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RESUMO DE COERÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Escola de Ciências da Vida
Análise Experimental do Comportamento 
ATIVIDADE FORMATIVA
Turma: 4º período C DI 2021/11
Prof. Tatiany Porto
Nome do aluno(a): Laura Fiuze Mucke, Maria Eduarda Machado da Silva, Mayara Bernardelli, Vinicius Vez 
COERSÃO GERA COERSÃO 
Agressão 
Até então tínhamos visto os efeitos da coerção em indivíduos e ambientes sem a inclusão de outros sujeitos, mas a partir de agora vemos os efeitos quando se tem um segundo sujeito na equação. 
Se for aplicado um choque em apenas um dos indivíduos, este atacara o outro sujeito, uma agressão que não é ritualística nem momentânea, ou seja, se os dois indivíduos não forem separados pode acabar em tragedia. Para que não seja preciso que realmente os sujeitos tentem se matar, é utilizado uma barra de mordida, que registra a frequência, força, duração e outras características do ataque. Porque quando se tem a punição o sujeito tende a atacar objetos inanimados também 
A punição não necessariamente precisa ser fisicamente dolorosa para incitar agressão como um efeito colateral, inclusive a maioria dos experimentos hoje não infligem dor aos sujeitos. Foi descoberto que a privação e a coerção também podem levar a agressão, mas a coerção induz mais do que apenas o ato agressivo em si mesmo. Após um sujeito ser punido, ele fará qualquer coisa para ter acesso a outro sujeito para que assim ele possa atacá-lo, até mesmo aprender comportamentos de modo que a própria oportunidade de atacar se torna um reforço positivo.
Esta agressão induzida por punição é muito vista na nossa espécie. E em muitas outras espécies também, o atacante e o atacado podem até ser de diferentes espécies. A maioria das espécies vive em ambiente extremamente coercitivos, com mecanismos de ataque inatos, estes mecanismos foram evoluindo com o passar do tempo, com as experiencias vividas pelos indivíduos. A dor como uma punição é um sinal de desastre eminente. São reações adaptativas à dor e a ameaça de dor que tem promovido a sobrevivência, a partir da prevenção da dor por meio da fuga ou ataque. Porém um mecanismo de ataque inato não é muito eficiente para a investigação e a identificação da fonte da punição ou ameaça porque qualquer punição pode vir de qualquer coisa ou qualquer um próximo. Somente isso é necessário para que o mecanismo evolua 
Uma vez que recebemos uma punição, o alvo do ataque não necessariamente será o verdadeiro culpado, o indivíduo vai atacar um sujeito próximo mesmo que este sujeito não seja necessariamente responsável pela punição. No laboratório, por exemplo, o choque imposto incita o ataque que fica sob o controle do ambiente. Exemplos dessa teoria na nossa sociedade se mostram em situação como: Quando você está presente do lado de alguém quando esta pessoa passa por uma dificuldade e você se torna um objeto de contra agressão imerecida. Ou quando um turista é morto por uma facção criminosa pela reação de um dos seus companheiros terem sido pegos.
Essa ideia de agressão induzida por punição poderia fazer com que parássemos toda vez que nos encontramos na posição de punidores a ponto de infligir uma punição 
Como punidores, não se vê só como uma figura que se foge e se esquiva, mas se vê uma figura que recebe vários contra-ataques induzidos pela punição. Por exemplo, professores que tem um ensino coercitivo, descobrem que estão mais sujeitos a contra violência tanto dentro como fora da sala de aula, o mesmo acontece com juízes que devem julgar divórcios, figuras públicas, ricos, políticos poderosos. Estas práticas coercivas podem gerar contra-ataque contra indivíduos e grupos dos quais eles são membro. Como o ódio aos políticos quando a confiança da população é quebrada 
Retaliação bem-sucedida provê reforçamento rápido e poderoso, ou seja, um exemplo seria revolucionário que acabam se tornam iguais ou até piores que os regimes derrubados. Quem derruba com agressão e violência com a contra agressão induzida por punição, vai fazer de tudo para se manter no poder, até agredir e punir. Mas com o avanço das tecnologias e recurso construtivos disponíveis, a atual civilização não pode ser dar ao luxo de reações automáticas e impensadas às pressões coercitivas. 
 
 
Contracontrole 
 
Os punidos que forem confinados ou restringidos fisicamente e não puderem escapar na coerção, produziram um dos mais proeminentes efeitos colaterais, o contracontrole.
Quando os punidos não puderem fugir ou esquivar-se das punições, eles vão descobrir outra maneira para acabar com as punições e ameaças, eles aprenderão a controlar seus controladores. Um exemplo é a relação professor e aluno, com uma educação coercitiva, o aluno fara de tudo como, fingir doenças ou ficar realmente doente, copias, distrair outros alunos para desestruturar cada vez mais a rede de educação até que o professor não saiba diferenciá-los. O vandalismo na escola também é um exemplo de contracontrole contra a coercitividade da escola. Há tantos professores que usam da coerção como técnica padrão que alunos já sabem lidar e contra controlar a maioria deles, e quando se tem a situação de um professor substituto, o que resta é saber qual das técnicas de contracontrole que irá funcionar com aquele professor em especial 
Governos repressivos por exemplo, finalmente sucumbem ao contracontrole. Produzindo um ciclo coercitivo - controle, contracontrole contracontracontrole e assim por diante - assim levando a uma supressão tão severa que deixa as pessoas com nada a ganhar por submeter-se e nada a perder por rebelar-se 
As prisões por exemplo, são o local evidente do contracontrole, onde não podemos se quer identificar quem é o controlador, os guardas ou os prisioneiros. Mas nas prisões a estrutura de poder é constantemente alterada, novos presos entram, novos guardas, novos diretores e administradores com novos jeitos de coerção. Quando as demandas dos presos se tronam irrazoáveis ou repreensão se torna insuportável, uma rebelião é formada. Aos olhos dos prisioneiros, até o guarda mais humano se torna um bruto com a visão do contracontrole, e o mesmo acontece com os guardas que até o mais gentil dos prisioneiros se torna um monstro. Mas a prisão em si já uma forma de contracontrole da sociedade contra aqueles que quebram as regras
A medicação em psicóticos e deficientes também é muito usada de maneira que possa controlar esses pacientes que não colaboram. Essas drogas psiquiátricas, assim como as prisões, são por si só uma forma de contracontrole particularmente uteis para terapeutas que são incapazes de/ou que não estão dispostos a identificar as causas ambientais da conduta que supostamente deveriam tratar.
 
Apesar de tudo, o contracontrole não é muito visto no laboratório, por conta dessa impossível troca entre o indivíduo avaliado e o experimentador, e sujeitos humano são pouco frequentes. Mas sujeitos não-humanos reagem também, fora do laboratório podemos observar animais de zoológico, animais de circo ocasionalmente se rebelando sobre seus encarregados.
 	Por conta dessa pouca análise laboratorial do contracontrole, analistas do comportamento normalmente desconsideram o contracontrole no momento de avaliar ou aconselhar alguém sobre punição. Qualquer consideração de punição como um método de controle comportamental deve levar em consideração este efeito colateral importante que é o contracontrole 
Mas afinal, quem controla quem? Os analistas do comportamento consideram certo o controle da conduta, estudando e tentando entendê-lo no laboratório e na clínica, mas pessoas que não estão familiarizadas com a disciplina discordam e normalmente vem com questões como "o comportamento é controlado?" "o comportamento deveria ser controlado?". Os analistas experimentais do comportamento não defendem o controle comportamental, eles o estudam. O controle existe, os analistas observam, estudam e tentam modificá-lo em direções que indivíduos e comunidades considerem desejáveis 
O comportamento deveria ser controlado? O comportamento está constantemente sendo controlado,não temos escapatória. Mas a questão de quem vai controlar é uma preocupação, principalmente quando o controle coercitivo predomina. Embora um conhecimento crescente sobre a coerção nos traga a possibilidade de melhorar as coisas que estão erradas nas nossas vidas, ele também torna possível uma exploração mais fundamentada, fria e efetiva de técnicas coercitivas. O contracontrole provê um mecanismo corretivo contra tal exploração, ou seja, sanando a dúvida de quem controlará
A melhor maneira de ter um contracontrole efetivo é reconhecer a universalidade do controle, porque negando-o só faz com que o controle fique nas mãos daquele que o utiliza para benefício próprio. Os mecanismos de coerção em diferentes panoramas não têm funcionado a longo prazo. O contracontrole é real e funciona.

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