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ANÁLISE CRÍTICO PENAL DO CRIME DE DANIEL CORRÊA À LUZ DA PEDAGOGIA

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ENTENDIMENTO JURÍDICO DO CASO DANIEL CORRÊA SOB A LUZ DO 
DIREITO, DA MÍDIA E DA PEDAGOGIA. 
Sandra Mara Dobjenski1 
RESUMO 
O assassinato brutal do jogador Daniel Côrrea Freitas completou três anos dia 27 de 
outubro e até agora o julgamento dos sete réus ainda não foi marcado pela Justiça, 
além do mais vem cercado de erros e falhas. Enquanto a família da vítima e a 
sociedade aguardam uma resolução, apenas um dos acusados por envolvimento no 
crime, o assassino confesso Edson Brittes, se encontra preso. Em uma sociedade 
na qual se tem a ideia de legitimação de um Judiciário imparcial e, portanto, o único 
capaz de promover a justiça, se faz necessária uma análise teórica pedagógica dos 
erros ocorridos no transcurso penal da morte do jogador. Todavia, levando em 
consideração o status de poder criado por meio das sistemáticas relações dialógicas 
entre os atores sociais envolvidos e, especialmente, pelo apelo midiático, adotados 
no âmbito jurídico. É fato que o judiciário pela pressão da sociedade que clama por 
justiça e pelos meios de comunicação que se tornam um poder a parte que julga e 
condena sem os devidos preceitos técnicos, ocorrem falhas imensuráveis no 
andamento dos processos dos crimes dolosos contra a vida. Nesse sentido, o 
objetivo principal deste estudo é promover uma análise, jurídico - pedagógica do 
sistema processual penal brasileiro, de maneira a elencar o fatídico caso de Daniel 
Côrrea. 
 
 
 
 
 
 
1
 Pós graduanda em Direito Penal Econômico – Centro Universitário UNINTER; Especialista em 
Direito Penal e Criminologia – Centro Universitário UNINTER – Bacharela em Direito – Faculdade 
Curitibana. Especialista em Direito Educacional – Centro Universitário UNINTER. Licenciada em 
Pedagogia – Centro Universitário Bagozzi – UNIBAGOZZI. 
O jogador Daniel Corrêa foi encontrado morto próximo à cidade de São José 
dos Pinhais, cidade metropolitana do Paraná, no dia 28 de outubro de 2018. O corpo 
do atleta de 24 anos, com passagens pelo Cruzeiro, Botafogo, São Paulo e Coritiba, 
estava com o pescoço degolado e o órgão sexual decepado. O empresário Edson 
Brittes, conhecido como “Juninho Riqueza” assumiu a autoria do assassinato, mas 
advogados do jogador e da família Brittes apresentam versões diferentes para o 
crime. 
O caso Daniel é envolto em diversos mistérios, visto ao envolvimento de 
muitas pessoas que relatam ou omitem muitas coisas, a cerca do fato. 
É um crime bárbaro, visto a maneira em que Daniel foi assassinado, o 
jogador foi encontrado com o pescoço degolado e com o pênis e o saco escrotal 
decepado, tornando os meios mais cruéis que o crime em si. 
Cabe sustentar que a vida é um direito fundamental do ser humano, 
respaldado pela Constituição da República Federativa do Brasil (CR/1988) de 1988. 
Por consequência e, devido à sua notória gravidade, o homicídio consiste no 
crime que dá introdução ao Código Penal Brasileiro (CP). Nesse contexto, o 
chamado “homicídio passional”, comumente conhecido por decorrer de um 
relacionamento afetivo entre vítima e agressor, chama a atenção de todos os níveis 
da sociedade, por apresentar características usualmente condenáveis e que 
demonstram a periculosidade excessiva no modo de agir do homicida. 
Dessa forma, diante das variadas formas em que o homicídio passional se 
apresenta, há a possibilidade de ser tratado de maneira mais branda ou mais 
gravosa no cenário jurídico, com consequências diversas ao agressor. Em função 
disso, o presente estudo busca retratar uma visão geral, de como o delito é tratado 
no Direito Penal Brasileiro e pelas linhas pedagógicas do entendimento jurisdicional 
e social. 
Hoje os meios de comunicação, elencam com frequência os crimes 
passionais cometidos por homens e mulheres normalmente com motivações 
comuns, o tema em questão é de grande relevância não somente para o cenário 
jurídico, como também para a sociedade em geral, que acaba se tornando 
espectadora dos casos em decorrência da grande apresentação dos fatos, trazidos 
pela mídia. Em tais situações, surgem indagações sobre o que motivou o agente ao 
cometimento do delito e, por consequência, qual será o enquadramento jurídico 
aplicado ao caso em concreto. 
As discussões a cerca do fato possuem como foco um possível 
“apaziguamento” do ato cometido pelo autor do crime em razão de determinado 
comportamento anteriormente apresentado pela vítima, que, de certa maneira, 
justificaria a conduta do agente por estar sob o domínio de violenta emoção. Por 
conseguinte, de outro lado, defende-se que o delito cometido possui denotação mais 
grave, eis que a conduta do autor é motivada por uma obsessão injustificada pela 
vítima e, em função disso, prefere ceifar a vida desta a vê-la tomar os rumos por ela 
escolhidos, situação muito mais condenada pela sociedade. 
Nesse sentido, é de grande valia a análise de casos concretos que atentam 
para os motivos que levam ao cometimento de um homicídio e análise das 
circunstâncias que ele engloba, para de fato se chegar a um enquadramento jurídico 
do fato, especificamente sobre a incidência da privilegiadora da violenta emoção ou 
das qualificadoras referentes à torpeza ou à futilidade do crime. 
Ao fim da persecução penal, os efeitos do reconhecimento da privilegiadora 
e ou das qualificadoras em muito se diferenciam entre si, afetando diretamente o 
montante da pena aplicada, o regime inicial de cumprimento da pena, o 
enquadramento do delito como crime hediondo e demais consequências em sede de 
execução penal. 
Com este estudo busca-se expor os problemas causados pela difícil relação 
entre a imprensa e o Poder Judiciário, tendo como objetivo provocar reflexão sobre 
até que ponto a mídia e seus meios de vinculação atuam de fato para que os 
acontecimentos venham à tona de forma verídica. 
No relato serão abordadas questões referentes à liberdade de expressão, 
bem como a responsabilidade civil da imprensa por difamação, calúnia e injúria, de 
forma a apontar os malefícios da mídia, quando esta interfere diretamente ao fato 
concreto, quando emite um juízo de valor, violando o princípio da presunção de 
inocência do acusado. 
Busca-se retratar a cerca dos princípios constitucionais referentes ao 
acusado, pois eles antes de serem condenados pela justiça são condenados pela 
sociedade, condenação essa respaldada no teor das notícias trazidas pelos meios 
de comunicação. Cabe a ressalva de que ninguém é culpado até o trânsito em 
julgado da sentença. 
Desta forma, quando há crimes de grande repercussão, como o caso em 
menção, estes acabam se tornando verdadeiros enredos de novelas, “reality show” 
da vida real, devido à explanação ostensiva da mídia, que faz um sensacionalismo 
imenso, de forma a gerar um exarcebado clamor social. 
Os meios de comunicação fazem um julgamento prévio e interferem no 
andamento do processo, influenciando tanto no convencimento do povo, como dos 
jurados, pois os meios de comunicação tem o poder de manipular as informações e 
fazer sensacionalismo do crime. 
No caso Daniel Corrêa é diferente, visto o atleta em franca ascensão ter 
sido encontrado morto na área rural de São José dos Pinhais, na região 
metropolitana de Curitiba. O atleta, que atuava pelo São Bento, foi brutalmente 
assassinado pelo empresário Edson Brittes Júnior, réu confesso do delito, após a 
festa de aniversário da filha Allana Brittes. O caso chocou o país, a sociedade 
Curitibana, dividindo opiniões de especialistas, da mídia e da sociedade leiga, 
seguindo com inúmeras questões em aberto. 
Na atualidade do século XXI e principalmente em tempos de pandemia da 
COVID-19 os meios de comunicação cada vez mais se evidenciam frente à 
sociedade. As notícias disseminadas pela imprensa deveriam somente conter 
caráter informativo, mas acabam por pré-formar opiniões. 
É fato que, no momento de expor as notícias,tais meios não se importam 
com a exposição e dimensão que causam na vida do homem médio e do réu ou do 
indiciado que possui o direito ao contraditório e a ampla defesa, devendo ser julgado 
pelos órgãos legais e competentes. 
A compressão de que o corpo de jurados do Tribunal do júri, é composto por 
pessoas do povo, se faz necessária, visto que estes chegam ao julgamento com a 
ideia pré-formulada a cerca do fato e até mesmo do sujeito ao qual irão julgar. Não 
só os jurados, mas o juiz togado se vê manipulado pelo clamor de uma sociedade 
que busca justiça a qualquer custo, de maneira a fundamentar sua tese na 
repercussão social do crime perante a comunidade. 
O caso Daniel não foge a regra, visto os meios de comunicação e os 
programas jornalísticos investigativos aflorarem as emoções e curiosidade do 
homem médio, trazendo a tona sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia 
informações e análises do caso. De forma a emitirem juízo de valor, condenando, 
acharcalhando o réu que somente poderá ser considerado condenado após o 
trânsito em julgado da ação, baseado no que dispõem o Código de Processo Penal 
(CPP) e o Direito Penal (DP) em seus parágrafos e afins. 
Diante de tais pressupostos, compreende-se que o direito da liberdade de 
imprensa nada mais é que o direito de informar e se manter informado sobre 
acontecimentos do mundo. Para Lourenço e Scaravelli se utilizando das palavras de 
Afonso: 
O direito de informar como aspecto da liberdade de manifestação de 
pensamento, revela-se um direito individual, mas já contaminado de sentido 
coletivo, em virtude das transformações dos meios de comunicação, de 
sorte que a caracterização mais moderna do direito de comunicação, que 
especialmente se concretiza pelos meios de comunicação social ou de 
massa, envolve a transmutação do antigo direito de imprensa e de 
manifestação do pensamento, por esses meios, em direitos de feição 
coletiva. LOURENÇO E SCARAVELLI (2018, p. 07) apud AFONSO (2013)2. 
Na atual conjectura os altos índices de criminalidade no Brasil ajudam para 
que a imprensa sensacionalista divulgue notas, imagens e comentários mexendo 
com o emocional do público, fatos que ficam longe da realidade concreta. 
No Brasil verificam-se muitas injustiças ocasionadas pela divulgação 
maldosa, apressada ou encomendada de notícias pelos meios de comunicação de 
massa dos crimes dolosos contra a vida. Com o caso Daniel isso também ocorre. O 
que chama a atenção neste caso é a barbárie. 
Um jovem de 24 anos, Daniel Côrrea, jogador de futebol, foi morto de 
maneira torpe, ou seja, mediante um motivo repugnante, imoral, vil, reprovável, que 
revela malvadeza, perversidade do agente causador. Um meio qualificador do 
homicídio, que possui a finalidade, em razão da reprovabilidade da conduta do 
agente perante a sociedade, de elevar as penas aplicadas ao crime, aumentando, 
tanto a pena mínima quanto a máxima. Logo, o crime de homicídio simples, que 
cominava penas de seis a vinte anos, passa a ter a pena de doze a trinta anos de 
reclusão, chegando a atingir a pena máxima aplicável no Brasil. 
Portanto, tal advento veio como um “furo” para os meios de comunicação, 
uma vida devastada de maneira reprovável pela sociedade em geral caiu, como uma 
luva no gosto dos meios de comunicação. Assim em nome da liberdade 
de imprensa passou a se exterminar a liberdade individual do ser humano, objeto da 
reportagem, ou de toda uma sociedade que esteja assistindo impassível às 
inverdades ou deturpações, sem as devidas qualificações técnicas que o crime de 
matar alguém merece. 
 
2
 LOURENÇO, Denise Campos e SCARAVELLI, Gabriela Piva. A influência da mídia no Tribunal 
do Júri. 6º simpósio de sustentabilidade. 2018. Disponível em: 
https://www.fag.edu.br/upload/contemporaneidade/anais/5b45ff227fbf6.pdf. Acesso em 03/11/2021 
https://www.fag.edu.br/upload/contemporaneidade/anais/5b45ff227fbf6.pdf
Outro fator elementar que se tem a cerca do caso é a quantidade de 
informações e de pessoas envolvidas, tem-se aqueles que estão diretamente 
envolvidos, de forma a serem as pessoas ativamente participantes da conduta 
criminosa, na tortura e morte do jogador. Existem também as pessoas indiretamente 
ligadas que de alguma forma participaram ou presenciaram a ação dolosa, ou seja, 
aquelas que ajudaram a limpar o local e sabiam de certa maneira o que estava 
ocorrendo e finalmente os omissos. 
Dessa forma cabe à imprensa trazer a informação e não transformá-la em 
notícia, ao comunicador cabe à transmissão dos elementos com ética, dignidade, 
humanidade, não cabe à condenação do acusado. Diante de tal afirmação passa-se 
a fazer uma análise crítica, jurídica e pedagógica a cerca do homicídio cometido pelo 
réu confesso Edson Brittes na data de 27 de outubro de 2018. 
O que se tem sob a ótica das investigações policiais e dos exames periciais 
é que a agressão começou na residência dos Brittes. 
Quando nos encontramos diante de um crime como este com várias 
pessoas contando diferentes histórias e se contradizendo o tempo todo fica difícil 
emitir um parecer coerente com os preceitos jurídicos. Então como se chegar à 
verdade dos fatos? São necessários elementos irrefutáveis. 
No contexto do DP os principais sistemas de valoração de provas, são 
sistemas, sistema legal de provas (prova tarifada), sistema da intima convicção e 
sistema do livre convencimento motivado (persuasão racional). Nesse sentido 
RANGEL (2015, p.515)3 compreende o sistema de provas como um critério utilizado 
pelo juiz para valorar as provas dos autos, alcançando a verdade histórica do 
processo. Três foram os principais sistemas adotados no caso Daniel. 
Foram utilizados como base os laudos periciais que são documentos de 
natureza técnico-científico, elaborados por peritos oficiais ou ad hoc a partir da 
perícia enquanto uma análise multidisciplinar, com a capacidade de fundamentar a 
convicção do juízo pela demonstração da materialidade. Os dados conseguidos 
através de telefones celulares, câmeras, são meios que trazem uma ideia de como 
tudo ocorreu. Respondendo dessa forma aos questionamentos: Quem matou 
Daniel? O que teria motivado um crime tão brutal? Por que o jogador foi encontrado 
morto no Paraná, já que atuava por um time de São Paulo? Essas foram às 
 
3
 RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 23ª edição. São Paulo. Atlas. 2015. 
primeiras perguntas que surgiram no início da investigação, que logo ficou 
conhecida como o Caso Brittes. 
O jovem foi convidado para uma festa em Curitiba, festa de aniversário da 
família Brittes (Edson, Cristiana e Allana - pessoas diretamente envolvidas na ação 
criminosa). Antes de chegar à boate Shed, Daniel passou em outra festa, chegando 
ao aniversário de Allana por volta de 23 h. e 30 min. permanecendo na boate até por 
volta das 6 h. da manhã, sendo que da Shead um grupo incluindo Daniel segue para 
a casa da família para o after. 
Na residência, Cristiana vai dormir por volta das 8 h. da manhã, Edson 
percebe a falta de Daniel no salão de festas, chegando até a porta do quarto do 
casal e escutando a mulher pedindo socorro, arromba a porta, encontrando Daniel 
seminu na cama com a mulher. 
Cristiana sustenta que o jogador tentou estuprá-la, versão sustentada pelo 
advogado da família Cláudio Dalledone Júnior, entretanto, posteriormente veio à 
tona o descarte do crime de estupro por meio das investigações da Polícia Civil e do 
Ministério Público. 
Entretanto, logo vieram a público, fotos e áudios que Daniel mandou por 
meio de aplicativo de mensagens Whatsapp no dia em que acabaria morto. Imagens 
estas em que ele aparece deitado, na cama de Cristiana, ao lado dela, que parece 
estar dormindo. Sendo possível ver que ambos estão, pelo menos, parcialmente 
vestidos, com a parte de cima das roupas. 
É notóriosustentar, que quem compartilha fotos, vídeos ou até mesmo 
capturas de tela de conversas pessoais com terceiros em redes sociais ou 
aplicativos pode estar infringindo leis brasileiras. E, em alguns casos, o acusado 
pode até mesmo ser julgado e condenado a prisão. 
O Art. 154 - A do CP cita que quem "produz, oferece, distribui, vende ou 
difunde" esse tipo de programa está sujeito às penalidades. E caso a vítima tenha 
prejuízo econômico, a pena pode ser estendida de um sexto até um terço. 
O que existe de concreto para a validação da materialidade do crime, é o 
material do celular de Daniel, ele próprio passou fotos para um amigo, fotos dele na 
cama com a Cristiana e ela aparentemente dormindo, isso é real, ele estava na 
cama realmente. 
O arrombamento da porta, contatado pela perícia, foi determinado como um 
arrombamento recente com a data da ocorrência, realizado de fora para dentro, 
https://exame.com/noticias-sobre/redes-sociais
condizente com a versão dada por Edson Brittes, apesar desse, dizer 
posteriormente ter pulado pela janela. 
O delegado responsável pelo caso Amadeu Trevisan, após ouvir o 
depoimento de cerca de seis testemunhas, que alegaram não ouvir os gritos de 
Cristiana, desconfigura a versão de estupro, para a polícia Daniel simplesmente 
estava na cama. Já para o representante da família Brittes e para Cristiana ela foi 
importunada sexualmente pelo jogador. 
Cabe ressaltar que o crime de importunação se difere do estupro porque não 
apresenta violência física, e do assédio porque não há relação hierárquica ou de 
subordinação. Leonardo Pantaleão (2020)4 especialista em Direito e Processo 
Penal, membro da Comissão Especial de Direito Penal da OAB, e sócio da 
Pantaleão Sociedade de Advogados em artigo para o Observatório OG preceitua 
que o legislador pátrio atendendo a uma demanda social, transformou a 
importunação sexual em crime, cuja pena inclusive é maior do que o assédio, 
podendo a chegar a cinco anos de reclusão. Além disso, a legislação também tornou 
crime a divulgação de cena de estupro, sexo, nudez ou pornografia, sem permissão 
da vítima. 
Dessa forma define-se importunação sexual como qualquer ato libidinoso 
sem o consentimento da vítima (como passar a mão em partes íntimas, esfregar o 
órgão sexual na outra pessoa, roubar um beijo). Não exige relação de hierarquia, por 
exemplo. Enquadrado como crime pela Lei n°13.718/2018 – a pena pode variar 
entre 1 e 5 anos, sendo aumentada em caso de agravantes. 
O delegado ainda afirma que Daniel não seria capaz de praticar qualquer 
tipo de estupro, ou tentativa, pois se encontrava com 13,4 decigramas de álcool no 
sangue. Então, ele estava muito embriagado, estava muito aquém de conseguir 
realizar algum estupro. 
Desse ponto começam as agressões, existindo mais 03 pessoas que 
participaram ativamente – Eduardo da Silva, Igor King e David Willian da Silva e 
Evellin Brizola que entra na narrativa acusando uma terceira pessoa – Eduardo 
 
4
 CARVALHO, Ketryn. Lei de Importunação Sexual completa dois anos. Confira a diferença 
entre importunação assédio e estupro. Observatório Og. 2020. Disponível em: 
https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/lei-de-importunacao-sexual-completa-dois-anos-confira-a-
diferenca-entre-importunacao-assedio-e-estupro. Acesso em: 06/11/2021. 
 
https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/lei-de-importunacao-sexual-completa-dois-anos-confira-a-diferenca-entre-importunacao-assedio-e-estupro
https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/lei-de-importunacao-sexual-completa-dois-anos-confira-a-diferenca-entre-importunacao-assedio-e-estupro
Purcott, sustentando que ele teria participado ativamente, sendo as acusações a ele 
retiradas pelo MP, entendendo que ele não possuía participação alguma no caso. 
Cabe a reflexão que somente a embriaguez involuntária completa exclui a 
culpabilidade. Nos demais casos, o agente é, em princípio, culpável e punível. 
Evellin Brizola passa a ser acusada, da prestação de falso testemunho – 
crime previsto no Art. 342 CP que sustenta que dar, oferecer ou prometer dinheiro 
ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, 
para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, 
cálculos, tradução ou interpretação: Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. 
BRASIL (2016, p.121)5. 
O crime de falso testemunho ou falsa perícia se configura no ato de mentir 
ou deixar de falar a verdade nas seguintes situações: em juízo, processo 
administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral. O crime somente extingue a 
punibilidade pelo falso testemunho quando ocorrida no processo em que praticado 
esse crime e antes da sentença nesses mesmos autos. 
Nas considerações a cerca sobre as agressões feitas a Daniel a perícia 
retrata que essas se iniciam na própria residência, onde são encontradas manchas 
latentes de sangue através da utilização de luminol – manchas estas que foram 
limpas a mando de Edson Brittes – sendo que não pode ser levantado se era 
realmente sangue de Daniel; visto o material não estar em condições para isso. 
A cerca desse aspecto se faz relevante o apontamento de que o Código de 
Processo Civil (CPC) que enaltece que quando a perícia não tiver elementos 
satisfatórios para formar o convencimento do juiz, poderá ser designada uma 
segunda perícia, que terá como base os mesmos fatos que não analisados de 
modo satisfatório na primeira. Sendo que a segunda perícia não substitui à primeira, 
cabendo ao magistrado apreciar livremente uma e outra. 
Foi encontrado sangue no veículo que levou Daniel até uma área mais 
afastada e lá ele foi morto por uma agressão à faca na região do pescoço, ocorreu 
um esgorjamento, ferimento anterior na região do pescoço que quase levou a 
decapitação. 
Esgorjamento são lesões produzidas por instrumentos perfurantes nas 
regiões anterior, lateral, anterolateral ou laterolateral do pescoço. Escoriações são 
 
5
 BRASIL. Código Penal Brasileiro. Decreto Lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Manole. 
Barueri. São Paulo. 2016. 
lesões profundas em que existe perda de epiderme, deixando a derme a descoberto. 
A decaptação ou degola é o ato de retirar, arrancar fora a cabeça. Tanto 
o esgorjamento e o degolamento indicam sempre que ocorreu um homicídio. 
E posteriormente o jogador foi esmaculado, ou seja, foi provocado um ato de 
extirpação da genitália externa masculina: pênis e escroto com seu conteúdo 
(testículos). O ser humano ou o animal perde a capacidade de cópula e de 
reprodução. 
É notório que Daniel estava sendo torturado, inclusive psicologicamente com 
ameaças de castração durante todo o percurso. A tortura psicológica também é 
crime. A Lei 9.455/97, define os crimes de tortura, dentre eles se encontram as 
condutas ilícitas descritas, prevê que quem constrange alguém a prestar informação 
ou declaração, sob ameaça ou violência, resultando em sofrimento físico ou mental, 
comete o crime de tortura. 
O legista coletou material do pênis e da região pubiana e encaminhou para o 
exame anato-patológico, sendo constatado que não havia reação vital naquela 
região, na bolsa escrotal e na região pubiana, isso significa que ele foi emasculado 
após a morte. 
À guisa se faz menção de tal como prevê o CPC que deve ocorrer a 
proteção post-mortem de alguns direitos da personalidade previstos no ordenamento 
jurídico pátrio, tais como o direito ao nome, à intimidade, à vida privada, à honra. 
Sendo que o Art. 21 do Código Civil (CC) prevê que o direito à intimidade é 
elencado, sendo inviolável a vida privada da pessoa natural e cabendo sempre 
medidas visando proteger essa inviolabilidade. Podendo essa proteção ser integrada 
a pessoa até após sua morte. BRASIL (2018, p.29)6 
O corpo permaneceu nesse lugar ermo com detalhe mórbidode que o pênis 
e a bolsa escrotal foram pendurados em uma árvore. 
Sobre esse aspecto afirma-se que por ser muito frágil e suas evidências de 
fáceis alterações, o local do crime ou onde se encontra um cadáver necessita de 
uma preservação apropriada, pois a integridade de seus elementos é necessária ser 
mantida a fim de alcançar a obtenção do resultado buscado. 
 
6
 BRASIL. Código Civil brasileiro. 2ª edição. Saraiva. São Paulo. 2018. 
 O profissionalismo associado ao cuidado nas ações iniciais será um fator 
fundamental para a admissibilidade das evidências, tanto para fins judiciais como 
para eventuais investigações. 
Nessa fase é necessário se compreender os vários tipos de violência que 
podem ser desencadeados, um dos tipos é a violência extra - familiar que é aquela 
voltada para a comunidade, em geral é a violência contra um desconhecido ou 
conhecido em geral isso ocorre em um grupo. 
No crime contra o jogador Daniel com tantos requintes de crueldade, não é 
necessariamente cometido por alguém que possua alguma psicopatia, pois é notório 
que a violência à agressividade se encontra dentro de todas as pessoas, faz parte 
da natureza humana. Tomando por base essa afirmativa é certo que a ações 
violentas são temas polêmicos que demandam longa discussão. 
Em se tratando do caso Daniel, a situação se perfaz propicia, pois todos se 
encontravam alcoolizados, existia a presença de homens e mulheres, dessa forma 
pela situação do ser humano ser um animal com resquícios de agressividade e 
violência, dessa forma o que ocorreu na noite do dia 27 de outubro de 2018 na casa 
dos Brittes pode ter se dado pelo calor do momento, o que no DP se designa pela 
violenta emoção. 
Nesse sentido, a violenta emoção no contexto jurídico é compreendida como 
uma situação atenuante de alguns delitos e é caracterizada por um estado 
emocional, de ânimo e de sentimento muito excitado. Assim Edson Brittes 
constatando a presença de Daniel com Cristiana em sua cama, gerando tamanha 
emoção que desemboca em agressões, e em meio a uma histeria coletiva. 
 Assim quem colabora, ou incentiva também será punido nos termos da lei, 
uma vez que por si só, pela vontade única e exclusiva do autor não ocorreria o 
crime. 
A torpeza do caráter dos envolvidos é verificada quando ocorrem as ligações 
para a família de Daniel, quando no ápice da maldade ofereciam ajuda, maldade que 
não é somente da parte de Edson, mas de Cristiana e de Allana. 
Allana omite informações a família do jogador salientando que este havia 
saído da festa e que eles não o teriam mais visto, assim se caracterizam os crimes 
comissivos, que são praticados mediante ação positiva, sendo que o concurso de 
pessoas em crimes comissivos é o tipo mais comum de concurso de pessoas, pois é 
a prática por mais de uma pessoa de um determinado delito. 
O delegado Amadeu Trevisan Araújo responsável pelo inquérito, sustenta 
em audiência de instrução e julgamento, que na data de 27 de outubro se encontrou 
um cadáver na Colônia Mergulhão, a investigação se iniciou com um corpo no chão 
e um ponto de interrogação de reconstituição do fato ocorrido, foi chamada a perícia 
para o local, ressaltando o delegado que no braço da vítima havia uma pulseira que 
dava indícios de que ela teria estado em uma casa noturna, desse ponto as 
investigações começaram a ter um cunho diferenciado, já se prenunciava ser um 
crime violento pela forma em que o corpo foi encontrado. 
Foi retratado no Inquérito policial de que Daniel havia estado na boate Shed 
em companhia de algumas pessoas, a partir desse fato que a polícia teve 
conhecimento que Daniel se locomoveu até a casa onde tudo começou. 
A fase de inquérito policial é conceituada por NUCCI (2016)7 como um 
procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo, conduzido pela 
polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de 
uma infração penal e sua autoria. Já a audiência de instrução e julgamento é um 
procedimento ordinário ou sumário decorrente da fase do processo penal em que 
se faz a oitiva das testemunhas, seja de defesa ou de acusação; que o acusado é 
ouvido, a fim de colheita de dados para as qualificadoras do indiciamento. 
A fraude processual entra quando os envolvidos tem a preocupação em 
queimar vestígios e limpar a casa e o veículo. A Fraude processual é o crime da 
pessoa que tenta, de forma ardilosa, induzir o juiz ou perito a erro. O delito está 
previsto no artigo 347 do CP que dispõe: Inovar artificiosamente, na pendência de 
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim 
de induzir a erro o juiz ou o perito, tendo como pena - detenção, de três meses a 
dois anos, e multa. BRASIL (2016, p.122)8. O sujeito ativo desse delito, que é um 
crime comum, pode ser qualquer pessoa, tenha ela interesse direto ou não no 
processo. 
Quanto à análise dos personagens do crime: Cristiana Brittes a primeira a 
ser presa e a primeira a ser solta mediante ao cumprimento de medidas cautelares – 
uso de tornozeleira eletrônica, hoje ela não utiliza mais este equipamento de 
monitoração. Ela concedeu entrevista ao SBT e a Record enfatizando que Daniel 
 
7
 NUCCI, GUILHERME DE SOUZA. Manual de processo penal e execução penal. 13ª edição. rev., 
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2016. 
8
 BRASIL. Código Penal Brasileiro. Decreto Lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Manole. 
Barueri. São Paulo. 2016. 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/03/10/interna-brasil,833384/caso-daniel-ele-provocou-a-morte-quando-nao-me-respeitou-diz-crist.shtml
causou a própria morte ao não desrespeitá-la. A empresária também registrou 
boletim de ocorrência de crimes contra a honra, dignidade humana e condição de 
mulher que teria sofrido durante o inquérito, além de pedir para se indexada ao 
espólio de Daniel devido aos supostos crimes que teria sofrido por parte do jogador. 
A fim de informação o CPP, em seus artigos 319 e 320; prevê 
algumas medidas cautelares. Ou seja, medidas que visam à garantia do processo, 
antes da sentença penal. Entre as medidas cautelares mais comuns, estão algumas 
espécies de prisões processuais, como a prisão em flagrante e a prisão preventiva 
por exemplo. 
No que tange a mídia, esta é exaltada a repassar a população a teoria dos 
acusados, tal como acentua JABUR (2000, p.45)9 a liberdade de pensamento, é 
assegurada no artigo 5º, incisos IV, VI e IX da CR/1988, de forma a se constituir em 
atividade intelectual através da qual o homem exerce uma faculdade de espírito, que 
lhe permite conceder, raciocinar ou interferir com o objeto eventual, exteriorizando 
suas conclusões mediante uma ação. 
Assim a liberdade de informação se prevê enaltecida pelo direito que tem a 
pessoa de informar, comunicar, isto é de exteriorizar sua conclusão, bem como o 
direito da pessoa ser informada, correspondendo, assim, a um direito coletivo à 
informação. 
 Neste contexto, consubstanciada na liberdade de pensamento, na liberdade 
de informar e liberdade de ser informado, surge à conhecida liberdade de imprensa, 
conceituada como o direito de imprimir palavras, desenhos ou fotografias em que se 
expressa o que se pensa e se fornecem informações ao público acerca de fatos ou 
atividades próprias ou alheias. JABUR (2000, p. 61)10. 
 Tal conceito perdeu parcialmente o sentido estrito, vez que a liberdade de 
imprensa, com a globalização, hoje é exercida por qualquer meio jornalístico, tal 
como a televisão, a informática e o rádio, os quais transformam a informação em 
notícia visando os índices de audiência e consequentemente os primeiros lugares na 
opção informação do homem médio e o lucro. 
 
9
 JABUR, Gilberto Haddad. Liberdadede pensamento e direito à vida privada: conflitos entre 
direitos da personalidade. São Paulo, SP: Revista dos Tribunais, 2000. 
10
 JABUR, Gilberto Haddad. Liberdade de pensamento e direito à vida privada: conflitos entre 
direitos da personalidade. São Paulo, SP: Revista dos Tribunais, 2000. 
Cristiana foi indiciada pela promotoria, na figura do Promotor do Ministério 
Público João Milton Sales, por homicídio qualificado, contrariando o que proferiu a 
Polícia Civil. 
O crime de homicídio qualificado é aquele que ocorre quando o responsável 
pelo crime tem a intenção de matar por um motivo específico. No homicídio 
qualificado, a pena cominada é de reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. A 
incidência dessa qualificadora ocorre quando o homicídio é cometido por alguém 
visando a uma vantagem patrimonial específica, conferida por terceira pessoa, que é 
quem realmente deseja que o crime aconteça. 
O advogado da família Brittes, Cláudio Dalledone Júnior, recebeu a decisão 
de impronúncia da acusação de homicídio com naturalidade e certeza genuína de 
sua inocência, ressaltando que Cristiana foi a primeira vítima naquela fatídica noite 
quando teve seu quarto invadido e foi importunada sexualmente por Daniel Côrrea 
Freitas enquanto dormia. 
Cabe ressaltar que impronúncia é o ato decisório privativo do magistrado 
que, motivadamente, diante da ausência de provas quanto à materialidade do fato 
e/ou de indícios suficientes de autoria ou de participação, nega seguimento à ação 
penal, acarretando na extinção do processo sem resolução do mérito. 
Cristiana ainda responderá pelos crimes de coação do curso de processo, 
fraude processual e corrupção de menor. 
A coação no curso do processo é um dos principais crimes contra a 
administração da justiça, está previsto no Art. 344 do CP e enaltece que usar de 
violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, 
contra a autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a 
intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. Tendo 
como sanção reclusão de 01 (um) a 04 (quatro) anos, e multa, além de pena 
correspondente a violência. BRASIL (2016, p.121)11. 
Já a corrupção de menor prevista no Art. 218 CP ressalta que corromper ou 
facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração 
penal ou induzindo-o a praticá-la, tendo como pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos. 
 
11
 BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto Lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940. Manole. 
Barueri. São Paulo. 2016. 
A defesa trabalha agora para tentar mostrar que Cristiana foi à primeira 
vítima na história, de maneira a preparar uma ação para pedir indenização contra o 
espólio (patrimônio) do jogador. 
Ao longo do último ano, as medidas restritivas contra ela foram flexibilizadas 
e ela deixou de usar tornozeleira eletrônica. Recentemente, a juíza do caso também 
autorizou uma viagem a Brasília para que ela passe o Natal com a família. 
Allana a filha do casal foi solta por decisão do Superior Tribunal de Justiça 
(STJ). A Sexta Turma do STJ substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, 
com o comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades, 
proibição de acesso a determinados lugares e proibição de manter contato com os 
demais réus do processo. Ela também não poderá deixar a cidade. 
Desde então, ela parece seguir uma vida normal. Muito ativa nas redes 
sociais, coleciona fãs, é influenciadora e recebe mimos de empresas em troca da 
propaganda, além de ter uma loja de acessórios femininos virtual. A jovem também 
estuda Direito com a tutela do advogado da família. 
No processo, assim como a mãe, ela vai a júri por coação no curso do 
processo, fraude processual e corrupção de menor. Com Edson, elas são acusadas 
de alterar a cena do crime e de intimidar testemunhas a contar uma versão que não 
envolvesse a família na morte do Daniel: a de que o jogador saiu da casa com rumo 
desconhecido. 
A matéria para o Correio Braziliense, SANTOS (2020)12 relata que Daniel e 
Allana se conheciam da época em que o jogador atuou em Curitiba. Antes de o 
corpo ser encontrado, a jovem chegou a trocar mensagens com mãe da vítima, 
mostrou preocupação com ele e ofereceu ajuda da família para encontrá-lo, mesmo 
já sabendo que ele estava morto. 
Edson Brittes, que atende pela alcunha (denominação ou qualificativo, por 
vezes depreciativo, que se usa em lugar do nome próprio de alguém, ou em 
acréscimo deste, ou em lugar do nome designativo de um grupo de pessoas, um 
povo etc.) réu confesso do assassinato de Daniel Côrrea, tentou inocentar os 
demais. 
 
12
 SANTOS, Philip. Morte brutal do jogador Daniel completa dois anos; o que aconteceu com os 
réus?. Correio Braziliense. 2020. Disponível em: 
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/10/4884748-morte-brutal-do-jogador-daniel-
completa-dois-anos-o-que-aconteceu-com-os-reus.html. Acesso em: 08/11/2021. 
 
https://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/futebol-nacional/2018/11/03/noticia_futebol_nacional,63415/filha-do-assassino-confesso-de-daniel-mandou-mensagens-para-mae-do-mei.shtml
https://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/futebol-nacional/2018/11/03/noticia_futebol_nacional,63415/filha-do-assassino-confesso-de-daniel-mandou-mensagens-para-mae-do-mei.shtml
https://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/futebol-nacional/2018/11/03/noticia_futebol_nacional,63415/filha-do-assassino-confesso-de-daniel-mandou-mensagens-para-mae-do-mei.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/10/4884748-morte-brutal-do-jogador-daniel-completa-dois-anos-o-que-aconteceu-com-os-reus.html
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/10/4884748-morte-brutal-do-jogador-daniel-completa-dois-anos-o-que-aconteceu-com-os-reus.html
Segundo repostagem de SANTOS (2020)13 ao Correio, Edson possuía 
relações pessoais com pessoas envolvidas em crimes que chamaram a atenção dos 
investigadores. Por exemplo, a moto usada pelo acusado, no valor de R$ 50 mil, 
estava em nome de um traficante preso e condenado. Além disso, o número de 
celular utilizado para dar os pêsames à família do jogador, antes de ele confessar o 
crime, era de um homem que havia sido assassinado em 2016. Em outro caso, ele 
já tinha sido condenado por receptação de carro roubado. 
Edson Brittes Júnior responde por homicídio triplamente qualificado (motivo 
torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de 
cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo. 
O crime para quem esconde o cadáver é o se chama de 'destruição, 
subtração ou ocultação de cadáver' e está previsto no artigo 211 do CP. Gera pena 
de reclusão de até três anos. Se o crime ocorrer, a pessoa pode responder por 
omissão de socorro, pois deixou de proteger alguém que estava em iminente perigo. 
É de conhecimento público que a defesa tentou soltar Juninho ou colocá-lo 
em prisão domiciliar por diversas vezes, mas a juíza do caso, Luciani Regina Martins 
de Paula, negou o pedido em todas as ocasiões, alegando que o assassino 
confesso possui, "ao menos em tese, periculosidade acentuada" e que testemunhas 
do caso demonstrarem medo do acusado. A defesa recorre da pronúncia desses 
crimes. 
O trio Eduardo Henrique da Silva, David Willian da Silva e Ygor King também 
estavam na festa e, posteriormente, seguiram para a casa dos Brittes. De acordo 
com as acusações, eles participaram da agressão contra Daniel após Edison flagrá-
lo na cama com Cristiana. Os jovens também teriam participado da decapitação, 
morte e ocultação do corpo do jogador, conforme os autos. Dessa forma os três 
respondem por: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recursoque impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de cadáver, fraude processual e 
corrupção de menor. 
A juíza Luciani Regina Martins de Paula revogou a prisão do trio com base 
na Lei de Abuso de Autoridade. O advogado de Eduardo informou ao correio 
 
13
 SANTOS, Philip. Morte brutal do jogador Daniel completa dois anos; o que aconteceu com os 
réus?. Correio Braziliense. 2020. Disponível em: 
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/10/4884748-morte-brutal-do-jogador-daniel-
completa-dois-anos-o-que-aconteceu-com-os-reus.html. Acesso em: 08/11/2021. 
 
 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/11/09/interna-brasil,718580/caso-daniel-moto-de-assassino-confesso-esta-em-nome-de-traficante.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/11/09/interna-brasil,718580/caso-daniel-moto-de-assassino-confesso-esta-em-nome-de-traficante.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/10/09/interna-brasil,796049/com-base-na-lei-de-abuso-de-autoridade-juiza-solta-reus-do-caso-daniel.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/10/09/interna-brasil,796049/com-base-na-lei-de-abuso-de-autoridade-juiza-solta-reus-do-caso-daniel.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/10/4884748-morte-brutal-do-jogador-daniel-completa-dois-anos-o-que-aconteceu-com-os-reus.html
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2020/10/4884748-morte-brutal-do-jogador-daniel-completa-dois-anos-o-que-aconteceu-com-os-reus.html
Braziliense que, o jovem tem trabalhado com compra e venda de carros e aguarda o 
desfecho do processo, já a defesa de Ygor e David não pronunciou. 
Evellyn Brisola, a jovem que beijou Daniel na boate em Curitiba foi a que 
mais teve reviravoltas no processo nos últimos anos. Evellyn não foi indiciada pela 
polícia, mas o MP resolveu denunciá-la por falso testemunho, fraude processual, 
denunciação caluniosa e corrupção de menor. A Justiça, no entanto, só a tornou réu 
por fraude processual, já que ela teria ajudado a limpar as marcas de sangue que 
ficaram na casa dos Brittes. 
Como a pena para esse crime é pequena, a juíza aceitou uma proposta do 
MP e suspendeu, em julho, o processo contra ela em troca de serviço social por dois 
anos. Mas a decisão foi revogada um mês depois, após ela descumprir um dos 
termos ao ser presa e tornar-se ré por tráfico de drogas. Ela foi flagrada com mais de 
3kg de maconha dentro de uma bolsa. 
Ela foi solta posteriormente após a defesa alegar que era a única 
responsável pelo filho de 05 anos. Mas passou a usar tornozeleira eletrônica. 
Procurada pela reportagem, a defesa da jovem não se manifestou. 
O homicídio de Daniel Côrrea enaltece que a mídia é sem dúvida alguma 
formadora de opinião publica, busca na sociedade casos que chame a atenção da 
população, pois são estes os maiores protagonistas de audiência, passando assim a 
manipular todas as notícias com o intuito de prender a atenção do seu público alvo, 
gerando grandes audiências e grandes lucros. 
A intervenção da mídia nos casos de grande repercussão pública, 
atrapalham de tal forma direta no julgamento do júri, visto que ela afronta de forma 
direta preceitos constitucionais, que visam garantir um julgamento justo e imparcial 
para o acusado, fazendo assim que, este na maioria das vezes por causa da grande 
vinculação de sua imagem não se abstém ao preceito da inocência ate que se prove 
o contrário. Portanto, diante da forte influência que a mídia possui em formar opinião 
na sociedade, e o fato que os juízes que presidem o julgamento do Tribunal do Júri 
serem pessoas comuns da sociedade, juízes leigos, estes ao verem tamanha 
divulgação na mídia e por medo de formar uma opinião diferente, já adentram o 
plenário do júri com sua convicção formada, através do que lhe foi mostrado nos 
grandes meio de comunicação, fazendo assim com que o julgamento do réu não 
seja justo e imparcial. 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/11/27/interna-brasil,721925/caso-daniel-mp-denuncia-familia-brittes-e-jovem-que-beijou-o-jogador.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/11/27/interna-brasil,721925/caso-daniel-mp-denuncia-familia-brittes-e-jovem-que-beijou-o-jogador.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/07/21/interna-brasil,873929/re-do-caso-daniel-tem-processo-suspenso-por-servicos-comunitarios.shtml
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/07/21/interna-brasil,873929/re-do-caso-daniel-tem-processo-suspenso-por-servicos-comunitarios.shtml
É notória que a mídia possui um vasto poder de influenciam a sociedade, o 
corpo de jurados e muitas vezes o juiz togado fazendo assim com que estes não 
hajam de forma imparcial no julgamento, a mídia é muito mais que um quarto poder, 
é um meio que investiga, julga e condena e tal fato não deixou e não deixa de 
ocorrer no caso Daniel Côrrea. 
 
 
 
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