephalus microplus, Dermacentor nitens, Amblyomma 
sculptum, Amblyomma cajennense e Amblyomma spp. 
 
 
 
Rhipicephalus sanguineus (do cão) 
Conhecido como o carrapato vermelho ou marrom do cão. É um carrapato que tem um 
comportamento muito próximo ao humidicola pois fica onde o cão se deita. É trioxeno, as 
formas jovens abandonam o hospedeiro depois de alimentadas para fazer a muda no solo.Um 
comportamento característico desse carrapato é o geotropismo negativo que significa que ele 
sobe paredes verticalmente. Tem uma distribuição geográfica ampla. 
 
Hospedeiros: cães, gatos, carnívoros silvestres e humanos. 
 
 
 
É preciso tratar o animal e o ambiente (controle). 
 
Estudos epidemiológicos carrapatos x cães 
Os cães vadios são os responsáveis por disseminar carrapatos pela área urbana, passando de 
animal para animal. 
 
Importância do carrapato está relacionada à anemia (ação espoliadora) que causa nos animais 
e a transmissão de patógenos causadores de doenças como babesiose, febre maculosa etc. 
 
 
Rhipicephalus microplus (bovinos) 
É um carrapato monoxeno que parasita bovídeos, distribuição em todos os continentes, exceto 
na Europa, ele é extremamente sensível à temperatura de invernos rigorosos. No ambiente 
natural, é possível encontrar em outros animais como no cervo do pantanal. 
As raças taurinas são mais suscetíveis que as raças zebuínas. 
 
5% dos carrapatos estão no hospedeiro, o resto está na pastagem e o controle na pastagem é 
mais difícil porque você não vai jogar carrapaticida no pasto. Sendo assim, o controle é feito no 
animal mesmo. 
 
 
 
Ciclo biológico gira em torno de 21 dias, varia de acordo com as condições climáticas, postura 
de 3000 a 4000 ovos em mais ou menos 15 dias; Fase de vida livre em torno de mais ou 
menos 32 dias (até 8 meses). 
 
Há uma sazonalidade então tem em torno de 3 gerações ao ano, o trabalho de controle é 
necessário ser feito antes dos picos de favorecimento do aumento da população. 
 
O carrapato gera um prejuízo em torno de 2 milhões de dólares porque além da evasão de 
sangue (cada fêmea pode ingerir cerca de 1,5 ml de sangue) também há irritação e 
sangramento que vai ser porta para a miíase e infecções secundárias e isso causa perda na 
produtividade de carne e leite, fora o que é gasto com medicamento. E ainda causa 
desvalorização dos couros porque vão fazer rupturas no coro do animal. 
 
Além disso, o carrapato transmite agentes patogênicos como babesia bovis, babeisa bigemina 
e anaplasma (esses 3 juntos causam tristeza parasitária bovina) e também podem transmitir 
viroses e bactérias. 
 
Controle alternativo 
Existem alguns tipos de capim que desfavorece, não eliminam, controle biológico por fungos 
que causam a morte dos carrapatos e uso de raças resistentes. 
Quanto maior o grau de sangue europeu, mais sensíveis aos carrapatos essa raças são. 
 
Prevenção e controle está relacionada com a limpeza das pastagens, rotação de pastagem e 
queima das pastagens. Além disso tem banho de imersão (método preferido, custo alto) e 
aspersão ou spray (econômico e prático). 
 
 
Amblyomma 
Extensa distribuição geográfica. O A. sculptum é o vetor de microrganismos do grupo da febre 
maculosa no neotrópico. 
O A. sculptum é o carrapato comum do cavalo, mas pode parasitar vários grupos de animais e 
também pode parasitar humanos. 
Sazonalidade onde tem larvas de março a julho, ninfas de julho a novembro e de novembro a 
março os adultos. Um ciclo sazonal de acordo com a época do ano. 
 
Importância dele é relacionada a transmissão de agentes patogênicos para humanos (febre 
maculosa e desconfiança que ele transmita uma bactéria que causa uma síndrome parecida 
com a doença de Lyme), causa ferimentos na pele de cura demorada. 
 
Algo positivo foi uma pesquisa onde foi utilizado saliva de carrapato-estrela contra o câncer. 
Após 42 dias, tumores de camundongos tiveram reversão completa. 
 
Outras espécies de Amblyomma 
Amblyomma aureolatum - região alta 
Amblyomma ovale - região litoranea 
Amblyomma parvum - pantanal, cerrado 
Amblyomma dubitatum - da capivara e em alguns javalis 
 
Prevenção para carrapatos 
Formas de controle como banhos acaricidas periódicos nos animais, produtos específicos e 
dose adequada, período mais adequado e carrapatos mais suscetíveis. 
 
Dermacentor nitens 
Podem ficar nas narinas dos equinos, assim como na orelha. É monoxeno e pode resistir até 
71 dias sem se alimentar com condições favoráveis. 
Esse carrapato está envolvido na transmissão da babesia equi, pode favorecer miíases e causa 
ferimentos na pele com até perda da orelha. 
 
Argasidae - Ornithodoros rostratus 
É um carrapato da terra, está relacionado com o solo seco. Também é um transmissor de 
agente da febre maculosa e tem como hospedeiroanimais e o homem. Muito parecido com o 
anterior, só muda os hospedeiros e tem mais fases de ninfa. 
 
 
 
 
 
 
 
04.10 - Piolhos, pulgas e nematóceros como agentes infestantes e vetores de patógenos 
para animais de importância zootécnica (Phthiraptera, Siphonaptera e Diptera 
Nematorcera) 
 
Classe Insecta 
Ordem: Phthiraptera (Phthir= piolho, a=sem, ptera=asa) 
Vulgarmente conhecido como piolho. 
 
A ordem Phthiraptera compreende 4 subordens 
Ischnocera e Amblycera - aparelho bucal mastigador 
Anoplura e Rhynchophthirina - aparelho bucal sugador 
No entanto, a Rhynchophthirina é uma subordem de parasitas de elefantes e javalis africanos e 
nós não temos ela aqui no Brasil. 
 
Aspectos Gerais 
Ischnocera e Amblycera tem mais de 3000 espécies e são parasitos de mamíferos e aves. 
Anoplura tem 33 espécies no Brasil, são todos hematófagos, apresentam alta especificidade 
parasitária que significa que os piolhos são bastante específicos e vai ter para cada espécie 
hospedeiro uma espécie de piolho. São parasitos de mamíferos (67% em roedores). A única 
ordem dos mamíferos que não é parasitada por piolhos é a ordem dos morcegos. 
 
O ciclo biológico dos Phthiraptera 
Ovo - ninfa 1 - ninfa 2 - ninfa 3 - adulto 
Sendo que os ovos são característicos, operculados e são soldados a uma substância 
cimentante secretada pelas fêmeas que fixa esses ovos nas superfícies, sejam elas, pelos ou 
penas. Esse ovo é conhecido como lêndea. 
Desse ovo, eclode uma ninfa de primeiro instar, que muda para ninfa de segunda instar e 
depois de terceiro instar, onde entre cada instar é necessária a troca do exoesqueleto. Ou seja, 
para cada instar ninfal, tem uma muda. 
Esse tipo de ciclo é chamado de hemimetábolo, onde as formas jovens são bem semelhantes 
ao estágio adulto. 
 
Esse ciclo biológico tem período de incubação de 7 dias e período ninfal de 9 a 12 dias, fora do 
hospedeiro eles sobrevivem por um período de 7 a 15 dias. A ovipostura é de 200/300 ovos 
operculados nos pelos e penas. 
 
Habitat 
São parasitos permanentes (passam todo seu ciclo sobre o hospedeiro) no caso dos piolhos 
estão sempre presos a penas ou pelos. 
 
Hábito 
Alimentam-se de produtos epidérmicos como escamas cutâneas, secreções e restos de penas 
e pelos (pelos mastigadores) e de sangue (pelos sugadores). 
 
 
Importância em geral 
Em função da sua presença e secreções, os piolhos desencadeiam prurido, onde os animais 
coçam-se com patas e bocas, roçam-se em objetos que podem causar lesões na pele. Tem 
também a debilidade e má aparência, a inquietação que prejudica a alimentação e o repouso e 
isso pode culminar em perda de pêlo e penas e consequentemente diminuição da produção 
direta ou indireta. 
 
Infestação em cão e gato 
 
Trichodectes canis (cão) e Felicola subrostratus (gato) 
O parasitismo por piolho nesses animais denotam um pouco de negligência e subnutrição. 
No cão, o piolho mastigador é mais nocivo, causando maiores danos, porque ele também é 
mais ativo, causando mais coceira que vão causar lesões autoinfligidas. 
 
T. canis está relacionado como o hospedeiro intermediário de uma tênia para os canídeos que 
é o Dipylidium caninum. Esse piolho ingere os ovos de tênia, dentro dele a tênia desenvolve um 
estágio intermediário e o cão quando se coça com a boca, ingere o piolho que dentro do tubo 
digestivo vai dar prosseguimento ao ciclo. 
 
Infestação em bovinos 
 
Não é muito registrado infestações por piolhos porque existem outros parasitos que causam 
maiores danos, como carrapatos e os tratamentos utilizados por consequência também 
atingem os piolhos. 
 
O mais comum é o Damalinia bovis 
Ele prefere a região da cabeça (parte encaracolada da fronte), pescoço, espáduas, dorso e 
ancas, então animais mais peludos são mais suscetíveis. 
No Brasil, as infestações são mais frequentes na época do inverno onde a pelagem é mais 
espessa e os animais se encontram mais agrupados. 
 
Infestação em ovinos 
Principalmente os mastigadores que são mais ativos e patogênicos que os sugadores porque 
eles vagam pela lã e acabam causando uma irritação muito grande no animal. Acaba tendo 
perda tanto no aspecto da produção de lã, quanto de carne. 
Os mastigadores são mais encontrados nas regiões com mais lã, considerados “piolho do 
corpo”, e os anopluras são encontrados mais na cabeça e na perna, chamados de “piolho da 
pata” e ”piolho da face”. Suscetível ao calor e umidade. 
 
Infestação em equinos 
Não é muito frequente, mas quando acontece, os piolhos ficam na crina, na base da cauda e 
espaço submandibular. A disseminação pode ser por contato, através de raspadores, escovas, 
arreios, mantas e cobertores. Causa irritação, prurido, alopecia, escoriações, perda e higidez. 
 
Infestação em aves 
Menacanthus 
Espécie de piolho muito ativo e voraz, causa pele inflamada e soberba por crostas, muita 
irritação, principalmente em aves ornamentais. É mais patogênica para aves adultas. 
 
 
Classe Insecta 
Ordem: Siphonptera (Siphos= sifão, a=sem, ptera=asa) 
Vulgarmente conhecido como pulgas. 
 
Aspectos gerais 
São holometábolos, onde se tem ovo - larva 1 - larva 2 - larva 3 - pupa - adulta. Esse ciclo é 
muito benéfico para eles pois as fases jovens de larvas não têm o mesmo tipo de alimentação 
que as fases adultas e assim não se tem competição nem por alimento e nem por espaço nas 
fases de vida desse inseto. 
No Brasil existem cerca de 60 espécies (8 diferentes famílias) e são agentes infestantes, 
vetores de patógenos ou hospedeiros intermediários de endoparasitos. 
 
Ciclo biológico 
Ovo - larva - pupa - adulto. 
Depositam cerca de 15 a 20 ovos por dia no hospedeiro, eles normalmente caem no solo e no 
ambiente ele se desenvolve e sai o primeiro instar larval que vai se alimentar de material fecal 
das próprias pulgas ou mesmo de outros materiais orgânicos como fungos etc. 
Essas larvas passam por 3 instares, na 3 ele começa a construir um casulo de seda, onde ele 
agrega partículas do ambiente e dentro desse casulo se desenvolve o adulto que vai emergir e 
dar prosseguimento ao ciclo. Esse ciclo dura em torno de 25 a 30 dias. 
*A Tunga penetrans (pulga do porco) tem apenas 2 instares larvais e o ciclo leva de 17 a 25 
dias. 
 
Apenas 5% dos indivíduos estão em estágio parasitário 
 
Isso é importante porque não adianta tratar o animal, sem tratar o ambiente porque vai ter a 
reinfestação rápida nesses casos. 
 
Principais espécies de pulgas 
Pulex irritans - parasito de roedores, cão e homens 
Xenopsylla - parasito de roedores e do homem 
Ctenocephalides felis - parasito de cães e gatos, podendo parasitar também roedores, 
marsupiais, veados, ouriços, equinos, ruminantes, entre outros. 
Ctenocephalides canis - parasito de cães 
Tunga penetrans - “bicho-de-pé”, parasito de cães, suínos e do homem também já foi descrito 
parasitando cavalos no Pantanal, situam-se nos pés, mãos e cotovelos (no homem) e patas 
principalmente (nos animais). 
Polygenis - parasito de roedores, marsupiais e edentatos. 
 
Tunga penetrans 
É uma fêmea que depois de acasalar, ela penetra e começa a se alimentar para nutrir os 
oócitos e produzir ovos, esses ovos são lançados no ambiente e o ciclo é da mesma maneira 
do que vimos nas outras espécies de pulga. 
 
A importância da pulga está relacionada como agente infestante causando ação irritativa e 
ação espoliadora (14 microlitros de sangue por dia) e ação inflamatória (relacionada à 
tungíase) e pode abrir porta de infecção para bactérias que causam o tétano, por exemplo. 
 
As pulgas também podem funcionar como hospedeiros intermediários de alguns agentes 
etiológicos como Pulex irritans que é hospedeira de Hymenolepis diminuta e H.nana que são 
tênias. 
 
 
 
 
 
 
Classe Insecta 
Ordem: Diptera (Di=duas, ptera=asa) 
Subordem: Nametoccera (Nemato= filamentoso, ptera=asa) 
Vai falar só de mosquito. 
 
4 famílias importantes:Simuliidae (borrachudo), Psychodidae (palha), Culicidae e Ceratopogonidae 
 
O ciclo de vida dos mosquitos é do tipo holometábolo, as fases em matura acontecem em um 
substrato chamado o criadouro (ovo - larva - pupa - adulto), esse substrato pode ser aquático e 
subaquático. 
 
Culicinae 
Ciclo biológico= fase aquática, onde tem ovos na água (L1, L2, L3 e L4), até chegar na fase de 
pupa e ocorrer a metamorfose para a fase adulta. Dessa pupa emerge um adulto macho ou 
fêmea que acasalam entre si, a fêmea vai precisar de sangue para maturação dos oócitos. 
 
Os ovos têm um flutuador que permite que possam ser colocados sobre a água sem afundar e 
as larvas vão ter um mecanismo de respiração através dos espiráculos. 
 
Aspectos importantes quanto a hematofagia estão relacionados à questão como o ciclo 
circadiano, é muito importante quanto a profilaxia ou de controle, saber em que horário as 
fêmeas (que são as únicas que fazem hematofagia) utilizam para se alimentar, algumas 
espécies tem hábitos diurnos, outras hábitos vespertinos e outras noturnos. 
 
Habitat 
Pode ter domiciliares, silvestres e peridomiciliares. 
Hábito de se alimentar dentro (ensófilas) ou fora (exófilas) da residencia. 
Se tem preferência por animais (zoófilas) ou pessoas (antropófilas), às vezes não tem 
preferência. 
 
Importância 
Anophelinae 
Anopheles - eles tem relação com o agente etiológico da malária humana 
 
Culinae 
Culex - com filariose em cães, humanos e malária aviária 
Aedes - febre amarela urbana, zika, chikungunya, dengue, febre do nilo e mayaro virus 
Haemagogus - febre amarela silvestre 
 
Ceratopogonidae 
Culicoides - único que é hematofago, é chamado de mosquito do mangue. 
 
O ciclo é parecido com o de culicidae. (Ela não falou, só mostrou a imagem) 
 
 
Pico de atividade 
É crepuscular ou noturno (raramente diurno). Ele tem um raio de voo de 4 km. 
 
No Brasil não tem nada impactante em termos de transmissão desses agentes, mas na África, 
há transmissão de arbovírus, o Blue tongue em ovelhas, Leucocytozoon para aves. 
Haemoproteus para patos e Filarídeos para animais. 
 
Importância está ligada a transmissão de filarídeo causador da mansonella spp. Que causam 
grandes problemas na região da África. O vírus do Orapuche na região norte, centro-oeste e 
um pouquinho no nordeste e Vírus das encefalites para humanos. 
 
Simuliidae 
Extremamente exigentes em termos de criadouro, as larvas se criam fixadas em pedras de rios 
encachoeirados, de fluxo rápido porque são exigentes em oxigênio na água para que eles 
possam se desenvolver. 
 
Ciclo biológico 
As fêmeas que emergem e acasalam, colocam os ovos nas pontas das vegetações próximas 
às águas, desses ovos emergem as larvas que se fixam nas pedras e depois vão formar em 
pupas. O ciclo dura cerca de 60 dias até 15 sem (1 a 5 gerações por ano). Esse mosquito tem 
raio de voo de 200 km e ele tem atividade diurna. 
 
Importância está relacionada como agentes infestantes, transmissão de agentes etiológicos 
como Leucocytozoon para aves e Onchocerca para gado e humanos. 
 
 
Psychodidae 
São insetos que estão relacionados com a transmissão do agente etiológico da leishmaniose. 
São silvestres, mas alguns já se adaptaram a domicílio e peridomicílio. 
 
Ciclo biológico 
Ciclo de 1-3 meses. A temperatura ideal para ele é de 20-25° C e precisa de 17h de luz e 
umidade acima de 95% então são insetos muito dependentes desse ambiente relacionado a 
áreas florestadas. Raio de voo de 1,5 km e tem atividade crepuscular ou noturna. 
 
Importância diretamente relacionada não só a hematofagia, mas a transmissão da leishmania 
que é o transmissor da leishmaniose. O cão, que é o companheiro de muitos humanos, segue 
de ponte para que mosquitos infectados usem ele como fonte de reservatório para transmitir 
para o humano ou outros animais. 
 
 
 
 
 
11.10 - Principais espécies de moscas causadoras de miíases e vetores de agentes 
patogênicos (Muscomorpha e Tabanomorpha) para animais de importância zootécnica 
 
 
Aula Teórica IV Diptera Brachycera Parte I Tabanomorpha Tabanidae 
 
Os Brachyceras Tabanomorphas são aqueles dípteros, que estão dentro da subordem 
Brachycera. 
Brachy= curto e cera= antenas. Então são dípteros de antenas curtas. 
 
Dentro dessa ordem, existem duas infraordens: Tabanomorpha e Muscomorpha. 
 
Os dípteros Tabanomorpha pertencem a família Tabanidae e são vulgarmente conhecidos 
como mutucas ou moscas dos cavalos. Essas moscas são grandes e apresentam os olhos 
metálicos, brilhantes e uma coisa muito importante é o tipo de aparelho bucal que elas 
possuem. 
 
Vocês lembram que eu falei do aparelho bucal do ceratopogonidae ou daqueles mosquitos 
conhecido como mosquito pólvora, o simbolídeo que é um mosquito borrachudo? Eu falei que 
eles apresentam o aparelho bucal portador de uma probóscide como uma labela bem 
desenvolvida e em vez de ter o lábio envolvendo todas as peças, ele tem o labro externo e é 
uma peça muito forte, lembrando uma agulha de injeção. Os dípteros que têm esse tipo de 
aparelho bucal possuem uma picada bem dolorosa. 
 
O ciclo biológico desta mosca envolve a fase de ovo (holometábolo), assim como os 
Muscomorpha e insetos Nematocera, os estágios larvais podem variar em número de acordo 
com a espécie, a pupa e um adulto. O ciclo é relativamente longo, mas é importante saber 
onde ela tem seus criadouros, que são beiradas de riachos, uma área com extrato lamacento e 
matéria orgânica. Fazem oviposição sobre as folhas, inicialmente os ovos são claros e depois 
escurecem. Desses ovos saem larvas que passam por diferentes estágios ínstares larvais de 
acordo com as espécies. Vai ter normalmente as larvas durante o inverno, que vai mudar para 
pupa normalmente na época do verão, então tem-se a emergência dos adultos principalmente 
relacionada com a época do final da primavera e início do verão, que é a época em que vai ter 
esses adultos buscando alimento energético como os açúcares das plantas e as fêmeas 
buscando o sangue para a maturação dos ovários. 
 
Aspectos gerais do ciclo: 
 Oviposição próxima a ambientes aquáticos ou semiaquáticos, em terras lamacentas ou 
em plantas 
 Fêmea hematófoga 
 Hábitos diurnos 
 Larvas geralmente carnívoras, alimentam-se de pequenos invertebrados de água doce 
 
Esses dípteros têm importância quanto à sua voracidade que ataca os animais, causando 
primeiramente uma dor e tem uma coisa bem importante porque essas moscas perseguem 
seus hospedeiros, essa picada interrompida propicia que essa mosca seja um excelente vetor 
mecânico porque ela mantém na sua probóscide úmida alguns agentes patógenos, como o 
vírus da anemia infecciosa equina, como também o Trypanosoma evansi que causa Mal das 
Cadeiras e também o Trypanosoma vivax que possui um ciclo elaborado. 
 
A interrupção da alimentação traz como consequência, por exemplo: 
Ela se alimenta, o animal espanta, fica a gotícula de sangue, sai com o aparelho bucal sujo e aí 
ela volta a tentar perseguir esse animal, mas não consegue se alimentar, então vai buscar 
outro animal imediatamente. Então quando ela sai com o aparelho bucal sujo, ela tá 
contaminando, é como se fosse agulha de injeção que uma pessoa usa imediatamente ela vai 
ser utilizada por outra pessoa. 
 
Tabanidae se alimentando: a mosca introduz o aparelho bucal, aí ela tira o aparelho bucal e 
começa a lamber com a probóscide, tira o labro, que é aquele estilete, e com outra peça do 
aparelho bucal ela vai esponjar, sugando o sangue. 
 
 
 
 
Aula Teórica IV Diptera Brachycera Parte II Muscomorpha 
Calliphoridae 
 
 
Miíase é toda infestação de vertebrados vivos (uma larva de mosca em um cadáver não é uma 
miíase) com larvas de dípteros que pelo menos por um certo período se alimentam de tecidos 
vivos ou mortos do hospedeiro, de suas substâncias corporais ou do alimento por ele 
ingerido. As miíases de maneira geral podem ser classificadas de acordocom a parte do corpo 
em que elas estão: dermal, subdermal, cutânea, nasofaringeal, ocular, furunculares etc. As 
miíases que causam ferimentos abertos são chamadas de traumáticas e quando formam cistos 
(berne), furunculares. 
 
Em termos parasitológicos: 
 Obrigatória: exclusivamente em tecidos vivos, não sobrevive na ausência do 
hospedeiro. 
 Facultativa ou acidental: se desenvolvem em MO em decomposição, tais como 
carcaças, fezes e outros materiais em decomposição, e ocasionalmente depositam seus 
ovos ou larvas em tecidos vivos do hospedeiro. 
 Pseudomiíase: quando os ovos ou larvas são ingeridos pelo hospedeiro e então elas se 
desenvolvem e se alimentam dentro do tubo digestivo. Não causam lesões. 
 
Quanto ao hábito alimentar das larvas: 
 Biontófagas: aquelas que se alimenta de tecido vivo 
 Necrobiontófagas: se alimentam de tecido necrosado, porém essa palavra “bio” tem 
relação com animal vivo, então são miíases que se alimentam de tecido necrosado 
 Necrófagas: não são miíases, são larvas. As larvas necrófagas são aquelas que se 
alimentam de matéria orgânica em decomposição, pode ser lixo, pode ser pode ser o 
cadáver etc. 
 
A família Calliphoridae apresenta o corpo todo, tanto tórax como abdómen com coloração 
metálica azul esverdeado até um acobreado, de acordo com algumas espécies. O ciclo 
biológico também é um ciclo do tipo holometábolo e na verdade todos os dípteros têm esse tipo 
de ciclo e o que vai diferenciar é a região em que as larvas (fase jovem) utiliza como criadouro, 
o número de instares larvais, o formato da pupa que no caso lá dos Nematocera é uma polpa 
mole, pois eles se criavam em água, aqui a gente vai ter então o criadouro ou substrato de 
oviposição e criação das fases imaturas, mas os dípteros muscóides sempre vão ter três 
ínstares larvais: L1 L2 e L3. 
No caso dos dos Calliphoridae, são todos lambedores, então adulto não tem importância 
nenhuma quanto à questão de alimentação, ele não é parasito, mas vai ter as formas larvais ou 
causadora de miíases ou então como insetos necrófagos/ decompositores de cadáveres. As 
posturas são sempre feitas em massa, em centenas de ovos, então uma fêmea que acasalou 
com essa quantidade de ovos e normalmente há um estímulo, aqui a gente tem uma planta de 
um cacto que tem a coloração e o odor de carne podre, então a gente tem várias moscas 
Calliphoridae fazendo oviposição. O substrato de oviposição normalmente é o substrato de 
criação e no caso vamos encontrar, por exemplo, ovos e também encontramos larvas em 
vários ínstares evolutivos. No caso da pupa, normalmente essa larva mais madura se afasta 
um pouco, vai se enterrar dentro do substrato procurando o abrigo à luz para pupar. 
 
 
 
 
No caso dos Calliphoridae, tem-se o gênero Cochliomyia, espécie Cochliomyia hominivorax, 
que é biontófago, famosa devoradora de homens, a que causa a bicheira mais comum. A 
espécie Cochliomyia macellaria é necrobiontófaga ou necrófaga. 
A Cochliomyia hominivorax se alimenta de tecido vivo, mas para isso é necessário o estímulo 
de oviposição, então a fêmea precisa de uma ferida e de sangue. O sangue faz o estímulo para 
que a fêmea faça oviposição, que acontece nas bordas da ferida, onde as larvas vão eclodir e 
aí dessa alimentação que a princípio vai ser superficial, à medida que elas avançam, as larvas 
vão secretando enzimas proteolíticas, o ferimento começa a aumentar e começa a apresentar 
decomposição de material no ferimento, então elas vão devorando e ampliando essa ferida, à 
medida que uma fêmea faz oviposição ela libera um feromônio de atração que vai atrair outras 
fêmeas para ovipositar no mesmo local, isso quer dizer que elas têm mecanismo de alerta para 
mostrar que ali tem um hospedeiro adequado para as fêmeas ovipositarem. O ciclo: As fêmeas 
põem ovos nas feridas, tem que ter uma lesão, que pode ser um arranhão, um carrapato que 
caiu e deixou aquele pontinho que tem uma gotícula de sangue, pode ser um buraco que uma 
larva de berne deixou; então elas aproveitam o sangue como estímulo; faz oviposição; passa 
por estágio de L1, L2 e L3; abandonam o hospedeiro; caem no solo e vão se enterrar para 
iniciar o processo de pupação; a partir do desenvolvimento do adulto, o adulto emerge, se 
alimenta de néctares, dando início novamente ao ciclo. 
 
As Chrysomyas utilizam substratos como fezes e lixo. Suas larvas se alimentam de outras 
larvas, como macellaria 
 C. megacephala: substrato das larvas são fezes, carcaças e MO em decomposição 
 C. putoria: miíase secundária no homem 
 C. albiceps: miíases na região tropical em bezerros 
 
 
 
 
Lucilia: miíases em ovelhas - clima temperado e frio 
 L. cuprina: homem tecido necrosado 
 L. eximia: miíase primária em cães e gatos (biontógafas) 
 
 
 
 
*Terapia larval* 
 
 
Aula Teórica IV Diptera Brachycera Parte III Muscomorpha Oestridae 
 
A família Oestridae é composta por três subfamílias: Gasterophilinae, Cuterebrinae e 
Oestrinae. Essa família é composta por adultos que não se alimentam, eles não têm aparelho 
bucal desenvolvidos, é é rudimentar, portanto na fase adulta os Oestridae não se alimentam, 
então por isso nós vamos ver indivíduos na forma de larva com tamanho muito grande, isso 
porque as larvas precisam acumular nutrientes para que os adultos possam se desenvolver. 
 
Subfamília Gasterophilinae, gênero gasterophilus 
É caracterizado por moscas que tem muito peludas e parecem abelhas, meio amareladas e nós 
vamos ver que elas são parasitos do estômago do cavalo, as larvas vão durante a fase de seu 
desenvolvimento de L2 para L3 ocupar o estômago do cavalo. As fêmeas de acordo com a 
espécie ela tem local preferencial para fazer oviposição, pode fazer nas partes baixas ou na 
região da face, perto da boca. Essa mosca faz oviposição em voos rápidos, os ovos ficam 
aderidos ao pêlo, a larva L1 eclode, migra pela cavidade oral, L2 é deglutida e vai para o 
estômago, onde ela desenvolve até L3 e L3 então ela se desprende da mucosa do estômago e 
ela sai então acompanha o bolo alimentar por onde é eliminada através do bolo fecal. Das 
fezes, a larva L3 vai se enterrar, transformar em pupa, emerge adulto e depois novamente dar 
sequência ao ciclo. 
 
 
Três espécies (L3 fica em locais diferentes do estômago): 
 Gasterophilus nasalis: 1 a 4 ovos por pêlo na região da boca/narina, migra de 20 a 30 
dias e o período larval vai de 10 a 11 dias. 
 G. intestinalis: ovos nas partes baixas, período pré-patente (colocação do ovo da larva 
até a eliminação de L3) de 3 a 5 semanas. Os ovos vão para a boca pois o animal sente 
irritação no local e lambe. 
 G. haemorrhoidalis (México e Venezuela): 1 ovo por pêlo na região da ganacha, L na 
boca 6 semanas, L3 fica 2 a 3 dias no reto. 
 
Danos diretos: 
 G. intestinalis: língua - glossite 
 inflamação no local e úlceras - prejudica a digestão 
 infecções secundárias 
 cólica 
 
Danos indiretos: 
 irritação pela presença de moscas, não se alimentam de forma adequada e perdem 
peso 
 Perfuração do lábio: coceira e irritação. Para se livrarem da irritação mergulham a boca 
na água ou esfregam lábios e narinas contra o solo, cercas, pedras, provocando sérios 
ferimentos ou dilacerações. 
 
 
 
 
Subfamília Oestrinae, gênero Oestrus ovis 
São insetos grandes, corpo acinzentado, parasito de ovino. Vai parasitar as cavidades que se 
encontram nas áreas nasais e na fronte. 
 
Ciclo biológico: não faz oviposição, faz larviposição. Coloca larvas nas narinas dos animais, 
são larvas pequenas, que vão adentrar na cavidade, faz um ciclo endógeno na mucosa, para 
passar de L1 para L2 leva em torno de 9 meses e L2 para L3 10 a 15 dias. Quando chega em 
L3, através do espirro são eliminadas, caindo no solo, onde vão virar pupa, em seguida adulto 
e assim dar sequência ao ciclo. 
 
 
 
 
Subfamília Cuterebrinae, gênero Dermatobia hominis 
 
A mosca do berne é silvestre, tem o corpo escuro, porém com o abdome azul metálico,usando 
ele para fazer oviposição. Ela tem uma estratégia diferente de todas as outras moscas, usa um 
foronte (inseto alado que serve de transportador). Faz oviposição no abdômen do inseto, na 
parte lateral e esse inseto por ter hábito hematófagos vai buscar os animais para se alimentar 
e, ao contrário das larvas de Cochliomyia, as larvas de Dermatobia (biontófagas) penetram na 
pele íntegra. Então, uma vez um foronte posado no animal, esse opérculo abre e a larva sai, 
penetrando na pele não lesada. Se desenvolve em L1, L1 e L3. Quando chega na fase L3, 
abandona o hospedeiro e vai se transformar em pupa no solo, depois adulto, dando 
continuidade ao ciclo. 
 
Após período chuvoso, aumento da atividade dos forontes, então aumento na ocorrência de 
larvas no animal. Animais de pelagens escuras têm preferência para essas moscas, tem a ver 
com a luz que incide sobre o pêlo escuro, atraindo os forontes. A parte anterior do corpo é mais 
parasitada e isso se explica por causa da ação do rabo, que espanta os forontes. 
 
 
 
 
 
 
	Aula Teórica IV Diptera Brachycera Parte I Tabanomorpha Tabanidae
	Aula Teórica IV Diptera Brachycera Parte II Muscomorpha Calliphoridae
	Aula Teórica IV Diptera Brachycera Parte III Muscomorpha Oestridae

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