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A9 Metodologia e prática da alfabetização e letramento

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- -1
METODOLOGIA E PRÁTICA DA 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
ALFABETIZANDO COM TODOS OS SENTIDOS
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
•refletir o processo de alfabetização e letramento como desenvolvimento integral, no qual o corpo e os
movimentos estão incluídos;
•conhecer o objetivo da psicomotricidade na educação de crianças;
•exercitar uma oficina de psicomotricidade com atividades de leitura, escrita, cálculo matemático e oralidade.
Conhecer a BNCC.
Crianças sentadas, imóveis, em silêncio prestando atenção no exercício que a professora deixou na folha
mimeografada sobre a carteira. Isoladas, realizam mecanicamente a atividade de coordenação viso-motora para
entregá-la à professora.
Esse contexto pode ser avaliado sob diferentes pressupostos teórico-metodológicos. Alguns educadores vão
considerá-lo a classe de alfabetização perfeita.
Já outros, sob o olhar da psicomotricidade, não perceberão vida e nem desenvolvimento das habilidades que são
essenciais para a construção da escrita.
Vamos compreender por quê?
Vamos pensar como o corpo de crianças e adultos é compreendido na escola? É ele alvo de expressividade ou de
disciplina? A problematização acerca destas questões, você verá clicando nos lembretes abaixo.
Mas, antes conheça a BNCC e veja como esse marco normativa orienta o trabalho nos componentes curriculares
das Linguagens http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
Escrita
Qual é a importância do movimento do desenvolvimento humano?
A primeira forma de linguagem e expressividade que os humanos apresentam é a corporal. O diálogo é tônico e
vai ganhando significação a partir do momento que vai sendo interpretado pelos outros com quem o bebê
interage (WALLON, 1995).
Do desenvolvimento sensório-motor (percepção e movimentos que buscam cada vez melhor coordenação) o
bebê vai sofisticando a sua atividade intelectual (concentração, memória, raciocínio) e passando para níveis
cognitivos simbólicos (representativos, ricos em imaginação, capazes de planejamento). Todo esse processo é
atravessado pela afetividade (sentimentos e emoções).
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Referência: WALLON, H. . São Paulo: Nova Alexandria, 1995.As origens do caráter na criança
Movimento
Se a criança não treinar os exercícios que levam à prontidão para a escrita, conseguirá escrever com eficiência e
letra legível?
Na intenção de desenvolver as habilidades viso-motoras e dar prontidão às crianças, muitos educadores
estruturam o seu planejamento de alfabetização reproduzindo as mesmas práticas compensatórias e
mecanicistas que realizaram enquanto alunos, quando aprenderam a ler e a escrever: folhas mimeografadas,
cópias no caderno, picar, amassar e cortar papéis.
Esses exercícios não englobam a movimentação, expressão e desejo de todo o corpo, pois estão fundamentados
numa concepção de linguagem estática, com treinamento mecânico da escrita a partir dos modelos que o meio
(escola) oferece.
“... a escrita é considerada um ato essencialmente motor que não impõe ao aprendiz grandes esforços cognitivos,
a preocupação dos educadores limita-se ao treinamento de habilidades responsáveis pelos aspectos figurativos
da escrita (coordenação motora, discriminação visual e organização espacial)” (COLELLO, 1993, p. 59).
Referência:
COLELLO, S. M. G. : revendo essa antiga parceria. Cadernos de Pesquisa, São Paulo,Alfabetização e motricidade
n.87, p.58-61, nov.1993.
Brincadeira
Qual é a importância da brincadeira no processo de alfabetização?
Brincar é constitutivo do desenvolvimento integral da criança na medida em que ela inaugura a lógica da
representação, da utilização de símbolos que percorrem uma trajetória do corpo à letra, passando pelo grafismo.
Na brincadeira há desenvolvimento de praxias globais e finas. E, sobretudo, há a compreensão do contexto
sociocultural que a criança vive, pois ao brincar, ela imita episódios e falas, compreende regras entre outras
atividades do mundo adulto.
Praxia é o movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um resultado
determinado. Não é um movimento reflexo, nem automático; é um movimento voluntário, consciente,
intencional, organizado, inibido, isto é, humanizado, sujeito, portanto, a um planejamento cortical e a um sistema
de auto-regulação.
Vygotsky (1998) assinalou a existência de uma pré-história da escrita que é caracterizada pelas fases da
linguagem oral e do grafismo.
Referência: VYGOSTKY, L. S. . São Paulo: Martins Fontes, 1998.A Formação social da mente
Habilidade psicomotoras
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Quais são as habilidades psicomotoras que podem ser desenvolvidas na educação infantil a fim de facilitar a
alfabetização da criança?
A psicomotricidade na escola contribui para o exercício intencional e planejado de exercitar o esquema corporal,
o equilíbrio, a coordenação motora grossa e fina, a estruturação espaço-temporal e a lateralidade.
Para Fonseca (1996), a criança precisa conhecer e compreender seu corpo para controlar melhor os seus
movimentos. Ao ter domínio corporal, terá controle do corpo e da percepção espacial – habilidades
fundamentais para o desenvolvimento da escrita.
Na alfabetização aspectos linguísticos, comunicativos e corporais estão envolvidos. A Psicomotricidade contribui
como a ciência que torna a alfabetização mais lúdica, dinâmica e significativa.
Giancaterino (s/d), cita Molinari e Sens (2002) que compreendem a educação psicomotora nas séries iniciais
como estratégia de prevenção, pois ela previne problemas de falta de concentração, confusão no reconhecimento
das palavras, com letras e sílabas e outras relacionadas à alfabetização. Eles explicam que:
“uma criança cujo esquema corporal é mal formado não coordena bem os movimentos. Suas habilidades
manuais tornam-se limitadas, a leitura perde harmonia, o gesto vem após a palavra e o ritmo da leitura não é
mantido, ou então, é paralisado nomeio de uma palavra.” GIANCATERINO, R. A influência da psicomotricidade na
alfabetização
Referência: MOLINARI, Ângela Maria da Paz; SENS, Solange Mari. A educação física e sua relação com a
. Revista PEC, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 85-93, jul. 2002-jul. 2003.psicomotricidade
Vamos agora compreender a relação entre o desenvolvimento psicomotor e a alfabetização. Para isso vamos
começar descobrindo o que é psicomotrocidade.
1
A psicomotricidade é uma ciência que tem como objeto o homem, seu corpo em movimento e em relação com o
mundo e seus sentimentos. Ciência que estuda o desenvolvimento das habilidades motoras e psicológicas.
Fonte: GIANCATERINO, R. o. Disponível em: http://www.A influência da psicomotricidade na alfabetizaçã
meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-influencia-psicomotricidade-na-alfabetizacao.htm
2
O que Elesbão (2009) tem para nos falar sobre essa ciência?
“Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado
e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua
individualidade, sua linguagem e sua socialização. A educação psicomotora é uma educação global
que, associando os potenciais intelectuais, afetivos, sociais e motores da criança, dá-lhe segurança,
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equilíbrio e permite o seu desenvolvimento, organizando as suas relações com os diferentes meios
nos quais deve evoluir” .
A alfabetização é um processo complexo que pode utilizar diferentes tipos de linguagem. Pode ser lúdica,
vivenciada de acordo com as demandas de leitura e escrita da contemporaneidade. Entretanto, o processo se
torna especialmente difícil para algumas crianças que não conhecem o funcionamento da língua e não possuem
as habilidades psicomotoras bem desenvolvidas.
Para a autora:
“O trabalho com a psicomotricidade contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor,
propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade e movimento das crianças,
abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividadescotidianas, bem como
atividades voltadas para a alfabetização dos educandos”.
Fonte: ELESBÃO, E. : uma relação possível no cotidiano escolar. Publicado emPsicomotricidade e alfabetização
6/11/2009.
3
Gomes (1998) complementa explicando que, algumas dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita que
são apresentadas por alunos, decorrem de dificuldades relacionadas ao desenvolvimento cognitivo e psicomotor,
desta forma, a atividade psicomotora é um importante trabalho pedagógico para as séries iniciais.
Fonte: GOMES, J. D. G. Construção do coordenadas espaciais, .psicomotricidade e desempenho escolar
Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação, 1998.
4
Para Freire (1989), a brincadeira livre e, nela, a livre expressão dos movimentos corporais ajudam a criança a
transformar em símbolos o que ela experimenta com o corpo. Em suas palavras:
“Assusta-me ver crianças sentadas durante horas em um banco escolar, falando de côas como ‘dois
mais dois’, ‘o menino viu a vaca’, que podem não passar de sinais gráficos ou sonoros, desvinculados
da atual realidade delas. O mundo da escola em primeiro grau deveria ser transformado em
significado para a criança. Isso no entanto, só pode ser feito com indivíduos conscientes, ativos,
dinâmicos, realizadores e transformadores” (p. 81).
Fonte: FREIRE, J. B. . São Paulo: Scipione, 1989.Educação do corpo inteiro
Na proposta de letramento, você conheceu uma atividade de brincar livremente com os pés e com os desenhos.
Agora, veja como pode aplicar esta mesma atividade, dividindo-a em dias de oficina.
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• 1º dia
Reconhecendo o meu corpo a partir do corpo do outro, é a primeira lição de lateralidade.
• Dar os pés de borracha para as crianças brincarem e reconhecerem a forma, o tamanho, o e os 
desenhos feitos;
• Pedir que contem a quantidade existente dos pés e chamar a atenção para as cores que formam 
cada par;
• Dividir os pés em conjunto de acordo com as cores e colocá-los embaixo de um cartaz onde 
estarão escritos os nomes das cores de caneta preta (para que as crianças leiam os nomes das 
cores);
• Ajudar as crianças a ordenar os números de 1 a 10, presentes nos pés;
• Fazer uma brincadeira para arrumar os pés da mesma cor, um ao lado do outro, formando um 
par. Mostrar que o número ímpar está sempre escrito no pé esquerdo e o número par, no pé 
direito;
• Trabalhar a lateralidade com o corpo (mãos, pés, lado do corpo).
• 2º dia
Um pouco de matemática: forma, sentido, ordenação, classificação e aritmética.
• Propor às crianças que brinquem colocando seus pés sobre os pés de borracha e comparem o 
tamanho;
• Fazer uma linha de fita crepe no chão e colocar os pés em ordem crescente, os esquerdos de um 
lado e os direitos de outro. Pedir às crianças que andem sobre os pés, seguindo a ordem de um a 
dez e falando os números em voz alta;
• Pedir que façam uma coluna só com os números ímpares, e outra só com os números pares;
• Pedir que contem os pés de cada coluna;
• Brincar de fazer pequenas contas de somar e subtrair com os números;
• Caminhar por um caminho com pezinhos de EVA andando de frente e de costas.
• 3º dia
Domínio corporal, equilíbrio e brincadeira.
• Pedir que as crianças empilhem os pés direitos e os esquerdos em montes separados. Nessa 
oportunidade, ajudá-las a reconhecer muitas partes dos membros inferiores: pés, dedos dos pés, 
calcanhar, tornozelos, joelho, coxa, barriga da perna;
• Ensinar a pular com um pé só, chutar bola, ficar de joelho, agachar, subir em cadeira para 
alcançar objetos, pular degraus;
• Colocar os pezinhos no chão organizados e desafiar as participantes a andarem sem pisarem no 
chão, usando apenas os pés de EVA como suporte;
• Fazer duas colunas e pedir para as crianças andarem por entre as linhas fazendo zigue-zague 
com os pés;
• Brincadeira de amarelinha utilizando os pés de EVA;
• Fazer um caracol com os pés e caminhar sobre ele.
• 4º dia
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Exercitando as funções intelectuais na brincadeira.
• Jogo da memória: virar os pés para encontrar os números iguais;
• Juntando as cores: separar os pés da mesma cor e contar quantos pés há de cada cor. Registrar a 
quantidade fazendo bolinhas de papel crepom numa folha e escrevendo o número 
correspondente;
• Tirando uma cor: juntar todos os pés, subtrair todos os pés de uma cor e questionar quantos pés 
foram tirados, registrar a quantidade desenhando os pés em uma folha.
• 5º dia
Encerramento: avaliando as habilidades que foram construídas.
• Disponibilizar os pezinhos de EVA no chão aleatoriamente e pedir para as crianças caminharem 
ou pularem sobre os pés obedecendo às regras:
• pé direito nos pés de EVA de cor vermelha;
• pé esquerdo nos pés de cor verde;
• os dois pés nos pezinhos de outras cores exceto vermelho e verde;
• Ler e repetir a ;parlenda
• Desenhar o que compreendeu da parlenda;
• “Amanhã é domingo, pé de cachimbo.
• O cachimbo é de ouro, bate no touro.
• O touro é valente, bate na gente.
• A gente é fraco, cai no buraco.
• O buraco é fundo, acabou-se o mundo”.
• Pesquisar as lendas do Saci-pererê e do Curupira, representando no papel a forma dos pés de 
cada um;
• Levar os pés de EVA para casa.
Alfabetização para além do papel e do lápis.
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A alfabetização concebida nesta oficina concorda com a posição defendida por Freire (1990) ao afirmar que é
uma atividade emancipadora do sujeito, pois inaugura “uma relação dialética dos seres humanos com o mundo,
por um lado, e com a linguagem e com a ação transformadora por outro” (1990, p. 7).
A alfabetização é mais que uma técnica, é uma ação política, cultural que liberta o homem por possibilitar a
interpretação dos textos, a compreensão do mundo.
A alfabetização pode ser lúdica. Pode contemplar o desenvolvimento da criança como um sujeito completo,
integrando as esferas cognitivas, afetivas e motoras. Para isso, a ação educativa deve trabalhá-la como uma
prática de letramento, concernente ao contexto cultural em que vivemos e conferindo ao corpo a importância
que merece.
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Colello (1993), confirma o objetivo de nossa aula ao afirmar que:
“entendemos que os benefícios conquistados pela educação de corpo inteiro interferem
positivamente nesse processo, incluídas aí as dimensões figurativas ( caligrafia, posição das letras e
disposição do traçado no papel) e construtiva da escrita (compreensão o seu significado e
funcionamento). Sem dúvida alguma, podemos afirmar que a vivência corpórea significativa amplia
as possibilidades de expressão autêntica, na medida em que garante à criança uma posição no
mundo mais consciente.” (1993, p. 61)
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• conheceu um pouco sobre o desenvolvimento psicomotor na infância e a importância da 
psicomotricidade no processo educativo;
• conheceu também uma possibilidade de trabalhar a leitura, escrita e o cálculo de forma lúdica, 
utilizando o corpo e as experiências das crianças.
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