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Aluna: Natália Pereira Sales de Moraes 201702390888
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _____________
FRANCISCO SILVA, (Nacionalidade), (Profissão), (Estado Civil), portador da Carteira de Identidade nº (______), inscrito no CPF sob o nº (______), residente e domiciliado à Rua (______), nº (______), Bairro (______), Cidade (______), CEP (______), no Estado de (______), por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência prestar
QUEIXA-CRIME
com fundamento nos artigos 138 e 140, ambos do Código Penal, em face de JOÃO DA COSTA, (Nacionalidade), (Profissão), (Estado Civil), portador da Carteira de Identidade nº (______), inscrito no CPF sob o nº (______), residente e domiciliado à Rua (______), nº (______), Bairro (______), Cidade (______), Cep. (______), no Estado de (______), pelos motivos que passa a expor:
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Inicialmente, requer Vossa Excelência o deferimento da gratuidade de justiça, pois o autor não possui condições de arcar com as custas processuais e honorários sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família conforme declaração de hipossuficiência juntada em anexo, nos termos do artigo 98 e seguintes do Código de Processo Civil. 
II. DA COMPETÊNCIA 
Cabe mencionar que, conforme os artigos 60 e 61, da Lei 9.099/1995, é de competência do Juizado Especial Criminal o julgamento das infrações de menor potencial ofensivo, consideradas aquelas cuja pena máxima não excede 2 (dois) anos. 
Mediante ao caso em questão, temos um concurso material, pois o querelado pode ter incidido nas penas dos delitos previstos nos artigos 138 e 140, C/C com o artigo 69, todos do Código Penal. 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Entendimento jurisprudencial: 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA A HONRA. CONCURSO MATERIAL. SAMTÓRIO DAS REPRIMENDAS MÁXIMAS. SUPERIOR A DOIS ANOS. COMPETÊNCIA. JUÍZO COMUM. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. INOCORRÊNCIA. 1. Praticados delitos de menor potencial ofensivo em concurso material, se o somatório das penas máximas abstratas previstas para os tipos penais ultrapassar 2 (dois), afastada estará a competência do juizado especial, devendo o feito ser instruído e julgado por juizado comum. Precedentes. 2. Ordem denegada.
(STJ – HC: 66312 RS 2006/0200867-9, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de julgamento: 18q09/2007, T6 – SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 08/10/2007 p. 371) 
III. DOS FATOS 
No dia 22 de janeiro de 2021, por volta das 10horas, o querelado atribuiu palavras ou qualidades negativas, além de imputar ao querelante um falso fato definido como criminoso. O querelante foi acusado publicamente através de xingamentos e, posteriormente, publicações nas redes sociais de praticar uma tentativa de homicídio contra o querelado. 
A conduta imputada ao querelante gerou um grave transtorno, pois a sua honra objetiva foi ofendida, e por consequência deixou a sua reputação abalada perante a divulgação em rede social. 
IV. DO DIREITO 
a) DA CALÚNIA 
Diante do artigo 138 do Código Penal, pelo termo e divulgação em rede social usado pelo querelado caracterizam o crime de CALÚNIA, onde consiste na imputação de fato delituoso penal falso.
Corroborando essa perspectiva, impende revelar o que leciona Cleber Rogério Masson:
Caluniar consiste na atividade de atribuir falsamente a alguém a prática de um fato definido como crime. O legislador foi repetitivo, pois ambos os verbos -- ´caluniar´ e ´imputar´ -- equivalem a atribuir. 
(. . .)
 Vislumbra-se, pois, que a calúnia nada mais é do que uma difamação qualificada, ou seja, uma espécie de difamação. Atinge a honra objetiva da pessoa, atribuindo-lhe o agente um fato desairoso, no caso particular, um fato falso definido como crime...
Vale destacar que, para o crime de calúnia além do dolo especifico, é indispensável o animus caluniandi, que se caracteriza com a vontade de atingir a honra objetiva da vítima, atribuindo falsamente o crime. No caso em questão, o crime de calúnia é perfeitamente configurado, pois é demonstrado a intenção do querelado em ofender a honra do querelante. 
Entendimento doutrinário sobre a honra do indivíduo: 
“A proteção da honra, como bem jurídico autônomo, não constitui interesse exclusivo do indivíduo, mas da própria coletividade, que tem interesse na preservação da honra, da incolumidade moral e da intimidade, além de outros bens jurídicos indispensáveis para a harmonia social.” (BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, Vol.2.18ªed.Editora SaraivaJur, 2018. Verão Kindle, p. 8834-8836).
b) DA INJÚRIA 
Previsto no artigo 140 do Código Penal, a injúria ofende insultos sentimentos, o sentido de dignidade, de amor próprio da vítima, a imagem e o conceito que ela possui de si próprio, ou seja a honra subjetiva. 
No caso em questão, o querelado usou de adjetivos desabonadores, atingindo o decoro do querelante, injuriando a projeção da personalidade em relação ao meio social em que a vítima. 
Ademais, foi injuriada a hora subjetiva do querelante, englobando a sua dignidade moral, dignidade intelectual, desprestigiando a opinião de quem o conhece. 
Entendimento jurisprudencial sobre a honra subjetiva: 
APELAÇÃO. QUEIXA-CRIME. CALÚNIA.DIFAMAÇÃO, INÚRIA E CONSTRANGIMENTO ILEGAL. DECADÊNCIA. Tratando-se de fatos ocorridos em 12.09.98, e tendo a queixa sido distribuída em 04.02.99, não há que se falar em decadência. Indivisibilidade da ação. Não há perdão em relação a outras pessoas, e portanto não ocorre violação do princípio da indivisibilidade da ação, quando a única descrição de comportamento típico diz respeito ao querelante. Preliminar de extinção de punibilidade que se rejeita. Injúria. Tipicidade. Embora a conduta do querelado seja atípica aos crimes de calúnia e difamação, pela ausência de descrição de fatos objetivamente concretos, capazes de caracterizar a prática dos referidos delitos, restou induvidosamente comprovado nos autos o crime de injúria, pois a conduta do querelado tinha por objetivo ofender a honra subjetiva da querelante. Recurso que se nega provimento. 
(TJ-RJ-APL: 00206561019998190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 32 VARA CRIMINAL, Relator: MANOEL ALBERTO REBELO DOS SANTOS, Data de julgamento: 22/01/2012, QUINTA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 22/02/2012)
V. DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer:
a. O recebimento da presente queixa-crime; 
b. O deferimento da Gratuidade de Justiça;
c. Seja designada audiência de instrução e julgamento; 
d. Citação do querelado para responder aos termos da presente queixa;
e. A produção de provas testemunhais, conforme rol em anexo;
f. Ao final, seja julgado totalmente procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas do artigo 138 e 140, ambos do Código Penal; 
Termos em que,
pede deferimento.
Cidade…, data…
Advogado(a)
OAB/UF

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