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Introdução RELAÇÃO PARASITO X HOSPEDEIROS • Coevolução = processo pelo qual duas ou mais espécies evoluem simultaneamente em resposta às pressões exercidas pela outra. Este processo pode explicar por que algumas espécies são coadaptadas – adaptadas mutualmente. o Exemplo: polinização realizada pelas abelhas – ao buscarem as flores para se alimentarem do pólen, elas levam a reprodução dessas plantas. • Ecologia = estudo das relações dos seres vivos entre si e o meio ambiente. • Nenhum ser vivo é capaz de sobreviver e reproduzir- se independente de outro. o Exceção: bactéria que obtém sua energia através da luz solar. • Essa associação entre os organismos se dá pela busca por alimento e/ou proteção. • Há uma adaptação de cada ser, tendendo ao equilíbrio, cuja estabilidade jamais é alcançada – interdependência dinâmica. • Para que a evolução ocorra o agente ou força que provocou o desequilíbrio ambiental deve agir de maneira constante, progressiva e lenta. • Se o desequilíbrio for brusco, rápido ou muito abrangente, não haverá evolução, e sim, destruição das espécies participantes. • homem x natureza = as atividades predatórias para o meio ambiente, bem como uma estrutura política e econômica voltada para pequenos grupos são os principais responsáveis pela manutenção dos países no subdesenvolvimento, com aumento considerável de várias parasitoses e outras doenças. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS PARASITOSES • Essa distribuição possui vários fatores intervenientes: o Presença de hospedeiros suscetíveis = para que uma doença se mantenha em determinado espaço, tem que ter indivíduos suscetíveis. Quando pensamos na imunização, o indivíduo deixa de ser suscetível a doenças. o Migrações humanas = introduzem determinados agentes em outros espaços. Muitas doenças só se mantêm na população, porque elas as pessoas circulam e consequentemente levam a circulação do agente. o Condições ambientais (temperatura, umidade, altitude) = altas temperaturas aceleram o ciclo dos parasitos, facilitando sua transmissão. Por outro lado, baixas temperaturas podem tornar as estruturas parasitárias muito mais viáveis no meio ambiente. o Potencial vetorial elevado = o vetor (normalmente é um inseto) tem que ter a capacidade de levar o agente de um hospedeiro para outro. o Densidade populacional (vetores e hospedeiros) = para que uma doença se mantenha, é necessário número de pessoas ou vetores elevados. o Hábitos da população = dependendo do comportamento do indivíduo pode limitar a transmissão e a manutenção da doença ou pode facilitá-la. o Deficiência de princípios de higiênicos. o Baixas condições de vida. o Ignorância = desconhecimento ou ignorar os fatores ligados as doenças. CONCEITOS EM ECOLOGIA PARASITÁRIA • Biótopo = é o local onde as condições para a sobrevivência de uma ou várias espécies são uniformes e mantêm-se constante em diferentes áreas ou regiões. o Exemplo: floresta amazônica. • Ecótopo = é o abrigo físico do animal. o Exemplo: no serrado, cascas de arvores é criado um microclima com determinada temperatura e umidade que facilita a instalação de alguns animais. • Biocenose = é a associação de vários organismos habitando o mesmo biótopo. o Exemplo: na floresta amazônica vetores, hospedeiros, e outros animais compõem a biocenose desse espaço. TIPOS DE ASSOCIAÇÕES • Harmônicas ou positivas = quando há benefício mutuo ou ausência de prejuízo mútuo. o Comensalismo, mutualismo e simbiose. • Desarmônicas ou negativas = quando há prejuízo para algum indivíduo (parasita-hospedeiro). o Competição, canibalismo, predatismo e parasitismo. COMENSALISMO • É uma relação harmônica entre duas espécies, na qual uma obtém vantagens (o hóspede) sem prejuízos para o outro (hospedeiro). o Exemplo: Entamoeba coli vivendo no intestino grosso humano. • Essas vantagens podem ser proteção (habitação), transporte (meio de locomoção) e nutrição (o hóspede se aproveita dos restos alimentares). • Forésia = é quando na associação de uma espécie fornece suporte, abrigo ou transporte a outra espécie. o Exemplo: tubarão – ele pode ter aderido ao seu corpo rêmoras que são transportadas por ele. • Inquilinismo = uma espécie vive no interior de outra, sem se nutrir as custas dela, mas utilizando o abrigo e parte do alimento que a outra capturou. o Exemplo: peixes que vivem abrigados em populações de pepinos do mar. • Sinfilismo ou protocooperação = benefício mútuo, mas sem a obrigatoriedade, isto é, associação não é necessária para a sobrevivência de ambas. o Exemplo: formigas que se associam a populações de pulgões alimentando-se dos restos deixados por eles e ao mesmo tempo os protegem da predação de outros animais. SIMBIOSE/MUTUALISMO OBRIGATÓRIO • É uma associação entre seres vivos, na qual uma troca de vantagens a nível tal que esses seres são incapazes de viver isoladamente. • Nesse tipo de associação as espécies realizam funções complementares, indispensável a vida de cada uma. • De modo geral, são conhecidos como simbiontes, os indivíduos que vivem em simbiose. o Exemplo: protozoários que vivem no trato digestório de cupins que são importantes para fazer a digestão do alimento por eles ingeridos. COMPETIÇÃO • É uma associação desarmônica na qual exemplares da mesma espécie (competição intraespecífica) ou de espécies diferentes (competição interespecífica) lutam pelo mesmo abrigo ou alimento e, em geral, as menos preparadas perdem. • A competição é um importante fator de regulação do nível ou número populacional de certas espécies. o Exemplo: quando bovinos estão se alimentando em um pasto, eles estão competindo por aquele alimento (intraespecífica). Ou quando uma leoa e uma hiena disputam uma carcaça (interespecífica). CANIBALISMO • É o ato de um animal se alimentar de outro da mesma espécie ou da mesma família. Esse relacionamento é do tipo desarmônico e que quase sempre ocorre devido a superpopulação e deficiência alimentar no criadouro, e as formas mais ativas ou mais fortes, devoram as menores ou mais fracas. o Exemplo: um jacaré se alimentando de outro jacaré. PREDATISMO • É quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie. Isto é, a sobrevivência de uma espécie depende da morte da outra (cadeia alimentar). o Exemplo: leão se alimentando de uma zebra; ou coruja se alimentando de um rato. PARASITISMO • É a associação entre seres vivos, no qual existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este. o Exemplo: larvas de mosca ou a presença de carrapatos. • O parasitismo ocorreu quando na evolução de associações entre organismos, um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção de alimento – adaptação tornando o invasor dependente do outro ser vivo. • Parasitismo = é toda relação ecológica, desenvolvida entre indivíduo de espécies diferentes, em que se observa, além de associação intima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variável. • É uma associação desarmônica, porém levando ao equilíbrio entre o parasito e o hospedeiro – faz a manutenção de parasitismo. • Estar parasitado não é estar doente. • O desequilíbrio na relação parasito-hospedeiro pode ocasionar no desenvolvimento de doença. o Fatores inerentes ao parasito = carga parasitaria, tamanho, localização, virulência. o Fatores inerentes ao hospedeiro = fatores biológicos, genéticos, nutricionais e imunológicos. o Fatores ambientais = temperatura, umidade, pressões sociais, insalubridades. • Dessa forma, em uma população podemos ter indivíduos doentes, portadores assintomáticos e não parasitados. AÇÃO PATOGÊNICA DOS PARASITOS • Ação espoliativa = absorve nutrientes ou sangue. • Ação tóxica = enzimas ou produtos do metabolismo. • Ação mecânica = a presença do parasito gera uma compressão, impedindo o fluxode alimentos, bile e etc. • Ação traumática = quando há perfuração do organismo, muitas vezes pela migração dos parasitos. • Ação irritativa = contato. • Ação enzimática = penetração das cercarias – elas usam enzimas para digerir o tecido e entrar nele. • Anoxia = consumo de oxigênio. CONCEITOS • Grau de parasitismo o Obrigatório = quando uma ou todas as etapas do desenvolvimento de vida de um parasito, depende do hospedeiro. ▪ Exemplo: Pediculus capilis (piolho da cabeça) e Tunga penetrans (bicho de pé). o Facultativo = quando o parasito não depende de um hospedeiro para sobreviver, podendo optar por colonizar algum organismo ou permanecer como indivíduo de vida livre. ▪ Exemplo: amebas de vida livre. o Acidental = quando o hospedeiro é ativo em adquirir o parasito. ▪ Exemplo: pseudomiíases (larvas de moscas instaladas no intestino). • Tipos de hospedeiros o Definitivo e Intermediário = quando o ciclo do parasito envolve dois hospedeiros – o definitivo é aquele que vai manter a forma adulta do parasito por reprodução sexuada, o outro passa a ser o hospedeiro intermediário. ▪ Exemplo de definitivo: Anofelinos para a malária. ▪ Exemplo de intermediário: homem para a malária. o Acidental = quando o parasito busca um hospedeiro errado ou um hospedeiro que não é próprio para o seu desenvolvimento, não completando o seu ciclo. ▪ Exemplo: larvas migrans. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO CICLO • Ciclo monoxênico ou direto = é aquele que envolve um único hospedeiro, ou seja, o parasito completa seu ciclo de vida em um único hospedeiro. o Exemplo de protozoário = Entamoeba histolytica. o Exemplo de helminto = Ascaris lumbricoides. o Exemplo de inseto = Pediculus humanus. • Ciclo heteroxênico ou indireto = é aquele que necessita da passagem do parasito em diferentes hospedeiros, no caso, dois hospedeiros. o Exemplo de protozoário = Trypanosoma cruzi – o hospedeiro vertebrado é o homem e o invertebrado é o triatomíneo. o Exemplo de helminto = Taenia solium – o hospedeiro definitivo é o homem e o intermediário é o porco. EVOLUÇÃO E PARASITISMO • Leigh Van Valen (1973) propôs a teoria da rainha vermelha para explicar situações na natureza nas quais duas espécies em competição evoluem de maneira que a competição se mantém estável, ou seja, coevoluem. • Para um sistema evolutivo, é preciso haver um desenvolvimento continuo para manter a aptidão relativamente aos sistemas com a qual estão a coevoluir. • Os parasitos possuem vantagem nessa relação parasita-hospedeiro, pois apresentam maior tamanho populacional, tempo de geração mais curtos e elevadas taxas de mutação. • Porém, o equilíbrio poderia ser mantido se os hospedeiros adotassem a reprodução suxada. • A recombinação genética aumenta a taxa de evolução pela criação de novas combinações genicas, tornando cada hospedeiro um ambiente singular para o parasita e dificultando a sua adaptação. • Pavão macho (Pavos cristatus) = exemplo máximo da seleção sexual, proposta por Charles Darwin em 1871 como estratégia evolucionaria de competição entre os machos pelas fêmeas disponíveis para acasalamento. • William D. Hamilton e M. Zuk (1982) mostraram que entre as aves havia uma correlação negativa significativa entre a infestação por parasitas (nematódeos e protozoários) e a exuberância da plumagem e do canto dos machos – quando a fêmea busca pelo macho mais exuberante, na verdade ela está em busca do macho mais saudável. • Os animais, individualmente, nascem, crescem, reproduzem-se, envelhecem e morrem, porem a espécie, normalmente se adapta, evolui e permanece como populações ou grupos. • Os seres humanos e seus parasitas estão há milênios aprisionados no processo coevolucionário antagonístico constante da rainha vermelha. • A evolução cultural é muito mais rápida e eficiente que a biológica, pois não depende de transmissão genética vertical. Em vez disso, ela recorre ao uso da linguagem e do aprendizado permitindo a evolução da ciência e da medicina.
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