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TÉCNICA RADIOLOGICA DA CINTURA PÉLVICA E DA COLUNA LOMBO SACRA - 2 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 INTRODUÇÃO O estudo radiográfico da cintura pélvica compreende a análise dos ossos do quadril, da região proximal do fêmur, da coluna lombo sacra e de seus respectivos marcos anatômicos. Esse tema se completa, observando as diferenças existentes entre a pelve verdadeira e a falsa, masculina e feminina, as articulações envolvidas, assim como os posicionamentos requeridos para avaliação radiográfica dessa região. PELVE Trata-se de uma estrutura com anatomia e topografia complexas. A pelve total, também chamada de bacia, exerce uma conexão da coluna vertebral e os MMII, proteção das vísceras, estabilização do tronco, ajuda na marcha e mantem o centro de gravidade que é o centro de equilíbrio de todas as forças. Os ossos que formam o quadril são divididos em três partes, ílios, ísquios e púbis (Figura 1), os dois ossos do quadril unem - se anteriormente pela sínfise púbica e cada um deles vai se articular posteriormente com a porção superior do sacro e lateralmente com o osso fêmur. Em crianças há uma separação natural, mas durante seu desenvolvimento esses ossos formarão um só, apresentando sua junção completa o mais tardar na sua adolescência, esta fusão vai ocorrer na área do acetábulo, que é uma cavidade profunda, com a forma de uma taça, onde é encaixada a cabeça do fêmur para formar a articulação coxo femoral. Figura 1: Ossos do quadril - 3 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Figura 2: Sacro Figura 3: Porção proximal do fêmur O sacro e o cóccix participam aqui da pelve, porém ele é um osso do esqueleto axial. Lembre - se que o mesmo faz parte da coluna vertebral (Figura 2). PORÇÃO PROXIMAL DO FÊMUR A porção proximal do fêmur (Figura 3) é constituída de quatro partes que são: cabeça, colo, trocante maior, trocante menor. A cabeça do fêmur é redonda e lisa que se articula com os ossos do quadril, e contém uma depressão no centro chamada de fóvea da cabeça, que serve para prender o ligamento da cabeça do fêmur ou ligamento femoral da cabeça, colo do fêmur é um processo piramidal muito resistente que conecta a cabeça ao corpo ou diáfise na região dos trocanteres, o trocante maior é uma proeminência superior e lateral da diáfise femoral, e é palpável como uma proeminência óssea, o trocante menor é uma eminência cônica, que se projeta medial e posterior, a partir do colo e da diáfise femoral. - 4 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Ângulos da porção proximal do Fêmur Figura 5: Rotação típica de fratura no quadril. Qualquer tentativa de movimentação causará dor intensa. ÂNGULOS DA PORÇÃO PROXIMAL DO FÊMUR Em relação ao corpo de um adulto médio, o ângulo é de mais ou menos 125° (A), podendo ter uma variação de 15° para mais ou para menos, essa variação vai de acordo com o tamanho do membro inferior, e como da largura da pelve. Há casos em que as pernas são longas e a pelve estreita, sendo assim o fêmur ficará quase vertical, consequentemente mudará o ângulo do colo para aproximadamente uma angulação de 140° (125°+15°), em uma pessoa menor (mais baixa) com o quadril mais largo esta angulação será de 110° a 115°. Olhando o fêmur na posição anatômica, e no plano longitudinal em pessoas de porte médio (normal), o mesmo irá fazer uma angulação de aproximadamente 10° (B) no eixo vertical do fêmur, podendo variar em 5° para direita ou para esquerda de acordo com o tamanho do fêmur, e a largura da pelve. Outro ângulo muito importante na radiografia que não pode ser esquecido é o da cabeça femoral, este ângulo tem uma variante de 15 a 20° (C) anteriormente em relação à diáfise femoral, para se certificar que esta angulação esteja realizada de forma correta, deve rodar os pés e pernas internamente de 15 a 20° (Figura 4). IMPORTANTE: A fratura da porção proximal do fêmur e da sua área articular é um dos problemas ortopédicos mais comuns nos idosos, sobretudo em mulheres. O osso pode tornar-se tão enfraquecido que um simples movimento de torção pode provocar uma fratura. Ocasionalmente, uma pessoa sadia também pode fraturar o colo do fêmur em razão de um traumatismo violento, mas isso é mais raro. A fratura do colo do fêmur pode ser completa ou incompleta e a linha de fratura pode localizar-se em qualquer nível do osso. Os indícios de que houve fratura do colo são: O encurtamento da perna do lado atingido e a rotação externa (Figura 5) do mesmo membro. Figura 4: Rotação interna. (A) (B) (C) - 5 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Figura 6: Marcos anatômico da pelve. Crista do ílio Espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) Trocânter maior Sínfise púbica RC Sínfise púbica Trocânter maior Figura 7: Localização da sínfise púbica através do trocânter maior RESUMO DOS MARCOS TOPOGRÁFICO O Marco Topográfico é a parte mais importante para o posicionamento radiográfico, uma vez que, através deles, conseguimos localizar estruturas anatômicas sem a necessidade de dissecar o organismo, e encontrar o ponto de partida para o posicionamento a ser realizado. No caso da pelve, na parte superior podemos encontrar as cristas ilíacas e as EIAS, sendo as duas, de fácil apalpação (Figura 6). Estes dois pontos ou marcos são os mais usados para o posicionamento da pelve e para conferência de rotação, sendo também utilizados para a centralização do raio nos exames do abdome e coluna lombar. É importante levar em consideração que a sínfise púbica não deve ser apalpada de qualquer forma, para substituir esse marco podemos utilizar o trocânter maior e o plano médio sagital (Figura 7). - 6 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Imagem radiográfica da pelve (Figura 8) A) – Crista ilíaca B) – EIAs C) – Corpo do ísquio D) – Tuberosidade isquiática E) – Sínfise púbica. F) – Ramo inferior do púbis G) – Ramo superior do púbis H) – Acetábulo do quadril I) – Colo do fêmur J) – Trocânter maior K) – Cabeça do fêmur Imagem radiográfica do quadril (figura 9) A) – Acetábulo B) – Cabeça femoral C) – Colo femoral D) – Área do trocante menor E) – Trocante maior ARTICULAÇÕES DA PELVE E DO QUADRIL As articulações da pelve incluem a lombossacra, a sacroccígica, as sacroilíacas, a sínfise púbica e a articulação do quadril (Figura 10). Articulações Lombossacras: É constituída pelo corpo da L5 e o Sacro. Semelhante às articulações intervertebrais, inclui um disco intervertebral, articulações dos processos articulares e ligamentos acessórios. Articulações Sacrococcígeas: Consiste em um disco intervertebral entre o sacro e o cóccix reforçado pelos ligamentos sacrococcígeos dorsal, ventral e lateral. A B C D E Figura 9: Imagem radiográfica do quadril Figura 8: Imagem radiográfica da pelve A B C D E F G H I J K - 7 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Sínfise Púbica: Articulação cartilaginosa que unem os ossos púbicos no plano medial sagital. Na face da sínfise do corpo de cada púbis é revestido por uma fina camada de cartilagem hialina, a qual está unida àquela do lado oposto por uma espeça fibrocartilagem denominado disco púbico. Nas meninas, após menarca, é frequentea presença de uma fenda sagital neste disco. Articulações Sacroilíacas: Articulações sinoviais formadas pela união das superfícies auriculares do sacro e do ílio de cada lado. Tais superfícies podem ser lisas e planas, mas geralmente são encurvadas, e podem inclusive apresentar elevações e depressões que se adaptam às irregularidades correspondentes da superfície oposta, concedendo maior estabilidade à articulação. Uma cápsula articular, envolta por uma membrana sinovial, une o ílio e o sacro na periferia das superfícies auriculares. Articulação do quadril: A articulação do quadril é uma articulação triaxial, sustentada por uma cápsula articular forte que é reforçada pelos ligamentos iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral. As duas articulações do quadril são ligadas entre si através do osso pélvico e ligadas a coluna vertebral através do sacro e articulação lombossacral. O Acetábulo é a parte óssea côncava, é formada pela fusão dos ossos ílio, ísquio e púbis, e é aprofundada por um anel de fibrocartilagem, o lábio do acetábulo. Está localizado na face lateral da pelve e dá vista para o lado, para frente e para baixo. SACRO (Figura 11) O sacro é a parte inferior da coluna vertebral, se articula na parte superior com a coluna lombar (processo articular superior), tem um formato de pá, apresentando uma superfície anterior côncava e os cinco segmentos fundidos (que alguns autores também chamam de vértebras), formando um único osso nas pessoas adultas. A parte lateral desta estrutura é denominada como asa do sacro, está superfície se articula com o ílio formando a articulação sacroilíaca, na parte superior está localizado o processo articular superior (que é a articulação L5, S1 - articulação lombossacral). Olhando lateralmente esse seguimento se veem a curvatura (côncava) do sacro, e a protrusão do cóccix, indicando que o raio central em uma incidência AP tenha uma pequena angulação caudal, para poder ser visualizado os cornos sacrais. Figura 10: Articulações da pelve e do quadril Figura 11: Sacro - 8 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Deve-se usar maior KV e o menor mAs que proporcionem informação diagnóstica suficiente em cada exame radiográfico. Isto reduzirá a exposição do paciente e, em geral resultará em radiografias com boas informações diagnósticas. INCIDÊNCIAS DO QUADRIL E DA PELVE Apesar da tomografia computadorizada e de ressonância magnética nuclear serem úteis para confirmação do diagnóstico, a radiografia simples ainda constitui o exame inicial de escolha para o diagnóstico das afecções do quadril e da pelve, baseada em uma história clínica detalhada. Diante disso, existe a necessidade da realização de estudos radiográficos padronizados, tanto na sua execução quanto na rotina radiográfica de acordo com as orientações técnicas. Fatores técnicos para a realização de radiografias: No tocante ao quesito Fatores Técnico é importante observar: Para obter uma boa imagem no filme radiográfico, além de um bom posicionamento do paciente ou estrutura a ser radiografada, devemos saber utilizar corretamente os “Fatores radiográficos ou elementos formadores da TECNICA”, o KV (Quilovolt), a MA (miliamperagem), o T (tempo de exposição em seg.), a “D” (distância em cm) e a constante do aparelho (K), utilizada para determinado caso, de forma equilibrada e que esteja dentro dos padrões de segurança e tolerância do organismo. AP BILATERAL DOS QUADRIS As indicações para realização das incidências do quadril existem quando o paciente apresenta suspeita de fratura do colo do fêmur, luxações ou doenças degenerativas dessas articulações. Nesses casos, em hipótese alguma, a perna do paciente pode ser rodada, porém o técnico deve alinhar o quadril em relação à linha central da mesa, observando se existe rotação do mesmo. O filme utilizado para realização desta incidência pode ser o 35x35 ou o 35x43 (transversal). Nessa faz-se necessário o uso da grade antidifusora, uma vez que a região do quadril apresenta uma espessura superior a 10 cm. Posição do Paciente: Em decúbito dorsal centralizar o plano sagital do paciente com a linha da mesa, as pernas estendidas e rodá-las igualmente de 15-20º internamente, para correção do desvio posterior do fêmur (exceto em paciente que apresentem suspeita de fraturas ou incapacidade de realizar o movimento). Para que não haja rotação da pelve observar para que a EIAs fiquem equidistantes do tampo da mesa e utilizar protetor de gônadas tanto no homem e na mulher (Figura 12 e 13). Raio central: perpendicular ao filme, entre as cabeças do fêmur a 2,5 cm acima à sínfise púbica. DFoFi: 1 metro; Colimar: as bordas pélvicas e do quadril, e interromper a respiração. Figura 12: AP bilateral do quadril LEMBRETE: A realização de imagens radiográficas de regiões espessas resulta em um número muito grande de radiação espalhada, dessa forma, a imagem sairá com baixo contraste dificultando a visualização detalhada das estruturas. - 9 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 AP UNILATERAL DO QUADRIL Posição do paciente: Colocar o paciente em decúbito dorsal, alinhar o quadril afetado a LCM (linha central da mesa), observar se o mesmo permanece sem rotação através da equidistância das EIAS com o tampo da mesa e rodar a perna internamente de 15° a 20°. O filme a ser utilizado deve ser o 24x30 (longitudinal) (Figura 14). Centralizar o raio, perpendicular ao filme, abaixo das EIAS na altura do trocanter maior do lado afetado (aproximadamente de 8 a 10 distal as EIAS). RC: perpendicular ao filme no colo do fêmur da região de interesse (altura do trocanter maior). DFoFi: 1 metro Colimar: os quatro lados de interesse, e interromper a respiração. Figura 13: Imagem radiográfica de um AP bilateral do quadril. Figura 14: AP do quadril direito - 10 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Figura 15: Lateral do quadril direito. O técnico deve observar se há rotação dos quadris pela equidistância das EIAS (Espinha ilíaca anterossuperior) com o tampo da mesa. O filme a ser utilizado deve ser o 35x43 (transversal). LATERAL DO QUADRIL (Sem traumatismo) Posição do paciente: Em decúbito dorsal, alinhar o quadril afetado a LCM (linha central da mesa), flexionando a perna em 45° e encostando o joelho do lado que está sendo radiografado na mesa do exame, fazendo com que o acetábulo e a diáfise femoral proximal permaneçam próximo do filme, permitindo uma visão lateral da articulação do quadril e a porção proximal do fêmur, demonstrando bem a cabeça e o acetábulo. O membro inferior do lado oposto deve permanecer estendido (Figura 15). O filme a ser utilizado deve ser o 24x30 (transversal). RC: perpendicular ao filme, no meio do colo ou cabeça do fêmur. DFoFi: 1 metro COLIMAR: no terço proximal do fêmur e quadril, e interromper a respiração. LATERAL DO QUADRIL BILATERAL (Pata de rã) – MÉTODO DE CLEAVES MODIFICADO OU LÖWENSTEIN Posição do paciente: Em decúbito dorsal com o plano médio sagital alinhado a linha central da mesa. As pernas devem ser flexionadas a 90° e abduzidas em mais ou menos 45°(Figura 16), esta incidência resulta em uma AP da articulação coxo-femural com os fêmures em oblíqua. OBSERVAÇÃO: Não se deve tentar este posicionamento se houver suspeita de fratura ou outra patologia na área de interesse. RC: perpendicular, na linha da cabeça do fêmur a 2,5 cm acima da sínfise pubiana. DFoFi: 1 metro COLIMAR: os quatro lados de interesse e interromper a respiração. Figura 16: Lateral do quadril direito - 11 - Técnica Radiológicada Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Figura 17: Lateral do quadril direito para pacientes com trauma LATERAL DO QUADRIL PARA PACIENTES COM TRAUMATISMO Posição do Paciente: Deve permanecer em decúbito dorsal sem rotação da pelve, a perna que não vai ser radiografada deve ser abduzida e seu joelho flexionado. A ampola deve ser posicionada de forma a emitir raios horizontais que tangenciem o colo do fêmur, se caso for preciso e não haja fratura devemos rodar o pé a 15º internamente (Figura 17). Com este posicionamento, também conhecido como lateral axial ou método de Danelius-Miller, é possível visualizar fraturas no colo do fêmur, sendo muito utilizada em cirurgias. Pode-se utilizar um filme 18x24 ou 24x30 (transversal). RC: perpendicular ao colo do fêmur (raios horizontais) DFoFi: 1 metro COLIMAR: Colo de fêmur pegando toda a articulação, e interromper a respiração. AP DA PELVE Posição do Paciente: Em decúbito dorsal com o PMS (Plano Médio Sagital) alinhado a LCM, os membros inferiores devem ser rodados internamente 10º a 15º, devendo colocar um apoio no joelho e tornozelo para maior comodidade do paciente e para que não haja rotação da pelve (Figura 18). Toda a pelve deverá aparecer na imagem radiográfica, assim como: a articulação sacrilíaca, a articulação coxofemoral e o terço proximal do fêmur (esta incidência é comum ser solicitada como RX da bacia). O filme a ser utilizado deve ser o 35x43 (transversal). RC: + no meio da pelve e a borda superior do chassi 2 cm acima da Crista ilíaca. DFoFi: 1 metro COLIMAR: para incluir toda a pelve e 1/3 proximal da coxa e interromper a respiração. Figura 18: AP da pelve. - 12 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 AP AXIAL DE SAÍDA DA PELVE (Método de Taylor) Posição do Paciente: Deve permanecer em decúbito dorsal com o PMS (Plano médio sagital) alinhado a linha central da mesa, pernas estendida, certificando-se que não haja rota de pelve através da equidistância das EIAS com o tampo da mesa (Figura 19). Centralizar o chassi de acordo com o raio projetado (centralizar o meio do filme com a saída do RC). Pode-se utilizar um filme 24x30 (transversal). RC: RC no homem deve incidir a 25° a 30º cefálico e na mulher 30° a 40º cefálico a 4 a 5 cm abaixo da sínfise pubiana tanto para o homem como para a mulher. DFoFi: 1 metro. COLIMAR: nos quatro lados do chassi, e interromper a respiração. AP AXIAL DE ENTRADA DA PELVE Posição do Paciente: Deve permanecer em decúbito dorsal com o PMS alinhado a linha central da mesa, pernas estendida, certificando-se que não haja rotação de pelve através da equidistância das EIAS com o tampo da mesa (Figura 20). Centralizar o chassi de acordo com o raio projetado (centralizar o meio do filme com a saída do RC). Pode-se utilizar um filme 24x30 (transversal). RC: deve incidir a 40º podálico direcionado no PMS, na altura das EIAS. DFoFi: 1 metro. COLIMAR: nos quatro lados do chassi, e interromper a respiração. Figura 19: AP axial de saída da pelve Figura 20: AP axial de entrada da pelve - 13 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 Figura 22: OPE para visualização da articulação sacro ilíaca direita. AP AXIAL DAS ARTICULAÇÕES SACRO ILÍACAS Posição do Paciente: Em decúbito dorsal, nesta posição o pacienta deve está com a perna estendida e um suporte sob o joelho, o PMS alinhado a linha central da mesa sem que a pelve fique rodada com as EIAS equidistante do tampo da mesa (Figura 21). Fazer a centralização do chassi com a saída do RC (com a projeção do raio central em relação ao chassi). Pode-se utilizar um filme 24x30 (transversal). RC: Nos homens o RC incide 30º cefálico e nas mulheres 35º. Deve ser inserido na metade da distância entre as EIAS, entre 5 a 6 cm acima da sínfise púbica. DFoFi: 1 metro COLIMAR: Nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. POSIÇÕES POSTERIORES OBLÍQUAS (OPE E OPD): Articulações Sacro Ilíacas Posição do Paciente: Em decúbito dorsal e gire entre 25° a 30°, posicionando com um suporte o lado do quadril de interesse. Realize a obliqua posterior esquerda para visualizar a articulação sacrilíaca direita (Figura 22) e a oblíqua posterior direita para visualizar a articulação sacrilíaca esquerda. Ao posicionar o suporte flexione o joelho do paciente que se encontra em contato com a mesa. A articulação de interesse deve permanecer centralizada a linha central da mesa. Pode-se utilizar um filme 24x30 (longitudinal). RC: Deve ser perpendicular ao filme inserido 2,5cm, medial, as EIAS. DFoFi: 1 metro COLIMAR: nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. Figura 21: AP axial das articulações sacro ilíacas. - 14 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 AXIAL DO SACRO EM AP Posição do Paciente: Deve permanecer em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada em um travesseiro, seu plano médio sagital (PMS) deve ficar alinhado com a linha média da mesa, com membros superiores e inferiores estendidos. Certifique-se que não haja rotação de pelve através da equidistância das EIAS com o tampo da mesa (Figura 23). Nesta incidência devemos pedir ao paciente esvaziar a bexiga antes do exame, sugere-se também que o cólon esteja livre de gases e materiais fecais. Pode-se utilizar um filme 24x30 (longitudinal). RC: com uma angulação de 15° cefálico incidindo na sínfise pubiana. DFoFi: 1 metro COLIMAR: Nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. AXIAL DO CÓCCIX EM AP Posição do Paciente: Deve permanecer em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada em um travesseiro, seu plano médio sagital deve ficar alinhado com a linha média da mesa, com membros superiores e inferiores estendidos. Certifique-se que não haja rotação de pelve através da equidistância das EIAS com o tampo da mesa (Figura 24). Nesta incidência devemos pedir ao paciente esvaziar a bexiga antes do exame, sugere-se também que o cólon esteja livre de gases e materiais fecais. Pode-se utilizar um filme 24x30 (longitudinal). Figura 23: Axial do sacro em AP IMPORTANTE: O técnico pode precisar aumentar a angulação do raio para 15° caudal se uma curvatura anterior maior do cóccix for evidenciada pela incidência lateral. A incidência pode ser feita em posição pronada com angulação de 10° cefálico, com o RC centralizado no cóccix, que pode ser localizado usando o trocanter maior. IMPORTANTE: Caso o paciente apresente lordose acentuada, faz-se necessário aumentar a angulação do raio para 20° cefálico. Este exame também pode ser realizado com o paciente em decúbito ventral com uma angulação caudal de 15°. - 15 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 RC: com uma angulação de 10° caudal incidindo 5 cm acima da sínfise pubiana. DFoFi: 1 metro COLIMAR: nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. LATERAL DO SACRO E CÓCCIX Posição do Paciente: Deve permanecer em decúbito lateral com joelhos flexionados. Tanto a pelve quanto o tórax devem está em perfil verdadeiro (Figura 25). O eixo longitudinal da coluna sacrococcígea deve coincidir com a linha central da mesa, é necessário incluir as bordas laterais desde a L5 - S1 até o cóccix. Pode-se utilizar um filme 24x30 (longitudinal), com sua borda superior posicionada 2cm acima da crista ilíaca. RC: Perpendicular e centralizado no filme, de 8 a 10 cm posterior as EIAS. DFoFi: 1 metro COLIMAR: Nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. Figura 24:Axial do cóccix em AP LEMBRETE: Pode-se realizar o perfil do sacro e do cóccix na mesma radiografia, já na incidência em AP são exigidas incidências separadas devido à diferença em suas angulações. Figura 25: Perfil do sacro e cóccix IMPORTANTE: Em consequência do auto mAs utilizado, a área de interesse deve ser colimada de forma criteriosa a fim de diminuir a dose no paciente. - 16 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 LATERAL DO CÓCCIX Se notado que há uma patologia somente no cóccix, é recomendado realizar a imagem apenas desta região. Dessa forma podemos diminuir, em muito, a dose nas gônadas do paciente. Posição do Paciente: Em decúbito lateral, fletir os joelhos, centralizar o cóccix a linha central da mesa com o raio central e o meio do filme (Figura 26). Certificar-se que a pelve esteja em lateral verdadeiro, a borda superior do filme centralizado a 2 cm abaixo da crista ilíaca. RC: Perpendicular ao meio do filme, 2 a 3 cm posteriormente e a baixo das EIAs. DFoFi: 1 metro COLIMAR: Nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. CARACTERÍSTICAS DAS VÉTEBRAS LOMBARES Apresentam corpos vertebrais maiores e resistentes, processo espinhoso sem bifurcação e em posição quase horizontal. Possuem processos transversos bem desenvolvidos sem a presença de forame (Figura 27 e 28). Serve de base de sustentação do corpo, uma vez que, o peso corporal aumenta em direção à extremidade inferior da coluna. Figura 26: Perfil do cóccix. Figura 27: Vértebra lombar – vista superior - 17 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 INCIDÊNCIA AP L5 - S1 (SPOT FILME) Posição do Paciente: Deverá ser posicionado em decúbito dorsal, com alinhamento rigoroso do plano sagital mediano e a LCM. Verificar se as EIAS estão equidistantes e paralelos ao tampo da mesa, com os joelhos fletido para retificação da coluna permitindo a visualização do espaço intervertebral (Figura 29). Essa incidência poderá ser realizada com o auxílio do cone de extensão. Pode-se utilizar um filme 18x24. RC: Perpendicular, no PMS, na linha imaginaria entre as EIAS; DFoFi: de acordo com o tamanho do cone de extensão; COLIMAR: de acordo com o cone de extensão. Figura 28: Vértebra lombar – vista lateral Figura 29: Retificação da coluna lombar para visualização do espaço intervertebral - 18 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 IMPORTANTE: Neste exame nós podemos centralizar o raio de duas maneiras - Se o paciente apresentar pouca curvatura no quadril o raio pode ser perpendicular; mais se tiver um quadril muito largo o raio deverá incidir de 5°a 10º caudal. INCIDÊNCIA LATERAL L5-S1 (SPOT FILME) Posição do Paciente: Em decúbito lateral, com travesseiro sob a cabeça, joelho fletido, um suporte sob a região lombar para retificar a coluna e manter um lateral rigoroso (Figura 30). Alinhar o plano coronal a LCM. Verificar se o quadril e o tórax estão em lateral verdadeiro. Pode-se utilizar um filme 18x24. RC: No PMC, 4 cm inferior a crista ilíaca (na altura das EIAS); DFoFi: 1 metro; COLIMAR: nos quatro lados do filme, e interromper a respiração. INCIDÊNCIA AXIAL L5-S1 Posição do Paciente: Deve está em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada sobre um travesseiro, pernas levemente fletidas com um apoio sob os joelhos (figura 31). Certificar-se que não haja rotação do quadril, colocar os braços ao lado do paciente ou sobre o tórax, alinhar o plano médio sagital ao RC e a LCM. Pode-se utilizar um filme 18x24. RC: O raio central deverá incidir ao nível das EIAS com angulação para o homem de 30º e para as mulheres de 35º, ambos cefálicos; DFoFi: 1 metro; COLIMAR: Sempre na área de interesse. Figura 30: Retificação da coluna lombar para visualização do espaço intervertebral IMPORTANTE: Esta incidência permite a visualização da articulação L5 S1 aberta. Por ser mais informativa é geralmente a mais solicita. Figura 31: incidência semiaxial para visualizar L5 - S1 - 19 - Técnica Radiológica da Cintura Pélvica e da Coluna Lombo Sacra Atualização/2015 É responsabilidade de o técnico certificar-se da identificação do paciente, o que significa chamá-lo pelo nome completo, verificar sua data de nascimento, a fim de que os procedimentos sejam executados na pessoa correta, evitando possíveis erros e certificando-se de que o indivíduo correto é quem será submetido ao exame. Estando o usuário apto para a realização do exame, o técnico deve conduzi-lo à sala de exames para dar início ao procedimento. Novamente o profissional verifica a requisição médica e confirma a região anatômica do usuário, que será exposta à radiação. Além disso, pode-se executar a anamnese, por meio de alguns questionamentos, a fim de que sejam obtidas mais informações referentes à indicação para a solicitação do exame. Geralmente questiona-se se o usuário foi submetido a algum procedimento cirúrgico, queda ou trauma recente e o motivo da consulta ao médico especialista. BIBLIOGRAFIA BIASOLI JR, ANTONIO. Técnicas radiográficas: princípios físicos, anatomia básica, posicionamento. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. 513p. BONTRAGER, KENNETH L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 814p. KEATS, Theodore E. Atlas de Medidas Radiológicas. Guanabara Koogan, 2003. BONTRAGER, Kenneth L. Atlas de Bolso: Técnicas Radiológicas e Base Anatômica. Guanabara Koogan, 3ºed., 2000. POLESELLO, Giancarlo Cavalli et. al. Proposta de Padronização do Estudo Radiográfico do Quadril e da Pelve. Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 46, n. 6, p. 634-642, nov./ dez. 2011. http://radiologia-tec.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html http://files.comunidades.net/professorsiraqui/ESTUDO_RADIOLOGICO_PELVE_E_QUADRIL.pdf https://eradiologia.wordpress.com/tag/cintura-pelvica/ Importante saber! A radiografia simples do quadril ainda constitui o exame inicial de escolha e, diante da sua importância, existe a necessidade da realização de estudos radiográficos padronizados, tanto na sua execução quanto nas séries radiográficas, de acordo com as diferentes afecções.
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