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análise dos capítulos 1 e 2 Freyrer

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Nome: Joycelene Aparecida Nascimento
Curso: Letras 		Ano: 4º 
Data: 01/10/2021
Análise dos 2 primeiros capítulos do livro "Casa Grande e Senzala" de Gilberto Freyre
 Gilberto Freyre, sociólogo e escritor brasileiro, escreveu Casa Grande e Senzala, livro que trata da formação sócia histórica e cultural do povo brasileiro. No capítulo I do livro citado, o autor aborda sobre os principais fatos históricos e culturais que contribuíram e facilitara a colonização brasileira pelos portugueses, ele cita três características principais, tais como: mobilidade, miscibilidade e aclimatabilidade. . Freyre explica a mobilidade como sendo uma característica adquirida, desde a Idade Média, com o convívio com outros povos como, por exemplo, os mouros. Fala que a miscibilidade foi o fator principal de colonização, pois os portugueses tinham muita facilidade em se relacionar sexualmente com povos de diferentes lugares e culturas. No caso do Brasil, essa facilidade se dá, principalmente, pela associação da moura encantada, lenda antiga dos sarracenos, com a imagem da índia. Uma conseqüência desvantajosa da miscibilidade foi a proliferação da sífilis entre portugueses, índios e negros, uma doença vista na época com naturalidade. Em relação ao clima, Freyre diz que o clima português é mais compatível com o africano em relação aos outros países europeus, assim não encontram dificuldades ao se adaptarem em regiões tropicais. 
 O capítulo 1 do livro vem em face da mudança de uma atividade apenas mercantil em agricultura e agricultura desenvolvida graças às condições geoclimáticas favoráveis, à escravidão, à mistura do colonizador com a nativa (depois coma negra) à estabilidade patriarcal da família. A escassez de mulheres brancas - escreve Freyre - criou zonas de confraternização entre vencedores e vencidos, entre senhores e escravas. A miscigenação, que largamente se praticou aqui, corrigiu a distância social que, de outro modo, se teria conservado enorme entre a casagrande e a mata tropical, entre a casa-grande e a senzala". O que era a casa-grande? Só a habitação vista no tamanho? Nem de longe, Casa-Grande & Senzala diz como ninguém dissera antes: era, completada pelasenzala, o núcleo de um sistema social, político e econômico; era moradia, fortaleza, capela, santa-casa, convento, asilo de órfãos, harém e banco, tendo jóias edinheiro em botijas ocultas nas paredes grossas ou no chão. Mais ainda, era sede do Governo, que vencera os impulsos da Igreja para ser a dona da terra. Ao derrotar o jesuíta, o senhor de engenho inaugurou, quase sozinho, o domínio sobrea colônia, mandando nela mais do que os bispos e os vice reis. Nos séculos XVI e XVII, ajudado pelos indígenas, ''índios e mamelucos formaram a grande muralha movediça de carne que foi alargando em sentido ocidental as fronteiras coloniais do Brasil ao mesmo tempo em que defenderam, na região açucareira, os estabelecimentos agrários dos ataques de piratas estrangeiros. A enxada é que não se firmou nunca na mãodo índio nem na do mameluco, nem o seu pé de nômade se fixoununca em pé-de-boi paciente e sólido. Do indígena quase que só aproveitou acolonização agrária no Brasil o processo da coivara". Pé-de-boi paciente e sólido foi o do negro nas plantações de cana e em todos os demais serviços da sociedade agrária, inclusive os domésticos. 
 A chegada dos europeus á América desmantelou toda e estrutura social e econômica antes aqui predominante, desarticulando as bases da sociedade indígena. Essa degradação ao contato com os brancos, segundo Gilberto Freyre, é o resultado natural do encontro de uma sociedade de cultura mais avançada com uma de cultura menos avançada. A relação dos portugueses com os índios no Brasil foi o que podemos chamar de mais branda do que o ocorrido nas colônias espanholas. Isso mais pela necessidade portuguesa de povoar o país e utilizá-los como escravos em plantações, onde a exploração do trabalho se diferenciava da exploração para o extrativismo preferido na colonização espanhol. O extermínio dos índios não se deu de forma tão brutal quanto o extermínio à espanhola. Ficou escondido na reviravolta cultural que sofreram os índios no Brasil. Seja pelas mãos dos senhores de engenho, ou pelos jesuítas, seus costumes foram sendo reduzidos, batiam de frente com os costumes europeus que tentava se implantar aqui, acarretando no extermínio da população e da cultura indígena. Era o choque do imperialismo português com o comunismo indígena.
 Os jesuítas foram os que melhor conseguiram estabelecer relações com os índios nessa época. Essas relações eram dificultadas pelo enorme número de tribos, costumes e idiomas presentes no Brasil naquela época. Pra facilitar a comunicação o tupi-guarani foi o artifício utilizado para a unificação da identidade indígena pelos jesuítas. A cultura indígena era muito rica. A parte religiosa dessa cultura era cheia de magia e ritos, que muitas vezes os padres não aceitavam e proibiam-nos. Mesmo quando catequizados, os índios não perderam alguns de seus traços fundamentais. É o caso da relação de íntima religiosidade entre as pessoas e os santos. No folclore, muitas lendas indígenas persistem. A humanificação de animais, os cruzamentos entre estes, gerariam seres dotados de poderes extras que povoam as lendas animalistas indígenas. Entre os ritos, podemos incluir a passagem para a vida adulta, realizada no início da puberdade.
 Já o capítulo 2 vem nos falar sobre o trabalho agrícola em uma aldeia indígena era, geralmente, realizado por mulheres, enquanto os homens eram responsáveis pela caça. Os índios viviam de forma sedentária. Com a chegada e ocupação dos portugueses, foram muito importantes nas bandeiras e na defesa do território nacional de embarcações piratas, por exemplo. Os índios conheciam o território como ninguém, viabilizando assim a exploração nacional. Porém, pelo fato dos índios brasileiros eram nômades, não se adaptaram à agricultura de monocultura. A índia era vista como a Moura Encantada dos sonhos dos portugueses, foi objeto do desejo português. Andavam sempre nuas e se ofereciam aos portugueses recém chegados, pois em muitas tribos os portugueses eram vistos quase como deuses, e essa seria a natural obrigação das índias. O índio não tinha também tanta noção de sexualidade, segundo Freyre. A poligamia era comum entre os índios, que achavam natural essas relações, pelas quais os conquistadores portugueses não estavam acostumados, e se viram vislumbrados.
 Com os portugueses vieram também as doenças. A mortalidade infantil cresceu vertiginosamente. A sífilis também. A higiene do índio também foi drasticamente reduzida, ou pelo menos convertida a padrões ultramarinos. Persiste até hoje o conhecimento médico indígena, dos chazinhos e das ervas milagrosas, chegando a ser considerado superior ao dos médicos lusos e dominadores da ciência. Foram várias as contribuições indígenas na cultura e colonização brasileira. Dentre elas podemos destacar a higiene e a dieta indígena, com peixes e frutas, que persistem até hoje.

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