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Plantas que agem no sistema nervoso central Desafio Em alguns casos, pacientes acabam sofrendo piora do seu estado de saúde devido ao uso de plantas medicinais e de seus derivados. Como profissional de saúde, é importante avaliar o uso dessas plantas e sua interação com outros tratamentos, com o objetivo de buscar a melhor alternativa para cada situação. Acompanhe o caso: Analisando o quadro de João, como você responderia: a) Quais foram as prováveis substâncias envolvidas nessa grave interação planta-medicamento? b) Explique detalhadamente o mecanismo de ação que levou a essa interação. Quais componentes presentes no extrato do Hipericum perforatum que podem estar envolvidos e de que forma eles propiciam esse tipo de interação? Padrão de resposta esperado a) A interação envolveu os componentes do extrato do H. perforatum e a ciclosporina. b) Muito provavelmente, houve interação farmacocinética. A hipericina e a hiperforina são os principais metabólitos secundários responsáveis pela ação antidepressiva dessa planta. Vários estudos indicam que a hipericina, a hiperforina e a quercetina afetam a atividade de transporte intestinal de moléculas exógenas mediada pela glicoproteína-P. Além disso, a hiperforina também altera a atividade da CYP3A4 e ativa a de genes envolvidos no metabolismo e no transporte de fármacos (como genes que regulam a expressão do CYP3A4 e da glicoproteína-P). A ciclosporina, por sua vez, é amplamente metabolizada pela CYP3A4. Dessa forma, ao acrescentar o hipérico ao tratamento já constituído com ciclosporina, pode-se esperar que haja diminuição dos níveis plasmáticos da ciclosporina, devido à ativação das enzimas envolvidas no seu metabolismo (ou seja, a ciclosporina passa a ser metabolizada de forma mais intensa, seus níveis plasmáticos caem, e a chance de rejeição ao transplante aumenta). Esses fatos explicam a interação observada no paciente e refletem a necessidade de cuidado ao se administrar medicamentos fitoterápicos paralelamente à terapia imunossupressora.
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