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Diabetes insipidus Dentre os diferentes tipos de diabetes, existe o insipidus, causada por uma deficiência no eixo hipotalâmico-hipofisário do hormônio antidiurético (ADH) ou no próprio sistema de reabsorção de água nos túbulos renais. Sinais e sintomas Os sintomas do diabetes insipidus são sede incontrolável, produção de grandes quantidades de urina, necessidade frequente de levantar-se para urinar durante a noite e preferência por beber líquidos frios. Além disso, ao longo do tempo, o consumo excessivo de líquidos provoca piora da sensibilidade ao hormônio ADH ou produção cada vez menor desse hormônio, o que pode piorar os sintomas. ADH Definição O hormônio antidiurético (ADH) é produzido pelo hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise. Esse hormônio é um polipeptídeo que apresenta nove aminoácidos e atua, principalmente, nos rins, nos quais proporciona uma maior reabsorção de água. Apresenta também papel vasoconstritor, estando envolvido com a regulação da pressão arterial em resposta a hemorragias. Devido a sua ação vasoconstritora, ele também é denominado vasopressina. Mecanismo de feedback Células osmorreceptoras no hipotálamo monitoram a osmolaridade do sangue e desencadeiam a liberação de ADH a partir da neuro-hipófise. A osmolaridade do sangue aumenta quando nos alimentamos de alimentos muito salgados ou perdemos água pelo suor, por exemplo. O ADH então é liberado e atua nos túbulos distais e ductos coletores, promovendo maior permeabilidade dessas estruturas e permitindo que maior quantidade de água seja reabsorvida. Desse modo, o ADH garante aumento da concentração da urina, redução no seu volume, e diminui a osmolaridade do sangue por promover a reabsorção de água. Quando bebemos uma grande quantidade de água, observamos um processo inverso. A queda na osmolaridade do sangue promove um queda na secreção de ADH, o que diminui a permeabilidade nos túbulos distais e ductos coletores, de modo que a reabsorção de água nos rins é diminuída. Nesse caso temos uma maior produção de urina. Tipos de diabetes insipidus Diabetes insipidus central Mecanismos fisiopatológicos Esse tipo de diabetes insipidus ocorre primariamente pela ausência de produção de vasopressina ou defeito em seu mecanismo de sinalização no órgão alvo. Tem como principais caraterísticas: (1) Ingestão primária de líquidos em excesso. (2) Síntese e secreção anormalmente diminuídas de vasopressina. (3) Aumento do metabolismo de vasopressina. (4) Redução da resposta do órgão alvo à vasopressina. Diabetes insípido hipotalâmico familiar (hereditária) Causado por uma mutação autossômica dominante no gene da vasopressina, que leva a morte das células produtoras do hormônio, presentes no hipotálamo. Diabetes insípido nefrogênico (deficiência do órgão-alvo) É um tipo de diabetes insipidus em que a vasopressina está elevada e os túbulos renais não absorvem água, ou seja, a deficiência está no órgão alvo e não no sistema de secreção do ADH. Pode ser congênita→ uma mutação autossômica recessiva dos genes de canais de água , aquaporina-2, ou um distúrbio ligado ao X, que afeta os receptores V2 de ADH. Pode ser adquirida→ causada por alguma doença que danifica as estruturas renais. Diabetes insípido gestacional Durante a gravidez o metabolismo da vasopressina tende a aumentar pela ação da enzima cisteína aminopeptidase, causando CID. Essa diabetes tende a ser transitória. As pacientes podem ter predisposição para a doença em caso de apresentarem diabetes insípido hipotalâmico parcial ou um diabetes insípido nefrogênico leve. Também podem apresentar as funções hipofisárias e renais normais antes da gestação e desenvolverem a doença devido a pré-eclâmpsia, fígado gorduroso e coagulopatias. Fatores de risco Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: - Tumores (craniofaringiomas, que danificam os neurônios neuro-hipofisários). - Traumatismo e cirurgias que danificam as terminações axônicas dos neurônios podem levar a CID transitória. - Doença granulomatosas que envolvem o sistema nervoso podem gerar CID. - Hipofisite infundibular linfocítica.