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Resumo parasitas

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5. Adaptações á vida parasitária
Ao observamos os seres vivos vemos que o seu inter-relacionamento é fundamental para a manutenção da "vida". Podemos, mesmo, afirmar que nenhum ser vivo é capaz de sobreviver e reproduzir-se independentemente de outro. Entretanto, esse relacionamento varia muito entre os diversos reinos, filos, ordens, gêneros e espécies. Dessa forma, meio ambiente e seres vivos estão em permanente e contínuo processo de adaptação mútua, isto é, estão "evoluindo" sempre. Entretanto, para que essa evolução ocorra, o agente ou força que provoca o desequilíbrio ambiental atue de maneira constante, progressiva e lenta. 
O parasitismo, seguramente ocorreu quando na evolução de uma das associações, que varia desde a colaboração mútua (simbiose) até o predatismo e canibalismo, um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção ou obtenção de alimento. Como conseqüência dessa associação e com o decorrer de milhares de anos houve uma evolução para o melhor relacionamento com o hospedeiro. Essa evolução, feita a custa de adaptações, tornou o invasor (parasito) mais e mais dependente do outro ser vivo. Essas adaptações foram de tal forma acentuadas que podemos afirmar que "a adaptação é a marca do parasitismo". As adaptações são principalmente morfológicas, fisiológicas e biológicas e, muitas vezes, com modificações de tal forma que não nos é possível reconhecer os ancestrais dos parasitos atuais.
As principais modificações ou adaptações incluem as degenerações, hipertrofia, capacidade reprodutiva, tipos diversos de reprodução, capacidade de resistência à agressão do hospedeiro e tropismos. As degenerações são representadas por perdas ou atrofia de orgãos. Em muitos parasitas o sistema nervoso, os órgãos dos sentidos e o sistema de locomoção estão atrofiados, o que é uma adaptação encontrada em muitos animais que permanecem em contato com a fonte de alimento (no caso, o hospedeiro). Ao contrário, órgãos de fixação, como ventosas e ganchos, e, algumas vezes, órgãos para a penetração no hospedeiro costumam estar bem desenvolvidos. Nos casos em que o parasita absorve alimento pela superfície de seu corpo, o tubo digestório é reduzido ou até ausente, como na tênia. Em outros, a pele é coberta por uma cutícula protetora grossa e, em outros ainda, o tubo digestório está presente. Como exemplo é possível citar as pulgas, os percevejos, algumas moscas parasitas de carneiro (Mellophogus ovinus) que perderam as asas; os Cestoda que não apresentam tudo digestivo etc. 
A degeneração em helmintos envolve particularmente os órgãos locomotores, digestivos e sensoriais. À medida que os parasitas vivem sobre o alimento digerido ou semi-digerido do hospedeiro, seus órgãos de locomoção e alimentação se tornaram simplificados.  A redução total dos órgãos locomotores é observada em adultos, exceto na fase larval livre, quando o mesmo se torna ciliado. Os órgãos sensoriais podem também ser reduzidos ou ausentes em alguns platelmintos endoparasiáticos e nemátodeos. Esta condição pode ser correlacionada com a vida sedentária dos endoparasitas em que vivem, em um ambiente de hospedeiro mais ou menos uniforme.
A hipertrofia é encontrada principalmente nos órgãos de fixação, resistência ou proteção e reprodução. Assim, alguns helmintos possuem órgãos de fixação muito fortes, como lábios, ventosas, acúleos, bolsa copuladora. Já a alta capacidade de reprodução conta com o aumento acentuado de ovários e de útero para armazenar ovos, de testículos. Há ainda o aumento de estruturas alimentares de alguns insetos hematófagos para mais facilmente perfurarem a pele e armazenarem o sangue ingerido. 
A capacidade reprodutiva apresenta adaptações para suplantar as dificuldades de atingir novo hospedeiro e escaparem da predação externa, com isso os parasitos são capazes de produzirem grandes quantidades de ovos, cistos ou outras formas infectantes com o objetivo de perpetuar a espécie. Os tipos diversos de reprodução incluem o hermafroditismo, a partenogênese, a poliembrionia (reprodução de formas jovens), a esquizogonia etc. Tais mecanismos de reprodução permitem uma fecundação mais fácil ou uma reprodução mais segura. O sistema reprodutivo dos parasitas é muito desenvolvido, capaz de produzir um grande número de gametas e óvulos, o que compensa a alta mortalidade quando passam do corpo de um hospedeiro para outro. A partenogénese não possui sua natureza adaptativa para parasitas bem compreendida, porém, algumas características adaptáveis podem ser citadas como​​ o fato de uma única femea poder estabelecer uma nova colónia e a alta taxa de reprodução bruta das fêmeas aumentar a probabilidade de encontrar um novo hospedeiro. 
A capacidade de resistência à agressão do hospedeiro inclui a presença de antiquinase, por exemplo, que é uma enzima que neutraliza a ação dos sucos digestivos sobre numerosos helmintos; capacidade de resistir à ação de anticorpos ou de macrófagos, capacidade de induzir uma imunossupressão, etc. 
Por fim, os tropismos apresenta diversos tipos capazes de facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência de determinada espécie de parasito. Os tropismos mais importante são: geotropismo (abrigar-se na terra), termotropismo, quimiotropismo, etc.
Outros exemplos de modificações morfológicas capazes de auxiliar a vida parasitária envolvem um tegumento modificado para a absorção presente em alguns indivíduos parasitas de Helmintos. Nestes casos, o corpo é em forma de folha e o dorso ventralmente achatado, o que sem dúvida, serve parcialmente ou totalmente como meio de absorção de alimentos. Para a proteção contra o suco digestivo do hospedeiro há o desenvolvimento de uma cápsula cística como proteção contra o suco digestivo, para a proteção contra abrasão alguns indivíduos apresentam um tegumento espinhoso que o protege contra a ação abrasiva dos alimentos e as forjadas que passam através do intestino. Além disso, o pré-requisito essencial para a vida parasitária é a posse de um mecanismo adequado para se conectar fortemente com o corpo do hospedeiro, tais como ventosas, ganchos e espinhos.
 A maioria dos parasitoides de vespas é capaz de reconhecer hospedeiro parasitados por coespeificos ou por si mesmos e rejeitar esses hospedeiros, mas podem muitas vezes colocar um segundo conjunto de ovos (um ato chamado "superparasitismo"). A capacidade de evitar a oviposição em hospedeiros parasitados foi prontamente reconhecido como um traço adaptativo e os ovos colocados em hospedeiros já parasitados seria um desperdício. Este reconhecimento é geralmente baseado em uma substância de marcação colocado dentro e / ou no hospedeiro durante a oviposição. O superparasitismo próprio em parasitóides solitários geralmente significa um desperdício de o tempo e ovo, enquanto que o superparasitismo coespécifico pode ser vantajoso sob uma ampla gama de condições devido à probabilidade de eliminação do competidor.
A especificidade, na relação parasita hospedeiro, depende em primeiro lugar, de condições ecológicas que permitam o encontro entre um e outro: barreiras ecológicas podem impedir um parasito de desenvolver-se em determinado hospedeiro; em segundo lugar, de condicoes fisiológicas que permitam a adaptacao do parasito ao meio constituido pelo organismo do hospedeiro. A capacidadde de invadir e evoluir em um hospedeiro esta na dependencia de uma serie de características de ambos. A estrutura do tegumento, o pH das secrecoes, a composição química, a temperatura, a resposta imunológica, podem dificultar ou impedir o processo de adaptacao.
Os parasitos não se distribuem ao acaso nas várias regiões do globo, para que uma determinada parasitose se instale numa região e se propague, há a necessidade da existência de condições indispensáveis exigidas pela espécie parasita. Essas condições necessárias e fundamentais é que compõem o foco natural da doença, o qual é representado pelo biótopo (local) e pela biocenosa (hospedeiros vertebrados, os vetores etc.). Condicoes como a temperatura, por exemplo, da mesma maneira que afetaa distribuicao das especies de vida livre, também interfere em relação as espécies parasitas. 
É importante ressaltar que "A doença parasitária é um acidente que ocorre em conseqüência de um desequilíbrio entre hospedeiro e o parasito." O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores, dentre os quais salientam: o número de formas infectantes presentes, a virulência da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação de um parasito com outras espécies e o grau da resposta imune ou inflamatória desencadeada. Em verdade, a morte do hospedeiro representa também a morte do parasito, e deve ser evitada. 
Além das adaptações presentes no parasita, à medida que os parasitas prejudicam os seus hospedeiros, o hospedeiro pode se contrapor, reduzindo os danos do parasitismo. As adaptações do hospedeiro a parasitas podem ser observadas em vários níveis, por exemplo através  da maturidade precoce e a reprodução em fêmeas expostas ou infectadas. Outras adaptações mais comuns do hospedeiro incluem o encapsulamento e a morte do parasita. No entanto, pode ocorrer o aumento do crescimento de hospedeiros infectados, o que alguns sugerem ser adaptativo para parasitas, enquanto outros argumentaram que é adaptativo para o anfitrião. 
Embora as alterações induzidas por parasitas nos traços da história da vida do hospedeiro sejam freqüentemente observadas, a maioria delas resulta da conseqüência negativa da exploração de parasitas (por exemplo, redução da fecundidade e sobrevivência) e não são como uma adaptação do hospedeiro. A mudança de história de vida que recebeu mais atenção em vários sistemas é a reprodução precoce de hospedeiros expostos ou infectados com parasitas, como já citado. A maturação precoce também foi encontrada em conexão com dois parasitas de Daphnia, um crustáceo planctonico , onde a maturação precoce ocorre quando o hospedeiro é infectado no início da vida com a bactéria castradora Pasteuria ramosa . Esta mudança no histórico de vida mostrou beneficiar o hospedeiro, aumentando seu sucesso reprodutivo ao longo da vida em relação aos hospedeiros infectados que não mostram essa resposta. Além disso, a maturação e reprodução precoce do hospedeiro prejudicam os parasitas, reduzindo a produção do estágio de transmissão dos hospedeiros porque os recursos investidos na reprodução do hospedeiro não estão disponíveis para o parasita 
A adaptacao vai-se aprofundando, a partir das primeiras experiencias de vida associada, atingindo graus bastante profundos. Os parasitas obviamente evoluíram de ancestrais de vida livre e o parasitismo originou-se de forma independente em vários táxons animais e às vezes surgiu mais de uma vez em determinados taxons. As origens dos parasitas geralmente remontam vários milhões de anos, conforme indicado pela evidência fóssil clássica, complementada ultimamente pela descoberta de espécimes bem preservados fossilizados em âmbar 
No processo de evolucao, atuam as mutações e a selecao natural, onde os mais adaptados tem mais oportunidades de se perpetuarem. A evolucao do parasito esta ligada a modificacoes do hospedeiro, e o ultimo pode evoluir para cepas mais
bem adaptadas para resistir ou tolerar o parasitismo. Ao exito do parasito, interessa a sobrevivencia do hospsdeiro, isso porque a morte do hospedeiro representa a morte do parasito. Os interesses sao comuns e nao antagonicos, em termos de selecao. Tudo indica que essa necessidade faz com que o convivio sofra uma tendencia a se tornar harmonico, evoluindo para a troca e vantagens. 
Admite-se, em geral, que quanto mais antigo o parasitismo é menor a capacidade agressiva do parasito, em relação a seu hospedeiro. Alguns autores defendem a ideia de que a medida que parasito e hospedeiro se adaptam, o ultimo diminui gradualmente sua capacidade de reatividade imunológica, de maneira a se tornar tolerante, aos seus parasitos. Isso se poderia processar de duas maneiras. Primeiro, pela selecao de parasitos com estruturas antigenicas tendendo a se aproximar da do hospede, de maneira a propender para uma inatividade imunologica. Segundo, por evolucao para a obliteracao dos padroes de anticorpos correspondentes aos antigenos do parasito. 
Em alguns casos parasitas parecem ter evoluído estratégias comportamentais neles próprios para contrariar padrões comportamentais que os hospedeiros usam para evitar parasitas. Por exemplo, as pulgas podem saltar com uma velocidade impressionante e são assim menos propensos a ser desalojados pela preparação ou arranhão do host. 
Em outros casos, pode-se apontar para parasitas que causam alterações fisiológicas que alteram o comportamento dos hospedeiros fornecendo vantagem aos parasitas. O vírus da raiva em mamíferos é provavelmente o mais bem conhecido exemplo de um vírus que altera o comportamento animal. O vírus da raiva não pode sobreviver, exceto em organismos vivos, mas é praticamente sempre letal. Nesses casos, para propagar o vírus deve ser transferido para outro animal antes do hospedeiro morrer. Logo, o vírus geralmente entra em uma ferida através de uma mordida por um animal infectado, se multiplica em várias áreas do cérebro do novo hospedeiro, mas particularmente no sistema límbico, que é conhecido por controlar emocionalmente o comportamento, incluindo comportamentos agressivos e de alimentação. Enquanto o vírus está se multiplicando no cérebro, também esta descendo os nervos periféricos, incluindo aqueles que inervam as glândulas salivares e serão transmitidos através das mordidas. 
A variedade de padrões comportamentais envolvidos na evitação dos macroparasitos internos e externos incluem alimentação, comportamento de higienização e cuidados social, sexual, materno e de sono. Os parasitas intestinais caracteristicamente colocam ovos que passam para fora com as fezes e se tornam larvas que são infecciosas para animais que os consomem. Os animais têm padrões comportamentais que parecem reduzir a exposição a estádios infecciosos aos parasitas internos. Isto é especialmente evidente nos padrões de forrageamento de alguns animais como ovelhas, cavalos, gado, os quais tendem a evitar o consumo de forragem adjacente às fezes recentemente queimadas, mesmo embora a grama possa ser bastante exuberante, provavelmente devido ao cheiro de material fecal. 
Provavelmente porque é difícil observar e contar microparasitas tais como vírus e bactérias, estratégias de prevenção dirigidas para os microparasitas não são tão amplamente reconhecidos como aqueles relacionado a macroparasitas. Neste caso o sistema imunológico é particularmente importante no controle de microparasitas. 
Por outro lado, enquanto os animais hospedeiros estão evoluindo o controle eficaz de doenças estratégias, parasitas estão evoluindo com contra-estratégias efetivas. 
Muitos tipos de parasitas são facilmente transmitidos dentro de grupos sociais de hospedeiros, assim eles são mais atraentes para alguns tipos de parasitas. Nesse sentido,  parasitas podem favorecer a expressão do comportamento social no seu hospedeiro sob certas condições, podem também com isso desempenhar papéis na origem e manutenção da eusocialidade. Muitos parasitas são conhecidos por reduzir total ou parcialmente a fecundidade de seus anfitriões, um padrão referido como castração parasitária.  Se o agrupamento não é desfavorecido, os parasitas podem agir como mecanismo de determinação de castas reprodutivas por reduzir a fecundidade do hospedeiro. Indivíduos castrados por via separada qdo juntos se tornam trabalhadores estéreis. Alguns autores sugeriram que os castradores parasitas desviam a energia e nutrientes da reprodução do hospedeiro para seu crescimento.
 	Geralmente os parasitas contam com um ciclo de vida complexo, o que contribui com a probabilidade de se completar, uma vez que pode envolver uma ampla diversidade do hospedeiro intermediário, além disso os ovos podem ser amplamente disseminado de acordo com o tipo de locomoção e habito do hospedeiro definitivo. A presença de um segundo hospedeirointermediário pode auxiliar mais ainda no sucesso do ciclo. Ciclos complexos são comuns em helmintos e protozoários e podem ainda representar estratégias de adaptação para explorar oportunidades passageiras para reduzir a competição intraespecífica.

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