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processo civil 1 - da prova (conceitos iniciais)

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A PROVA 
CONCEITOS INICIAIS 
 Teoria da Prova 
 Objeto da Prova 
 Presunções relativas e absolutas 
 Presunções legais e judiciais 
TEORIA DA PROVA 
- A função de jurisdicionar, de aplicar o direito ao caso concreto, 
para resolver com justiça os conflitos entre as pessoas, implica a 
necessidade de definir, de fixar os fatos do litígio, para, assim, 
fazer possível a concreção da norma. 
- A decisão da questão fática e a necessária “reconstrução” dos 
fatos. O juiz e o historiador. 
OS LIMITES QUE CONFORMAM A ATUAÇÃO DO JUIZ NA 
TAREFA DE “RECONSTRUÇÃO” DA HISTÓRIA DOS FATOS: 
 
ônus e respectivas preclusões (ônus de afirmar, ônus de 
impugnar) 
exemplo: ao autor trazer os fatos na inicial, ao réu de impugnar as 
alegações do autor. 
normas relativas ao procedimento probatório: prazos, preclusões, 
suspeição e impedimento de testemunhas; presunções 
legais; situações que implicam admissão de veracidade, etc. 
- Limites necessários, que asseguram o respeito ao devido 
processo legal, que asseguram que se tenha um processo justo, 
mas que impedem que se possa dizer que o resultado da instrução 
do processo efetivamente corresponde à verdade dos fatos. 
O PAPEL DA IDEIA DE VERDADE NO PROCESSO: 
CARNELLUTTI: “A medida limite que haja à busca da verdade é 
indiferente, é irrelevante para que se conclua estar diante de um 
processo formal de fixação dos fatos. A verdade é como a água: ou 
é pura ou não é verdade”. 
VOLTAIRE: “As verdades históricas não são senão probabilidades” 
“Quod non est in actis non est in mundo” - O que não está nos 
autos não está no mundo. 
Diz respeito ao DEVIDO PROCESSO LEGAL: simboliza os limites 
que o juiz deve observar de julgar com base naquilo que está 
estritamente nos autos. 
Mais bem entendido: o que não está nos autos possivelmente 
esteja no mundo, sim. Quanto mais do mundo vier aos autos, 
melhor, mas não é possível ter-se a ilusão de que sempre e 
necessariamente os autos sejam capazes de revelar-nos “o 
mundo”. 
Ao juiz interessará a comprovação do que as partes afirmaram ser 
o “mundo”. 
A verdade é um ideal a perseguir, mas com a consciência de que 
o juiz haverá, a rigor, de contentar-se com um juízo de 
probabilidade, que permita definir, fixar, os fatos que haverão de 
ser levados em consideração pelo juiz. 
 O objetivo da prova é FAZER CRÍVEIS AFIRMAÇÕES 
CONTROVERTIDAS, FIXANDO OS FATOS QUE HAVERÃO DE SER 
TIDOS POR EXISTENTES PELO JUIZ. 
O OBJETO DA PROVA: 
- As afirmações fáticas controvertidas e relevantes. 
Afirmação que é controvertida, mas é irrelevante para o 
julgamento da causa, não é objeto de prova. 
A controvérsia transforma o ponto fático em uma questão fática e 
impede que o juiz tenha o fato como alicerce de sua decisão se 
não houver prova suficiente ao seu convencimento. 
MAS ATENÇÃO: 
HÁ AFIRMAÇÕES NÃO CONTROVERTIDAS QUE SÃO 
OBJETO DE PROVA: 
- Art. 341, I, II e III, parágrafo único – exceções à regra de que falta 
de impugnação específica de determinada afirmação fática 
implique que o juiz esteja autorizado a, só por isso, admiti-la como 
verdadeira; 
- Art. 345 – exceções à admissão de veracidade que normalmente 
decorre de revelia. 
E HÁ TAMBÉM AFIRMAÇÕES QUE, MESMO 
CONTROVERTIDAS, NÃO DEPENDEM DE PROVA. 
É O CASO DO FATO NOTÓRIO – ART. 374, I. 
- Aquele que é de conhecimento de todos. O juiz, como ser que 
integra a comunidade, também sabe do fato, como todos os 
demais o sabem. 
 O fato notório não depende de prova, mas pode ser objeto da 
prova. Pode-se buscar provar que, em que pese a notoriedade, o 
fato não ocorreu. O objeto da prova pode ser, por outro lado, a 
própria notoriedade. 
E DO FATO PRESUMIDO – ART. 374, IV 
De um fato conhecido, infere-se, presume-se a existência de 
outro. 
PRESUNÇÕES RELATIVAS (JURIS TANTUM) E 
PRESUNÇÕES ABSOLUTAS (JURE ET DE JURE). 
As presunções RELATIVAS admitem prova em contrário; já as 
presunções absolutas, não. 
Nas presunções ABSOLUTAS, o fato presumido não é objeto de 
prova. A existência dele é, a rigor, irrelevante. 
Presume-se que é filho do marido da mãe o filho que nasce na 
constância da convivência conjugal. 
EXEMPLOS DE PRESUNÇÃO RELATIVA: 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento 
os filhos: 
 I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de 
estabelecida a convivência conjugal; 
 II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da 
sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e 
anulação do casamento; 
 (...) 
 Súmula n. 301 – STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto 
pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum 
de paternidade. 
EXEMPLO DE PRESUNÇÃO ABSOLUTA: 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. 
PENHORA. CONTRATO PARTICULAR DE PROMESSA DE 
COMPRA E VENDA. ALIENAÇÃO DE BEM APÓS A CITAÇÃO 
DO DEVEDOR. 1. Conforme entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça, exarado quando do julgamento do 
REsp. nº 1.141.990/PR pelo rito dos recursos repetitivos 
(Tema nº 290), há presunção absoluta de fraude à 
execução quando a alienação é efetivada após a inscrição 
em dívida ativa (art. 185 do CTN), sendo desnecessária, 
portanto, a discussão acerca da má-fé ou não do 
adquirente. Assim, não se aplica ao caso o enunciado da 
Súmula nº 375 do STJ. (...). (Apelação Cível, Nº 
70085183085, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça 
do RS, Relator: João Barcelos de Souza Junior, Julgado em: 
26-08-2021) 
Ementa: APELAÇÃO CRIME. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. 
SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO. INSURGÊNCIA ACUSATÓRIA. 
DÚVIDA RAZOÁVEL. IN DÚBIO PRO REO. Em relação à 
vítima menor de 14 anos há uma presunção absoluta de 
vulnerabilidade, sendo que, para caracterizar o estupro, é 
irrelevante seu consentimento ou eventual experiência 
sexual anterior (art. 271-A, § 5º CP). Imputação da prática 
de ato libidinoso com menor de 14 anos. Conjunto 
probatório que se mostra insuficiente a comprovar o agir 
delituoso. Depoimentos colhidos inconsistentes. A prova 
da autoria e materialidade delitivas deve ser concludente 
e estreme de dúvida, pois só a certeza autoriza a 
condenação no juízo criminal. A dúvida razoável conduz à 
absolvição, em atenção ao princípio in dubio pro reo. 
Sentença confirmada. APELO DESPROVIDO. RECURSO 
DESPROVIDO. (Apelação Criminal, Nº 70082450735, Sexta 
Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Túlio 
de Oliveira Martins, Julgado em: 13-08-2020) 
PRESUNÇÕES LEGAIS E JUDICIAIS 
Presunções judiciais e as máximas de experiência 
As máximas de experiência – Art. 375. São conhecimentos 
extraídos da observação do que normalmente acontece. 
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum 
subministradas pela observação do que ordinariamente acontece 
e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a 
estas, o exame pericial. 
EXEMPLOS DE EMPREGO DAS MÁXIMAS DE EXPERIÊNCIA: 
Ementa: RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO 
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE 
TRÂNSITO. PRESUNÇÃO DE CULPA DE QUEM COLIDE POR TRÁS. 
PARTE RÉ QUE NÃO SE DESINCUMBIU DE SEU ÔNUS PROBATÓRIO, 
AO TEOR DO ART. 373, II DO CPC. SENTENÇA MANTIDA PELOS 
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Narra a parte autora que se 
envolveu em acidente de trânsito causado exclusivamente pelo 
réu. Pugna pela condenação da parte ré ao pagamento de R$ 
9.270,00 a título de indenização por danos materiais. 2. Sentença 
que julgou parcialmente procedente a ação, condenando a parte 
ré ao pagamento de R$ 4.203,00 a título de indenização por danos 
materiais. 3. Incontroverso que o réu colidiu por trás do veículo do 
autor, conforme própria sustentação oral, corroborada pelos 
relatos das três testemunhas. 4. Ocorre que, assim o sendo, incide 
a presunção de culpa daquele que colide por trás, hipótese de 
máxima da experiência consolidada pela doutrina e jurisprudência, 
encontrando respaldo legalno art. 375 do CPC. Nesse sentido: 
Recurso Cível, Nº 71008473001, Terceira Turma Recursal Cível, 
Turmas Recursais, Relator: Fabio Vieira Heerdt, Julgado em: 16-05-
2019. 5. Por conseguinte, cabia ao réu comprovar fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, entretanto não se 
desincumbiu, ao teor do art. 373, II do CPC, visto que ausente 
qualquer prova nos autos, documental ou oral, que corrobore sua 
sustentação de culpa concorrente. 6. A sentença atacada merece 
ser confirmada por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 
46, da Lei nº 9.099/95. RECURSO IMPROVIDO.(Recurso Cível, Nº 
71008619587, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, 
Relator: Fabio Vieira Heerdt, Julgado em: 29-08-2019) 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
AÇÃO INDENIZATÓRIA. VÍCIOS OCULTOS EM VEÍCULO 
ALIENADO PELO RÉU AOS AUTORES. PRETENSÃO DE 
RESSARCIMENTO DAS DESPESAS HAVIDAS COM O 
CONSERTO. ACOLHIMENTO MANTIDO. REDISTRIBUIÇÃO 
DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA POR NÃO 
CARACTERIZAÇÃO DE DECAIMENTO MÍNIMO. 
CABIMENTO. 1. Pelo conjunto probatório dos autos, resta 
suficientemente comprovado que o réu vendeu aos 
autores camionete com vícios ocultos incompatíveis com 
sua quilometragem, sendo vícios provocados pelo uso 
severo (além da capacidade do veículo). 2. Assim, tem o 
réu o dever de ressarcir os valores dispendidos pelos 
autores no conserto do veículo, dispêndio esse que está 
satisfatoriamente demonstrado, ainda que não tenham 
sido juntados recibos e notas fiscais. É que, bem ou mal, 
foram trazidas as ordens dos serviços prestados, as quais 
fazem referência à condição de pagamento como “à 
vista”. E na última manifestação dos autores 
oportunizada para esclarecimento do tema - da qual o réu 
teve vista, mas nada disse -, os autores confirmam ter 
efetuado o pagamento dos consertos à vista. De sopesar, 
ademais, que a prestação dos serviços em si não é 
controvertida, estando comprovada, de qualquer 
maneira, pelos documentos juntados. Noutro passo, não é 
forçoso concluir que, em se tratando de oficina de 
pequeno porte, a finalização do conserto e a consequente 
devolução do veículo não teria ocorrido acaso o serviço 
não tivesse sido efetivamente pago. Pela máxima da 
experiência sabe-se que, de regra, os mecânicos 
condicionam a entrega do veículo consertado ao 
pagamento dos serviços prestados. 3. Valor da 
indenização material confirmada, na medida em que não 
há contraprova minimamente consistente sobre o excesso 
de cobrança alegado. 4. Por fim, considerando que foram 
formulados dois pedidos autônomos (de reparação 
material e reparação moral) e que só um deles foi julgado 
procedente, o reconhecimento do decaimento recíproco é 
impositivo, assistindo razão ao apelante, no ponto. 
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 
70080217805, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do 
RS, Relator: Eugênio Facchini Neto, Julgado em: 28-08-
2019) 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. SUBCLASSE 
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS. VAZAMENTO DE VÍDEOS DE RELAÇÃO 
SEXUAL HAVIDA ENTRE O RÉU, MAIOR, E A AUTORA, 
MENOR PÚBERE. ASSUNÇÃO DO RISCO PELO RÉU, 
IDEALIZADOR E EXECUTOR DA FILMAGEM. AUSÊNCIA DE 
LOGICIDADE DA VERSÃO DE TER SIDO A PRÓPRIA AUTORA 
A RESPONSÁVEL POR VAZAR OS VÍDEOS. 
DISPONIBILIDADE DE PROVA PARA O RÉU COMPROVAR 
SUA TESE, DE QUE NÃO FOI O RESPONSÁVEL PELO 
VAZAMENTO. EXISTÊNCIA DE ELEMENTOS, ENTÃO, APTOS 
A ENSEJAR A CONDENAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA. 1. 
No caso, ainda que não se esteja diante de filmagem 
clandestina - ou seja, realizada sem o conhecimento de 
seus "atores" -, não se pode negar que a demandante, à 
época da gravação, tinha 16 anos de idade e, portanto, 
aos olhos da lei (art. 4°, inciso I, do CC), era relativamente 
incapaz. E se isso não torna sem efeito o consentimento 
da requerente em relação à realização da filmagem, ao 
menos o coloca sob suspeita, exatamente porque a 
legislação reconhece a imaturidade e falta de 
discernimento suficiente do relativamente incapaz para a 
prática de certos atos. 2. Ademais, de ser ver que foi o réu 
tanto o executor quanto o idealizador da filmagem, sendo 
quem, portanto, assume os riscos do que pode vir a 
acontecer com quem grava ato íntimo em celular e 
mantém dita gravação no aparelho. As imagens foram 
captadas por sua sugestão e insistência e feitas no seu 
exclusivo interesse, pois somente mais tarde é que, a 
pedido da autora, uma cópia lhe foi repassada. 3. Por 
outro lado, a máxima da experiência que se tem da 
observação dos fatos cotidianos da vida, daquilo que 
normalmente acontece - o conhecido id quod plerunque 
accidit -, remete à ausência de logicidade em pensar que 
a própria autora tenha sido a responsável por vazar os 
vídeos, com conteúdo inquestionavelmente prejudicial à 
sua imagem e privacidade, que a colocaram como objeto 
de concupiscência dos milhares de tarados que navegam 
pela rede. 4. Ausência de evidências, também, diante do 
conjunto probatório, de que possa ter sido a ex-namorada 
do réu, a quem o vídeo também foi encaminhando, a 
responsável pelo vazamento. De qualquer sorte, se a 
demanda fosse dirigida contra o ora réu e igualmente 
contra sua posterior namorada, a solução passaria pela 
sua condenação solidária. Assim, nada impede que a 
demanda seja ajuizada apenas contra um dos potenciais 
responsáveis. 5. Possibilidade, então, por exclusão, de se 
concluir que foi o réu o causador do vazamento dos 
vídeos, sendo a quem incumbia, diante do quadro, o ônus 
de comprovar o contrário, pelos meios que estavam a ele 
disponíveis. 6. Situação vivenciada pela requerente, que 
viu sua imagem íntima ser exposta para diversas pessoas, 
inclusive em sites pornográficos, passível de ocasionar 
uma lesão efetiva a um bem jurídico ligado à sua esfera 
íntima, à sua autoestima, caracterizando aí o dano moral 
in re ipsa. . 7. Indenização arbitrada em R$ 15.000,00, 
valor tido como razoável para atender os princípios 
compensatório (todo o dano deve ser reparado) e 
indenitário (nada mais do que o dano deve ser reparado), 
bem como o caráter punitivo-pedagógico da condenação, 
sopesado, também, que no arbitramento da indenização 
há que se levar em conta a situação sócio-econômica do 
ofensor, que também é pessoa física (professor de dança) 
e que não se pode presumir seja de grandes posses. 
APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70071735351, 
Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Eugênio Facchini Neto, Julgado em: 14-12-2016). 
Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. SUBCLASSE 
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. 
PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA. REPARAÇÃO MORAL 
DEVIDA. VALOR DA INDENIZAÇÃO MANTIDO. 1. É na 
contestação que a parte ré deve expor sua defesa e 
apresentar os documentos destinados à sustentação da 
mesma, nos termos do art. 300 e 396 do CPC. 2. E o que 
foi dito e apresentado na peça contestacional, bem como 
produzido pela ré ao longo de toda a instrução do 
processo, não é o suficiente para afastar a alegação 
inicial de ter havido prática comercial abusiva, passível de 
ensejar o dever de reparação moral. 3. Até porque, pela 
máxima de experiência de qualquer um que freqüenta 
aeroportos, é sabida a forma como as pessoas mais 
ingênuas são induzidas a anuir com a assinatura mensal 
de revista, sob a promessa de que se está diante de um 
brinde. 4. Caso concreto em que, respeitando o efeito 
devolutivo dos apelos, embora seja mantido o dever de 
reparação moral de R$ 4.000,00, a dívida não é declarada 
inexistente nem é ordenado o cancelamento da inscrição 
do nome do autor nos órgãos de proteção ao crédito. 
Apelações desprovidas.(Apelação Cível, Nº 70065653057, 
Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Eugênio Facchini Neto, Julgado em: 16-12-2015)

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