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11 - Brandão, M Z S et al (2003) Sobre Comportamento e Cognição (Vol 11)

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Sobre Comportamento 
e. Cognição
C7! / i s í ó r i a e os c/oanços, a s e le ç ã o p o r c o n s e y iie n c /c ts em a ç ã o
(Jtyanizada p o r JK a ria í i ía / t da rS/loa Jiranddo 
<7 á /im a ( '»ris tina de rS ou ta ( ion/e 
r7i/rnan(/a S tío a T lrandão 
"jjara 'Jtupers/ein tfngherm an 
Q>yni/iia 7ior<jQ3 de Jlfoura 
U e ra Jlte ne ie s da t^iíoa 
cS/m one JlC a i'tin O íia n e
ESETec
Editores Associados
Sobre 
Comportamento e 
Cognição
Associação Brasileira de Psicoterapia e 
Medicina Comportamental 
Diretoria gestão 02/03
Presidente: Marid Zilah da Silva Brandão 
Vice-presidenle: Fátima Cristina de Souza Conte 
1a secretária: Fernanda Silva Brandão 
24 secretária: Vara Kuperstein Inßbcrman
1- tesoureira: Vera Lúcia Menezes da Silva 
2a tesoureira: Simone Martin Oliani
Ex-presidentes: Bernard Pimentel Ranflè
Hélio José Quilhardi 
Roberto Alves Ba naco 
Rachel Rodrigues Kerbauy 
Hélio José Quilhardi
Sobre
Comportamento
e Cognição
A história c os avanços, a seleção por conseqüências em ação
Volume 11
Organizado por Maria Zilah da Silva Brandão 
Fátima Cristina de Souza Conte 
Fernanda Silva Brandão 
Yara Kuperstcin Ingberman 
Cynthia Borges de Moura 
Vera Menezes da Silva 
Simone Martin Olian
Adélia Maria Santos Teixeira • Ana Lúcia Alcântara de Oliveira Ullan • Ana Lucia Cortegoso • Ana Lucla 
Ivatiuk • Ana Paola Lopes Lubl * Ana Paula Vlezzer • Andróa Machado Vienna • Bernard Rangé • Carlos 
Augusto de Medeiros • Carlos Eduardo Lopes • Claúdla Balvedl • Cynthla Borges de Moura • Edwlges 
Ferreira de Mattos Silvares • Fabiane Cristina Cruz • Fernanda S. Brandão • Giovana Veloso Munhoz da 
Rocha • Glsele Dellnskl • Ivan Gross • João Cláudio Todorov • João dos Santos Carmo * Jocelaine Martins da 
Silveira • José Antônio Damásio Ablb • Julio Cósar Coelho de Rose • Laércla Abreu Vasconcelos • Lalz H. S. 
Ferreira • Lfdla Natalia DobríanskyJ Weber • Lincoln da Silva Glmenes • Lucas Ferraz Córdova * Luciana Assi 
de Lima • Luciana Rizo • Maly Delltti • Maria Cristina Antunes * Maria Éster Rodrigues • Marla Stella Coutinho 
de Alcântara Gll • Marilza Mestre • Martina Rillo Otero • Maura Alves Nunes Gongora • Olga Mltsue Kubo • 
Olivia Justen Brandenburg • Patricia Barbeiro de Moraes • Patrícia Cristina Novakl • Paul T. Andronls • Pedro 
Bordinl Faleiros • Rachel Nunes da Cunha • Rachel Rodrigues Kerbauy • Regina Christina Wlelenska • Renata 
Grossl * Silvio Paulo Botomó • Solange L. Machado • Sonia B. Meyer • Suely Sales Guimarães • Suzane 
Schmldlln Lõhr • T. V. Joe Layng • Tatyana Elisan Bonamigo • Thiago P. de A. Sampaio • Wander C. M. P. da 
Silva • Yara Kupersteln Ingberman • Yuristella Yano
ESETec
Editor«» Associados 
2003
Copyright desta edição:
ESETec Kditores Associados, Santo André, 2003. 
Todos os direitos reservados
Brandão, María Zilah, et al.
Sobre Comportamento e Cognição: A história e os avanços, a seleção por conseqüências 
em ação. - Org.María Zilah da Siiva Brandão, Fátima Cristina de Souza Conte, Fernanda Silva 
Brandão, Vara Kupersteln Ingberman, Cynthla Borges de Moura, Vera Menezes da Silva, Slmone 
Martin Ollane 1* ed. Santo Andró, SP; ESETec Editores Associados, 2003. v.11
540 p, 24cm
1. Psicologia do Comportamento e Cognição
2, Behaviorismo
.1. Anéllse do Comportamento
CDD 155.2 
CDU 159.9.019.4
ESETec Editores Associados
Coordenação editorial: Teresa Cristina Cume Grassi-Leonardi 
Assistente editorial: Jussara Vince Gomes 
Revisão de diagramação: Erika Hongoshi
B I B L I O T E C A
Solicitação de exemplares: eset(a}uol.eom.br 
Rua Santo Hilário, 3 6 - Vila Bastos - Santo André - SP
CKP0904ÍV400 
Tel. (11)4990-5683 
Tel/fax: (11)44386866 
www.esetec .com. br
Pablo
Retângulo
Este volume é dedicado aos sócios da ABPMC 
que, com o relato de suas experiências, 
apresentaram uma amostra 
da variação comportamental que pode 
produzir um futuro de crescimento.
S um ário
Apresentação ......................................................................................................... xi
Seção I: Pesquisadores que fizeram parte de nossa história e suas contribuições 
à análise do comportamento
Capftulo 1 - O legado de FSK
João Cláudio Todorov (UNB)............................................................ 15
Capítulo 2 - Contribuições de Jack Michael à Análise do Comportamento
Rachel Nunes da Cunha (UNB)........................................................... 21
Capítulo 3 - Contribuições de Israel Goldiamond para o desenvolvimento da 
Análise do Comportamento
Lincoln da Silva Gimenes (UNB), T.V. Joe Layng (Headsprout) e Paul 
Andronis (Northern Michigan University).......................................... 34
Capítulo 4 - Contribuições de Donald Baer para a Pesquisa e Intervenção
Suely Sales Guimarães (UNB)............................................................ 47
Seção II: AnáHse do Comportamento: contribuições para a clínica
Capftulo 5 - Behaviorismo Radical e interpretação
José Antônio Damásio Abib (UFSCAR)........................................... 57
Capítulo 6 - Itinerário para analisar comportamento verbal encoberto
Maura Alves Nunes Gongora (UEL)............................................... 66
Capítulo 7 - Conceitos disposicionais no Behaviorismo Radical e a mente 
imanente
Carlos Eduardo Lopes (UFSCAR).................................................. 82
Capftulo 8 - Avaliando a sessão de terapia: questionário e entrevista pós- 
sessão
Maly Delitti (PUCSP)...................................................................... 89
Capítulo 9 - Integridade do tratamento e satisfação do consumidor na clínica 
analftlco-comportamental infantil
Laércia Abreu Vasconcelos (UNB)................................................... 118
Capítulo 10 - Tratamento padronizado e individualizado
Yuristella Yano e Sonia B. Meyer (USP) ........................................... 126
Capítulo 11 - Adesão e mudança de comportamento: Análise das interações 
verbais terapeuta-cllente nas sessões iniciais
Regina Christina Wielenska e Rachel Rodrigues Kerbauy (USP)......... 130
Capítulo 12 - Diferenciação entre a noção de significado pelo uso e a baseada 
em relações de equlvaldncia - Visões comportamentais de 
slginificação
Lucas Ferraz Córdova (UNB) e Carlos Augusto de Medeiros (UFMG)... 170
Capitulo 13 - Identificação de fatores relacionados à oposição ao Behaviorismo 
Radical
Maria Éster Rodrigues (UNIOESTE-PR)......................................... 179
Capítulo 14 - Compreensão: comparação entre seus usos cotidianos e sua 
análise operante - análise operante da compreensão
Carlos Augusto de Medeiros (UFMG)............................................... 196
Capitulo 15 - Estratógias auxiliares em Terapia Comportamental
Maly Delitti (PUCSP)....................................................................... 204
Capítulo 16 - Uso de encobertos na prática clínica
Gisele Delinski e Marilza Mestre (UTP).............................................. 210
Capitulo 1 7 - 0 papel do estudo de caso no hiato teoria/prática
Ana Lúcia Alcântara de Oliveira Ulian (UFBA) e Edwiges Ferreira de 
Mattos Silvares (IPUSP)...................................................................216
Capítulo 1 8 - 0 controle aversivo no contexto terapôutico: Implicações óticas
Wander C. M. P. da Silva (UCD)...................................................... 226
Capitulo 19 - Considerações sobre expressividade emocional na prática 
clínica: Um levantamento teórico preliminar
Fernanda S. Brandão e Sonia B. Meyer (IPUSP)............................... 232
Capítulo 2 0 - 0 sentimento de culpa e suas implicações para o controle coercivo 
do comportamento. Proposição de análise
Solange L. Machado (UTP)e Yara K. Ingberman (UFPR)................... 240Seção III: A formação
Capítulo 21 - Terapeutas experientes e iniciantes: O que a literatura aponta 
sobre eles?
Patrícia Cristina Novaki (UEL)........................................................... 251
Capitulo 2 2 - Supervisão clínica: Um enfoque no comportamento do 
terapeuta
Laiz H. S. Ferreira (PUCAMP).......................................................... 258
Capítulo 23 - Condução de atividades lúdicas no contexto terapôutico: um 
programa de treino de terapeutas comportamentais infantis
Jocelaine Martins da Silveira (UEL) e Edwiges Ferreira de Mattos 
Silvares (IPUSP)............................................................................ 272
Seção IV: Acompanhamento terapêutico
Capitulo 24 - Acompanhamento terapdutíco - da teoria á prática
Andréa Machado Vianna (AMBAN-HC-FMUSP, CAISM) e Thiago P.
De A. Sampaio (AMBAN-HC-FMUSP, ABEM)............................... 285
Capitulo 25 - Acompanhamento terapêutico - A terapia no ambiente do 
paciente
Claúdia Balvedi (AMBAN - USPSP)............................................... 294
Capítulo 2 6 - Acompanhamento terapdutíco e clinica escola: um novo 
campo de exploração
Fabiane Cristina Cruz (Clínica Green Wood), Luciana Assi de Lima, 
Patrícia Barbeiro de Moraes........................................................ 300
Seção V: Aplicações da análise do comportamento na sociedade
Capítulo 27 - A atuação do analista do comportamento com as questões 
sociais: Uma reflexão a partir das mudanças nos temas 
investigados em publicações entre 1968 e 2002
Martina Rillo Otero (PUCSP) ...................................................... 311
Capítulo 28 - Modelo de redução de risco em Aids: Avaliação de um projeto 
de prevenção com jovens
Maria Cristina Antunes (UTP)..................................................... 326
Capitulo 29 - Produção de conhecimento e formação de profissionais: 
desafios impostos por organizações de empreendimento 
solidário
Ana Lucia Cortegoso (UFSCAR) ............................................... 340
Capitulo 30 - Comportamentos envolvidos em uma cooperativa de serviços
Pedro Bordini Faleiros (UN/MEP) .............................................. 350
Capitulo 31 - A atuação do psicólogo nas instituições jurídicas - A 
necessidade de uma fundamentação
Tatyana Elisan Bonamigo (UNOCHAPECO/UNIC - Porto Uniâo)..... 366
Seção VI: Aplicações da análise do comportamento na Educação:
Capítulo 32 - Para uma análise do brincar e de sua função educacional - a 
função educacional do brincar
Julio César Coelho de Rose e Maria Stella Coutinho de Alcântara 
Gil (UFSCAR)............................................................................... 373
Capítulo 33 - Regras e contingências sociais na brincadeira de crianças
Maria Stella Coutinho de Alcântara Gil e Julio César Coelho de 
Rose (UFSCAR)........................................................................... 383
Capítulo 34 - Atenção positiva como uma possível solução ao problema de 
indisciplina na sala de aula
Ivan Gross ................................................................................... 390
Capítulo 35 - Dificuldades de aprendizagem ou dificuldade de ensino? - 
Algumas contribuições da Análise do Comportamento
João dos Santos Carmo (UNAMA)................................................ 396
Capitulo 36 - Programas de ensino lineares: desempenhos não lineares
Adólia Maria Santos Teixeira (UFMG) .......................................... 402
Capitulo 37 - Crianças desatentas, hiperativas e impulsivas: como lidar com 
essas crianças na escola?
Luciana Rizo e Bernard Rangé (UFRJ).......................................... 422
Capitulo 3 8 - Ansiedade matemática: conceituação e estratégias de 
intervenção
João dos Santos Carmo (UNAMA)................................................ 433
Capitulo 39 - Psicopedagogia comportamental como estratégia preventiva
Ana Lucia Ivatiuk (PUC de Campinas - USP)................................. 443
Capitulo 40 - Orientação profissional para adolescentes em situação de 
primeira escolha
Cynthia Borges de Moura (UEL).................................................... 447
Capitulo 41 - Programa de atendimento à familia especial brasileira com 
base na análise do comportamento
Renata Grossi (UEL)..................................................................... 455
Capítulo 42 - Estilos parentais e desenvolvimento de habilidades sociais
Suzane Schmidlin Lòhr (UFPR/ UnicenP) ................................... 476
Capitulo 4 3 - A transformação do conhecimento em comportamentos 
profissionais na formação do psicólogo: as possibilidades nas 
diretrizes curriculares
Olga Mitsue Kubo e Sílvio Paulo Botomó (UFSC)............................ 483
Seçáo VII: Interação pais e filhos
Capitulo 44 - Estilos parentais e desenvolvimento da criança e do 
adolescente e palmadas e surras: ontem, hoje e amanhã
Lídia Natalia Dobrianskyj Weber, Ana Paula Viezzere Olívia Justen 
Brandenburg (UFPR)................................................................... 499
Capítulo 45 - Adoção: Breve análise das relações familiares
Lídia Natalia Dobrianskyj Weber (UFPR)....................................... 512
Capítulo 46 - Interação Pais e Filhos - A observação como instrumento 
para identificar práticas parentais
Giovana Veloso Munhoz da Rocha (UFPR.FEPAR ACT)............... 527
Capítulo 47 - Estilo parental e comportamento socialmente habilidoso da 
criança com pares
Ana Paola Lopes Lubi (UNICENP)............................................... 536
Apresentação
Mais uma vez, a ABPMC tem a grata tarefa de compilar trabalhos que refletem 
os avanços em pesquisa, clinica e reflexão do ano de 2002, em um retrato do que vem 
sendo produzido pela comunidade na área da terapia comportamental e cognitiva. O 
resultado do esforço desta diretoria já está sendo amplamente reforçado pelos 100 autores 
que enviaram suas contribuições neste ano.
O material foi revisado e organizado em blocos, de forma a facilitar o manuseio 
dos leitores. No volume 11, iniciamos com a recuperação de importantes autores quo 
tiveram influência sobre o pensamento de analistas do comportamento. Em seguida, 
passamos a autores que tem influenciado o pensamento e a prática clínica de terapeutas 
comportamentais no Brasil, refletindo suas preocupações com princípios teóricos e com 
a apreciação de suas práticas. Temos também, aí, trabalhos refletindo preocupação, 
demonstrada por analistas do comportamento, com a pesquisa voltada à clinica. Segue- 
se com a questão da formação de novos terapeutas e aplicações da análise do 
comportamento a trabalhos em educação e na comunidade.
No volume 12, contamos com importantes contribuições teóricas para o trabalho 
em clínica, seguidas de relatos de experiências com tratamento. Neste volume, o leitor 
vai encontrar, ainda, um tópico sobre psicologia e saúde, e outro sobre relatos de pesquisa 
básica e em clínica, que tem enriquecido nossos encontros anuais.
Estes volumes são o retrato deste momento da ABPMC, que é de muita produção 
de nossos filiados e de sua disposição em compartilharem, em ambiente não punitivo, 
de suas experiências na pesquisa e na clínica, em mais um passo para descrever a 
consolidação de suas ações em nosso meio, contribuindo para o estudo e o ensino da 
Terapia Comportamental e Cognitiva no Brasil.
As publicações da ABPMC tôm sido ansiosamente aguardadas pela comunidade 
dos terapeutas e pela comunidade académica ligada à área, pelo acesso que dão ao 
mundo da terapia comportamental em um país como o nosso, onde temos tantas 
dificuldades para difundir o que fazemos e o que pensamos. Esperamos, com estes dois 
volumes, estarmos mais uma vez atendendo a este anseio em uma cadeia que vem 
ampliando a variação comportamental, o que permite a seleção de muitoscomportamentos altamente desejáveis ao progresso da Terapia Comportamental e 
Cognitiva.
O sentimento é de extrema satisfação pela oportunidade de fortalecer o 
comportamento de compartilhar ricas experiências!
Diretoria da ABPMC
Gestão 2002/2003
Seção I
Pesquisadores que 
fizeram parte de 
nossa história e suas 
contribuições à 
análise do 
comportamento
Capítulo 1
O Legado de Fred S. Keller
João Cláudio Todomv 
Universidade C ',ifó/ic<i dc Qoiás e L/nlf
Fred S. Keller quase viveu em três séculos. Nasceu em 2 de janeiro de 1899 em 
Rural Grove, estado de Nova Iorque, EUA, e morreu em 2 de fevereiro de 1996, em Chapei 
Hill, Carolina do Norte, aos 97 anos. Filho de família pobre da zona rural, Keller cresceu 
morando pouco tempo em diversas cidades tão pequenas quanto Rural Grove, em Nova 
Iorque, na Florida e em Vermont “Quando vovô envelheceu, ele simplesmente mudou a 
natureza de seu trabalho. Ao invés de arar a terra ou trabalhar com a foice, ele alimentava 
as galinhas, limpava o galinheiro, recolhia os ovos, dava lavagem aos porcos, e fazia 
outras coisas úteis ao redor da casa e do celeiro" (Keller, 1982, p. 5). "Tive vários empre­
gos quando jovem. Fui faxineiro de uma igreja, entreguei mercadorias para Mr. Weinauer e 
Mr. Harms, e telegramas para Mr. Merker." (Keller, 1982, p. 12).
Em 1915, começou a trabalhar como mensageiro para a Western Union, onde 
depois aprendeu o ofício de telegrafista. A familiaridade com o Código Morse viria a ser 
útil em sua carreira acadêmica e produzir um marco histórico para a análise do 
comportamento: a publicação do artigo inicial, na páginal, do número 1 do volume 1 do 
Journal ofthe Experimental Analysis ofBehavior, "The phantom plateau". Aos 18 anos 
alistou-se no exército americano e serviu na arma de artilharia na Carolina do Sul, 
participando da I Guerra Mundial com o exército de ocupação na França e depois na 
Alemanha. De volta aos Estados Unidos utiliza-se de um programa de auxílio a soldados 
veteranos e faz seu curso de graduação no Tufts College, ainda sem interesse especial 
na psicologia. Só quando lê Psychology from the standpoint ofa behaviorist, de Watson, 
Keller se motiva e termina o curso com o bacharelado em psicologia, em 1926. O novo 
interesse o leva a Harvard para o mestrado, concluído em 1927. A carreira docente é 
iniciada no Tufts College, como instrutor (1929-1931) enquanto faz o doutorado, concluído 
em Harvard, em 1931.
O período em Harvard viria a marcar sua vida e a influenciar o desenvolvimento do 
que hoje conhecemos como a análise do comportamento. Não há nada melhor para ilus­
trar o papel exercido por Keller do que a dedicatória, escrita de próprio punho por Skinner 
na primeira edição de Ciência e Comportamento Humano (Skinner, 1953/1967), que trans­
crevo a seguir:
Caro Fred,
So estivéssemos no século 18, eu poderia tor escrito uma dedicatória 
que seria entendida por qualquer pessoa. Como não ó esso o caso, eu posso 
apenas falar à deux (a dois). "Para F. S. Keller" significa "Obrigado por muitas 
coisas" - no fim dos anos 20, pela única brisa de behaviorismo em Harvard - 
nos anos 30, por nunca faltar com o apoio o por reforços muito necessários (o 
que o leigo, coitado, podo apenas chamar de fé) - e nos 40, por mostrar como 
uma ciência do comportamento pode ser ensinada. "Ciência e Comportamento 
Humano" pôde ser escrito somente porque "Princípios de Psicologia" de Keller & 
Schoenfeld foi publicado primeiro.
Um brindo aos anos 50 e 60!
Burrhus, fevereiro de 1953
A tradução é minha, com a inclusão da tradução do francês à deux, assim no 
original. Keller introduziu Skinner ao behaviorismo de Watson e acompanhou sua carreira. 
Permaneceram amigos por toda a vida. Terminado o doutorado, os amigos se separam. 
Enquanto Skinner vai para Minnesota, Keller fica em Nova Iorque como professor na 
Colgate University, em Hamilton, de 1931 a 1938. Relações pessoais e profissionais os 
mantem em contato e cartas são trocadas com freqüência. É de Keller a primeira 
manifestação escrita de que se tem noticia sobre a importância da distinção de dois 
tipos de condicionamento (Julie Vargas, comunicação pessoal). Um ano antes de O 
Comportamento dos Organismos (Skinner, 1938) Keller publica The Definition of 
Psychology (Keller, 1937/1974). Em 1938, foi contratado como professor pela Columbia 
University onde ficou até a aposentadoria em 1964, então como chefe do Departamento 
de Psicologia.
O trabalho na Columbia University ó interrompido durante a II Guerra Mundial, 
quando serve no Corpo de Sinaleiros do Exército e se dedica ao aperfeiçoamento do 
ensino do Código Morse. Sua contribuição é retribuída com um Certificado de Mérito 
que lhe é entregue pelo Presidente dos Estados Unidos em 1948. Ao longo de sua vida 
acadêmica Keller dedicou-se a desenvolver melhores métodos de ensino e de formação 
de pesquisadores, mostrando que tanto o ensino quanto a pesquisa são trabalhos de 
cooperação e colaboração, que frutificam em ambiente amigável e fraterno. O melhor 
exemplo disso é o livro Princípios de Psicologia (Keller & Schoenfeld, 1950/1966), o 
primeiro texto didático para o ensino da análise do comportamento, escrito em linguagem 
acessivel a alunos de graduação, uma referência histórica. Em 1990, na comemoração 
do 40“ aniversário da publicação do livro, a convite do Journal ofthe Experimental Analysis 
of Behavior publiquei um pequeno artigo sobre o K&S no Brasil (Todorov, 1990). É de 
1954 outro texto didático de Keller, como único autor, voltado para o ensino da psicologia 
da aprendizagem (Keller, 1954/1970). A importância de seu trabalho para a análise do 
comportamento foi novamente reconhecida no número inaugural do Journal of Applied 
Behavior Analysis. Keller foi escolhido para publicar “Good bye teacher..." no número 1 do
volume 1 da revista, em 1968 (Keller, 1968). Se Skinner desenvolveu os fundamentos da 
análise do comportamento, Keller foi seu grande propagador. Dentre seus ex-alunos ilus­
tres, estão James Dinsmoor (1990), Eliot Hearst (1997) e Murray Sidman (1996), e, cita­
dos por Keller (1996 a, p. 7), Charles Catania, David Eckerman, Charles Ferster, Leonard 
Krasner, Richard Mallot, Kurt Salzinger, John Gilmour Sherman e Thom Verhave.
Ao aposentar-se, em 1964, torna-se Professor Emeritus da Columbia University. 
Dentre outras honrarias, recebeu o Distinguished Teaching Award, da American 
Psychological Association (1970), o Honorary Doctorate of Science, da Long Island University 
(1972), a Distinguished Behavioral Scientist Medal, do Institute for Behavioral Research 
(1974), o Distinguished Contribution for Application in Psychology Award, da American 
Psychological Association (1975), e Professor Honoris Causa, da Universidade de Brasilia 
(1987).
Até o fim dos anos 50, Keller nunca tinha tido qualquer contato com o Brasil, 
exceto por uma aluna brasileira que freqüentou suas aulas na Columbia em 1954, Myrthes 
Rodrigues do Prado (Keller, 1987a). Em carta datada de 10 de abril de 1959, Myrthes 
transmite a Keller o desejo de Paulo Sawaya, Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências 
e Letras da Universidade de São Paulo, de convidá-lo para uma visita ao Brasil. De uma 
despretensiosa carta de uma ex-aluna surgiu uma intensa correspondência envolvendo 
Keller, a Universidade de São Paulo e a Comissão Fulbright no período de muitos meses, 
resultando na chegada ao Rio de janeiro "no dia depois do carnaval" de 1961. Era uma 
viagem que tinha tudo para não acontecer. O primeiro contato foi informal, feito por pessoa 
sem qualquer ligação com a universidade. O contato foi seguido e mantido pelo Diretor da 
FFCL, sem participação de professores do Curso de Psicologia. Informações sobre salário 
e bolsa, da USP e da Comissão Fulbright, nunca foram seguras, a incerteza sobre o 
necessário para cobrir as despesas permaneceu até poucosmeses antes da viagem, e só 
foram resolvidas depois de Keller comunicar sua desistência em carta de 12 de setembro 
de 1960. A USP insistiu no convite durante todo esse tempo, com a interferência pessoal, 
entre outros, do geneticista Oswaldo Frota-Pessoa que visitou Keller em Nova Iorque. Em 
Congonhas estavam esperando Sawaya, o novo diretor da FFCL, Mário Guimarães Ferri, 
e Carolina Martuscelli Bori, assistente da Professora Catedrática de Psicologia Anita Cabral.
Mais uma vez, com o apoio da área biológica, Keller instalou-se na Cidade Univer­
sitária, no Departamento de Fisiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras: “O 
meu ensino é no Departamento de Fisiologia da Cidade Universitária: já comecei as aulas 
lá. ... Tenho um bom espaço para um laboratório, uma sala de aula, e um escritório" 
(Keller, 1987 a, p. 88). Nesse espaço, ensinando em inglês, Keller começou a formar a 
primeira geração brasileira de analistas do comportamento: Carolina Martuscelli Bori, 
Rodolpho Azzi, Maria Amélia Matos, Margarida Windholz, Mario Guidi, dentre outros.
"In 1961 we started out, in a very small way, which is usually a good idea" (Keller, 
1997, p. 94). Começando com pouca coisa, em menos de um ano o interesse pela análise 
do comportamento estava consolidado e as primeiras contribuições brasileiras estavam a 
caminho; um minidicionário de termos técnicos traduzidos para o português (Azzi, Rocha 
e Silva, Bori, Fix & Keller, 1963) e um trabalho experimental sobre atraso de reforço (Azzi, 
Fix, Rocha e Silva & Keller, 1964). "Em 1961, com os recursos de que dispúnhamos, a 
realização de experimentos somente era possível com um animal por vez, e mesmo assim 
com o monitoramento contínuo pelo experimentador (Matos, 1996, p. 110). Keller e seus 
primeiros alunos brasileiros mostraram que era possível produzir dados confiáveis em um
assunto relevante, mesmo com equipamento adaptado: "Foi necessário improvisar. Gaio­
las de passarinho transformaram-se em gaiolas viveiros e em caixas experimentais. A 
barra era um pedaço de arame dobrado de tal forma que uma das extremidades podia ser 
introduzida na caixa. Ao ser pressionada, esta extremidade deslocava a outra para cima, 
fazendo-a bater num pedaço de metal preso à parede da caixa. O experimentador, sentado 
em um banquinho ao lado, mergulhava um bastão na água e dava-o para o rato lamber" 
(Kerbauy, 1983).
A partir dessa primeira experiência, Keller nunca mais se separou dos brasileiros. 
Há vários outros relatos de seu impacto no desenvolvimento da análise do comportamento 
no Brasil, além dos já citados (Bori, 1996; Zanon & Bori, 1996; Guilhardi & Madi, 1996; 
Pessotti, 1996; Zanon, 1996 a, 1996 b, 1997; Gorayeb, 1996; Kerbauy, 1996). A história, 
a partir do convite feito por Carolina Bori para que ajudasse na criação do Departamento 
de Psicologia da Universidade de Brasília, já foi contada diversas vezes, mas os relatos 
de Keller têm um sabor especial. Sua autobiografia, infelizmente, ainda não foi publicada. 
Temos disponíveis apenas os artigos publicados, a maioria preparados para conferências, 
e centrados no Sistema Personalizado de Ensino (Keller, 1972,1974,1975,1996a, 1996b, 
1996c, 1997b, 1997c).
Keller sempre foi um ponto de apoio de brasileiros nos Estados Unidos, come­
çando com Maria Amélia, Maria Inês e Dora, que sairam do curso de graduação da USP 
para o doutorado na Columbia University. Ao longo dos anos, deu apoio a vários outros que 
por lá se aperfeiçoaram, como Antonio Bento Alves de Morais, Deisy das Graças de 
Souza, Jorge Mendes de Oliveira Castro Neto, Júlio César de Rose, Olavo Galvão e Ra-
quel Nunes da Cunha.
Referências
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Psicologia: Teoria e Pesquisa, 12, 191-192.
Capítulo 2
Contribuições de Jack Michael à Análise do 
Comportamento
Rache/ Nunes da Cunha' 
Unti
A preocupação em esclarecer a relação entre o mundo do laboratório e o mundo 
fora do laboratório tem merecido a atenção de analistas do comportamento com objetivo 
de evidenciar que esta dicotomia é um equívoco. No laboratório, podemos programar 
contingências para estudar o comportamento de organismos (humanos e não humanos), 
mas isso não significa dizer que o mundo do laboratório è uma realidade tão distinta do 
mundo fora do laboratório. Esses ambientes compõem uma única realidade que se diferem 
em alguns aspectos. Os eventos que são observados nesses dois ambientes são 
explicados ou descritos com os mesmos princípios gerais. No laboratório, utilizamos de 
método rigoroso e sistemático para descrever e explicar as relações comportamentais 
e, na realidade cotidiana o rigor está sujeito aos limites da complexidade do ambiente. 
Entretanto, as questões que investigamos no laboratório, também, têm origens nas nossas 
observações fora do laboratório, ou seja, na vida cotidiana. Dessa forma, esses dois 
mundos na sua unicidade, em suas particularidades, se completam na busca do 
conhecimento. Ter a compreensão destes dois contextos de observação nos permite ter 
uma melhor compreensão entre as atividades empírica e aplicada e, conseqüentemente, 
podemos entender a preocupação daqueles que buscam diminuir a abismo entres esses 
dois mundos.
Entre os analistas do comportamento, há aqueles que fazem pesquisa básica 
(visando desenvolver o conhecimento metodológico e teórico-conceitual), outros fazem 
pesquisa aplicada (visam desenvolver tecnologias comportamentais), outros são 
aplicadores desse conhecimento (utilizam essas tecnologias em suas intervenções), 
outros têm interesses pelas questões conceituais e teóricas, outros ensinam e são 
formadores de analistas do comportamento e, nesse universo diversificado, há aqueles 
que se dedicam a mais de uma dessas questões e, aqui, eu incluo Jack Michael, atualmente,
' Aurm lov» u Inoitlrnável atunçAo do D* Jack M k iw e l om nnviar ina tuxto iiâo puhttcado *otxo *eu poffll t>(oar*flu) « lrn)otòna « ( « lA n ik * 
’ Dof mrtnmento de P ro c su o n Pmcotogto1*' Bátricos Irmtltuto de PttcotoylH
■
 professor de psicologia da Western Michigan 
University (WMU), em Kalamazoo, Michigan, 
USA.
Figura 1. Jack Michael durante a Convenção Anual 
da ABA de 2002 (Foto cortesia de Eckerman)
Jack Michael nasceu no dia 16 de janeiro 
de 1926, em Los Angeles, Califórnia, nos Estados 
Unidos, filho único do casal Michael. Seu pai era 
mecânico de automóvel e sua mãe cuidava das 
lidas domésticas. Ele relata ter tido uma infância 
muito feliz e muito estável. Seus estudos foram 
realizados em Los Angeles desde o primário até 
o doutorado (PhD). De 1931 a 1937, Jack Michael 
estudou em uma Escola Primária (Elementary School), de 1938 a 1940, foi para a Escola 
Intermediária (JuniorHigh School) e, de 1941 a 1943, completou o segundo grau em uma 
Escola Secundária (High School). Ele foi muito incentivado pelos pais a estudar e obter 
formação acadêmica completa.
Em 1943, começou o curso de Química na University of Califórnia, em Los Angeles 
(UCLA), cursou o primeiro e, antes do término do segundo período, foi recrutado para servir 
o exército, em junho de 1944. Recebeu treinamento no Texas, em Oklahoma, na Alemanha 
e no Japão. A escolha do curso de química foi devido ao seu interesse desde cedo por 
ciências, em especial química e biologia. Quando retornou a Universidade em 1946, come­
çou a estudar psicologia. Ele obteve os graus de bacharel em psicologia (B. A., em 1949) e, 
neste ano, iniciou seus estudos de pós-graduação, em seis anos obteve os títulos de Mes­
tre (M. A., em 1952) e Doutor (PhD, em1955), pela University of Califórnia, em Los Angeles, 
especializando-se em psicologia fisiológica, estatística filosofia da ciência e psicologia geral 
e experimental. Jack Michael relata que seu interesse pela psicologia foi devido a uma 
eventualidade, de ter comprado e levado consigo para o Japão alguns livros do psicologia.
Segundo Michael, enquanto esteve na UCLA, como estudante, os professores 
que mais lhe influenciaram foram: J. A. Gengerelli, John Seward e Hans Reichenbach. À 
essa época, a familiaridade de Michael com a abordagem de Skinner vinha das disciplinas 
sobre Teorias da Aprendizagem. O interesse pela Análise do Comportamento também 
foi acidental, pois possuía um exemplar de Ciência e Comportamento Humano de Skinner 
que não havia lido até quando o leu para preparar aulas para uma disciplina introdutória 
de psicologia, para alunos de outros cursos da Kansas University. Essa obra de Skinner 
viria influenciar a carreira de Jack Michael de modo fundamental. Desde que começou, 
em 1955, a ensinar e, posteriormente, a pesquisar sobre os conceitos e teorias na 
perspectiva analítico comportamental, tornou-se um analista do comportamento e, hoje, 
é um dos eminentes colaboradores da Análise Experimental do Comportamento. Michael 
relata que Princípios de Psicologia, de Fred Keiler e Schoenfeld, publicado em 1950, a 
versão mimeográfica das William James Lectures de B. F. Skinner sobre Comportamento 
Verbal e, posteriormente, em 1960, o livro de Táticas de Pesquisa Científica, de Murray 
Sidman, foram determinantes para sua abordagem comportamentalista.
Michael começou sua carreira como Professor Assistente, do Departamento de 
Psicologia, da Kansas University (KU), em Lawrence, no Estado de Kansas, onde lecionou
Filosofia da Ciência, Estatística Avançada, e disciplinas introdutórias sobre psicologia para 
alunos de outros cursos. Michael esteve em Kansas University por 2 anos, de 1955 a 
1957.
Em 1957, Michael começou a lecionar na University of Houston (UH), Houston, no 
Estado do Texas, onde permaneceu até 1960. Em Houston, Michael teve como colega, 
colaborador e amigo Lee Meyerson, com quem começou a aplicar os métodos e os 
princípios da análise do experimental do comportamento aos problemas de doenças 
mentais e portadores de necessidades especiais (físicas e ou mentais). Alguns de seus 
estudantes em Houston como John Mabry, Mont Wolf, Sandra Wolf, Ted Ayllon, Sam 
Tombs, Patricia Cork e Lloyd Brooks influenciaram a sua carreira.
No ano de 1960, ele foi convidado para assumir o cargo de Professor Associado 
da Arizona State University (ASU), em Tempe, no Estado do Arizona, onde Arthur Staats 
liderava o desenvolvimento de um programa comportamental na abordagem skinneriana. 
Posteriormente, Lee Meyerson juntou-se com os colegas da ASU. Michael permaneceu 
na ASU até o ano de 1967. Durante esses anos na ASU, Michael teve contatos 
acadêmicos profícuos com dois eminentes pesquisadores e analistas do comportamento, 
Israel Goldiamond e Fred Keller, este último foi responsável pelo seu interesse na área 
de ensino para formação de professores e em educação de modo geral. W. Scott Wood, 
Albert Neal, Brian Jacobson, Cari Jensen, J. Grayson Osborne, Cari Cheney, Richard 
Powers, Larry Sayre, Edward Hanley, Jon Bailey, Tom Brigham, Garry Martin, Gerry 
Mertens, Timothy Elsmore são alguns dos estudantes de graduação e pós-graduação 
que Jack Michael cita como importantes para seu trabalho acadêmico e, também, refere- 
se à influência que ele exerceu sobre a carreira desses profissionais como pesquisadores, 
professores e como analistas do comportamento em instituições prestadoras de serviços 
e atendimentos.
A continuidade de sua carreira de docente e de pesquisador durante esses últimos
36 anos tem sido na Western 
Michigan University (WMU), em 
Kalamazoo, no Estado de 
Michigan, onde chegou em 1967 
e, aos 77 anos de idade aposentar- 
se á no dia 26 abril de 2003, 
conforme anunciado em WMU 
News, mas continuarácontribuin­
do para a área com suas pales­
tras, conferências e outras 
atividades inerentes à academia. 
Em Kalamazoo, os colegas pro­
fessores que mais exerceram in­
fluência sobre seu trabalho foram 
Richard Malott, Alan Poling (am-
Figura 2. Da esquerda para direita: Jack Michael. Fred bosamda professores da WMU)e 
Keller e dona Francis Keller. Quando da visita de Arthur Snapper. Michael faz refe- 
Michael aos Keller. em Chapei Hill, em 12 de agosto rên°a a alguns entre vános de
de 1993. (Foto cortesia de Jack Michael). f eus alu" os daWMU ^ ue também
foram influenciados pela sua ori-
Sobrc (.'omportdrncnlo e CoRniv<lo 2 3
entação a saber; Norman Peterson, Paul Whitley, Mark Sundberg, Bruce Hesse, Michael 
Minervini, Esther Shafer (falecida), Rachel da Cunha e Michael Hixson.
A relação entre Jack Michael e Fred Keller foi além das atividades profissionais, 
pois foram grandes amigos ao longo da vida de Keller e, ainda hoje, ó amigo de dona 
Francis Keller. Profissionalmente, eles estiveram juntos em duas universidades, na Arizona 
State (Jniversity e na Western Michigan University Michael visitava os Keller com 
freqüência para alimentar essa relação forte de amizade e discutir análise do 
comportamento com o Mestre dos mestres.
Durante esses 48 anos de carreira de docente e pesquisador, Jack Michael tem 
desempenhado um papel importante na formação de muitos pesquisadores em análise 
experimental do comportamento e em análise aplicada do comportamento, que atuam 
em vários outros países, além dos Estados Unidos; tem contribuído com palestras, 
conferências e cursos em países como Canadá, México, Bélgica e Brasil; é incontestável 
seu legado que pode ser confirmado pelas inúmeras publicações de artigos científicos, 
capítulos de livro e livros que tratam de tecnologia instrucional, questões teóricas e 
metodológicas da análise do comportamento, comportamento verbal, e, mais 
recentemente, Michael tem se dedicado às questões inerentes a terminologia técnica e 
ao conceito de motivação.
Como reconhecimento de suas contribuições no campo do ensino, da pesquisa 
e da aplicação, Jack Michael recebeu vários prêmios e distinções: Distinguished Teaching 
Award, da American Psychological Foundation, em 1971, e da Western Michigan University 
em 1985; Distinguished Faculty Scholar Award, da Western Michigan University, em 1989; 
proferiu a Master Lecturerna APA Annuai Convention, em 1984; Outstanding Contributions 
to the Development of Behavior Analysis (Northern Califórnia Association for Behavior 
Analysis)] Foi um dos fundadores da Association for Behavior Analysis (ABA) e a presidiu 
no período de 1983 a 1984.
Operações estabelecedoras
Uma das mais importantes contribuições de Jack Michael à Análise do Compor­
tamento tem sido a sua preocupação constante com as questões conceituais e empíricas. 
Nesse sentido, no início dos anos 80, Michael aborda o tópico de motivação, como opera­
ções estabelecedoras, embora, considerado um tema relevante da psicologia, estava sen­
do pouco estudado pelos analistas do comportamento.
Michael analisa os motivos que levaram os analistas do comportamento a não 
enfatizarem o estudo das variáveis motivacionais como variáveis independentes, por 
exemplo: 1) o desenvolvimento dos estudos sobre esquemas de reforçamento, cujo 
reconhecimento de seu poder controlador do comportamento é enfatizado em detrimento 
das variáveis motivacionais, pois quando descrevemos relações comportamentais a 
história de reforçamento é priorizada, geralmente nesses estudos a privação (variável 
motivacional - operação estabelecedora) é uma variável de contexto. Verificamos 
diferenças imensas na freqüência de resposta geradas por diferentes esquemas de 
reforçamento, os esquemas controlam mais poderosamente o comportamento do que o 
níveí de privação; 2) o conceito de motivação com freqüência era introduzido como 
explanações fictícias por meios dos termos como querer, necessidades e motivos, referindo-
se às causas do comportamento com uma explicação circular, por exemplo, quando falamos 
do talento atlético de uma pessoa ou de sua habilidade artística. No que se refere às 
necessidades, Michael chama a atenção para não igualar necessidades biológicas com 
operações estabelecedoras. É verdade que muitas coisas que necessitamos biologicamente 
náo evoca comportamento. Por exemplo, vitamina B - nós moremos devido a sua falta, 
mas não mostraremos aumento do interesse em obter a vitamina; 3) o uso freqüente de 
reforçadores condicionados (dinheiro, aprovação social), que em geral, estão relacionados 
de modo indireto a alguma operação estabelecedora especifica. Os reforçadores 
condicionados foram ferramentas importantes no desenvolvimento da área de modificação 
do comportamento e há uma larga escalas deles que poderiam ser obtidos sem uma 
operação estabelecedora.
O conceito de motivacional foi recuperado por Jack Michael (1982,1993) como 
perspectiva conceituai e empírica, fundamentada na sistematização dos princípios da 
análise do comportamento. Ao recuperar esta proposta para se estudar motivação, 
Michael resgata o conceito de motivação como operações estabelecedoras proposto 
por Keller e Schoenfeld (1950/1974), que as definiu como variáveis ambientais 
antecedentes que exercem efeitos sobre o comportamento e sobre a eficácia do evento 
reforçador. Michael teve o cuidado de enfatizar o tratamento dado por Skinner (1938, 
1953) às variáveis motivacionais, como operações de privação, saciação e estimulação 
aversiva. Com seu rigor histórico, Michael recuperou Millenson que, em1967, identificou a 
variável motivacional como operações de impulsos (saciação e privação). Ele também nos 
sugere para que a palavra estimulo seja reservada para descrever eventos ambientais que 
afetam os organismos através de seus receptores.
A retomada do conceito de operações estabelecedoras por Michael é uma grande 
contribuição à análise do comportamento, por incluir um tipo de variável motivacional apren­
dida que não fora explicitamente identificada pelos tratamentos anteriores de Keller e 
Schoenfeld, em 1950; Skinner, em 1938, e 1953 e Millenson, em 1967 (da Cunha, 1993, 
1995, 2000). Essa variável motivacional aprendida ó caracterizada, por Michael, como 
operações estabelecedoras condicionadas. Nesta perspectiva, “a contribuição de Michael 
consiste em um novo instrumento conceituai e metodológico caracterizado como opera­
ções estabelecedoras, especialmente as do tipo condicionadas [ou aprendidas]" (da Cu­
nha, 1995),
Com o conceito de operações estabelecedoras, os analistas do comportamento 
têm possibilidades de investigar o controle dessas variáveis motivacionais como varáveis 
independentes, proporcionando, de certa forma, o resgate do tópico de motivação pela 
análise do comportamento e hoje temos estabelecida uma grande tema de pesquisa.
Dada a relevância do conceito de operação estabelecedora e a relação com o 
conceito de estímulo discriminativo, apresento a definição de Michael (1993) que a define 
em termos dos seus dois mais importantes efeitos - ó um evento ambiental, operação 
ou condição de estímulo que afeta o organismo pela alteração momentânea (a) da 
efetividade reforçadora de outros eventos e b) da freqüência de ocorrência de 
comportamento do repertório do organismo que ó relevante para aqueles eventos como 
conseqüências. O primeiro efeito foi denominado de efeito estabelecedor do reforço e o 
segundo, efeito evocativo. Por exemplo, privação de alimento é uma operação estabelecedora 
que momentaneamente aumenta a) a efetividade do alimento com uma forma de
Sobre (.’omportamrnlo e ('ohmç<To 2 5
reforçamento o b) a froqüôncia de tipos de comportamento que tom sido previamente 
reforçado com alimento, ou seja, uma operação estabelecedora evoca algum comportamento 
que tem sido reforçado com alimento, O efeito evocativo de uma operaçãoestabelecedora 
é provavelmente melhor pensado como: a) o resultado de um efeito direto sobre tal 
comportamento, b) um aumento na efetividade evocativa de todos os estímulos 
discriminativos (S s) para comportamentos que têm sido reforçados com alimento e, c) 
um aumento na freqüência de comportamentos que tem sido seguidos por reforçadores 
condicionados cuja a efetividade depende da privação de alimento.
Outra contribuição importante de Michael sobre o tema refere-se à classificação 
dos tipos de operações estabelecedoras: incondicionadas (por exemplo, privação de 
alimento) e condicionadas. As operações estabelecedoras condicionadas constituem a 
maior contribuição de Michael sobre o tema de motivação e têm gerado muitas pesquisas. 
A demonstração empírica desses dois efeitos da variável motivacional recebeu atenção 
de vários pesquisadores (MCPherson e Osborne, 1986, 1988; Lubeck e MCPherson, 
1986 ; Alling, 1990 e da Cunha, 1993), em tais demonstrações, pombos têm sido usados 
com sujeitos experimentais e têm-se obtido pouco sucesso demonstrativo. A despeito 
dos dados obtidos nesses estudos, ainda, ó muito desafiador continuar as pesquisa 
sobre o tema no campo da pesquisa básica, pois existe uma necessidade de se 
desenvolver delineamentos experimentais para melhor compreender as diferenças 
funcionais entre os estímulos com propriedades discriminativas e motivacionais, tão bem 
analisadas conceitualmente por Michael, em 1982.
A variável motivacional condicionada tem sido mais estudada no campo da pes­
quisa aplicada, que efetivamente tem demonstrado resultados relevantes para a aplica­
ção. A exemplo disso o Journal ofApIlied Behavior Analysis ( JABA), edição de 2000, 
volume 33, número 4, foi inteiramente dedicado aos estudos sobre operações. Nesta 
publicação Michael amplia sua análise sobre o tema, no artigo intitulado “Implicações e 
refinamentos do conceito de operação estabelecedora" no qual ele reconhece que em 
seus primeiros trabalhos negligenciou a importância do conceito para a área aplicada e 
afirma a importância de Vollmer and Iwata (1991) em demonstrar as implicações deste 
conceito para a área aplicada. Uma das aplicações da variável motivacional tem sido para 
reduzir a freqüência de comportamentos-problema pela modificação de suas operações 
estabelecedoras, tornando-as fraca, como tem demonstrado McGill, 1999 (Cf. Michael, 
2000), no sentido de melhorar a qualidade de vida de indivíduos que têm vários tipos de 
incapacidades.
Sundberg ( 1993), quando trata da aplicação das operações estabelecedoras, iden­
tifica-as como variáveis independentes poderosas que podem ser manipuladas para mu­
dar uma variedade de comportamentos humanos e reforça importância da contribuição de 
Michael para área.
Os efeitos discriminativos dos estímulos devem ser distinguidos dos efeitos de 
operações estabelecedoras, distinção esta enfatizada por Skinner e reforçada por Michael. 
Essa distinção pode ser identificada no seguinte exemplo: uma pessoa propensa a tomar 
um refrigerante e, ao localizar uma máquina de venda automática, procura uma moeda 
na bolsa. A máquina é estímulo discriminativo, porque, na sua presença, o comportamen-
l ulHx:k.R C A MoPhoraon, A. (1986, May) ttMtkah^xbrnukwKhptQmorm prcxxKiunm,pttnmmton, m xipointof vim/. Papor pruMmttmri NtthomooUnu 
of Hm f wwfllti Conv«mt1nn nf lhe Association ftx BotmvKx Annlyiin, MttwmiMxi, Whi
to do depósito da moeda pode ser seguido pola lata de refrigerante. Mas, com relação à 
moeda, a máquina ó uma operação estabelecedora, porque ela torna a moeda mais 
importante, ou seja a máquina de venda torna a moeda uma conseqüência reforçadora 
significativa para o comportamento de procurá-la na carteira. Michael enfatiza essa 
distinção dizendo que as variáveis discriminativas estão relacionadas à disponibilidade 
diferencial de uma forma efetiva de reforçamento dado um tipo particular de 
comportamento, e as variáveis motivacionais estão relacionadas à efetividade do evento 
reforçador.
A contribuição de Michael em estabelecer a relação entre as atividades empíricas 
e aplicadas tem sido demonstrada em seus papéis de professor, orientador e pesquisador, 
haja vista que a Western Michigan University deu-lhe o reconhecimento com três prêmios 
por distinção ao ensino. Em seu Concepts and Principles of Behavior Analysis, publicada 
pela Society for the Advancement of Behavior Analysis (SABA), 1993, há uma seção 
dedicada a perspectiva comportamental do ensino universitário que reflete a sua própria 
prática e experiência como professor, atestada por vários de seus alunos.
A seguir, apresento as publicações de Michael para auxiliar o leitor no 
aprofundamento das questões estudas por ele estudadas. As referências assinaladas 
com asteriscos foram, na perspectiva de Michael, mencionadas como as que exerceram 
ou continuam exercendo influência sobre a área da Análise do Comportamento. Segundo 
Michael, o artigo em co-autoria com Teodoro Ayllon, publicado em 1959, o último desta 
lista de publicações, muito provavelmente foi o de maior impacto para a área.
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Michael, J. (1995) What every student of behavior analysis ought to know. The Behavior Analyst, 
18, 273-284.
Edited book: The reprinted edition of Principles of Psychology by F. S. Koller and W. N. Schoenfeld. 
The B. F. Skinner Foundation is reprinting out-of-print books by Skinner and other out-of-print 
books that are important in behavior analysis. The first two reprintings were The Behavior of 
Organisms and Verbal Behavior For each reprinting one of the members of the foundation 
board takes responsibilityfor obtaining and editing two new forwards, and doing any other 
editing and managing with respect to interactions with the printers. I was responsible for the 
reprinting of the Kellor and Schoenfeld text, the third book in our series.
Michael, J., & Shafer, E. (1995). State notation for teaching about behavioral procedures. The 
Behavior Analyst, 18, 123-140
Michael, J. (1993). A brief overview of the history of Western Michigan University’s behavioral 
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Wraikat, R., Sundberg, C. T., & Michael, J. (1991). Topography-based and selection-based ver­
bal bohavior: A further comparison The Analysis of Verbal Behavior, 9, 1-17.
Michaol considera muito importante suas aulas, conferências e palestras, acreditando que 
suas preleções tenham muito mais impacto do que seus trabalhos publicados. Como amos­
tra dessas contribuições, apresento suas apresentações em público entre 1999 e 2001
Palestras e Conferências proferidas entre 1999 e 2001
Michael, J. (2001, October 4). Motivation from a Behavioral Perspective: What does it moan to want 
something? Keynoto Address, 10th Annual Conference on Research and Applications related to 
Developmental Disabilities, Sponsored by St. Amant Centre, Winnipeg, Manitoba, Canada.
Michael, J. (2001, Soptember 21). The Benefits o f Skinner's Analysis of Verbal Behavior for 
Children With Autism Invited Presentation at the annual conference of the Florida Association 
for Behavior Analysis, Sarasota, FL.
Michael, J. (2001, September 20) An Introduction to Skinner's Elementary Verbal Relations. 
Invited address presonted at the annual conference of the Florida Association for Behavior 
Analysis, Sarasota, FL.
Michael, J. (2001, August 10). Advanced topics in behavior analysis. 6 hour presentation at the National 
Autism Conference and Pennsylvania Autism Institute, State College, PA.
Michael, J. (2001, May 27). Avoidance in Terms of Stimulus Transition, Response-produced Stimulus 
changes, and Motivative Variables Part of a symposium titled The Avoidance Controversy, at the 
annual conference of the Association for Behavior Analysis, New Orleans, LA.
Michael, J. (2001, May 27). The Elementary Verbal Operants. An invited tutorial at the annual conference 
of the Association for Behavior Analysis, New Orleans, LA.
Michael, J. (2001, May 26). An Introduction to the Association for Behavior Analysis. This was a one- 
hour welcome presentation, a part of tho 25th annual conference of the Association for Behavior 
Analysis in Now Orleans, LA. This is the newcomer’s program, started by Scott Wood, and mo and 
given every year at the beginning of the conference.
Michael, J. (2001, March 9). Why bohavior does notoccur as we would like: "Cognitive Sins of Momory" 
from a bohavioral perspective Invited addross at tho annual conference of the Behavior Analysis 
Association of Michigan, Ypsilanti, Michigan.
Michael, J. (2001, February 5). Strokes of genius: Conceptual and practical breakthroughs in bohavior 
analysis. Invited address presented at the annual conference of tho California Association for Bohavior 
Analysis, San Francisco, California.
Michael, J. (2000, September 22). Forgetting and remomboring from a behavioral perspective. 
Invitod addross presented at tho annual conference of tho Florida Association for Bohavior 
Analysis, Daytona, Florida.
Michaol, J. (2000, September 21 ). Strokos of genius: Conceptual and practical broakthroughs in bohavior 
analysis. Keynote address presented at the annual conforenco of tho Florida Association for Behavior 
Analysis, Daytona, Florida.
Michael, J (2000, May 29). Teaching B. F. Skinner's writings. Panel discussion at tho annual conference 
of tho Association for Behavior Analysis, Chicago, Illinois.
Michael, J. (2000, May 27). An Introduction to the Association for Behavior Analysis. This was a one- 
hour welcome presentation, a part of the 25th annual conference of tho Association for Bohavior 
Analysis in Chicago. This is the newcomer’s program, started by Scott Wood, and mo and given every 
year at the beginning of tho conference.
Michael, J. (2000, March 9). Why behavior doos not occur as we would like: 'Cognitive Sins of Memory" 
from a behavioral perspective. Invited address at the annual conference of the Bohavior Analysis 
Association of Michigan, Ypsilanti, Michigan.
Michael, J. (2000, Fobruary 5). Strokes of genius: Conceptual and practical breakthroughs in behavior 
analysis Invitod address presented at tho annual conference of tho California Association for Bohavior 
Analysis, San Francisco, California
Michael, J. (1999, October 29). Strokes of Genius: Conceptual and Practical Breakthroughs in Bohavior 
Analysis. Invited addross at tho annual conference of tho Bohavior Analysis Socioty of Illinois (BASIL).
Michael, J. (1999, September 23). Skinner's Analysis of Private Events-The Basis of Radical 
Bohaviorism Bonus Mastor Lecture presented at tho annual conference of the Florida Association for 
Behavior Analysis, Tampa, FL.
Michael, J. (1999, September 23). Sklnnor's Interpretation o f Language Complexities: Beyond 
the Mand and tho Tact. Invitod Mastor Lecture presented at tho annual conferonco of tho Florida 
Association for Behavior Analysis, Tampa, FL.
Michaol, J. (1999, May 29). Reflections on Twenty-Five Yoars of ABA: Past, Present, and Future. Part 
of a panel discussion at the annual conference of The Association for Behavior Analysis in Chicago.
Michael, J., Hixson, M., & Shafor, E. (1999, May 27). Language Research in Autism: Implications 
for Our Understanding o f Verbal Behavior Fifty minutes invitod address at the annual conference 
of Tho Association for Behavior Analysis in Chicago.
Michael, J. (1999, May 27). Scott Wood and I did a ono-hour welcome presentation, An Introduction 
to the Association for Behavior Analysis This was a part of the 25th annual conference of the 
Association for Bohavior Analysis in Chicago. This is the newcomer’s program, started by Scott 
Wood, and given overy year at the beginning of the conference.
Michael, J. (1999, March 18) Distinguishing Between Discriminative and Learned Motivativo 
Functions of Stimuli. Fifty minutes invited address presented at the annual conference of The 
Behavior Analysis Association of Michigan (BAAM).
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Sobrr C'omportumcnto e Cofjmv'Jo 33
= - Capítulo 3
Contribuições de Israel Qoldiamond para o 
desenvolvimento da Análise do 
Comportamento1
Lincoln dd Silva C/imencs 
UnH 
T.V.Joe Layng 
/ Icddsproul, Inc. 
Pdu! 1. Andronis 
Northern Michigdn L/n/vcrsily
Israel Goldiamond nasceu na Ucrânia em 1 de novembro de 1919 e faleceu em 
Chicago em 19 de novembro de 1995, aos 76 anos, deixando esposa, a socióloga Betty 
Johnson Goldiamond, alóm de duas filhas e um filho. Veterano da Segunda Guerra 
Mundial, começou seus estudos tardiamente, tendo obtido seu título de doutor em 1955, 
pela University of Chicago, na área de percepção.
Figura 1. Israel Goldiamond com a esposa, Betty Goldiamond, em 
sua residência em Chicago, em maio de 1993 (foto de L. Gimenes).
* l-A to IrHtMiltX) è d t td le a d o á m u tr tó d u d o A fta n ia r la C o u ü n tK ) M lbefcí) A n a in u rta fc * a prttTKtira a h iru i l>ra«étattti o r io n tu d a p o r Itw ael G o H tn m o n fl , » a U n lviiraD y 
o f C h i c a g o , Iw id o u o n d u id o m u d o u k M u d o e»n 1 9 / 9
Seu primeiro posto de professor foi na Southern Illinois University, onde começou 
sua carreira de analista do comportamento, a partir de uma associação com Nathan Azrin e 
outros analistas do comportamento que lá trabalhavam. Suas outras afiliações foram na 
Ari/ona State University, na Johns Hopkins University, no Institute for Behavioral Research, 
onde atuou como diretor e, a partir de 1968, na University of Chicago onde permaneceu até 
sua aposentadoria, em 1994. Nessa sua trajetória, teve oportunidade de trabalharcom ou­
tras figuras expoentes da Análise do Comportamento, como Fred Keller, Joe Brady, Arthur 
Bachrach, Jack Michael, S. Pliskoff, Murray Sidman, entre outros. Essas associações fo­
ram fortuitamente reproduzidas no primeiro conselho editorial do Journal of Applied Behavior 
Analysis, que pelo menos por sua importância histórica - talvez a mais brilhante constela­
ção de analistas do comportamento - merece uma apreciação especial.
Quadro 1. Primeiro Conselho Editorial do Journal of Applied Behavior Analysis (1968: Vol. 1, No. 1)
Montrose M Wolf, University of Kansas, Editor
Donald M. Baer, University of Kansas, Editor Associado
Victor G. Laties, Univorsity of Rochoster, Editor Exocutivo
Teodoro Ayllon, University of Pennsylvania
Nathan H. Azrin, Anna State Hospital
Albert Bandura, Stanford University
Wesley C. Becker, University of Illinois, Urbana
Jay S. Birnbrauer, University of North Carolina
Charles B. Ferster, Georgetown University
Israel Goldiamond, University of Chicago
James G. Holland, Univorsity of Pittsburgh
Fred S. Keller, Western Michigan University
Peter J. Lang, University of Wisconsin
Ogden R. Lindsley, University of Kansas
O. Ivar Lovaas, University of California at Los Angeles
Jack L. Michael, Western Michigan University
Gerald R Pattorson, University of Oregon
Todd R Risley, University of Kansas
James A Sherman, Univorsity of Kansas
Murray Sidman, Massachusetts General Hospital and Harvard Medical School
Gerald M. Siegel, University of Minnosota
B. F. Skinner, Harvard University
Joseph E. Spradlin, Parsons Research Center
Arthur W. Staats, University of Hawaii
Em 1970, Goldiamond sofreu um acidente automobilístico que o deixou paraplégico 
e preso a uma cadeira de rodas. Isso, entretanto, não o removeu de suas atividades de 
ensino, de pesquisa e de terapeuta; pelo contrário, passou a ser um contribuidor também 
na área de necessidades especiais e um advogado ferrenho do deficiente físico.
Em 1974, Goldiamond foi o primeiro presidente da Midwestern Association for Behavior 
Analysis (MABA), que foi a precursora da Association for Behavior Analysis (ABA).
A bibliografia de Goldiamond reflete as diferentes áreas pelas quais ele incursionou, 
tendo orientado dezenas de alunos de pós-graduação advindos de diferentes áreas do 
conhecimento. As teses por ele orientadas foram tanto teóricas quanto em pesquisa básica 
animal e humana, e pesquisa aplicada. O seu programa de treinamento considerava a 
importância de expor seus alunos a essas três vertentes da análise do comportamento.
Pessoalmente, Izzy (após a utilização desse nome durante 20 anos de convivên­
cia, ó muito dificil nos referirmos a ele como Goldiamond. O faremos apenas em respeito 
a formalidade deste trabalho) era uma pessoa de personalidade bastante forte, algumas 
vezes até mesmo turrão, e um defensor incondicional do behaviorismo radical. Mas com 
uma visão periférica privilegiada capaz de assimilar aquilo que de proveitoso as outras 
disciplinas podiam contribuir para o desenvolvimento da área. Mesmo um guerreiro 
imperdoável nas batalhas com os críticos da Análise do Comportamento, sabia também 
ser generoso nas oportunidades que oferecia aqueles que tiveram a chance de conviver 
academicamente com ele. Harzen (1995) foi bastante feliz em seu curto obituário ao 
salientar algumas das características de Goldiamond.
Elo era um homem de cultura, e era um professor que, ao invés de 
treinar seus estudantes, os educava. Por meio deles, a sua influôncia se esten­
de à muitas partes do mundo. Eu não o conhecia muito bem, mas acredito que 
sua vida pessoal ó merecedora de uma biografia que seria uma fonte de 
encorajamento para muitos: espero que um de seus estudantes a escreva um 
dia. Todos nós, behavioristas ou não, que temos dovotado muito de nossas 
vidas buscando entender as ações humanas, perdemos um expoente entre nós.
Peter Harzen
Para fins do presente capítulo, as contribuições de Goldiamond serão consideradas 
em três apreciações de diferentes trabalhos marcantes que ainda hoje são essencialmente 
contemporâneos.
A Matriz segundo Goldiamond: uma nova visão de mundo
Em um filme de sucesso recente (Matrix), o personagem principal, Neo, é con­
frontado com um desafio que ninguém antes dele conseguiu superar. É, neste momento, 
que o treinamento de Neo e sua nova visão de mundo se fundem e, pela primeira vez, ele 
realmente “vê" a Matriz naquilo que ela realmente é, no lugar daquilo que ele uma vez 
pensou que ela fosse. Ele perscruta na Matriz, vendo as variáveis representando as rela­
ções funcionais que explicam como as pessoas que residem na Matriz a vêem e sentem. 
Aqueles que têm tido sorte o suficiente para mergulhar nos três trabalhos clássicos de 
Israel Goldiamond, Perception (1962), Response Bias and Perceptual Communication 
(1964a), e Perception Language and Conceptualization Rules (1966), têm freqüentemente 
experimentado algo similar à epifania de Neo. Simplesmente ler os trabalhos, ou ser 
informado sobre eles, pouco provavelmente produzirá tal compreensão do tipo Neo. 
Devemos, como Neo teve que aprender, vivenciá-los.
Relendo os trabalhos para preparar este capítulo, ficamos surpresos de como 
esses trabalhos modelaram nossas vidas e nossa visão de mundo. Foi um retorno a 
nossas raízes, à análise procedimental que a princípio pode parecer demasiadamente 
precisa e lógica, mas de fato fornece uma riqueza e apreciação pelas variáveis
responsáveis pela maneira como vemos o mundo, e mais - como nós explicamos o que 
nós vemos. Goldiamond foi um apaixonado pelo estudo de percepção. Ele amava sua 
precisão e as questões levantadas. Ele foi talvez o primeiro a entender que os 
procedimentos e muitos experimentos em percepção podiam esclarecer perguntas criadas 
por analistas do comportamento, e que a análise do comportamento podia esclarecer 
muitas das excelentes perguntas geradas por investigadores de percepção. Isso foi muito 
além do uso de métodos experimentais operantes para obter dados perceptivos de sujei­
tos não-verbais como pombos, ou empregar procedimentos perceptuais ou da Teoria de 
Detecção de Sinais (ver Green & Swets, 1973) para elucidar perguntas comportamentais. 
Ao invés disso, forneceu um quadro de referência sistemático baseado no trabalho de 
ambas as áreas para prover uma compreensão da complexidade do responder discriminativo 
e o que nós dizemos sobre isto. Goldiamond fornece uma explicação de controle de 
contingência ponto a ponto, que de uma vez abarca o conceito de significado e ao mesmo 
tempo o desconstrói na matriz contingencial.
Goldiamond descreve as variáveis críticas que se devem considerar quando tentan­
do entender comportamento discriminativo complexo. Entre essas estão os conceitos de 
classe de estímulos, incluindo relações de estlmulo-estímulo, relações de resposta-respos- 
ta, controle discriminativo instrucional e abstracional e a restrição e expansão de classes 
alternativas de estímulo-resposta, controle de estímulos dimensional pelo qual as respostas 
podem ser restringidas, freqüência de resposta ou viés, variáveis de estado - aqueles even­
tos "motivadores” (Goldiamond mais tarde as chamou de variáveis potenciadoras) que vie­
ram a ser descritos como operações estabelecedoras (e mesmo mais recentemente nova­
mente como eventos motivadores) que tomam as relações de contingência efetivas, uma 
variável pouco considerada, mas extremamente importante, o critério de avaliação formal ou 
informal do investigador (ou da natureza) ou "crivo de apuração," e a variável que funde todas 
as outras em uma função comum, conseqüências contingentes. Ele nos inicia em uma 
jornada de descoberta que, embora não descrita explicitamente a não ser em referência á 
Teoria de Detecção de Sinais, eventualmente nos dirige para seu brilhante artigo de 1975, 
Altemative Sets, e seu trabalho posterior estendendo sua aplicação para a

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