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Câncer de Próstata

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1 CÂNCER DE PRÓSTATA 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ Com os métodos de screening, como o Antígeno Prostático 
Específico (PSA), hoje em dia consegue-se descobrir um câncer 
muito antes dele provocar sintomas 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ O câncer de próstata é: 
• A neoplasia urológica mais comum 
• A 2ª neoplasia mais comum em homens, perdendo apenas 
para o câncer de pele não melanoma 
• A 2ª maior causa de morte entre os cânceres, perdendo 
apenas para o câncer de pulmão 
➢ No Brasil, em relação ao câncer de próstata, tem-se: 
• Aproximadamente 13.000 mortes por ano 
• 68.000 novos casos por ano 
• Prevalência de câncer de próstata no Brasil → cerca de 6% 
➢ O câncer de próstata teve um aumento em sua incidência a partir 
da década de 1990, devido ao diagnóstico mais precoce da doença. 
Além disso, esse aumento da incidência coincide com o tempo de 
surgimento do PSA, o que também explica esse aumento 
➢ Tem-se uma expectativa de aumento da incidência até o ano de 
2030, com o envelhecimento da população 
➢ É uma doença que vai cada vez mais acometendo a população mais 
velha 
➢ É uma doença de comportamento indolente, e por isso ela pode se 
desenvolver lentamente ao longo de vários anos, sendo essa uma 
das explicações para que a doença se torne mais prevalente 
FATORES DE RISCO 
➢ Idade: 
• Quanto maior a idade, maior o risco de desenvolver câncer 
de próstata 
➢ Herança genética: 
• O parente de primeiro grau de um paciente com câncer de 
próstata tem um risco 2 vezes maior apresentar a doença 
no futuro 
• Idade de diagnóstico → quanto mais precoce for o 
diagnóstico de câncer de próstata no paciente, maiores as 
chances de seus familiares terem câncer de próstata 
• Gêmeos univitelínicos → se um gêmeo tiver câncer de 
próstata, o outro tem um risco 4 vezes maior de ter câncer 
de próstata 
➢ Raça negra: 
• Os negros tem um Risco Relativo com cerca de 50% maior 
que a população geral de desenvolver câncer de próstata 
(RR = 1,5). Assim, a prevalência de câncer de próstata na 
raça negra brasileira chega a cerca de 9% 
• Normalmente, esses pacientes, quando descobrem a doença, 
já a descobrem em um estadio mais avançado, com a doença 
sendo mais agressiva 
➢ Fatores ambientais: 
• A população asiática (Japão, China, Coreia...) tem uma cerca 
proteção, tendo uma incidência de câncer de próstata menor 
do que o restante da população mundial 
• Hábitos de vida ocidentais configuram maior risco de 
desenvolver câncer de próstata → alguns fatores de risco 
ambientais: 
▪ Dieta industrializada, consumo de gordura saturada, 
alto consumo de sódio 
▪ Síndrome metabólica 
▪ Obesidade 
▪ Sedentarismo 
➢ Países Escandinavos (Noruega, Suécia...) e Austrália: 
• A população desses países tem uma tendencia maior a ter 
câncer de próstata do que a população dos outros países do 
mundo, principalmente devido ao aumento da expectativa de 
vida nesses países escandinavos e na Austrália 
FISIOPATOLOGIA 
➢ A próstata é dividida em 3 regiões: 
 
• Zona Central → composta pela uretra prostática 
• Zona de Transição → lobos prostáticos 
• Zona Periférica → cápsula prostática 
▪ Normalmente, o câncer de próstata se desenvolve nas 
células periféricas, próximo à zona periférica. O que 
aumenta as chances de se conseguir identificar uma 
nodulação quando ela é palpável no toque retal 
▪ Por ocorrer nessa zona periférica, inicialmente o 
câncer de próstata não causa sintomas 
➢ Patologia do câncer de próstata: 
• As células da zona periférica da próstata sofrem atipia e, a 
partir disso, o paciente irá desenvolver a neoplasia de 
acordo com a mutação genética que venha a acontecer no 
paciente 
• ASAP (Proliferação Atípica de Pequenos Ácinos) → é a atipia 
das células periféricas 
▪ São células atípicas com diagnóstico histológico 
incompleto de neoplasia 
▪ Essa ASAP está presente em 1,5 a 9% das biópsias com 
alterações 
▪ O que é o ASAP → trata-se de alterações 
citoestruturais e genéticas nas células que não são 
definitivas de neoplasias, sendo alterações incompletas 
✓ Basicamente, é como se fosse o NIC 3 da próstata, 
que é uma categoria de tumor de colo de útero 
pré-maligno que, muitas vezes, justifica um 
tratamento cirúrgico para prevenir o 
desenvolvimento de tumores de útero 
▪ Como saber se o ASAP está virando um câncer: 
 
2 CÂNCER DE PRÓSTATA 
Gizelle Felinto 
✓ Por meio de uma Imuno-histoquímica com o teste 
da Alfametil CoA redutase, que estará positivo 
para câncer em até 80% dos casos 
✓ Assim, em apenas 20% dos casos a atipia não irá 
se desenvolver 
• Próstata com Epitélio Glandular = Adenocarcinoma (tipo 
mais comum) → com a atipia progredindo e virando uma 
neoplasia, como a próstata tem epitélio glandular e o tumor, 
normalmente, surge dentro dos ácinos, a grande maioria dos 
casos consiste em adenocarcinomas. Assim, quase 98% dos 
casos de tumores de próstata são adenocarcinomas 
• Outros tipos histológicos, mas que são raros: 
▪ Tumores Mesenquimais 
▪ Sarcomas 
➢ CLASSIFICAÇÃO DE GLEASON → avaliação do grau de atipia 
• Define o estadiamento e auxilia na escolha do tratamento dos 
pacientes com câncer de próstata 
• As células neoplásicas tem um grau de atipia que vai 
variando, indo desde uma atipia muito leve até células 
totalmente anaplásicas 
• Essa classificação varia do 1 ao 5, sendo: 
▪ Gleason 1 → menos agressivo 
▪ Gleason 5 → mais agressivo e anaplásico 
• Pega-se o mais comum + segundo mais comum: 
▪ O patologista avalia o tumor e observa os graus de 
atipia presentes (pode estar presente mais de um 
grau), identificando o grau mais comum e o segundo 
mais comum. Exemplos: 
✓ Na neoplasia observou-se muito Gleason 4 e 
algumas células de Gleason 3 → assim, é Gleason 
4 + 3 (sendo = 7) 
✓ Na neoplasia observou-se muito Gleason 3 e 
algumas células de Gleason 4 → assim, é Gleason 
3 + 4 (sendo = 7) 
✓ Na neoplasia só se observou Gleason 4 → Gleason 
4 + 4 (sendo = 8) 
▪ O padrão terciário deve entrar na contagem se ele for 
pior que o secundário → quando se identifica 3 graus 
de Gleason, deve-se escolher o grau que está mais 
presente e, entre os que estão em menor quantidade, o 
mais agressivo, independentemente da quantidade. 
Exemplo: 
✓ Observou-se mais Gleason 4, algumas células de 
Gleason 3 e um pouco menos de Gleason 5 → 
assim, como o 5 é pior do que o 3, a classificação 
fica como Gleason 4 + 5 (sendo = 9) 
DETECÇÃO PRECOCE 
➢ O câncer de próstata é uma doença assintomática em fases 
iniciais, pois ela ocorre na zona periférica da próstata. Assim, o 
diagnóstico precoce é baseado nos modelos de screening que se 
tem 
➢ Estudo PIVOT → esse estudo comprovou a eficácia da prevenção 
de mortes com a detecção precoce do câncer de próstata 
➢ A partir do PSA (Antígeno Prostático Específico) teve-se uma 
redução de 32,5% na mortalidade por câncer de próstata e de 
75% de diagnósticos tardios nos EUA 
➢ O que os modelos de screening defendem: 
• O modelo deve ser realizado em paciente com no mínimo 10 
anos de sobrevida (expectativa mínima de vida de 10 anos) 
▪ Assim, se o indivíduo for um paciente moribundo que, 
por exemplo, já infartou 2 vezes e que não sobe um 
lance de escada sem se cansar, ele não precisa fazer 
um screening, pois ele irá a óbito devido a essa 
cardiopatia importante que ele apresenta 
▪ Quem se beneficia do escreening é quem tem uma 
expectativa de sobrevida a longo prazo, pois, se 
descoberto precocemente, a tendência do câncer é que 
ele vá se desenvolvendo lentamente (mas existem 
exceções que devem ser avaliadas caso a caso) 
➢ Grupos de risco: 
• Devem iniciar o acompanhamento mais precocemente do 
que a população geral, cerca de 5 anos antes 
• Os grupos de risco com os pacientes negros e os que tem 
parente de 1º grau com câncer de próstata 
• Pelo risco aumentado de desenvolver a doença, esses 
pacientes irão se beneficiar de uma descobertamais 
precoce da doença 
➢ PSA → tem relação direta com o câncer de próstata 
• De acordo com o Guideline Europeu → se o PSA é muito 
baixo, o intervalo do screening pode ser mais espaçado, 
permitindo-se o acompanhamento em cada 4 em 4 ou 8 em 
8 anos em pacientes com PSA quase zerado 
• Quanto menor o PSA, menores as chances de câncer de 
próstata 
• Cerca de 15% dos tumores podem alterar primeiramente a 
conformação da próstata ao toque retal do que começa a 
aumentar o PSA 
➢ TOQUE RETAL: 
• Deve ser realizado em conjunto com o PSA, pois os dois 
juntos aumentam a acurácia do diagnóstico em quase 70% 
➢ COMO É O SCREENING BRASILEIRO: 
• Indicação do screening → idade para o início: 
▪ População geral → a partir dos 50 anos 
▪ Grupos de risco → a partir dos 45 anos 
• Porque antes dos 50 anos não é a indicação → antes dos 
50 anos, quando se descobria o câncer de próstata, ele ainda 
era uma doença sem significância clínica. Assim, se ele 
ficasse mais 5 a 10 anos com a doença, por exemplo, ela não 
iria se desenvolver tanto, por isso que se aumentou para 
acima de 50 anos a idade para o início do screening na 
população geral 
• Acompanhamento: 
▪ É anual e é feito com PSA + Toque retal 
• Importante → pacientes que procuram fazer o screening 
antes da idade indicada para o rastreio devem ser 
estimulados, podendo-se realizar o toque retal e solicitar o 
PSA desse paciente, e orientados sobre o novo modelo de 
screening 
 
3 CÂNCER DE PRÓSTATA 
Gizelle Felinto 
DIAGNÓSTICO 
➢ SUSPEIÇÃO DIAGNÓSTICA: 
• A suspeita se dá por uma alteração/elevação do PSA ou por 
uma nodulação palpável no toque retal 
• Essa suspeição faz com que o médico indique a realização de 
uma biópsia 
➢ BIÓPSIA: 
• É transretal e é guiada pela Ultrassonografia (USG) 
• Normalmente, são retirados 12 fragmentos da próstata. 
Assim, divide-se a próstata em 6 zonas (base, terço médio e 
ápice, sendo direito e esquerdo, por isso que são 6 zonas) e 
retira-se 2 fragmentos de cada uma dessas regiões 
• Com a análise do tecido obtido pela biópsia consegue-se dar 
o diagnóstico histológico e a confirmação diagnóstica do 
câncer de próstata 
• Algumas vezes a biópsia da próstata é negativa, e nesses 
casos lança-se mão de algumas alternativas para evitar a 
realização de novas biópsias desnecessárias 
➢ Alternativas para se evitar uma biópsia desnecessária: 
• Nos seguintes casos, por exemplo: 
▪ Quando a biópsia vem negativa e não se deseja 
submeter o paciente a uma nova biópsia desnecessária 
▪ Quando o paciente tem uma próstata muito aumentada 
e um PSA pouco alterado, desejando-se evitar a 
realização de uma biópsia, pois existem outras causas 
desse aumento do volume da próstata 
• Alternativas que se pode utilizar: 
▪ RELAÇÃO PSA LIVRE/TOTAL: 
✓ Indicação → quando o PSA está entre 4 e 10 
ng/mL 
o Não é aplicável para o PSA > 10ng/mL, pois as 
chances de malignidade são muito maiores 
nesses casos 
✓ A célula neoplásica, em seu crescimento 
desordenado, vai destruir cada vez mais ácinos, e 
o PSA é uma glicoproteína que é liberada por 
essas células acinares. Assim, esse PSA liberado 
devido a esse crescimento desordenado não está 
totalmente pronto, pois não sofreu a proteólise à 
nível intra-acinar, e com isso ela se conjuga 
facilmente a proteínas plasmáticas no sangue, o 
que diminui bastante a porcentagem de PSA livre 
✓ Valores → quando se tem um PSA total entre 4 e 
10ng/mL, deve-se observar o PSA livre: 
o PSA livre < 10% → sugere neoplasia 
(aumenta-se as chances de ser uma 
neoplasia) 
❖ Isso pode justificar a realização de uma 
biópsia diante da suspeita clínica 
o PSA livre > 20% → sugere hiperplasia 
(diminui-se as chances de ser maligno e 
aumenta-se as chances de ser uma 
Hiperplasia Prostática Benigna, por exemplo) 
▪ VELOCIDADE DE PSA → tem valor prognóstico 
✓ Não tem valor diagnóstico 
✓ Assim, quando se descobre a doença e o PSA está 
com o tempo de duplicação muito pequeno, de 
poucos meses, significa que é uma doença mais 
agressiva, devendo-se avaliar mais de perto 
▪ PCA3: 
✓ Indicação → paciente com PSA aumentado, 
Biópsia negativa e ainda com suspeita clínica 
✓ O que é → dosa-se o RNA do câncer de próstata 
no sedimento urinário 
o Para a coleta → deve ser feita a coleta de 
urina após uma massagem prostática 
✓ Vantagem → é um marcador mais específico que 
o PSA, tendo uma ótima acurácia para o 
diagnóstico do câncer de próstata 
✓ Desvantagens → difícil coleta, alto custo e difícil 
acesso 
ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO (PSA) 
➢ Características: 
• É o principal marcador do Câncer de Próstata, pois tem uma 
glicoproteína que tem bastante especificidade para o tecido 
prostático 
• É sensível, mas pouco específico para câncer de próstata 
• Ele tem especificidade para o tecido prostático, mas não tem 
especificidade para o câncer de próstata, pois o PSA sempre 
aumenta quando há alguma alteração na próstata, e não 
apenas quando se tem câncer. Ou seja, o PSA pode alterar 
por outras causas, como: 
▪ Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) 
▪ Traumatismo por sondagem 
▪ Toque retal 
▪ Infecção urinária 
▪ Prostatite 
➢ O PSA é utilizado para: 
• Rastreamento → sendo a principal arma para rastreio 
• Estadiamento → quanto mais alto o PSA, mais agressiva é a 
doença 
• Avaliação da resposta ao tratamento: 
▪ Exemplo → quando se opera a próstata, avalia-se o 
paciente depois de 3 meses e espera-se que o PSA 
desse paciente esteja quase zerado 
• Marcar recidiva: 
▪ Assim, após uma cirurgia ou outro tratamento, dosa-
se o PSA seriadamente e se os níveis começarem a 
subir, isso pode indicar uma recidiva de doença 
➢ Valores: 
• Normais: 
▪ Em > 60 anos → 4,0 ng/mL 
▪ Entre 50 a 59 anos → 2,5 ng/mL 
• Intermediário → 4 a 10 ng/mL 
• Aumentado → > 10 ng/mL 
ESTADIAMENTO TNM 
➢ O que cada letra significa: 
• T → tumor 
 
4 CÂNCER DE PRÓSTATA 
Gizelle Felinto 
• N → linfonodo acometido 
• M → metástase 
➢ Quando se descobre a neoplasia, tenta-se incluir o paciente no 
estadiamento. Porém, o estadiamento TNM é importante, mas não 
é tão aplicável 
➢ Esse estadiamento é muito subjetivo, pois ele avalia de acordo 
com o toque retal, e é dependente do histopatológico para dar a 
classificação N. Assim, só se pode dar o estadiamento TNM em um 
pós-operatório com linfadenectomia 
➢ T – TUMOR: 
• Tx → tumor primário não pode ser avaliado 
• T0 →sem evidência do tumor primário 
• T1 → Tumor clinicamente não palpável (ao toque retal não 
se identifica a doença/nódulos) ou visível por método de 
imagem 
▪ T1a → tumores incidentais com achado histopatológico 
em ≤ 5% do tecido de ressecção 
✓ Incidental → descoberto após a realização de 
uma outra cirurgia (Ex: cirurgia de Hiperplasia 
prostática benigna com analise histopatológica 
indicando neoplasia) 
▪ T1b → tumores incidentais com achado histopatológico 
em > 5% do tecido de ressecção 
▪ T1c → tumor identificado por biópsia por agulha 
(paciente não tem doença clinicamente palpável, mas 
apresenta PSA elevado) 
• T2 → Tumor confinado à próstata (sente-se uma nodulação 
na próstata) 
▪ T2a → tumor engloba metade de um dos lobos ou 
menos (nódulo pequeno que ocupa menos de 50% de 
um lobo) 
▪ T2b → tumor engloba mais da metade de um lobo, mas 
não os dois lobos (nódulo que ocupa mais de 50% do 
lobo) 
▪ T2c → tumor engloba ambos os lobos 
• T3 → Tumor além da cápsula prostática 
▪ T3a → extensão extracapsular (unilateral ou bilateral) 
▪ T3b → tumor envolve a vesícula seminal (uma ou 
ambas) 
✓ Nem sempre se consegue palpar isso pelo toque 
retal, sendo identificado apenas com um exame 
complementar, que é a Ressonância 
• T4 → Tumor fixo ou invade estruturas adjacentes além das 
vesículas seminais: 
▪ Colo vesical 
▪ Esfíncter externo 
▪ Reto 
▪ Músculos elevadores 
▪ Parede pélvica 
CLASSIFICAÇÃO DE D’AMICO 
➢ Devido à subjetividadee à dificuldade de aplicabilidade pré-
operatória da classificação TNM, surgiu essa classificação 
➢ Nessa classificação utiliza-se os seguintes: 
• PSA 
• Toque renal da classificação TNM (a parte T da classificação) 
• Resultado da biópsia → Classificação de Gleason 
➢ Essa classificação dá o risco de progressão da doença → de uma 
doença localmente avançada, de metástase e, consequentemente, 
risco de morte específica pela doença 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
 CLASSIFICAÇÃO DE D’AMICO 
Risco baixo Risco 
intermediário 
Risco alto 
Estádio 
Clínico 
Até T2a T2b T2c a T3a 
Escores de 
Gleason 
Até 6 7 > 7 
PSA sérico 
(ng/mL) 
< 10 > 10 e < 20 > 20 
• Baixo risco → para ser considerado nessa categoria, deve-
se preencher os 3 critérios 
• Risco intermediário e alto risco → já se considera nessas 
categorias mesmo se o paciente preencher apenas um dos 
critérios. Assim, mesmo a presença de apenas um desses 
parâmetros já coloca o paciente nessas categorias 
▪ Ex: paciente com T2a, PSA de 8ng/mL e Escore de 
Gleason de 8 → esse paciente é classificado como de 
alto risco 
• Desse modo, a característica mais grave do doente é quem 
classifica o risco da sua doença 
➢ ESTADIAMENTO: 
• Essa classificação ermite avaliar a necessidade de 
estadiamento do doente: 
▪ Risco baixo → pode-se indicar o tratamento ou 
cirurgia sem estadiar 
▪ Risco intermediário → necessita de estadio, para que 
se afaste pelo menos a metástase óssea, por exemplo 
▪ Risco alto → deve-se estadiar, buscando-se afastar a 
doença localmente avançada e a metástase óssea 
• Como estadiar os pacientes (médio e alto risco)→ fazendo-
se uso de: 
▪ Ressonância Nuclear Magnética (RNM) ou Tomografia 
Computadorizada (TC): 
✓ A ressonância é mais sensível, sendo a mais 
indicada e utilizada 
✓ TC → serve mais para avaliar metástase 
linfonodal 
▪ Cintilografia Óssea 
➢ Protocolos novos utilizando a RNM: 
• Podem substituir o T (tumor) classificado de acordo com o 
toque retal, permitindo uma melhor classificação T 
• É útil para: 
▪ Estadiar a doença 
▪ Guiar biópsias → a RNM pode ser realizada quando a 
biópsia é negativa, por exemplo (em paciente com PSA 
aumentado e biópsia negativa pode-se fazer uma RNM 
para saber se realmente será necessária uma nova 
biópsia nesse paciente) 
▪ Avaliar a Extensão Extraprostática (EPE) 
▪ Avaliar o acometimento de vesículas seminais 
 
5 CÂNCER DE PRÓSTATA 
Gizelle Felinto 
➢ GRUPO NCCN → esse grupo lançou uma nova classificação, que 
é a classificação de Muito Baixo Risco 
• Essa classificação surgiu com o advento do tratamento com 
vigilância ativa → paciente descobre um câncer muito 
pouco ativo e, para evitar as sequelas do tratamento, ele é 
acompanhado, esperando-se a doença desenvolver mais um 
pouco, passando para o risco baixo ou intermediário, para 
que se possa intervir na doença desse paciente (cirurgia ou 
radioterapia, por exemplo) 
• Essa classificação leva em consideração os seguintes 
parâmetros → Muito Baixo Risco: 
▪ Estádio Clínico → T1c (sem doença palpável) 
▪ Escore de Gleason → 6 
▪ PSA → < 10ng/mL 
▪ Biópsia → com < 3 fragmentos positivos e com < 50% 
dos fragmentos envolvidos 
▪ Densidade de PSA baixa → < 0,15 
✓ Um PSA baixo para o tamanho da próstata do 
paciente 
TRATAMENTO CURATIVO 
➢ Opções de Tratamento: 
• Cirurgia 
• Radioterapia 
• Hormonioterapia 
• Vigilância Ativa 
➢ CIRURGIA PARA CÂNCER DE PRÓSTATA: 
• Prostatectomia Radical com ou sem Linfadenectomia Pélvica 
Estendida (padrão-ouro): 
▪ O que é → consiste na retirada de toda a próstata 
▪ Como é feita → retira-se a próstata com toda a sua 
capsula e as vesículas seminais, e faz-se uma 
anastomose da bexiga com a uretra. Após essa 
anastomose, o paciente passa um tempo usando sonda 
urinária enquanto não cicatriza, e quando ocorre a 
cicatrização ele volta a urinar normalmente sem a 
necessidade de sonda 
▪ Pode ser feita pelas seguintes vias: 
✓ Aberta 
✓ Laparoscópica 
✓ Robótica 
✓ Em relação à cura e ao resultado oncológico, as 
três vias têm resultados semelhantes 
✓ Laparoscópica e robótica → tem uma menor 
taxa de sangramento e um menor tempo de 
internação, tendo também uma maior taxa de 
preservação nervosa (para preservar, por 
exemplo, a função erétil do paciente) 
▪ Finalidade da cirurgia: 
✓ Tem intenção curativa e permite a ressecção 
completa da doença 
▪ Paciente curado: 
✓ Considera-se o paciente curado quando se 
passam 5 anos após a realização da cirurgia, sem 
recidivas 
▪ Mortalidade global devido à cirurgia → 0,5% 
▪ Complicações e Sequelas: 
✓ Complicações Precoces: 
o Sangramento → pois a próstata é muito 
vascularizada 
o Fenômenos tromboembólicos (Ex: Trombose 
Venosa Profunda –TVP– e Tromboembolismo 
Pulmonar-TEP) → pois a próstata está 
localizada na pelve e cirurgias pélvicas estão 
relacionadas a fenômenos tromboembólicos 
o Lesão de órgãos adjacentes (Ex: lesão de 
esfíncter urinário, de reto...) 
✓ Complicações Tardias: 
o Estenose da anastomose → é mais difícil de 
ocorrer 
o Incontinência urinária: 
❖ Decorre da lesão do esfíncter pela 
retirada da próstata 
❖ Após 1 ano de prostatectomia radical 
ainda acomete cerca de 5 a 10% dos 
pacientes 
o Disfunção erétil: 
❖ Devido ao comprometimento da 
inervação de passa pela região 
retroprostática (entre a próstata e o 
reto) para o pênis 
• Avaliação da realização ou não da Linfadenectomia Pélvica 
→ obedece ao Namograma de Partin, que calcula o risco de 
metástase linfonodal de acordo com as características do 
câncer do paciente. Assim, se o cálculo for > 2% está 
indicada a linfadenectomia 
• Só traz resultados em pacientes com expectativa de vida de 
10 anos ou mais 
➢ RADIOTERAPIA: 
• É uma opção terapêutica 
• Pode ser utilizada como: 
▪ Tratamento definitivo (substituindo a cirurgia) → em 
casos de baixo risco 
▪ Tratamento adjuvante (tratamento complementar pós-
operatório) → em doenças localmente avançadas 
(extensão extraprostática da doença) 
▪ Tratamento “isolado” (apenas a radioterapia) → nos 
seguintes casos: 
✓ Recidiva da doença 
✓ Doença metastática 
• Vantagem → não tem complicações relacionadas ao ato 
cirúrgico 
• Desvantagens → pode causar: 
▪ Disfunção erétil → ocorre devido à queima das fibras 
nervosas pela radioterapia 
▪ Proctite → paciente fica com dor para defecar 
▪ Cistite → paciente fica com dor para urinar 
• Nos grupos de baixo e médio risco → os resultados 
oncológicos são semelhantes a cirurgia, o que permite ao 
paciente escolher entre essas duas terapêuticas (cirurgia 
ou radioterapia) 
 
 
6 CÂNCER DE PRÓSTATA 
Gizelle Felinto 
➢ VIGILÂNCIA ATIVA: 
• É um conceito recente que surgiu com a indolência do câncer 
de próstata 
• Viu-se também que pacientes mais jovens e com doença 
mais agressiva tendem a morrer com a doença → se o 
paciente é mais velho e a doença é menos agressiva, ele tem 
a tendência de morrer por outra causa que não seja o câncer 
de próstata, e é nesses casos em que se atua com essa 
vigilância ativa 
• Com o diagnóstico precoce, descobriu-se tumores cada vez 
mais tratáveis que talvez não se desenvolvessem 
• Indicação → em doenças de baixo risco em pacientes > 65 
anos 
▪ Deve ser indicada para pacientes de baixo risco, mas 
que seja passível a indicação de fatores de alteração 
com o acompanhamento 
• A cirurgia é superior nos seguintes casos: 
▪ Se o paciente é < 65 anos, a cirurgia terá um benefício 
maior do que a vigilância ativa, pois com a expectativa 
de vida do paciente, a doença terá uma tendência maior 
a se desenvolver se a cirurgia não for feita 
▪ Pacientes de médio e alto risco → a cirurgia tem 
vantagem sobre a vigilância ativa 
• Preconiza-se, no início da vigilância, que o paciente retorne 
a cada 3 meses ao consultório urológico 
• Atenção → só se indica a vigilância ativa quando se vê que 
o paciente realmente vai seguira vigilância e irá retornar 
corretamente, no tempo certo, para as consultas 
• Essa vigilância pode ser feita por toda a vida do paciente ou 
pode ser interrompida se houver mudança na classificação 
do doente 
➢ HORMONIOTERAPIA: 
• O que é → consiste no bloqueio do metabolismo da 
testosterona (bloqueio do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal) 
• Deixa-se o paciente com níveis hormonais de castração → 
com a testosterona < 20ng/dL 
• São várias medicações que apresentam mecanismos 
diversos, normalmente sendo prescritas pelo oncologista 
• As medicações dão um efeito de orquiectomia (remoção dos 
testículos) 
• Às vezes, quando não se consegue o efeito com a medicação, 
faz-se a orquiectomia terapêutica → assim, retira-se os 
dois testículos para cessar a produção de testosterona do 
paciente 
• Indicações: 
▪ Doença metastática 
▪ Recidiva → associada à radioterapia 
▪ Terapia complementar → em uma doença localmente 
avançada 
▪ Pacientes com idade avançada → pois, geralmente, 
não se beneficiam de um procedimento cirúrgico 
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O TRATAMENTO 
➢ Em câncer de próstata, todo tratamento terá como fatores 
determinates: 
• Características do paciente 
• Características da doença 
• A opinião do paciente → conta para a escolha do método 
terapêutico 
➢ Todo tratamento é individualizado! 
➢ Muitas vezes, mais de uma modalidade de tratamento é indicada 
e pode ser feita

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