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3 - Gestão do Conhecimento

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PEDAGOGIA 
EMPRESARIAL 
 
 
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GESTÃO DO 
CONHECIMENTO 
 
Marcelo Maciel PEREIRA 
 
Pós-Graduação a Distância 
Instituto A Vez do Mestre 
 
www.vezdomestre.edu.br 
 
2009.2
 
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MARCELO MACIEL PEREIRA possui graduação em Engenharia 
Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), 
mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (1993) e doutorado em Engenharia Química pela 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997). Atualmente é 
professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem 
experiência na área de Química, com ênfase em Cinética Química 
e Catálise, atuando principalmente nos seguintes temas: 
catalisador de FCC, e de equilíbrio, metais e trapas metálicos, 
zeólitas, energia, biomassa e sequestro de CO2. Aproveitem! 
 
 
 
 
 
S
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07 Apresentação 
 
09 
Aula 1 
Sociedade do conhecimento 
 
41 
Aula 2 
Competitividade baseada no 
conhecimento 
 
 
51 
Aula 3 
Inteligência competitiva e gestão do 
conhecimento: histórico e os 
principais conceitos 
 
 
73 
Aula 4 
Capital intelectual 
 
 
107 
Aula 5 
Propriedade intelectual e proteção 
do conhecimento 
 
 
137 
AV1 
Estudo dirigido da disciplina 
 
 
143 
AV2 
Trabalho acadêmico de 
aprofundamento 
 
146 Referências bibliográficas 
 
Gestão do 
Conhecimento C
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A Gestão do Conhecimento é uma revolução que está fazendo com 
que o mundo, pós-industrial, entre em uma nova era: A Era do 
conhecimento. Não há barreiras ou alfândegas no mundo que 
impeça o livre trânsito de idéias, trazendo a oportunidade de criar 
um mundo mais justo e equânime. O cuidado que devemos ter é o 
de não agravarmos mais as desigualdades sociais já existentes. 
É relevante pensarmos na Gestão do conhecimento hoje pois ela 
nos dá a medida de como se desenvolvem as relações sociais e 
trabalhistas: como a competitividade e a inteligência estão hoje 
baseadas no conhecimento e como o capital intelectual é um ativo 
importante no ambiente organizacional. 
 
 
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 G
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Este caderno de estudos tem como objetivos: 
 
 Conceituar e delimitar Sociedade de conhecimento / Sociedade 
da informação; 
 Explicitar como a competitividade é, atualmente, baseada no 
conhecimento; 
 Relacionar a inteligência competitiva com a gestão do 
conhecimento; 
 Traçar um histórico da Gestão de conhecimento e definir quais 
são seus principais conceitos; 
 Definir Capital intelectual; 
 Definir Propriedade intelectual e proteção do conhecimento. 
 
Sociedade do 
conhecimento 
 
Marcelo Maciel Pereira 
 
A
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L
A
 
1 
 
 
A
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re
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n
ta
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o
 
 
 
 
Sociedade do conhecimento, ou sociedade de informação são 
termos que surgem ao final do século XX, cuja origem é o termo 
Globalização. A sociedade do conhecimento é um tipo novo e em 
constante expansão que dá conta de práticas sociais, políticas e 
econômicas de uma sociedade que antes era industrial e hoje está 
baseada no conhecimento e na informação, mudando assim os 
paradigmas e a própria vida em sociedade. 
 
 
 
O
b
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o
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Conceituar Sociedade de conhecimento/Sociedade de 
informação; 
 Conceituar globalização; 
 Perceber como a sociedade de conhecimento afeta o ambiente 
competitivo. 
 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 10 
Sociedade do conhecimento 
 
Assistir à televisão, falar ao telefone, 
movimentar a conta no terminal bancário e pela 
internet, verificar multas de trânsito, comprar discos, 
trocar mensagens com o outro lado do planeta, 
pesquisar e estudar, são hoje atividades cotidianas, no 
mundo inteiro e no Brasil também. Rapidamente nos 
adaptamos a essas novidades e passamos, em geral, 
sem uma percepção clara e sem maiores 
questionamentos, a viver na Sociedade da Informação, 
uma nova era em que a informação flui a velocidades e 
em quantidades há apenas poucos anos inimagináveis, 
assumindo valores sociais e econômicos fundamentais. 
 
A Sociedade de Conhecimento, também 
chamada Sociedade da Informação é um novo 
ambiente global baseado em comunicação e 
informação, cujas regras e modos de operação, estão 
sendo construídos em todo o mundo. Não somente 
redes físicas e sistemas lógicos de comunicação digital 
estão sendo pesquisados, desenvolvidos, instalados e 
utilizados mundialmente, mas um conjunto de novos 
serviços e aplicações, bem como modelos e regras de 
uso, estão sendo discutidos em escala global neste 
momento. 
 
O paradigma tecnológico e as conseqüências 
industriais, sociais, econômicas e culturais da era da 
informação, serão cada vez mais sustentados por 
setores de conhecimento intensivo, associados à 
tecnologia da informação. É bem possível que nessa 
nova matriz tecnológica, industrial e econômica, esteja 
a maioria dos produtos e serviços do futuro, 
fundamentais para a atração de investimento e criação 
sustentada de empregos em qualquer país. 
 
Dica de 
leitura 
 
 
Não deixe de 
conhecer o LIVRO 
VERDE, documento 
do Ministério da 
Ciência e Tecnologia 
para a sociedade da 
informação no 
Brasil. Disponível 
em: 
http://www.socinfo.
org.br/livro_verde/d
ownload.htm 
 
 
Sociedade do conhecimento 10 
Hiperinformação 11 
Globalização 14 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 11 
No Brasil, foi lançado o Programa Sociedade da 
Informação, a fim de viabilizar um novo estágio de 
evolução da internet e suas aplicações, tanto na 
capacitação de pessoal para a pesquisa e 
desenvolvimento quanto na garantia de serviços 
avançados de comunicação e informação. 
 
A Sociedade do Conhecimento nos apresenta um 
novo cenário, onde as pessoas, instituições 
governamentais e empresas têm que aprender a cada 
momento. A mudança do paradigma da Sociedade 
Industrial para a Sociedade do Conhecimento, nos 
apresenta um novo desafio, que é como a empresa ou 
instituição se posicionará diante deste novo cenário. 
 
Hiperinformação 
 
Este novo mundo agora também conectado em 
rede, traz como positivo uma interação sem fronteiras, 
fazendo a informação circular com uma velocidade 
espantosa, tanto no nível de pessoas como de 
empresas, o acesso à informação ficou mais rápido e os 
serviços de uma forma geral ficaram disponíveis de 
qualquer parte do globo. 
 
A internet é um exemplo mais claro da 
velocidade das transformações que nós vivemos. A 
internet foi criada em 1969 como um programa de 
pesquisa do Departamento de Defesa americano, na 
Universidade da Califórnia. 
 
A internet cria um novo mundo, sem fronteiras, 
um novo mercado. Abaixo têm-se alguns dados que são 
representativos do crescimento e deste novo mercado. 
Na figura 2 observamos a evolução exponencial que a 
internet vem sofrendo. 
 
 
Importante 
 
 
“Dispor de 
informação em 
excesso, de forma 
incontrolável, é tão 
ruim quanto não ter 
informação”. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DOS REGISTROS DE DOMÍNIOS NO BRASIL. 
 
Desde 1991 o crescimento do número de 
computadores interligados pela internet tem sido 
exponencial em todo o mundo. A internet representa 
hoje um conjunto de milhões de computadores, ligados 
a cerca de 500 mil domínios, somente no Brasil, fora o 
restante dos 150 países. O número estimado de 
usuários da internet para o ano 2010 é cerca de 1 
bilhão. Os dados brasileiros são impressionantes sob 
qualquer aspecto, veja a figura 2. 
 
Os serviços disponibilizados e oferecidos na 
Internet têm aumentado de forma acelerada. Somente 
no Brasil, o número de domíniossaltou de 7.574 em 
1996 para 486.000 em fevereiro de 2003, sendo o 
domínio comercial o de maior crescimento. O 
predomínio da utilização da internet com fins 
comerciais também é uma constatação. As empresas 
estão utilizando o ambiente da internet, para alavancar 
seus negócios. A figura 3 revela a corrida que as 
Dica do 
professor 
 
 
O Comércio 
Eletrônico se baseia 
na transferência 
eletrônica de 
informação e inclui o 
compartilhamento 
de informação, tanto 
inter-organizacional 
quanto intra-
organizacional, 
através de várias 
formas eletrônicas, 
como EDI, E-mail, 
formulários 
eletrônicos, file 
transfer, 
transmissão de 
desenhos CAD/CAM, 
etc. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 13 
empresas estão tendo junto ao ambiente da internet, 
mostrando a relação dos registros de domínio, 
destacando a supremacia dos domínios comerciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 – SERVIÇOS NA INTERNET NO BRASIL – NÚMERO DE 
DOMÍNIOS REGISTRADOS NO DIA 21//04/02. 
 
Estas mudanças afetam drasticamente o 
ambiente competitivo de toda a sociedade, fazendo 
com que convivamos com todo este fluxo de 
informação. A grande quantidade de informações 
geradas atualmente dificulta inclusive o perfeito 
entendimento dos acontecimentos, causando inclusive 
uma desinformação e de certo modo uma poluição no 
ambiente competitivo. A quantidade de informação e 
conhecimento gerado nos dias atuais é imensa. A figura 
4 mostra a quantidade de inserção de registros nas 
principais bases de dados de conhecimento. Os valores 
indicados são aproximados. Se somarmos a produção 
geral, dividi-la pelo número de segundos anuais, temos 
uma publicação produzida a cada 10 segundos, o que 
um valor surpreendente se considerarmos que estas 
bases de dados não exaustivas. 
 
 
 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 4 - TAXA DE CRESCIMENTO DE REGISTROS NAS PRINCIPAIS 
BASES DE DADOS. 
 
Todo este conhecimento produzido faz com que 
tenhamos dificuldades em acompanhar as inovações 
tecnológicas. Esta quantidade extraordinária de 
conhecimento e informação circulante chamamos de 
hiperinformação. 
 
Globalização 
 
As grandes tendências mundiais têm sido 
mapeadas por diversos especialistas que buscam 
prever a evolução dos acontecimentos, visando 
capturar os sinais existentes que preconizam a 
formação de um novo sistema mundial futuro. O 
desenvolvimento de todos os países, inclusive o do 
Brasil, é condicionado pelas trajetórias prováveis da 
ordem internacional, seus processos, tendências e 
paradigmas. 
 
O que se vê atualmente é o cenário internacional 
com base na tendência da preponderância dos blocos 
econômicos, consolidando algumas regulamentações, 
barreiras técnicas, subsídios e sanções econômicas 
como formas de protecionismo de mercado, praticadas 
principalmente pelos países ditos centrais. Nos países, 
chamados de periféricos, onde o poder de negociação 
Taxa de crescimento das Bases de Dados
Base de Dados Número de referências anuais
WPIL (world Patent Index) - Patentes 300.000
Chemical Abstract - Química 500.000
Medline - Medicina 370.000
Biosis - Biologia 550.000
Predicast (Prompt), CNI - Economia 900.000 e 220.000
Pascal (INIST CNRS) - Multidisciplinar 650.000
SCI (Science Citation Index) - Multidisciplinar 730.000
INSPEC - Física 260.000
Compendex - Engenharia 210.000
Arts e Humanidades - Letras 100.000
FSTA - Agroalimentar 195.000
Financial Time - Economia e comércio 50.000
Coelho, 2001
Dica do 
professor 
 
 
Barreiras Técnicas! 
 
São os requisitos 
técnicos que são 
impostos aos 
produtos 
concorrentes com o 
objetivo de impedir 
a entrada no 
mercado que se 
objetiva proteger. 
Prática muito 
utilizada para a 
proteção de 
mercado em blocos 
econômicos. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 15 
não é tão grande, acontecem desregulamentações de 
alguns setores, abrindo a economia interna para um 
mundo globalizado, onde a competitividade passa a ser 
de nível internacional, com competidores de peso, 
como aconteceu no Brasil, por exemplo, no setor de 
telecomunicações, na quebra do monopólio do petróleo 
etc. 
 
As grandes transformações pelas quais vem 
passando o mundo econômico têm causado verdadeiras 
turbulências, comprometendo as estruturas atuais e 
requerendo uma reorientação do próprio sistema 
capitalista. Segundo Thurow (1996), a compreensão 
das mudanças em curso, abaixo relacionadas, que é a 
interação entre elas, é que irão fazer com que 
entendamos as regras do novo cenário mundial. 
 
 O fim do comunismo: um terço da 
humanidade e um quarto da massa da terra 
do mundo, que eram controlados por aquele 
sistema, estarão se juntando ao velho 
sistema capitalista. Provavelmente haverá um 
único sistema econômico, sem opositores. 
Acontecimentos como a dissolução da união 
soviética, a migração dos países egressos 
para a comunidade européia, são exemplos 
destas modificações. 
 
 A mudança demográfica: a população do 
mundo está crescendo e envelhecendo. O 
crescimento é maior nos países mais pobres e 
está contribuindo para um êxodo para os 
países mais ricos, exatamente quando a mão-
de-obra não qualificada não é necessária no 
rico mundo industrial. O aumento da faixa 
etária da população do mundo faz com que os 
países gastem mais para manter o serviço 
previdenciário, diminuindo sua capacidade de 
investimento. 
Você sabia? 
 
 
Lester Thurow, em 
seu livro O Futuro 
do Capitalismo que 
foi lançado em 1996 
provocou grande 
questionamento, 
pois propunha uma 
visão negativa, sob 
as ameaças do 
capitalismo que 
poderiam surgir. 
 
 
Lester Thurow 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 16 
 A ausência de uma potência dominante, 
econômica, militar ou social: não haverá mais 
um pólo dominante que dita as regras do jogo 
em termos políticos, econômicos e 
comerciais. A multipolarização do mundo 
acentua as incertezas a respeito da nova 
dinâmica econômica. Esta questão pode ser 
questionada com a supremacia militar dos 
eua, após os atentados de 11 de setembro. 
Mesmo assim, existe uma reação de alguns 
países em anular a supremacia americana. 
 
 A economia global: mudanças em tecnologia, 
transportes e comunicações estão criando um 
mundo onde tudo pode ser feito e 
comercializado em qualquer parte do planeta. 
As empresas globais reduzem o poder das 
economias nacionais, que vão lutar por sua 
identidade. 
 
 A mudança tecnológica, enfatizando o poder 
do conhecimento: a revolução científica e 
tecnológica está modificando a estrutura 
produtiva. É o capital intelectual, não o 
equipamento, o capital, a mão-de-obra 
comum ou os recursos naturais, que dá às 
organizações a necessária vantagem 
competitiva. A transformação da sociedade, 
agora baseada no poder do conhecimento, 
requer vultosos investimentos em educação, 
que não têm sido feitos; 
 
Dentre estas mudanças em curso, as duas 
últimas têm importância fundamental na evolução ou 
revolução do ambiente competitivo das organizações. 
De certa forma elas concentram as idéias das demais. É 
importante compreender melhor como essas forças - a 
“globalização da economia” e o “poder do conhecimento 
Você sabia? 
 
 
A média de 
escolaridade do 
trabalhador 
brasileiro é de 4 
anos, enquanto na 
Argentina e no Chile 
é de 8 anos. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 17 
e da inovação” se comportam e impactam as 
organizações. 
 
A Globalização representa um mundo sem 
fronteiras econômicas. Qualquer coisa pode ser feita 
em qualquer parte e vendida em qualquer lugar. O 
fluxo de capital nunca foi tão grande. Em termos 
tecnológicos, os custos de transporte e comunicações 
caíram drasticamente e a velocidade de produção 
destes cresceu de forma exponencial, tornando 
possíveis sistemas completamente novos de 
comunicações, comando e controle no setor privado.Minimizar custos e maximizar receitas é a essência do 
capitalismo. Ligações sentimentais com certas partes 
do mundo não fazem parte deste cenário. 
 
Esta forte tendência da globalização reorganiza 
completamente o sistema político e econômico 
internacional com o aprofundamento da 
internacionalização da produção e a recomposição do 
sistema produtivo. Capital e tecnologia são agora 
móveis, alterando a qualidade e as modalidades dos 
fluxos financeiros e tecnológicos. Como resultado desta 
mudança, o fator trabalho e as condições de emprego 
são significativamente alteradas. Além disso, a 
globalização põe em xeque as culturas nacionais. 
 
Ao mesmo tempo as vantagens e desvantagens 
de uma economia global põem em questão o próprio 
futuro. Enquanto a globalização avança, a 
fragmentação também pode ocorrer, acirrando a 
disputa entre as organizações, nações e principalmente 
entre os grandes blocos econômicos, dificultando o livre 
comércio. 
 
Alguns pontos merecem ser analisados no 
âmbito do fenômeno da globalização: 
 
Importante 
 
 
Para inovar é preciso 
que o país invista 
continuamente e 
estrategicamente 
recursos financeiros 
no capital humano. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 18 
 A substancial expansão dos fluxos financeiros 
internacionais e seu impacto sobre as 
políticas nacionais: O fluxo virtualmente 
desimpedido do capital internacional permite, 
em tese, a alocação eficiente de recursos nos 
mercados que oferecem melhores atrativos. O 
capital internacional vai atrás de incentivos 
fiscais, mão-de-obra qualificada, economias 
pouco regulamentadas, locais onde as 
empresas têm liberdade de atuação e bons 
rendimentos em especulação. 
 
 A competição entre Governos nacionais para 
a produção no seu país: A oferta de 
incentivos fiscais, utilizados como “iscas” para 
a atração do capital, leva a uma competição 
acirrada dos governos nacionais, garantindo 
assim a produção no seu país. Dentro de cada 
país, as respectivas divisões territoriais, 
inclusive municípios, adotam padrões de 
comportamento igualmente competitivos. 
 
 Modificações na estrutura do emprego: A 
opção de um produto mundial, produzido em 
várias partes do mundo de acordo com a 
otimização dos custos, pode trazer 
conseqüências graves na estrutura do 
emprego de diversas nações. Esta estratégia 
permite que empresas produzam 
componentes em qualquer parte do mundo, 
inclusive sem interromper a produção 
intelectual, pois a produção intelectual está 
alocada em locais com fusos horários 
diferentes, fazendo com que sejam 
complementados, alternativamente, 
garantindo assim, a velocidade de produção. 
 
 
Importante 
 
 
Algumas empresas 
trabalham de dia em 
sua empresa e de 
noite encaminham 
para a outra 
unidade, no outro 
lado do planeta, 
para 
complementarem a 
atividade. Desta 
forma, existe uma 
redução 
considerável no 
tempo de 
desenvolvimento do 
produto, 
funcionando 
literalmente 24 
horas ininterruptas 
de trabalho. 
 
 
Quer 
saber mais? 
 
 
Pereira, M.M., em 
sua dissertação de 
doutorado Système 
d‟intelligence 
compétitive pour la 
veille stratégique et 
l‟élaboration de 
cours de formation 
professionnelle em 
2003, defende a 
necessidade de 
monitorar, em 
função do blocos 
econômicos, a 
formação 
profissional 
necessária para 
garantir a 
competitividade das 
empresas. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 19 
 A perda da identidade nacional: Os governos 
estão perdendo as rédeas da economia em 
seus países e esta pode ser a grande 
oposição à efetivação do mercado mundial 
totalmente livre. Os que estão no poder hoje, 
dificilmente vão aceitar a total submissão às 
regras ditadas pelo mercado, além de não 
serem capazes de construir uma política 
social de diminuição das desigualdades, 
exigidas pelos seus eleitores. 
 
 Acirramento da competição por recursos 
naturais que se tornam escassos: outro 
aspecto da dinâmica da globalização. A 
continuidade do padrão de consumo abusivo 
por parte dos países industrializados tende a 
degradar o meio ambiente, ao passo que 
permanece insuficiente o acesso dos países 
do hemisfério Sul à tecnologia e a 
financiamentos que lhes viabilizem um 
desenvolvimento sustentável. 
 
A própria globalização traz também em seu bojo 
a contrapartida da fragmentação: Em outras palavras, 
na ausência de uma modulação de seus efeitos, a 
globalização acirra o hiato entre o centro e a periferia, 
entre os estados e dentro deles. 
 
Alguns pesquisadores como DE MASI (2000), em 
seu livro “Ócio Criativo”, amenizam o lado cruel da 
globalização, defendendo que a nova sociedade está 
trazendo mudanças drásticas para o trabalho. Estas 
mudanças favorecem o surgimento de um novo modelo 
social, mais igualitário e estruturado na simultaneidade 
entre trabalho, estudo e lazer; no crescente tempo livre 
em relação ao tempo dedicado ao trabalho; na 
distribuição igualitária da riqueza, assim como a sua 
produção de forma eficiente; na redistribuição do 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 20 
tempo, do trabalho, da riqueza, do saber e do poder; 
onde os indivíduos e a sociedade serão educados a 
privilegiar a introspecção, o convívio, a amizade etc. 
 
A circulação de produtos entre blocos, necessita 
de uma padronização não só dos produtos, mas 
também de critérios de formação de profissionais, com 
conhecimentos técnicos atualizados e de acordo com os 
padrões estabelecidos. A definição de padrões para a 
circulação tanto de produtos como de profissionais é 
necessária para a garantia da qualidade e a 
competitividade dos produtos dentro dos blocos 
econômicos. A incerteza de quais blocos nascerão e 
quais procedimentos e normas serão utilizadas é sem 
dúvida objeto que merece acompanhamento e 
monitoração. 
 
No caso particular do Brasil, a conjuntura atual 
brasileira é resultado da grande mudança de postura 
nas políticas públicas que ocorreu no final da década de 
80, estendendo-se pelos anos 90. Nesse período, foi 
promovida uma súbita abertura no mercado interno, 
atração do capital estrangeiro, e a desestatização de 
grandes empresas públicas. O resultado é uma 
conjuntura caracterizada pela desnacionalização 
simultânea da produção industrial e da prestação de 
serviços públicos. 
 
Os segmentos mais dinâmicos do setor 
produtivo estão dominados por empresas 
multinacionais. Os segmentos automobilístico, químico-
farmacêutico, eletrônico profissional e de 
entretenimento, aparelhos de uso doméstico, 
comunicações, e tantos outros, funcionam e progridem 
na área tecnológica, independentemente do aporte de 
inteligência local. As empresas estrangeiras, como 
regra geral, fazem suas pesquisas e desenvolvimentos 
nas matrizes e/ou em suas filiais localizadas e países do 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 21 
primeiro mundo. Lá usufruem de extraordinária infra-
estrutura científica e tecnológica constituída por bem 
equipados centros de pesquisa e universidades, além 
de vigorosos incentivos criados pelos governos para 
estimular a geração de inovações. Para elas é ainda 
muito melhor negócio que suas filiais situadas em 
países periféricos paguem royalties para suas matrizes, 
pelo uso das tecnologias que as mesmas geraram, no 
lugar de empreenderem um esforço local. 
 
O rápido desenvolvimento tecnológico da 
microeletrônica, da informática, das telecomunicações e 
da automação, assim como o exponencial crescimento 
de suas aplicações, afetaram de tal maneira as 
qualificações exigidas para o trabalho, o acesso às 
informações, a circulação do conhecimento, a 
organização e o funcionamento do setor produtivo, as 
relações sociais e as políticas governamentais, que se 
admite estarmos vivendo a Terceira Revolução Pós 
Industrial ou, como alguns preferem, a Era do 
Conhecimento/Informação ou a Sociedade do 
Conhecimento. 
 
A formação de grandes blocos econômico-comerciais aparece como novos aglomerados 
supranacionais que tendem a alterar o sistema geo-
econômico mundial. A formação de mega-mercados 
dinâmicos com liberdade de comércio e divisão interna 
do trabalho é uma tônica dominante nos países 
desenvolvidos. 
 
Neste contexto, alguns blocos econômicos 
aparecem com diferentes ritmos de consolidação, 
compondo espacialmente os mega-mercados regionais: 
 
 A Comunidade Econômica Européia, mais 
uniforme e em nível mais amplo de 
unificação; 
Importante 
 
 
A Globalização 
permite que a 
produção dos 
produtos chineses, 
possa concorrer aqui 
no Brasil competindo 
em preço, prazo e 
qualidade. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 22 
 O Bloco Asiático menos formal, mas bastante 
integrado economicamente; 
 
 O NAFTA, bloco econômico da América do 
Norte – Estados Unidos, Canadá e México 
(com pretensões de ampliação para a 
América do Sul); 
 
 MERCOSUL, mercado comum em implantação 
no Cone Sul da América Latina, envolvendo o 
Brasil e os países da bacia do Prata – 
Argentina, Uruguai e Paraguai. O MERCOSUL 
tem dado passos importantes na supressão 
das restrições ao comércio entre países 
membros e recentemente assinou protocolos 
para a inclusão do Chile e da Bolívia em 
acordos de livre comércio. 
 
A integração em blocos permite a intensificação 
do comércio e o aproveitamento de vantagens 
competitivas entre as nações, com efeito geral 
favorável no dinamismo das economias que os 
compõem. 
 
Junto com esta movimentação mundial, o 
aprofundamento da crise do Estado face ao processo de 
globalização levou também a um processo de 
reestruturação do setor público e revisão do seu papel 
na condução das políticas públicas. Em quase todo o 
mundo foram feitas reformas do Estado, combinando 
privatização de empresas, concessões de serviços 
públicos, terceirização de serviços e de atividades de 
responsabilidade do Estado e desregulamentação da 
vida econômica e social. 
 
Por outro lado, o acordo do GATT – Acordo Geral 
de Comércio e Tarifas, assinado no segundo semestre 
de 1994 – que criou a Organização Mundial do 
Comércio – definiu um cronograma de redução de 
Quer 
saber mais? 
 
 
BLOCOS 
ECONÔMICOS 
 
São associações de 
países que 
estabelecem 
relações econômicas 
privilegiadas entre 
si. O primeiro bloco 
surge na europa em 
1957, com a criação 
da comunidade 
econômica européia 
(cee), atual união 
européia (ue). Mas a 
tendência de 
regionalização da 
economia só se 
fortalece nos anos 
90, com o fim da 
guerra fria. Na 
américa se 
destacam o nafta, o 
mercosul e, em 
menor grau, o pacto 
andino e o caricom; 
na europa, a ue e a 
comunidade dos 
estados 
independentes (cei); 
na áfrica há o sadc; 
na ásia, o asean. 
Também está em 
fase de implantação 
o bloco 
transcontinental 
apec, que reúne 
países da américa e 
da ásia, e continuam 
as negociações para 
a formação de um 
bloco abrangendo 
toda a américa, o 
alca. 
Marcos cintra 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 23 
protecionismo tarifárico e não tarifárico, que permitirá 
intensificar o comércio mundial entre blocos. A 
intensificação do comércio deve, contudo, forçar uma 
especialização das nações, induzindo-as a explorar os 
segmentos e atividades econômicas em que possam ter 
alguma forma de vantagem competitiva e reduzindo a 
proteção às indústrias nacionais de baixa produtividade 
relativa. Outro ponto que merece destaque é a OMC 
atuar como árbitro do comércio internacional. 
 
HIPERCOMPETIÇÃO 
 
No contexto descrito anteriormente, o da 
globalização, o ambiente de competição acirra-se e as 
empresas necessitam buscar constantemente 
alternativas estratégicas para adquirir novas ou manter 
as vantagens competitivas adquiridas, já que a 
concorrência é em nível internacional. Desta forma, 
surge um ambiente competitivo caracterizado pela 
hipercompetição (D`AVENI, 1995). 
 
A dinâmica internacional imposta pela 
globalização, faz com que o mercado se mundialize. 
Abrange ao mesmo tempo os domínios econômico, 
social, político e tecnológico. A competitividade neste 
ambiente tem como pano de fundo: 
 
 Acirramento da competição; 
 Menor espaço de tempo entre a pesquisa e a 
aplicação; 
 Rápidas mudanças tecnológicas; 
 Novos e inesperados competidores; 
 Novas regulamentações e incentivos; 
 Amplos mercados mundiais e 
 Competidores mundiais de porte. 
 
Neste ambiente de elevada incerteza decorrente 
da complexidade que as questões acima proporcionam 
Dica de 
leitura 
 
 
Sobre globalização 
leia o livro: 
Globalização: as 
conseqüências 
humanas de 
Zigmunt Bauman, 
ed. Jorge Zahar. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 24 
aos dias de hoje, insere-se a hipercompetição. A visão 
tradicional baseada somente na relação entre custo e 
qualidade, proporcionando vantagens competitivas à 
empresas ou à instituições, não têm sido mais 
suficiente para assegurar seu posicionamento no 
contexto sócio-produtivo em que atuam. 
 
A visão tradicional, descrita por Porter, sugere 
às organizações dois tipos básicos de vantagem 
competitiva: liderança de custo e diferenciação. 
Os dois tipos de vantagem competitiva - liderança de 
custo e diferenciação - combinados com a forma em 
que uma empresa ou organização procura alcançá-las, 
levam-na a três tipos de estratégias genéricas 
para atingir uma vantagem competitiva 
sustentável: liderança de custo, diferenciação e 
enfoque. 
 
A liderança de custo é talvez a mais clara das 
três estratégias genéricas. Nesta estratégia, a 
organização ou empresa parte para tornar-se o 
produtor de baixo custo em seu segmento industrial. 
Um produtor de baixo custo deve descobrir e explorar 
todas as fontes de vantagem de custo, tornando-se o 
líder de custo. 
 
A segunda estratégia genérica é a 
diferenciação. Neste tipo de estratégia, uma empresa 
ou organização procura ser única em seu segmento 
industrial, devido a algumas características 
amplamente valorizadas pelos consumidores. As 
características de diferenciação podem ser baseadas no 
próprio produto, no sistema de entrega pelo qual ele é 
vendido, no método de marketing e em uma grande 
variedade de outros fatores. 
 
A terceira estratégia genérica é o enfoque. Esta 
estratégia genérica é bem diferente das outras, porque 
Dica de 
leitura 
 
 
Michael Porter, 
 
Prof. da Harvard 
Business School em 
seu famoso livro 
“Vantagem 
Competitiva ”, em 
1985, nos EUA, 
descreve como as 
empresas podem 
criar e sustentar 
vantagens 
competitivas, 
baseadas em custo e 
diferenciação 
 
 
Michael Porter 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 25 
está baseada na escolha de um ambiente competitivo 
dentro de um segmento industrial, adaptando sua 
estratégia para atendê-lo, excluindo outros. A 
estratégia de enfoque tem duas variantes. No enfoque 
de custo, uma empresa ou organização procura uma 
vantagem de custo em seu segmento-alvo, enquanto 
no enfoque na diferenciação uma empresa ou 
organização busca a diferenciação em seu segmento-
alvo. Ambas variantes da estratégia de enfoque 
baseiam-se em diferenças entre segmentos-alvo e 
outros segmentos na indústria. 
 
No ambiente complexo da hipercompetição, 
estas estratégias genéricas passam a ser de curto 
prazo, considerando que atualmente as empresas se 
alternam nessas estratégias, passando de líderes a 
seguidoras e vice-versa. As empresas devem romper as 
suas próprias vantagens competitivas, isto é, renovar 
constantemente as suas vantagens e não brigar por 
mantê-las. 
 
A organização, a fim de conseguir posicionar-se 
bem neste ambiente turbulento, necessita identificar 
com presteza o leque de domínios em que está imersa 
e identificar os campos que interagem com seu 
segmento de negócio e que podem influenciar sua 
atuação e estratégia. A figura 5 ilustra este ambiente, 
chamado por alguns autores de Tecnosfera, que são as 
áreasde interface de uma instituição, áreas estas que 
devem ser monitoradas e cuidadas para garantir a sua 
sobrevivência. 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabia? 
 
 
CRRM – Centre de 
Recherche e 
Retrospective de 
Marseille, é um 
centro de pesquisa 
na França, que 
estuda novas 
ferramentas e 
desenvolve 
pesquisas e 
formação de pessoal 
em Ciência da 
Informação e 
Inteligência 
Competitiva. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 – AMBIENTE COMPETITIVO CLÁSSICO 
 
Durante os últimos vinte anos, as organizações 
vêm sofrendo fortes mudanças em seus ambientes 
sócio-produtivos e conseqüentemente necessitam 
revisar suas metas de forma permanente, e em período 
cada vez mais curtos. O ritmo acelerado dessas 
mudanças faz com que na sociedade da informação o 
ambiente competitivo passe de local, ou seja, 
abrangência regional, para um estágio evolutivo de 
escopo nacional, onde começam a ser introduzidas e 
aplicadas metodologias de monitoração tecnológica e 
do ambiente externo. Este estágio evoluiu até chegar 
ao estágio atual de implantação de Sistemas de 
Inteligência 
Competitiva e Tecnológica, que abordam aspectos 
globais e de múltiplas dimensões - econômica, social, 
legal, tecnológica, meio ambiente e mercado, porém 
sempre focalizados em fatores de competitividade das 
empresas. Segundo Dou (1997), pode-se chamar esse 
estágio de Sociedade de Informação “Glocal”, termo 
que se traduz em monitorar globalmente e agir 
localmente. A figura 6 mostra a trajetória de evolução 
do ambiente competitivo das instituições nas últimas 
duas décadas. 
 
 
Organização 
Tecnologia 
Relações 
externas 
Compras 
Marketing 
Comunicações 
Relações com clientes 
 e fornecedores 
Proteções 
Finanças 
Formação 
Ciência 
FONTE: CRRM 
Importante 
 
 
Peter Drucker, 
considerado um dos 
grandes gurus da 
administração 
moderna, já em 
artigo na HSM 
Management, de 
março-abril de 
1997, defende que: 
 
 “As empresas do 
futuro precisarão ser 
cada vez mais 
especializadas e 
globais, mesmo que 
operem em um 
bairro.” 
 
 
Peter Drucker 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 6 - TRAJETÓRIA DO AMBIENTE COMPETITIVO NOS ÚLTIMOS 
VINTE ANOS. 
 
Na hipercompetição existem quatro arenas de 
competição que devem ser consideradas pelas 
organizações ao estabelecerem suas estratégias 
competitivas: 
 
 Preço e qualidade percebida; 
 Tempo e tecnologia; 
 Barreiras a entrantes e 
 Reservas financeiras. 
 
Conforme as empresas se movimentam dentro 
de cada arena existe um movimento constante de 
anular as vantagens competitivas de seus concorrentes. 
Dentre as quatro arenas da hipercompetição vamos 
destacar as duas primeiras que estão mais direcionadas 
à inovação tecnológica e competitividade de mercado. 
Estando ligadas à estratégia, as duas últimas podem 
ser explicadas pelo modelo de Porter, que será visto 
mais na frente do curso. 
 
 
 
 
MOVIMENTO 
TEMPO (ANOS) 
LOCAL 
NACIONAL 
GLOCAL 
Fortes mudanças nas 
metas e nas organizações 
Global 
+ 
Local 
FONTE: CRRM 
Para 
navegar 
 
 
Acesse o site da 
revista Você S/A e 
procure o artigo 
JOGO BRUTO de 
Richard D‟Aveni 
sobre 
hipercompetição. 
 
http://vocesa.abril.c
om.br/ 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 28 
a) Preço e Qualidade Percebida 
 
Dentro desta arena existe uma grande 
movimentação de mercado, onde os produtores de 
bens ou serviços procuram atingir a posição de 
liderança, associando o menor preço com a melhor 
qualidade. 
 
O importante no conceito de qualidade percebida 
é fazer com que os consumidores dentro de seus 
próprios critérios consigam a relação satisfatória de 
preço com a qualidade percebida por eles. A percepção 
da qualidade pelos consumidores é a chave nesta arena 
e deve ser cuidadosamente considerada. As percepções 
de qualidade mudam e as diferenças podem prover 
pontos-chaves de alavancagem, influenciando o 
processo dinâmico da competição. Desta forma, 
manter-se em contato com as necessidades atuais ou 
emergentes torna-se essencial para a sustentação da 
organização em mercados hipercompetitivos. 
 
A movimentação existente no ambiente 
hipercompetitivo é classificada como interações 
estratégicas dinâmicas. As diversas interações 
estratégicas dinâmicas nesta arena - preço e qualidade 
percebida - são descritas a seguir: 
 
 Guerra dos preços; 
 Posicionamento de preço e qualidade 
sustentada; 
 O caminho intermediário; 
 Cobertura em todos os nichos; 
 Ocupação de flancos e nichos; 
 Movimento em direção ao valor ótimo e 
 Escapando do valor ótimo com o reiniciar do 
ciclo. 
 
Para refletir 
 
 
Como você analisa a 
questão da 
COOPERAÇÃO em 
um contexto de 
hipercompetição? 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 29 
A primeira interação estratégica dinâmica - 
guerra de preços - pode provocar um conflito 
particularmente intenso entre duas empresas, caso 
estas possuam custos diferentes, encorajando uma 
delas à redução de preços. A figura 7 ilustra a situação 
em que a qualidade não é um fator preponderante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 7 - HIPERCOMPETIÇÃO - QUANDO QUALIDADE NÃO É UM 
FATOR PREPONDERANTE 
 
Quando as empresas, a fim de escaparem da 
guerra dos preços, procuram diferenciar-se em 
qualidade e em preço, configura-se a segunda interação 
estratégica dinâmica - posicionamento de preço e 
qualidade sustentada. A empresa movimenta-se do 
ponto C da figura 8 para a posição B, também chamada 
de posição de produtor de baixo custo. Quando 
movimenta-se para a posição D, torna-se um 
diferenciador, oferecendo um produto com um preço 
superior e uma maior qualidade percebida. O produtor 
de baixo custo e as empresas diferenciadoras atendem 
fundamentalmente a grupos diferentes de clientes, mas 
oferecem valor similar, no sentido de que os clientes 
obtêm o nível de qualidade que esperam e pelo qual 
estão pagando. Existindo mais de uma empresa em 
cada posição, eventualmente pode haver disputas por 
menores preços e/ou qualidade em cada posição. Por 
exemplo, na figura 9 duas empresas X e Z disputam a 
posição no quesito diferenciação e as empresas W e Y 
disputam entre os produtores de baixo custo. Desta 
 
Guerra de preços 
Qualidade percebida 
Preço Todasas empresas 
Na criação do 
Segmento 
industrial 
C 
Dica do 
professor 
 
 
Se você for da área 
de educação pode 
estar se 
perguntando: de 
que me interessa 
saber estas coisas? 
Para a atuação 
dentro do ambiente 
empresarial é 
fundamental 
compreender toda a 
dinâmica desta 
realidade de 
mercado que não é 
trabalhada na 
graduação com perfil 
educacional. Procure 
interagir com este 
que se constitui seu 
novo ambiente de 
trabalho: A 
EMPRESA! 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 30 
forma, a competitividade alterna entre a diferenciação 
em preço e qualidade dentro de cada segmento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 8 - ESTRATÉGIAS GENÉRICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 - COMPETIÇÃO DENTRO DE UM SEGMENTO 
 
Pode ocorrer, então, que a competitividade 
eleva-se a níveis mais altos entre os dois segmentos. A 
distância entre os dois segmentos pode ser diminuída 
de forma que os segmentos se superponham, conforme 
mostrado na figura 10. Quando a distância entre B e D 
é reduzida, pode-se ter como conseqüência que B 
absorve a extremidade inferior do mercado de D ou que 
D absorve a extremidade superior do mercado de B. 
Outra forma de ocorrência do fenômeno, é quando o 
valor oferecido por B ou D , figura 10, pode ser 
melhorado, conforme mostrado nas figuras 11a e 11b. 
Esta posição força os consumidores da extremidade 
 Guerra de Preços 
Qualidade Percebida 
Preço 
Todas as empresas 
na criação do 
segmento industrial 
C 
 
 
B 
D 
 Y 
Preço 
Z 
 
 
W 
X 
 
Qualidade Percebida 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 31 
inferior a decidirem se desejam pagar o preço total 
mais baixo ou obter o valor mais elevado ou força os 
consumidores da extremidade superior a decidirem se 
querem comprar um produto de qualidade geral mais 
elevada. 
 
O caminho mais simples de amenizar a 
influência das empresas em D ou B é tentar mover-se 
para a posição intermediária como ilustrado na posição 
M da figura 12 - o caminho intermediário. Nesta 
posição a organização deverá oferecer o mesmo valor 
que B e D, podendo atrair alguns consumidores de B e 
D: tanto aqueles da extremidade superior, que buscam 
uma qualidade ligeiramente mais alta, quanto os 
consumidores da extremidade inferior, que buscam 
preços ligeiramente mais baixos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 - COMPETIÇÃO DENTRO DE UM SEGMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 10 - SUPERPOSIÇÃO DE SEGMENTOS 
 B 
Preço 
 D 
Qualidade Percebida 
 Y 
Preço 
Z 
 
 
W 
X 
 
Qualidade percebida 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 12 - CAMINHO INTERMEDIÁRIO 
 
A interação estratégica dinâmica, que 
corresponde a “cobrindo todos os nichos”, 
representa o mercado de empresas que optam pela 
linha completa de produtos, evitando novos entrantes 
no meio da trajetória, o que exigiria movimentos 
defensivos onerosos. Esta opção é representada na 
figura 13. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 13 - LINHA COMPLETA 
 
Preço 
 
Qualidade Percebida 
 
Produto a 
Produto c 
Produto b 
 
B 
Preço 
 D 
 
B 
Preço 
 
D 
 
Qualidade Percebida Qualidade Percebida 
Figura 11 a – O Diferenciador aumenta o valor Figura 11
 b – O produtor de Baixo custo 
aumenta o valor 
 
M 
Preço 
 
D 
Qualidade Percebida 
 
B 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 33 
Existe grande dificuldade de ocupação de todo o 
mercado, principalmente de novos concorrentes, 
mesmo quando se adota a estratégia de linha 
completa. Enquanto o produtor de linha completa é 
forçado a olhar para um cenário mais amplo, os 
concorrentes menores podem estar focados em nichos 
de mercado. A figura 14 ilustra esta interação 
estratégica dinâmica chamada de ocupação de 
flancos e ocupação de nichos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 14 - ENTRADA TÍPICA DE OCUPAÇÃO DE FLANCOS E/OU DE 
NICHOS 
 
Os produtos projetados para atuarem em nichos 
se superpõem àqueles de concorrentes já existentes. 
Algumas empresas movimentam-se para cima e para 
baixo para tomar mais espaço de mercado dos 
produtores de linha completa. Isto força os 
concorrentes existentes a reagirem, oferecendo valores 
melhores aos consumidores com preços mais baixos, 
qualidade mais alta ou ambos. Esta dinâmica faz com 
que todos os protagonistas sejam levados para baixo a 
níveis similares de preço e qualidade, caracterizando 
um ambiente de interação estratégica dinâmica de 
movimento em direção ao valor ótimo (figura 15). 
 
Conforme as empresas movimentam-se em 
direção ao valor ótimo, os lucros diminuem e a 
concorrência se intensifica. Os concorrentes que estão 
longe deste ponto estão fadados ao fracasso. Eles não 
 
Preço 
 
Qualidade Percebida 
 
Posição de Ocupação de Flancos na 
Extremidade Inferior 
Sup. 
Oportunidades de Nichos 
 
 
D 
L 
L 
L 
Inf. 
B 
Posição de Ocupação de 
Flancos na Extremidade 
Superior 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 34 
conseguem oferecer melhor qualidade, nem preços 
mais baixos. Os protagonistas que permanecem brigam 
por uma única posição. A partir daí a qualidade é uma 
necessidade e não mais uma fonte de vantagem 
competitiva, o que faz com que retornem ao início do 
ciclo, configurando-se a última interação estratégica, 
que é escapando do valor ótimo com o reiniciar do 
ciclo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 15 - MOVIMENTO EM DIREÇÃO À OFERTA DO VALOR ÓTIMO 
 
b) Tempo e Tecnologia 
 
Na arena tempo e tecnologia, as estratégias 
adotadas por um seguidor ou por um líder são estáticas 
demais em ambientes de hipercompetição. Isto porque 
existe uma constante dinâmica na mudança das 
posições de líder para seguidor e vice-versa. Na 
hipercompetição, a vantagem acompanha a empresa 
que se mantiver em movimento de escalada e não a 
empresa que orienta suas ações seguindo uma das 
estratégias genéricas, descritas anteriormente na 
apresentação do Modelo de Porter – liderança de custo, 
diferenciação e enfoque. Pesquisa e Desenvolvimento - 
P&D torna-se, então, fundamental para suportar este 
movimento de escalada das empresas. 
 
 
 
 
 
Preço 
Qualidade Percebida 
Linha de Valor Seguinte 
Primeira Linha de Valor 
D 
E 2 
E 3 
E 1 
B 
E 4 
V 1 
V 2 
V 3 
V O 
Melhor Linha de 
Valor 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 35 
De acordo com as últimas abordagens, observa-
se que a tecnologia passa a ser uma força motriz capaz 
de condicionar o futuro estratégico de uma organização 
e seu papel evolui de tecnologia como fator de 
produção para tecnologia como fator de 
competitividade. No ambiente estratégico e da 
hipercompetição, a área de Pesquisa e 
Desenvolvimento deve assumir três propósitos: 
 
 Defender, apoiar e expandir o negócio 
existente; 
 Impulsionar novos negócios; e 
 Ampliar e aprofundar as capacidades 
tecnológicas da empresa. 
 
Desta forma, a missão da área de P&D de uma 
organização muda em função do grau de maturidade 
em que a tecnologia a ser adotada pela organização se 
encontra em nível mundial. A figura 16 ilustra estes 
três propósitos, de acordo com o grau de maturidade 
tecnológica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 16 - MATURIDADE TECNOLÓGICA E P&D COMO VANTAGEM 
COMPETITIVA 
 
O papel da P&D na fase embrionária do ciclo de 
vida da indústria ou produto é ajudar a lançar o novo 
GRAU DE MATURIDADE TECNOLÓGICA 
A MISSÃO 
DE P&D 
EMBRIONÁRIA CRESCIMENTO MADURA PÓS-MADURA 
Lançar novo 
negócio 
Fazer crescer 
o novo negócio 
Manter a posição 
competitiva 
Estabelecer 
posição 
competitiva 
Melhorar a 
posição 
competitiva 
Rejuvenescer? 
Abandonar? 
Renovar? 
Dica do 
professor 
 
 
 
Existem duas 
grandes tendências 
na análise da 
relação entre 
sociedade e 
tecnologia. Uma 
afirma que o 
desenvolvimento 
tecnológico coloca a 
sociedade em risco, 
ameaçando oscampos de 
empregabilidade e 
deslocando o 
domínio dos 
processos do 
humano para o 
técnico. A outra, 
predominante neste 
artigo, entende a 
tecnologia como 
possibilidade de 
ampliação de 
mercados, empregos 
e qualidade nas 
empresas. O que 
você pensa sobre 
este tema? 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 36 
negócio e fixar posição, demonstrando a validade do 
conceito do produto em uma ou mais aplicação e 
estabelecendo a viabilidade do processo de produção. 
Também pode assumir o papel de defender a 
propriedade intelectual da organização. 
 
Durante a etapa de crescimento, a missão de 
P&D é sustentar o crescimento do negócio e melhorar 
ou manter sua posição competitiva, ampliando a 
variedade de produtos e aplicações ou aumentando o 
potencial de aplicação dos produtos atuais por meio de 
características aprimoradas ou custos reduzidos. 
 
Quando a indústria torna-se madura, o papel 
estratégico da área de P&D muda para o de defender a 
posição competitiva ao dilatar o potencial de 
diferenciação de produtos ou concentrar-se na redução 
dos custos. Nesta fase, a organização pode decidir 
rejuvenescer o negócio, podendo transformar-se 
também numa responsabilidade da área de P&D a 
introdução de novas tecnologias. 
 
Numa indústria, onde a tecnologia encontra-se 
na fase de envelhecimento, o papel de P&D é 
concentrado na redução de custos e no apoio a clientes, 
visando resguardar sua lucratividade. Provavelmente, 
uma estratégia a ser adotada nesta fase seja a de 
renovar os produtos ou a tecnologia de processo, 
movimentando os concorrentes, em vez de ser 
movimentado por eles. 
 
O não reconhecimento oportuno de uma 
substituição tecnológica pode resultar em perda 
excessiva de participação no mercado ou, até mesmo, 
ocasionar a saída da empresa de um setor, no qual 
gozava de uma posição de liderança. A tecnologia pode 
servir como recurso importante e poderoso, por 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 37 
intermédio do qual uma empresa pode conquistar e 
manter proeminência competitiva. 
 
A vantagem competitiva que a tecnologia pode 
oferecer à empresa, entretanto, possui cada vez menos 
tempo de validade. Está ligada diretamente à estratégia 
interna e à estratégia dos competidores e deve ser 
sustentada pela organização por meio de monitoração 
das trajetórias tecnológicas da concorrência, e da 
atualização permanente da organização por meio de 
sua capacidade de inovação. 
 
 
EXERCÍCIO 1 
 
Segundo Thurow “a compreensão das mudanças em 
curso, abaixo relacionadas, que é a interação entre 
elas, é que irão fazer com que entendamos as regras 
do novo cenário”. Assinale as afirmativas corretas que 
explicitem estas mudanças: 
 
( A ) Nunca haverá um único sistema econômico, sem 
opositores. 
( B ) A população do mundo está crescendo e 
envelhecendo. E o aumento da faixa etária da 
população do mundo faz com que os países 
gastem mais para manter o serviço 
previdenciário, diminuindo sua capacidade de 
investimento. 
( C ) A ausência de uma potência dominante, 
econômica, militar ou social: não haverá mais um 
pólo dominante que dita as regras do jogo em 
termos políticos, econômicos e comerciais. 
( D ) As empresas globais aumentam o poder das 
economias nacionais, sem que estas precisem 
lutar por sua identidade. 
( E ) A mudança tecnológica, enfatizando o poder do 
conhecimento. 
Dica do 
professor 
 
 
Não deixe de fazer 
seu exercício de 
auto avaliação. Ele é 
uma excelente 
maneira de rever os 
conteúdos centrais 
deste artigo! 
 
 
Você sabia? 
 
 
A média de 
escolaridade do 
trabalhador 
brasileiro é de 4 
anos, enquanto na 
Argentina e no Chile 
é de 8 anos. 
 
 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 38 
 
EXERCÍCIO 2 
 
Coloque Verdadeiro ou Falso com relação ao que 
podemos falar sobre a globalização 
 
(oba) A dinâmica internacional imposta pela 
globalização faz com que o mercado se mundialize. 
(oba) A Globalização representa um mundo sem 
fronteiras econômicas. 
(oba) Qualquer coisa pode ser feita em qualquer lugar, 
mas não pode ser distribuída em qualquer lugar. 
(oba) Em termos tecnológicos, os custos de transporte 
e comunicações aumentaram drasticamente e a 
velocidade de produção destes diminuiu de forma 
exponencial. 
 
EXERCÍCIO 3 
 
Por que a vantagem competitiva que a tecnologia pode 
oferecer à empresa, possui cada vez um menor tempo 
de validade? 
 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
 
EXERCÍCIO 4 
 
Como a sociedade do conhecimento afeta o ambiente 
competitivo? 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
Aula 1 | Sociedade do conhecimento 39 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 Conceito de Sociedade do conhecimento; 
 
 Diferença entre Sociedade de informação e 
sociedade do conhecimento; 
 
 Conceitos de Hiperinformação, Globalização e 
Hipercompetição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Competitividade 
baseada no 
conhecimento 
 
Marcelo Maciel Pereira 
 
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2 
 
 
A
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o
 
 
O conhecimento tornou-se hoje um dos principais fatores de 
superação de desigualdades, de agregação de valor, criação de 
emprego qualificado e de propagação do bem estar. A nova 
situação tem reflexos no sistema econômico e político. A 
soberania e autonomia dos países passam mundialmente por uma 
nova leitura, e sua manutenção – que é essencial - depende 
sobremaneira do acesso à informação e da constante geração de 
conhecimento. 
Nesta nova sociedade, o conhecimento passa a ser o elemento 
central da diferenciação individual, coletiva e da sobrevivência 
organizacional. Desta forma, necessitamos entender como o 
ambiente competitivo vem evoluindo e qual o papel da informação 
e do conhecimento nesta nova sociedade. 
 
 
 
O
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Entender a mudança de paradigmas trazida pela Sociedade do 
Conhecimento; 
 Definir os processos de inovação; 
 Compreender como a competitividade hoje, está cada vez mais 
baseada no conhecimento; 
 Definir hiperinformação, globalização e hipercompetição. 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 42 
Introdução 
 
O conhecimento tornou-se hoje, mais do que no 
passado, um dos principais fatores de superação de 
desigualdades, de agregação de valor, criação de 
emprego qualificado e de propagação do bem estar. A 
nova situação tem reflexos no sistema econômico e 
político. A soberania e autonomia dos países passam 
mundialmente por uma nova leitura, e sua manutenção 
– que é essencial - depende sobremaneira do acesso à 
informação e da constante geração de conhecimento. 
 
Por outro lado as tecnologias da informação 
permeiam o nosso cotidiano, possibilitando, falar ao 
telefone a qualquer momento, verificar multas de 
trânsito, trocar mensagens com pessoas do outro lado 
do planeta, pesquisar e estudar na internet, 
transformando estas ações em atividades rotineiras no 
mundo inteiro e no Brasil também. 
 
As mudanças que estamos presenciando em 
nossas vidas e no ambiente competitivo que uma 
instituição está inserida, nos levam a refletir sobre 
como as questões sociais, econômicas e tecnológicas, 
estão inseridas em um novo paradigma e, que sem 
percebermos, já estamos tendo interfaces e passamos 
a ficar dependentes destas inovações. 
 
Rapidamente nos adaptamos a essas novidades 
e passamos, em geral, sem uma maior percepção clara 
nem maiores questionamentos, a viver na “Sociedade 
da Informação”,uma nova era em que a informação 
flui a velocidades e em quantidades há apenas poucos 
anos inimagináveis, assumindo valores sociais e 
econômicos fundamentais. 
 
O perfeito entendimento deste processo 
evolutivo no início do século XXI e como esta evolução 
Dica do 
professor 
 
 
As tecnologias de 
informação nos 
permitem estar 
conectados com 
qualquer parte do 
mundo. 
 
 
Introdução 42 
Mudança de paradigmas 43 
O processo da inovação 45 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 43 
nos afeta, passa a ser fundamental para inserirmo-nos 
no contexto da Sociedade da Informação. A informação 
e o conhecimento passam a ter um papel fundamental, 
um valor competitivo de extrema relevância para as 
instituições, obrigando-as a superar continuamente 
suas vantagens competitivas. Este ambiente, assim 
caracterizado pela hiperinformação e pela 
hipercompetição, traz desafios, tanto para as 
empresas, assim como para os profissionais, que se 
deparam com os desafios das rápidas mudanças 
tecnológicas e dos novos paradigmas a que somos 
impostos. 
 
Nesta nova sociedade, o conhecimento passa a 
ser o elemento central da diferenciação individual, 
coletiva e da sobrevivência organizacional. Desta 
forma, necessitamos entender como o ambiente 
competitivo vem evoluindo e qual o papel da 
informação e do conhecimento nesta nova sociedade. 
 
Mudança de paradigmas 
 
São muitos os sinais de que o conhecimento, em 
suas várias formas, se tornou determinante para a 
competitividade tanto das empresas quanto dos 
países. É crescente, também, a parcela da população, 
principalmente nos países desenvolvidos, trabalhando 
exclusivamente com símbolos e com diversas formas de 
conhecimento, tais como: softwares, marcas etc. 
Vivemos, assim, um momento de importante transição 
do ambiente econômico, em que a gestão pró-ativa do 
conhecimento adquire um papel central. Isso, 
entretanto, nem sempre foi assim, pois, no passado, 
vantagens de localização, acesso à mão-de-obra 
barata, aos recursos naturais a ao capital financeiro 
tinham papéis muito mais determinantes. 
 
Importante 
 
 
Na Sociedade da 
Informação, o 
conhecimento passa 
a ser o elemento da 
diferenciação. 
 
 
Dica do 
professor 
 
 
Na Sociedade da 
Informação, sem 
percebermos 
ficamos 
dependentes das 
novas tecnologias. 
 
 
Importante 
 
 
No novo paradigma 
imposto, os recursos 
naturais sozinhos já 
não garantem uma 
vantagem 
competitiva aos 
países. 
 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 44 
O conjunto destas mudanças está dando origem 
a uma nova forma de padrões de competitividade entre 
as nações, fortemente dependentes das inovações 
tecnológicas, do conhecimento e da informação. Como 
resultado, tendem a diminuir as vantagens 
competitivas de países de industrialização tardia e 
regiões subdesenvolvidas, baseadas somente na 
abundância de recursos naturais e energéticos, na 
mão-de-obra barata e no baixo controle ambiental. Isto 
pode reduzir as possibilidades mercadológicas e 
comerciais destes países e diminuir a atratividade 
destes países frente aos investidores internacionais. 
 
O panorama econômico atual caracteriza-se por 
uma profunda mudança no paradigma técnico-
econômico: a economia baseada em energia e 
materiais está cedendo lugar, cada vez mais, à 
economia fundamentada na informação e no 
conhecimento. Agregar conhecimento significa agregar 
valor aos produtos e serviços. 
 
Esta evolução está sistematizada na figura 1, 
onde Freeman, economista inglês, neo-Shumpeteriano, 
desenvolveu o conceito de Paradigmas Técnico-
Econômico. A expressão “Paradigmas Técnico-
Econômicos” representa um processo de seleção de 
uma série de combinações viáveis de inovações 
tecnológicas e organizacionais na sociedade. 
 
 
 
 
Ciclos 
 
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto 
 
Descrição 
 
 
Mecanização 
 
Força a vapor e 
Ferrovia 
 
Energia 
elétrica 
Engenharia 
pesada 
 
Produção 
em massa 
“fordismo” 
 
Tecnologia 
da 
informação 
Importante 
 
 
A Revolução 
Industrial baseou-se 
na abundância de 
recursos naturais e 
na mecanização. 
Hoje, aqueles países 
que não investirem 
em inovações 
tecnológicas e 
geração de 
conhecimento 
ficarão para trás. 
 
 
Você sabia? 
 
 
Shumpeter, em 
1939 apresentou o 
conceito de 
paradigmas e 
defendia que: 
 
“As inovações, que 
são significativas o 
suficiente para 
iniciar um novo ciclo 
tecnológico, são 
ondas grandes, as 
quais afetam grande 
número de 
instituições de forma 
simultânea, 
caracterizadas por 
vasto contingente de 
setores, os quais 
usam as mesmas 
inovações 
tecnológicas básicas 
do lado da oferta e, 
possivelmente, 
completam umas às 
outras, do lado da 
demanda, e são 
ciclos finitos no 
tempo, com duração 
variável”. 
 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 45 
 
 
Fator 
Chave 
 
Algodão e 
ferro 
fundido 
 
Carvão e 
transporte 
 
Aço 
 
Petróleo e 
derivados 
 
Microeletrô
nica, 
tecnologia 
digital 
 
Infra-
estrutura 
 
 
Canais, 
estradas 
 
Ferrovias 
Navegação 
mundial 
 
Oferta e 
distribuiçã
o de 
energia 
elétrica 
 
Auto-
estradas 
Aeroportos 
Caminhos 
aéreos 
 
Infovias 
Redes e 
sistemas 
Software 
dedicados 
 
FIGURA 1: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PARADIGMAS 
TECNICO-ECONÔMICOS, SEGUNDO FREEMAN. 
 
O termo paradigma vem do grego paradeigma, 
que se traduz como modelo, padrão ou exemplo. O 
conceito de paradigma pode ser utilizado, de maneira 
simplificada, para definir um modelo amplo, um 
referencial, uma maneira de pensar ou um esquema 
para entender a realidade. Um paradigma estabelece as 
regras (escritas ou não), define os limites e diz como 
alguém se deve comportar dentro desses limites para 
ter sucesso. O paradigma também é um objetivo que 
se deseja alcançar. Novos paradigmas ocorrem quando 
são iniciados novos ciclos científicos, econômicos e 
tecnológicos, dentre outros, que por sua vez afetam e 
provocam mudanças em cascata: sociais, 
comportamentais e culturais, nas pessoas e nas 
organizações. A principal tese é que a inovação provoca 
esses ciclos. 
 
O processo da inovação 
 
A inovação tecnológica se constitui em um dos 
principais agentes de mudança no mundo atual. Com 
efeito, o progresso econômico e social dos diversos 
países e o êxito das indústrias e empresas dependem 
da eficácia e eficiência com que o conhecimento 
técnico-científico é produzido e incorporado aos 
produtos da comunidade. 
Dica do 
professor 
 
 
A nossa economia 
basicamente passou 
por três revoluções: 
A primeira chama-se 
a Revolução 
Agrícola, a segunda 
chamada de 
Revolução Industrial 
e hoje temos a 
chamada Revolução 
da Informação que 
acontece suportada 
pelas tecnologias da 
informação. 
 
 
Importante 
 
 
A inovação 
tecnológica passa a 
ter um papel 
estratégico na 
Sociedade da 
Informação. A 
pesquisa passa a ser 
fundamental para 
manter o processo 
inovativo. 
 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 46 
Nos últimos anos, a inovação tecnológica deixou 
de ser um fenômeno de mero interesse acadêmico, mas 
de real sobrevivência em um mundo em rápida 
transformação. A relevância da inovação tecnológica e 
sua utilização ganha força quando passamos a entendê-
la, como: 
 
 Uma das forças fundamentais dos sistemas 
econômicos modernos, tendo uma estreita 
relação entre crescimento econômico e 
supremacia tecnológica; 
 
 Fator básico para a dinâmica necessária às 
transformações da economia; 
 
 Envolve considerável grau de incerteza, 
considerando que a inovação como solução 
dos problemas existentes e futuros não é 
garantido. 
 
As teses desenvolvidas nos últimos anos, com o 
objetivo de representar o processo de inovação através 
do tempo têm se revelado inadequadas e simplistas. 
Isso é verdade mesmo no caso de modelos tradicionais 
comoo do “demand-pull” e o do “science-push”. 
Conforme observado por diversos autores, qualquer 
teoria satisfatória deve levar em consideração esses 
dois modelos simultaneamente. A primeira nasce de um 
processo suave, incremental e contínuo, originado e 
induzido principalmente pela demanda e por atividades 
da empresa, enfatizando as forças de mercado como 
determinantes primordiais do progresso técnico - teses 
classificadas como demand - pull, que defendem que 
o mercado é o impulsionador das inovações e 
determinante nas mudanças. 
 
A segunda definindo tecnologia (ou ciência) 
como um processo relativamente autônomo de geração 
Você sabia? 
 
 
Os países que estão 
na liderança 
tecnológica, são os 
países que mais 
investem em 
tecnologia. 
 
O investimento em 
tecnologia nos 
países desenvolvidos 
é feito em torno de 
8% do PIB, o Brasil 
investe cerca de 2% 
do seu PIB. 
 
 
Importante 
 
 
Nos países ditos 
desenvolvidos, cerca 
de 70% da força de 
trabalho foi 
deslocada para o 
setor terciário da 
economia, 
tecnologicamente 
cada vez mais 
sofisticado. Entre 20 
e 30% permanecem 
no secundário, e 
menos de 5% 
encontram-se em 
atividades agrícolas 
cada vez mais 
intensivas em 
máquinas e técnicas 
poupadoras de mão-
de-obra não 
qualificada. 
 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 47 
de progresso técnico - teses classificadas como 
technology - push. Portanto, sua natureza 
descontínua e irregular pode originar fortes rupturas, 
advindas principalmente dos avanços do conhecimento 
científico, no qual a ciência é impulsionadora das 
inovações e determinante das mudanças, 
defendendo-se o conceito unidirecional de ciência 
- tecnologia - produção. 
 
Segundo Lastres (1997), ambas visões 
technology - push e demand - pull mostram-se 
indispensáveis para qualquer inovação bem sucedida e 
, na verdade, existe uma complexa interação entre o 
lado da oferta e da demanda. 
 
Desta forma, faz-se importante destacar: 
 
 Não é possível tratar todas as inovações 
como se fossem eventos regulares, uniformes 
e isolados; 
 Diferentes tipos de inovação predominam de 
acordo com diferentes fases do crescimento 
econômico; e 
 A importância do ambiente econômico, 
político e social, o qual em determinadas 
ocasiões pode propiciar e promover ou 
mesmo impedir mudanças técnicas. 
 
A fim de explicar os padrões de geração, uso e 
difusão da inovação, pode-se definir quatro categorias 
de inovação (Freeman et al, 1988): 
 
 Inovações incrementais; 
 Inovações radicais; 
 Paradigma tecnológico; e 
 Paradigma tecno-econômico. 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 48 
As inovações incrementais são realizadas 
continuamente em produtos ou processos, na indústria 
e em serviços. Essas inovações ocorrem, normalmente, 
como resultados de invenções e aprimoramentos 
sugeridos por engenheiros e outros atores diretamente 
envolvidos com o processo produtivo, ou como 
resultado de iniciativas e propostas formuladas por 
usuários. 
 
A segunda categoria, inovações radicais, 
promovem a introdução de produtos ou processos 
inteiramente novos que representam uma ruptura 
estrutural com o padrão tecnológico anterior. Tais 
inovações são vistas como o resultado de atividades 
intensivas de P&D. 
 
O paradigma tecnológico é visto como um 
conjunto de inovações incrementais e radicais, que 
juntamente com avanços organizacionais afetam mais 
de uma ou poucas empresas e um ou mais setores da 
economia, assim como embasam o surgimento de 
setores inteiramente novos. 
 
Finalmente, o paradigma tecno-econômico 
constitui uma combinação de fatores tecnológicos, 
organizacionais, econômicos e sociais que permeiam a 
economia como um todo, exercendo importante 
influência no comportamento da mesma. É o que 
estamos presenciando atualmente. 
 
Segundo Utterback (1996) a evolução da 
tecnologia é acompanhada por uma expansão do 
mercado, um aumento do investimento no processo de 
produção, e uma progressão de inovações radicais do 
produto, em direção a inovações incrementais do 
produto e processo. Em geral, pode ser descrita por 
uma progressão de inovações com rápido progresso 
Quer 
saber mais? 
 
 
Edgar Morin faz uma 
crítica ao modelo de 
desenvolvimento 
centrado no 
crescimento tecno-
econômico: 
 
“A idéia de 
desenvolvimento 
sempre comportou 
uma base técnico-
econômica, 
mensurável pelos 
indicadores de 
crescimento e de 
receita. Ela supõe, 
de maneira implícita, 
que o 
desenvolvimento 
tecno-econômico 
seja a locomotiva 
que puxa atrás dela, 
naturalmente, um 
"desenvolvimento 
humano" cujo 
modelo acabado e 
bem-sucedido é o 
dos países ditos 
desenvolvidos - em 
outras palavras, 
ocidentais. Essa 
visão supõe que o 
estado atual das 
sociedades 
ocidentais constitui 
o objetivo e a 
finalidade da história 
humana.” (Morin) 
 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 49 
tecnológico, para uma situação ordenada com 
mudanças incrementais cumulativas. 
 
 
EXERCÍCIO 1 
 
“Constitui uma combinação de fatores tecnológicos, 
organizacionais, econômicos e sociais que permeiam a 
economia como um todo, exercendo importante 
influência no comportamento da mesma”, é o conceito 
referente a: 
 
( A ) Inovações incrementais; 
( B ) Paradigmas tecnológicos; 
( C ) Paradigmas técno-econômicos; 
( D ) Inovações radicias; 
( E ) Inovação tecnológica. 
 
 
EXERCÍCIO 2 
 
Quando a tecnologia funciona como impulsionadora do 
progresso, classificamos este fenômeno como: 
 
( A ) Demand-pull; 
( B ) Technology-push; 
( C ) Teoria da revolução científica; 
( D ) Teoria de Thurow; 
( E ) Teoria de Freeman. 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 | Competitividade baseada no conhecimento 50 
 
EXERCÍCIO 3 
 
Explique a seguinte afirmação: “agregar conhecimento 
significa agregar valor aos produtos e serviços”. 
 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
 
EXERCÍCIO 4 
 
De que maneira o “conhecimento passa a ser o elemnto 
central da diferenciação individual, coletiva e da 
sobrevivência organizacional”? 
 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 As mudanças de paradigma na sociedade do 
conhecimento; 
 
 Conceito de inovação; 
 
 O que são processos de inovação; 
 
 As quatro categorias de inovação. 
 
 
 
Inteligência 
competitiva e gestão 
do conhecimento: 
histórico e os 
principais conceitos 
 
Marcelo Maciel Pereira 
 
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No novo ambiente, da Sociedade da Informação, gerir melhor o 
conhecimento e a informação passa a ser um diferencial. Com 
base nessas condições serão apresentados nesta aula, os 
conceitos de Inteligência Competitiva e de Gestão do 
Conhecimento, destacando as áreas que gerenciam e transformam 
a informação e o conhecimento em vantagens competitivas. 
 
 
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Compreender o conceito de Inteligência competitiva; 
 Compreender o conceito de Gestão do Conhecimento; 
 Diferenciar Conhecimento tácito de conhecimento explícito. 
 Compreender o funcionamento da espeiral do conhecimento; 
 Conceituar o Sistema de Inteligência Competitiva (SIC); 
 Definir o Ciclo da Inteligência Competitiva. 
 
Aula 3| Inteligência competitiva e gestão do conhecimento: histórico e os 52 
principais conceitos 
Introdução 
 
Atualmente é inquestionável que o 
conhecimento e a informação são fundamentais para o 
bom desempenho esobrevivência de uma instituição. 
 
Durante muitos anos, a riqueza estava associada 
à indústria, proximidade à matéria-prima, produtos 
industrializados etc., hoje, a riqueza é associada ao 
conhecimento. Neste novo ambiente, na Sociedade da 
Informação, gerir melhor o conhecimento e a 
informação passa a ser o diferencial. 
 
Apresentaremos nesta aula os conceitos de 
Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento, 
sendo estas, as áreas que gerenciam e transformam a 
informação e o conhecimento em vantagens 
competitivas. A informação e o conhecimento fazem 
parte do ambiente institucional, tanto interno quanto 
externo, e os conceitos de Inteligência Competitiva são 
muitos próximos e com abordagens, segundo vários 
autores, bem semelhantes aos da Gestão do 
Conhecimento. 
 
Desta forma, será apresentado o histórico destes 
campos, como eles vêm evoluindo na sociedade e os 
principais conceitos que nos ajudarão ao perfeito 
entendimento das suas fases de atuação. 
 
Conceitos fundamentais 
 
A Inteligência Competitiva trata de um campo 
recente que apresentou um grande crescimento nos 
últimos anos e consolidou a sua força neste ambiente 
de constante desenvolvimento e competitividade. A 
partir da multiplicação das fontes de informação 
científica, técnica, econômica, pública, e as variadas 
Para refletir 
 
 
“Se você conhece o 
inimigo e conhece a 
si mesmo, não 
precisa temer o 
resultado de cem 
batalhas. Se você se 
conhece, mas não 
conhece o inimigo, 
para cada vitória 
ganha sofrerá 
também uma 
derrota. Se você não 
conhece nem o 
inimigo nem a si 
mesmo, perderá 
todas as batalhas”. 
 
Sun Tzu, A Arte da 
Guerra. Editora 
L&PM, 2000. 
 
 
Introdução 52 
Conceitos fundamentais 52 
Conhecimento tácito 58 
Conhecimento explícito 58 
Espiral do conhecimento 59 
Histórico 63 
Processos e sistemática 66 
O ciclo de inteligência 
competitiva 67 
 
 
Aula 3| Inteligência competitiva e gestão do conhecimento: histórico e os 53 
principais conceitos 
ameaças tecnológicas potenciais a Inteligência 
Competitiva encontrou um campo fértil para crescer. 
 
A terminologia utilizada atualmente para 
descrever este novo campo ou disciplina possui uma 
ligação com os sistemas de apoio à tomada de decisão 
e à administração estratégica das empresas. 
 
Na França, a denominação utilizada é: veille 
technologique, intelligence économique, intelligence 
concurrentielle, information économique. Nos EUA, 
competitive intelligence, business intelligence, 
competitor intelligence. No Brasil, a adoção dos 
sistemas de inteligência é muito recente, sendo 
utilizados os termos inteligência competitiva, 
inteligência empresarial, inteligência de marketing e em 
alguns casos a gestão estratégica do conhecimento. 
Como representantes do campo da Inteligência 
Competitiva, no Brasil, temos a ABRAIC e a ICBrasil. A 
primeira representa a Associação Brasileira dos 
Analistas em Inteligência Competitiva, a ICBrasil, 
representa a Associação dos Ex-Alunos de Inteligência 
Competitiva no Brasil. 
 
Na Europa, programas como o INNOVATION, 
vêm disseminando e incentivando a participação das 
micro e pequenas empresas na utilização da IC como 
um instrumento de aumento da competitividade. Este 
programa teve como função a disponibilização, em 
1999, do documento “Veille Technologique – Guides 
des Bonnes Pratiques en PME/PMI”, mostrando a 
experiência bem sucedidas de países como 
Luxemburgo, França e Espanha na adoção de práticas 
de Inteligência Competitiva (COMEUR, 1999). 
 
A Inteligência Competitiva já foi conceituada por 
diversos autores, A seguir citamos algumas: 
 
Você sabia? 
 
 
A ICBrasil, 
representa o grupo 
de alunos egressos 
dos Cursos de Pós-
Graduação no Brasil 
em Inteligência 
Competitiva, desde 
1997, que vem 
multiplicando os 
conceitos e práticas 
em todo o Brasil. 
Para conhecer mais 
acesse: 
 
www.icbrasil.org.br 
 
 
Você sabia? 
 
 
O primeiro 
Congresso em 
Inteligência 
Competitiva, foi 
realizado no Rio de 
Janeiro em 2001. 
Este ano, 2004, será 
realizado o quarto 
Congresso em 
Inteligência 
Competitiva no 
Brasil. Saber mais 
acesse o site da 
ABRAIC: 
 
www.abraic.org.br 
 
 
Aula 3| Inteligência competitiva e gestão do conhecimento: histórico e os 54 
principais conceitos 
 A inteligência competitiva é um programa 
sistemático e ético de coleta, análise e 
gerenciamento da informação externa que 
pode afetar os planos da sua empresa, 
decisões e operações (SCIP, 2004). 
 
 Programa institucional e sistemático para 
garimpar e analisar informação sobre as 
atividades da concorrência e as tendências do 
setor específico e do mercado em geral com o 
propósito de levar a organização a atingir 
seus objetivos e metas (Kahhaner, 1996). 
 
 A Inteligência Competitiva é uma informação 
que foi analisada e que pode ser utilizada em 
tomada de decisão (Fuld, 2004). 
 
 Refere-se ao conhecimento das informações 
sobre o ambiente externo que podem afetar a 
posição competitiva da empresa. A 
inteligência procura focalizar os eventos 
relevantes externos ao ambiente de negócios, 
geralmente enfatizando informações sobre 
competidores, fornecedores, clientes, novas 
tecnologias, produtos substitutos, forças 
regulatórias, legais, políticas, econômicas e 
sociais que podem afetar o ramo de negócios 
(Asthon, 1997). 
 
 Atividade de gestão estratégica da informação 
que tem como objetivo permitir que os 
tomadores de decisão se antecipem às 
tendências dos mercados e à evolução da 
concorrência, detectem e avaliem ameaças e 
oportunidades que se apresentem em seu 
ambiente de negócio para definirem as ações 
ofensivas e defensivas mais adaptadas às 
estratégias de desenvolvimento da organização 
(Jacobiak, 1997). 
Você sabia? 
 
 
O primeiro Curso de 
Pós Graduação em 
Inteligência 
Competitiva do 
Brasil, foi realizado 
no Rio de Janeiro, 
em 1997, a partir 
dos esforços do 
Instituto Nacional de 
Tecnologia – INT, 
órgão do Ministério 
da Ciência e 
Tecnologia; do IBICT 
- Instituto Brasileiro 
de Informação em 
Ciência e 
Tecnologia; da 
Universidade Federal 
do Rio de Janeiro; 
da Fundação 
Brasileira de 
Tecnologia da 
Soldagem - FBTS e 
da Universidade de 
Marselha/França. 
 
Os professores 
empreendedores do 
projeto foram, pelo 
Brasil, a Professora 
Gilda Massari e os 
Professores Luc 
Quonian e Henri 
Dou, pela França. 
 
 
Aula 3| Inteligência competitiva e gestão do conhecimento: histórico e os 55 
principais conceitos 
 Processo de coleta, análise e disseminação da 
inteligência relevante, específica, no 
momento adequado – refere-se às 
implicações com o ambiente do negócio, os 
concorrentes e a organização (Miller, 1997). 
 
 Processo sistemático de coleta, de gestão, de 
análise e de disseminação da informação 
sobre o ambiente competitivo, concorrencial e 
organizacional, visando à tomada de decisão 
em atendimento aos objetivos estratégicos da 
organização (Coelho, 2001). 
 
Em função das definições anteriores, 
adotaremos no nosso trabalho a definição de Coelho 
(2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao mesmo tempo a Gestão do Conhecimento 
tem crescido em importância nos últimos dez anos, 
consolidando-se hoje como forte tendência na área de 
gestão empresarial. As experiências pioneiras nos EUA 
e na Europa traduziram-se em resultados significativos, 
fato que tem estimulado sua adoção por um número 
cada vez maior de empresas e organizações. 
 
Por ser uma disciplina também considerada 
nova, como a Inteligência Competitiva, dentro do 
campo da administração, gestão do conhecimento 
ainda hoje é objeto de uma variedade de abordagens, 
definições e percepções, como as descritas a seguir: 
 
CONCEITO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA 
 
“Processo sistemático de coleta, de gestão, de 
análise e de disseminação da informação sobre o 
ambiente competitivo, concorrencial e 
organizacional, visando à tomada de decisão

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