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SISTEMA DE ENSINO AUDITORIA GOVERNAMENTAL Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria Livro Eletrônico 2 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Sumário Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria .............................................. 3 Execução da Auditoria e Obtenção de Evidência ...................................................................... 4 Procedimentos de Auditoria ......................................................................................................... 5 Procedimento de Inspeção ............................................................................................................ 6 Procedimento de Observação ...................................................................................................... 7 Procedimento de Confirmação Externa ou Circularização .................................................. 10 Procedimento de Cálculo ou Recálculo .....................................................................................16 Procedimento de Reexecução .....................................................................................................16 Procedimento de Indagação ........................................................................................................ 17 Técnica de Entrevista ................................................................................................................... 18 Conciliação como Técnica de Auditoria ....................................................................................20 Procedimentos Analíticos ...........................................................................................................20 Outros Procedimentos ................................................................................................................. 22 Testes de Auditoria ....................................................................................................................... 22 Testes de Observância e Testes de Controles ........................................................................ 23 Testes Substantivos ..................................................................................................................... 25 Diferenças entre os Testes de Observância e os Testes Substantivos ............................. 27 Testes para Superavaliação e Testes para Subavaliação ....................................................28 Resumo ............................................................................................................................................ 30 Mapas Mentais .............................................................................................................................. 35 Questões de Concurso ................................................................................................................. 37 Gabarito ........................................................................................................................................... 73 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão EXECUÇÃO, TESTES DE AUDITORIA E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Inicialmente, cabe alertar que as normas de execução dos trabalhos de auditoria são as normas de planejamento da auditoria, de avaliação de riscos e de controles internos e de apli- cação de testes e procedimentos para obtenção de evidências, de documentação de auditoria etc., que estudamos na aula anterior e iremos estudar nesta aula e nas seguintes de nosso curso. Logo, não cabe tratá-las em tópico específico. Esse assunto é automaticamente tratado em quase todas as aulas de nosso curso! As técnicas e procedimentos básicos de auditoria e a obtenção de evidência devem ser estudados com base na norma NBC TA 500(R1) e em livros especializados. Entre outras, uma obra muito utilizada pelo Cebraspe quanto aos procedimentos básicos de auditoria é o livro Auditoria, de Boynton, Johnson e Kell. Fique tranquilo(a), pois vamos tratar dos aspectos mais relevantes e potenciais para a pro- va, com base na norma citada e nos livros. Os procedimentos de auditoria são definidos ainda nas seguintes normas, cujos principais aspectos iremos estudar: • NBC TA 501, que trata da aplicação da observação no acompanhamento do inventário físico do estoque; • NBC TA 505, acerca do procedimento de confirmação externa; e • NBC TA 520, acerca dos procedimentos analíticos. Já dou uma dica preciosa aqui na introdução, que é a seguinte: Todos os procedimentos básicos ou técnicas de auditoria que veremos nesta aula já foram cobrados em prova e podem voltar a ser cobrados na prova do TCU, mas existem dois que são os “queridinhos” da ban- ca. São eles: a confirmação externa ou circularização e a revisão analítica ou procedimento analítico. Quando dos exercícios, você vai se surpreender com a quantidade de questões CESPE so- bre esses dois procedimentos! Por fim, temos outro assunto muito cobrado em prova CESPE que são os testes de audito- ria e a banca elabora questões sobre testes de observância ou de controle e testes substan- tivos com base em livros de auditoria e, eventualmente, com base nas normas NBC TA 500 e NBC TA 330. Esta descreve as abordagens e os testes de auditoria a serem aplicados como resposta ao risco avaliado em etapa preliminar da auditoria. Calma! Pode confiar que a nossa aula esgota esse assunto com base nos principais livros e normas indicadas e ainda vamos solucionar uma quantidade de itens/questões expressiva sobre o tema. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Bom, dadas as dicas iniciais, convido-lhe para realizar a avaliação desta aula em nossa plataforma de ensino. Avalie a nossa aula, é rápido e fácil, deixe sugestões de melhoria. Ficarei extremamente feliz com o feedback e trabalharei para torná-la ainda melhor. Pode ser? Mui- to obrigado. Então, vamos iniciar a aula! ExEcução da auditoria E obtEnção dE Evidência O processo de planejamento da auditoria compreende as decisões tomadas pelo auditor sobre a materialidade e os componentes do risco de auditoria, para a elaboração do plano de trabalho. Ao executar o plano, o auditor aplica procedimentos de auditoria para obtenção de evidên- cia suficiente a apropriada que lhe permita a formação de opinião sobre as demonstrações contábeis ou outro objeto de auditoria, conforme o objetivo do trabalho. O gráfico abaixo demonstra resumidamente o processo de execução da auditoria: DEFINIÇÃO DO PLANO DE AUDITORIA OBTENÇÃO DE EVIDÊNCIA MEDIANTE PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ANÁLISE DA EVIDÊNCIA OBTIDA E DAS DISTORÇÕES IDENTIFICADAS COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS MEDIANTE RELATÓRIO/PARECER E OUTRAS COMUNICAÇÕES Tudo o que se faz em auditoria é para se obter evidências ou provas a respeito das opera- ções, registros e demonstrações auditadas. Em auditoria de demonstrações contábeis, a NBC TA 500 define o que constitui evidência de auditoria e trata da responsabilidade do auditor na definição e execução de procedimentos de auditoria para a obtenção de evidência de auditoria apropriadae suficiente que permita a obtenção de conclusões razoáveis para fundamentar a opinião do auditor. Na aula 10, aprofundaremos o estudo acerca das evidências, sendo que a presente aula focará nos procedimentos e testes aplicados pelo auditor para obtenção de evidência de auditoria. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Nesse sentido, a evidência de auditoria para a obtenção de conclusões para fundamentar a opinião do auditor é conseguida pela execução de: • procedimentos de avaliação de riscos; e • procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem: • testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu; e procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes e procedi- mentos analíticos substantivos. Os procedimentos de auditoria, como, por exemplo, a inspeção, a observação e a confirma- ção, que iremos estudar a seguir, podem ser utilizados como procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos substantivos, dependendo do contexto em que sejam aplicados pelo auditor. ProcEdimEntos dE auditoria Os procedimentos e testes de auditoria são aplicados pelo auditor para buscar evidências de que as afirmações da administração estão em conformidade com os critérios utilizados pelo auditor. De acordo com as normas de auditoria das demonstrações contábeis, os procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria podem incluir a inspeção, observação, confirma- ção, recálculo, reexecução e procedimentos analíticos, muitas vezes em combinação, além da indagação. O quadro abaixo resume cada um dos procedimentos básicos de auditoria, tam- bém denominados de técnicas de auditoria. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Técnica de auditoria Procedimento Inspeção Exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo. Observação Exame de processo ou procedimento executado por outros, por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da enti- dade ou da execução de atividades de controle. Confirmação externa Solicitação de resposta escrita de terceiro (a parte que confirma ao auditor), em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Recálculo Verificação da exatidão matemática de documentos ou registros, podendo ser rea- lizada manual ou eletronicamente. Reexecução Execução independente, pelo auditor, de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. Procedimentos analíticos Avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos incluem também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valo- res previstos. Indagação Busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade. Podem incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas às indagações é parte integral do processo de indagação. A seguir, destaco os principais aspectos e características dos procedimentos de auditoria com base nas normas de auditoria e ainda na literatura especializada. ProcEdimEnto dE insPEção Inspeção envolve o exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo. Exem- plos: análise de faturas de vendas expedidas pela entidade; inspeção e contagem do estoque da entidade. Alguns documentos representam evidência de auditoria direta da existência de um ativo, por exemplo, um documento que constitui um instrumento financeiro, como uma ação ou títu- lo. A inspeção de tais documentos pode não fornecer necessariamente evidência de auditoria sobre propriedade ou valor. Além disso, a inspeção de um contrato executado pode fornecer evidência de auditoria relevante para a aplicação de políticas contábeis da entidade, tais como reconhecimento de receita. A inspeção de ativos tangíveis pode fornecer evidência de auditoria confiável quanto à sua existência, mas não necessariamente quanto aos direitos e obrigações da entidade ou à avaliação O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão dos ativos. A inspeção de itens individuais do estoque pode acompanhar a observação da contagem do estoque. A inspeção ou exame documental é uma das técnicas mais utilizadas em auditoria, sendo muitas vezes, por falta de conhecimento daqueles que executam o trabalho, confundida com a própria auditoria. Na inspeção de documentos, a equipe observará se as transações realizadas estão de- vidamente documentadas, se a documentação que suporta a operação contém indícios de inidoneidade, se a transação e a documentação suporte foram aprovadas por pessoas respon- sáveis e se a operação realizada é adequada em função das atividades da entidade. Consiste na análise da adequação dos documentos comprobatórios dos fatos auditados, devendo o auditor atentar para a autenticidade, normalidade, aprovação e registro. • Autenticidade: constatar se a documentação é fidedigna e merece crédito; • Normalidade: constatar que a transação se refere à operação normal e de acordo com os objetivos da empresa; • Aprovação: verificação de que a operação e os documentos foram aprovados por pes- soa autorizada; e • Registro: comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação é há- bil e houve correspondência contábil, fiscal etc. A inspeção física consiste na constatação “in loco”, que deverá fornecer à equipe a certeza da existência, ou não, do objeto ou item verificado. Esse exame deve possuir as seguintes características: • Existência física: comprovação visual da existência do item; • Autenticidade: discernimento da fidedignidade do item; • Quantidade: apuração adequada da quantidade real física; e • Qualidade: comprovação visual ou laboratorial de que o objeto permanece em perfeitas condições de uso. O exame físico realizado pelo auditor relativamente à existência dos estoques de uma en- tidade tem por objetivo a constatação visual de que estes existem nas quantidades apuradas. O exame físico não existe por si só. Trata-se de um procedimento complementar que permite ao auditor verificar se há correspondência nos registros da entidade auditada. A inspeção de itens individuais do estoque pode acompanhar a observação da contagem do estoque. Também podem ser objeto de inspeção física o dinheiro em caixa, títulos (ações, títulos de aplicações financeiras etc.) e os bens não circulantes(bens móveis e imóveis). ProcEdimEnto dE obsErvação Observação consiste no exame de processo ou procedimento executado por outros, por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da execução de atividades de controle. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou pro- cedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado. É análise dos fatos durante a sua ocorrência. Consiste em olhar como um determinado processo ou procedimento está sendo executado por outros. São objetos de observação as pessoas, os procedimentos e os processos. A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou proce- dimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado. É a técnica de auditoria mais intrínseca, pois envolve o poder de constatação visual do au- ditor. Esta técnica pode revelar erros, problemas ou deficiências através de exames visuais, e é uma técnica dependente da argúcia, conhecimentos, e experiências do Auditor, que colocada em prática possibilitará que sejam identificados quaisquer problemas no item em exame. A observação é aplicada em todos os tipos de auditoria. É, talvez, a mais generalizada de todas as técnicas de auditoria. Ela não se aplica à verificação específica de problemas, da forma que o fazem a circularização ou a conferência de cálculos, sendo, ao contrário, de alguma utilidade em quase todas as fases do exame e não devendo jamais ser omitida ou ne- gligenciada. Requisitos para a Observação Direta em Auditoria Governamental Segundo o manual de técnica de observação direta em auditoria governamental, a ob- servação direta é uma técnica de coleta de dados que utiliza os sentidos para compreender determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. Ajuda a identificar e obter provas a res- peito de situações sobre as quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Nas auditorias, observação direta é um método de coleta de informação contextualizada sobre a forma de funcionamento do objeto auditado e permite realizar essa tarefa de forma sistemática e estruturada, valendo-se de roteiros para registro das observações. A utilização da técnica de observação direta permite que a equipe de auditoria compreenda melhor ou aprofunde conhecimentos sobre processos operacionais e sobre gestores em seus ambientes de trabalho, discuta e teste ideias e, ainda, acrescente ou compare informações. A observação pode revelar equipes com baixo desempenho, formas inadequadas de atendi- mento ao público, rotinas de trabalho ineficientes. Quando a observação de uma situação física é decisiva para alcançar os objetivos da audi- toria, ela deverá ser confirmada por meio da observação de dois ou mais auditores e, se possí- vel, por representantes do órgão auditado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Embora a maior parte das evidências obtidas pelas observações sejam registros da pró- pria equipe de auditoria, outros recursos podem ser empregados para aumentar sua robustez, como filmagens, gravações sonoras, registros de declarações de usuários, por exemplo. Esses registros também podem ser feitos na forma de fotografias, tabelas, mapas, gráficos ou outras representações mediante imagens, para compor as evidências do processo. As fotografias e vídeos aumentam o valor da observação direta, mas não dispensam a descrição detalhada dos resultados verificados. As formas mais utilizadas de observação direta nas auditorias são: • Identificada: o pesquisador observa de maneira espontânea os fatos que ocorrem no ambiente em estudo e procura registrar o máximo de ocorrências que interessa ao seu trabalho, sendo necessário construir um relacionamento de confiança para evitar o míni- mo de alteração no ambiente; • Não identificada: o pesquisador observa de maneira espontânea os fatos que ocorrem no ambiente em estudo e procura registrar o máximo de ocorrências que interessa ao seu trabalho, porém a comunicação e a informação sobre o trabalho em andamento são feitas somente ao término da visita; • Sistemática: o pesquisador elabora plano de observação baseado no conhecimento dos aspectos que são significativos para alcance dos objetivos da observação. Esta forma requer algum conhecimento do problema em estudo para permitir estabelecer as cate- gorias que guiarão a análise da situação; • Assistemática: o pesquisador está mais livre, sem fichas ou listas de registro. Geral- mente, em visitas exploratórias, utiliza-se essa forma de observação para formar juízo de valor e aumentar o entendimento sobre o objeto auditado. As informações obtidas podem ou não ser registradas formalmente. Auditoria de Estoques Os principais objetivos da auditoria de estoques são: assegurar-se de que os estoques existem fisicamente e são de propriedade da empresa auditada; determinar a eventualidade da existência de ônus pesando sobre os estoques e qual a natureza do ônus; determinar se os estoques são apropriados para sua finalidade e se têm condições de realização, isto é, verifi- car se há obsolescências, defeitos, má conservação etc.; examinar os critérios de avaliação e a adequação desses critérios, tendo em vista os princípios fundamentais de contabilidade e a correção dos cálculos. a) Inventário ou Contagem Física dos Estoques Segundo a norma NBC TA 501, se o estoque for relevante para as demonstrações contá- beis (valor expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações), O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão o auditor deve obter evidência de auditoria com relação a existência e as condições do esto- que mediante acompanhamento da contagem física dos estoques, a não ser que seja imprati- cável, para: • avaliar as instruções e os procedimentos da administração para registrar e controlar os resultados da contagem física dos estoques da entidade; • observar a realização dos procedimentos de contagem pela administração; • inspecionar o estoque; e • executar testes de contagem. Após a aplicação dos testes acima, o auditor deve ainda executar procedimentos de audi- toria nos registros finais de estoque da entidade para determinar se refletem com precisão os resultados reais da contagem de estoque. Portanto, a auditoria do estoque compreende a realização do inventáriofísico ou o seu acompanhamento pelo auditor, para observação quanto aos procedimentos adotados e para contagem e inspeção de todos os estoques existentes, bem como a avaliação dos mesmos. Ao auditor cabe observar o desenvolvimento do inventário físico, para poder assegurar-se de que está sendo levado corretamente. Todavia, o auditor deve inteirar-se antecipadamente do programa de realização do inventário, não só para comparecer, mas principalmente, para ve- rificar se o programa é satisfatório e para poder sugerir procedimentos que julgar necessários. E caso o auditor não consiga acompanhar a contagem física dos estoques? Se o acompanhamento da contagem física dos estoques for impraticável, o auditor deve aplicar procedimentos alternativos de auditoria para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação à existência e às condições do estoque. Se isso não for possível, o auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria. Nesse caso, o relatório do auditor poderá conter opinião com ressalva ou negativa de opinião, pela limitação e ausência de evidência. b) Procedimento para Estoques em Poder de Terceiros Se o estoque custodiado e controlado por terceiros for relevante para as demonstrações contábeis, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação à existência e as condições do estoque executando uma ou as duas possibilidades a seguir: • solicitar confirmação do terceiro quanto às quantidades e condições do estoque manti- do por esse terceiro em nome da entidade; • executar inspeção ou outro procedimento de auditoria apropriado nas circunstâncias. ProcEdimEnto dE confirmação ExtErna ou circularização Muita atenção quanto à confirmação externa. São frequentes as questões CESPE sobre esse procedimento! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Uma confirmação externa ou circularização representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Exemplo: o auditor solicita que a administração da entidade audi- tada expeça uma carta a devedores solicitando que confirmem aos auditores o valor que estão devendo em determinada data. A circularização consiste em fazer com que o auditado expeça cartas dirigidas a empresas e a pessoas com as quais mantém relação de negócios, solicitando que confirmem, em carta dirigida diretamente ao auditor (resposta por escrito), qual a situação desses negócios, em data determinada. Esse procedimento só tem validade para comprovação de autoria quando o gerente ou responsável ligado ao assunto a comprovar tem participação no processo, porém, ficam a re- messa e a obtenção das respostas dos pedidos circularizados sob controle do auditor. Os dois tipos de confirmação externa usados pela auditoria são: • Positivo – quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmação formal. A circularização positiva pode ser utilizada de duas formas: − em preto – registra os valores ou quantidades para os quais se quer a confirmação da pessoa consultada ou respondente; e − em branco – não contém a indicação dos valores; • Negativo – quando a resposta somente for necessária em caso de discordância da pes- soa de quem se quer obter a confirmação. Na prática, o auditor solicita que a fonte con- sultada somente responda à carta em caso de discordância dos valores registrados na carta. Quando a fonte não responde, presume-se que está concordando com os valores. Como você deve ter percebido, a circularização negativa será sempre em preto, já que se pede à fonte informação de discordância em relação aos valores registrados na soli- citação por escrito. Em auditorias contábeis essa técnica é utilizada para confirmar, por meio de cartas, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber, obrigações etc., ou seja, para confirmar a existência de ativos ou a omissão de passivos. Esta técnica é indicada nos casos em que é desejável evitar que haja influência ou modi- ficação, por parte do auditado, dos dados ou respostas dos itens objeto do processo da cir- cularização. Solicitação de confirmação positiva é a solicitação de que a parte que confirma responda di- retamente ao auditor indicando se concorda ou discorda das informações na solicitação, ou forneça as informações solicitadas. Recomenda-se utilizar a confirmação positiva para con- firmar informações junto aos advogados da entidade auditada, contas do ativo com poucos itens, mas de valor individual relevante, e contas de passivo. 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Importância da Confirmação Externa Dependendo das circunstâncias da auditoria, a evidência de auditoria na forma de confir- mações externas recebidas diretamente pelo auditor das partes que confirmam pode ser mais confiável que a evidência gerada internamente pela entidade. Procedimentos de Confirmação Externa Os procedimentos de confirmação externa são frequentemente usados para confirmar ou solicitar informações relativas a saldos contábeis e seus elementos. Podem ser usados, também, para confirmar os termos de acordos, contratos ou transa- ções entre a entidade e outras partes, ou para confirmar a ausência de certas condições como um “acordo paralelo” (side letter). Ao usar procedimentos de confirmação externa, o auditor deve manter o controle sobre as so- licitações de confirmação externa, incluindo: • determinação das informações a serem confirmadas ou solicitadas; • seleção da parte que confirma apropriada para confirmação; • definição das solicitações de confirmação, assegurando-se que as solicitações estão devidamente endereçadas e que contenham as informações para retorno das respostas diretamente ao auditor; e • envio das solicitações, incluindo 2º pedido, quando aplicável, para a parte que confirma. Recusa da Administração em Permitir que o Auditor Envie Solicitações de Confirmação A recusa da administração em permitir que o auditor envie solicitações de confirmação constitui uma limitação sobre a evidência de auditoria que o auditor deseja obter. O auditor deve, portanto, indagar sobre as razões para a limitação. Uma razão comum apresentada é a existência de uma disputa legal ou negociação em andamento com a pretensa parte que confirma, cuja solução pode ser afetada por uma solici- tação de confirmação inoportuna. O auditor deve procurar evidência de auditoria sobre a vali- dade e razoabilidade das razões em decorrência do risco de que a administração pode estar tentando negar ao auditor o acesso a evidência de auditoria que pode revelar fraude ou erro. 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Se o auditor concluir que a recusa em permitir o envio de solicitações de confirmação não é razoável, ou não conseguir obter evidência de auditoria relevante e confiável por meio de procedimentos alternativos de auditoria, o auditor deve comunicar aos responsáveis pela go- vernança e, também, determinar as implicações para a auditoria e para a sua opinião (a opinião poderá ser com ressalva ou abstenção de opinião!). Confiabilidade das Respostas às Solicitações de Confirmação Se o auditor identificar fatores que dão origem a dúvidas sobre a confiabilidade da resposta a uma solicitação de confirmação, deve obter evidência adicional de auditoria para resolver essas dúvidas. Mesmo quando a evidência de auditoria é obtida de fontes externas à entidade, pode haver circunstâncias que afetam sua confiabilidade. Todas as respostas envolvem algum risco de interceptação, alteração ou fraude. Esse risco existe independentemente de a resposta ser obtida na forma de papel, em formato eletrônico ou outro meio. Os fatores que podem indicar dúvidas sobre a confiabilidade de resposta incluem o fato da resposta: • ter sido recebida pelo auditor indiretamente; ou • aparentemente não ter sido recebida originalmente da parte que confirmou. As respostas recebidas eletronicamente, por exemplo, por fax ou correio eletrônico, envol- vem riscos relacionados à confiabilidade podendo ser difícil estabelecer a prova de origem e autoridade da parte que confirma e a identificação de alterações. Um processo usado pelo auditor e a parte que confirma, que institua um ambiente seguro para as respostas recebidas eletronicamente, pode reduzir esses riscos. Se o auditor está sa- tisfeito que esse processo é seguro e adequadamente controlado, aumenta a confiabilidade das respectivas respostas. Um processo de confirmação eletrônica pode incorporar diversas técnicas para validação da identidade do remetente de informações no formato eletrônico, por exemplo, por meio do uso de criptografia, assinaturas digitais eletrônicas e procedimentos para verificação de autenticidade de site. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Se a parte que confirma usa um terceiro para coordenar e fornecer respostas a solicitações de confirmação, o auditor pode executar procedimentos para tratar os riscos de que: • a resposta pode não ser da fonte apropriada; • uma parte que confirma pode não ser autorizada a responder; e • a integridade da transmissão pode ter sido comprometida. A NBC TA 500, item 11, requer que o auditor determine se deve modificar ou adicionar procedimentos para resolver dúvidas sobre a confiabilidade de informações a serem usadas como evidência de auditoria. O auditor pode optar por verificar a fonte e o conteúdo da resposta a uma solicitação de confirmação entrando em contato com a parte que confirma. Por exemplo, quando a parte que confirma responde por correio eletrônico, o auditor pode telefonar para verificar se ela, de fato, enviou a resposta. Quando uma resposta foi enviada ao auditor indiretamente (por exemplo, porque a parte que confirma endereçou a resposta incorretamente para a entidade ao invés de encaminhar para o auditor), o auditor pode solicitar a essa parte que envie uma nova resposta por escrito diretamente a ele. Uma resposta verbal a uma solicitação de confirmação, por si só, não se enquadra na de- finição de confirmação externa porque não é uma resposta por escrito direta para o auditor. Entretanto, após obter uma resposta verbal a uma solicitação de confirmação, o auditor pode, dependendo das circunstâncias, solicitar à parte que confirma uma resposta por escrito direta- mente para ele. No caso dessa resposta não ser recebida, o auditor procura outra evidência de auditoria para suportar as informações da resposta verbal. Uma resposta a uma solicitação de confirmação pode conter linguagem restritiva sobre sua utilização. Essas restrições não invalidam necessariamente a confiabilidade da resposta como evidência de auditoria. Se o auditor determinar que uma resposta a uma solicitação de confirmação não é confiável, o auditor deve avaliar as implicações na avaliação dos riscos significativos de distorção rele- vante, incluindo o risco de fraude, e sobre a natureza, época e extensão relacionada a outros procedimentos de auditoria. Resposta Não Recebida Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneira completa, a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicita- ção de confirmação não entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão No caso de resposta não recebida, o auditor deve executar procedimentos alternativos de auditoria para obter evidência de auditoria relevante e confiável. São exemplos de procedimentos alternativos de auditoria que o auditor pode executar: • para saldos de contas a receber, examinar recebimentos subsequentes específicos, do- cumentação de embarque e vendas próximas ao final do período; • para saldos de contas a pagar, examinar pagamentos subsequentes, correspondência de terceiros e outros registros, como notas de entrada (documentos internos que evi- denciem o recebimento de produtos que geraram esses passivos). Se o auditor determinou que uma resposta a uma solicitação de confirmação positiva é ne- cessária para obter evidência de auditoria, procedimentos alternativos de auditoria não forne- cerão a evidência de auditoria que o auditor precisa. Se o auditor não obtiver essa confirmação, o auditor deve determinar as implicações para a auditoria e para a sua opinião de acordo com a NBC TA 705. Exceções Exceção é a resposta que indica uma diferença entre as informações para as quais se so- licitou confirmação ou diferença entre os registros da entidade e as informações fornecidas pela parte que confirma. Atenção em prova, pois exceções não constituem por si só distorções. O auditor deve in- vestigar as exceções para determinar se elas são indicativas ou não de distorção. Algumas exceções não representam distorções. Por exemplo, o auditor pode concluir que diferenças nas respostas a solicitaçãode confirmação são decorrentes de época, mensuração ou erros de transcrição nos procedimentos de confirmação externa. Confirmação Negativa Como visto, solicitação de confirmação negativa é a solicitação de que a parte que con- firma responda diretamente ao auditor somente se discorda das informações fornecidas na solicitação. As confirmações negativas fornecem evidência de auditoria menos persuasiva que as con- firmações positivas. Consequentemente, o auditor não deve usar solicitações de confirmação negativa como o único procedimento substantivo de auditoria, a menos que estejam presen- tes todos os itens a seguir: • o auditor avaliou o risco de distorção relevante como baixo e obteve evidência de audito- ria apropriada e suficiente em relação à efetividade operacional dos controles relevantes para a afirmação; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão • a população de itens sujeitos a procedimentos de confirmação negativa compreende um grande número de saldos contábeis, transações ou condições, homogêneas de pe- quena magnitude; • espera-se uma taxa de exceção muito pequena; e • o auditor não tem conhecimento das circunstâncias ou condições que fariam com que as pessoas que recebem solicitações de confirmação negativa ignorassem essas soli- citações. ProcEdimEnto dE cálculo ou rEcálculo Consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. O recálculo pode ser realizado manual ou eletronicamente. Este procedimento é, por si e ao mesmo tempo, o mais simples e o mais completo. Esta técnica é amplamente utilizada em virtude da quase totalidade das operações de uma enti- dade auditada envolver valores, números etc. Muito embora os valores auditados possam ter sido conferidos pela entidade, é de grande importância que sejam reconferidos. Objetiva a conferência das operações que envolvam cálculos; na aplicação da técnica, a equipe não deve se limitar a conferir os cálculos realizados por terceiros, fazendo-se neces- sária a efetivação de cálculos próprios, que serão comparados, ao final, com aqueles apresen- tados pelo auditado. Em auditorias contábeis, geralmente o cálculo é utilizado como teste substantivo, para cer- tificar a correção dos registros e demonstrações. As transações para as quais o auditor utiliza esse procedimento são: a) cálculos de valores de estoques; b) cálculos de amortização de despesas antecipadas e diferidas; c) cálculos de depreciações dos bens do ativo imobilizado; e d) cálculos dos juros provisionados. ProcEdimEnto dE rEExEcução Embora o edital não exija expressamente o estudo acerca da técnica de reexecução, por prudência vamos estudá-la. A reexecução envolve a execução independente pelo auditor de procedimentos ou contro- les que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade. Gonçalo Longo ensina que o procedimento de reexecução é principalmente aplicado na avaliação do controle interno quando o auditor quer confirmar o funcionamento de um sistema ou quer confirmar que um controle é aplicado pela entidade. Por exemplo, se o auditor fez as indagações necessárias ao pessoal apropriado para entender como funciona um determinado processo, por exemplo, de vendas, de folhas de pagamento, de custeio ou qualquer outro que seja, ele deve efetuar um walkthrough test. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Esse teste compreende a reconstrução de cada um dos procedimentos aplicados pela en- tidade, passando por todas as aprovações, autorizações e outros aspectos estabelecidos pelo controle interno. Em algumas circunstâncias, o teste de reexecução se confunde com o teste de recálculo. Por exemplo, em um processo estimativo do valor justo de um ativo ou passivo ou mesmo de uma provisão, o auditor pode abandonar os critérios e premissas seguidos pela entidade para apuração desse valor, que seriam reexecutados, de acordo com premissas e critérios diferen- tes para apuração de um valor pontual ou intervalo para comparação com o valor apurado pela entidade. ProcEdimEnto dE indagação Indagação consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, finan- ceiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade. A indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria, além de outros procedimen- tos de auditoria, podendo incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas às indagações é parte integral do processo de indagação. Exem- plo: o auditor indaga os advogados da empresa acerca do andamento dos litígios trabalhistas da entidade auditada. Portanto, indagação é a formulação de perguntas e obtenção de respostas satisfatórias. As respostas às indagações podem fornecer ao auditor informações não obtidas anteriormen- te ou evidência de auditoria comprobatória. Alternativamente, as respostas podem fornecer informações significativamente divergen- tes das informações que o auditor obteve, por exemplo, informações referentes à possibilidade de a administração burlar os controles. Em alguns casos, as respostas às indagações forne- cem uma base para que o auditor modifique ou realize procedimentos de auditoria adicionais. Embora a corroboração da evidência obtida por meio da indagação muitas vezes seja de particular importância, no caso de indagações sobre a intenção da administração, a informa- ção disponível para suportar a intenção da administração pode ser limitada. Nesses casos, o entendimento do histórico da administração na realização de intenções por ela formuladas, das razões por ela alegadas para escolher determinado curso de ação, e sua capacidade de seguir um curso de ação específico, podem fornecer informações relevan- tes para corroborar a evidência obtida por meio de indagação. No que diz respeito a alguns assuntos, o auditor pode considerar necessário obter repre- sentações formais da administração (cartas da administração) e, quando apropriado, dos res- ponsáveis pela governança, para confirmar respostas a indagações verbais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão técnica dE EntrEvista A entrevista é um método de coleta de informações que consiste em uma conversação, in- dividual ou em grupo, com pessoas selecionadas cuidadosamente, e cujo grau de pertinência, validade e confiabilidade é analisado na perspectiva dos objetivos da coleta de informações. Em resumo, uma entrevista é uma sessão de perguntas e respostas para obter uma informa- ção específica. As respostas podem ser obtidas através de declarações formais ou informais. Fazer perguntas e obter respostas não é tarefa simples, exige disciplina mental, preparação e habilidade para a interação para garantir seu sucesso. Assim, as entrevistas assumem várias formas para uma multiplicidadede usos. Elas podem ser presenciais ou por telefone, individu- ais ou em grupo. Podem ter o propósito de obter informações sobre determinado assunto ou entender a perspectiva de uma pessoa ou grupo de pessoas. Podem ter duração de 5 minutos, se realizadas por telefone, ou de dias, se identificada a necessidade de várias sessões. Aplicação de Entrevista nas Auditorias Segundo o Manual de Técnica de Entrevista em Auditoria do TCU, a entrevista é utilizada nos trabalhos de auditoria como técnica qualitativa de coleta de dados para obter informação em profundidade sobre o tema da auditoria. A entrevista serve para ampliar o conhecimento sobre o objeto auditado e obter a percep- ção de gestores, especialistas e beneficiários de programas governamentais sobre o aspecto examinado e, ainda, investigar indícios de irregularidades e fraudes. Além disso, é útil para coletar informações preliminares, na fase de diagnóstico do problema, que serão usadas no desenho do projeto de auditoria. Serve ainda como ferramenta para auxiliar na interpretação de dados obtidos por meio do uso de outros métodos de coleta e para explorar possíveis re- comendações. A técnica de entrevista, em razão da sua flexibilidade, permite obter informações direta- mente de gestores, especialistas, beneficiários de programas dentre outros atores, bem como explorar ideias e questões não identificadas na fase inicial dos trabalhos e, ainda, aprofundar pontos levantados por outras técnicas como, por exemplo, a pesquisa documental e a obser- vação. É útil, também, para atingir entrevistados que não poderiam ser consultados por outros meios como, por exemplo, pessoas com pouca instrução formal. Como limitação, as informações coletadas podem ser insuficientes para sustentar os acha- dos ou, podem ser viesadas, caso não sejam tomados cuidados na condução da entrevista e na seleção dos entrevistados. Para reduzir os riscos associados à escolha dos entrevistados, os critérios mais importantes a serem observados, são a representatividade, a credibilidade e a imparcialidade do entrevistado selecionado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão O entrevistador deve evitar deixar-se influenciar por preconceitos; aceitar informações ba- seadas apenas na opinião de grupos específicos; ou concentrar todo o esforço da entrevista em informações já conhecidas ou que respaldem noções pré-assumidas. Ao deparar-se com evidências aparentemente pouco consistentes, se comparadas às conclusões iniciais, o entre- vistador não deve ignorá-las ou deixar de aprofundar a investigação. Em qualquer caso, a equipe deve esforçar-se para obter evidências de múltiplas fontes e de diversas naturezas, porque isso fortalecerá as conclusões da auditoria. Assim, sempre que informações provenientes de entrevistas forem utilizadas para suportar achados de auditoria é recomendável empregar diversas fontes de informação e, quando possível, corroborar com evidências de outra natureza. Tipos de Entrevista As entrevistas podem ser realizadas de forma não estruturada, estruturada e semiestrutu- rada, como indicado: • Não estruturada: o entrevistador segue o ritmo livre do entrevistado, fazendo perguntas ocasionais para ajustar o foco ou esclarecer aspectos não compreendidos, com base no guia elaborado pela equipe com os principais pontos de interesse. Sua utilização é apropriada na fase inicial dos trabalhos, quando a equipe necessita aprofundar o conhe- cimento do tema; • Estruturada: o entrevistador segue roteiro fixo e padronizado de perguntas, também denominado questionário, cuja ordem e redação permanece invariável para todos os entrevistados. Geralmente empregada quando se quer obter informação de um grande número de entrevistados, podendo ser realizada por telefone. A utilização de perguntas fechadas, isto é, com respostas-padrão preelaboradas, facilita o tratamento estatístico das informações coletadas. Essa modalidade de entrevista é utilizada em pesquisas; • Semiestruturada: o entrevistador segue o roteiro elaborado com perguntas fechadas e poucas perguntas abertas. Esse tipo de entrevista procura incorporar as vantagens da entrevista estruturada, deixando espaço para o entrevistado complementar informações ou manifestar livremente sua opinião sobre o tema abordado. As perguntas aparente- mente abertas são as mais adequadas a este tipo de entrevista. O emprego de qualquer técnica envolve o conhecimento prévio de suas vantagens e des- vantagens com o objetivo de maximizar os resultados potenciais do trabalho de auditoria. Vantagens da entrevista: • Maior detalhamento: o contato pessoal com o entrevistado possibilita uma visão de vá- rios aspectos subjetivos sobre o objeto auditado; • Analfabetos participam: permite a participação de um público-alvo mais carente e como menor nível de educação formal, ocasião na qual o uso da técnica de entrevista é mais adequado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Desvantagens da entrevista: • Maior custo: requer treinamento dos entrevistadores, maior planejamento e tempo de auditoria; • Menor abrangência: a técnica de entrevista não é adequada quando desejamos obter informações de diversas localidades, pois isso acarretaria um custo excessivo em des- locamentos; • Inexistência de anonimato: a entrevista não permite o anonimato do entrevistado, pois é necessário o contato direto e formal, assim diversas questões mais delicadas ou polê- micas podem ser mascaradas; • Constrangimentos e defesas: o contato com o entrevistador pode, em algumas ocasi- ões, constranger o entrevistado em função das eventuais diferenças sociais, culturais ou econômicas. conciliação como técnica dE auditoria As conciliações objetivam verificar a compatibilidade entre o saldo das contas sintéticas com aqueles das contas analíticas, ou ainda o confronto dos registros mantidos pela entida- de com elementos recebidos de fontes externas, como no caso de conciliação ou reconcilia- ção bancária. Conciliação consiste na confrontação da mesma informação com dados vindos de bases diferentes, adotando as ações corretivas, quando necessário. A análise, revisão ou prepara- ção de conciliações bancárias estabelecem qual é o saldo correto de caixa na data do balan- ço representam, portanto, fonte importante de evidências sobre a afirmação de mensuração. Também fornecem evidências sobre as afirmações de existência ou ocorrência, abrangência e direitos e obrigações. As conciliações são utilizadas em auditorias contábeis, para verificar a compatibilidade entre o saldo de contas sintéticas com aqueles de contas analíticas, ou ainda o confronto dos registros mantidos pela entidade com elementos recebidos de fontes externas. ProcEdimEntos analíticos Os procedimentos analíticos ou simplesmente a revisão analítica é, de longe, o procedi- mento de auditoria mais explorado em prova CESPE, especialmente quanto a sua definição e o seu propósito! Fique atento! Procedimentos analíticos consistem em: • avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre da- dos financeiros e não financeiros; • os procedimentos analíticos incluem também a investigaçãode flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Quanto à análise das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros, o audi- tor pode, por exemplo, comparar faturamento com metro quadrado de fábrica ou quantidade de empregados na produção ou ainda a relação dos custos com folha de pagamento e número de empregados. Como exemplo do exame necessário de flutuações ou relações identificadas que são in- consistentes com outras informações relevantes ou que diferem significativamente dos valo- res esperados, o auditor pode analisar a evolução do faturamento da empresa de um exercício para o outro e comparar com as metas estabelecidas, com o faturamento médio das empresas do ramo de atividade ou ainda confrontar com a evolução do estoque e outras contas relacio- nadas com a receita de vendas. Os procedimentos analíticos incluem, por exemplo, levar em consideração comparações de informações contábeis e financeiras da entidade: • informações comparáveis de períodos anteriores; • resultados previstos pela entidade, tais como orçamentos ou previsões, ou expectativas do auditor, como uma estimativa de depreciação; • informações de entidades do mesmo setor de atividade, como a comparação entre índi- ces de vendas e contas a receber com as médias do setor ou com outras entidades de porte comparável do mesmo setor. Podem ser usados diversos métodos para executar procedimentos analíticos. Esses méto- dos variam desde a realização de comparações simples até análises complexas usando técni- cas estatísticas avançadas (regressão, por exemplo). Os procedimentos analíticos podem ser aplicados para demonstrações contábeis consolidadas, componentes e elementos individuais de informação. Procedimentos Analíticos que Auxiliam na Formação da Conclusão Geral O auditor deve planejar e executar procedimentos analíticos próximo do final da auditoria que o auxiliam formar uma conclusão geral sobre se as demonstrações contábeis são consis- tentes com o entendimento que o auditor possui da entidade. As conclusões obtidas desses procedimentos analíticos têm a finalidade de corroborar as conclusões formadas durante a auditoria de componentes ou elementos individuais das demonstrações contábeis. Isso ajuda o auditor a formar conclusões razoáveis sobre as quais deve basear a sua opinião. Exame dos Resultados de Procedimentos Analíticos Se os procedimentos analíticos executados identificam flutuações ou relações, que são inconsistentes com outras informações relevantes ou que diferem dos valores esperados de maneira significativa, o auditor deve examinar essas diferenças por meio de: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão • indagação à administração e obtenção de evidência de auditoria apropriada e relevante para as respostas da administração; e • aplicação de outros procedimentos de auditoria conforme necessário nas circunstân- cias. outros ProcEdimEntos Apesar das seguintes técnicas ou procedimentos serem menos cobrados em prova, enten- do que vale à pena ficarmos atentos a eles, pois o Cebraspe pode aprontar na prova e já cobrou antes esses procedimentos. INVESTIGAÇÃO MINUCIOSA: segundo Attie, a investigação minuciosa nada mais é do que o exame em profundidade da matéria auditada, que pode ser um documento, uma análise, uma informação obtida, entre outras. Quando essa técnica é colocada em prática, tem por objetivo certificar que o objetivo auditado, no momento, realmente é fidedigno, devendo o auditor, para tanto, ter os conhecimentos necessários para detectar a existência de quaisquer anomalias. RASTREAMENTO: segundo Boynton e outros, no rastreamento o auditor (1) seleciona do- cumentos criados quando transações são executadas e (2) determina quais informações da- queles documentos encontram-se adequadamente registradas nos livros contábeis. A direção do teste é dos documentos para os registros contábeis, refazendo o fluxo original dos dados no sistema contábil. O procedimento fornece segurança de que dados dos documentos se en- contram incluídos nas contas; por isso, é especialmente útil na detecção de quantias lançadas a menor nos registros contábeis. Assim, constitui um importante procedimento para obtenção de evidências relacionadas com afirmações de integridade ou de subavaliação de contas (sal- do a menor). VOUCHING: segundo Boynton e outros, o vouching envolve (1) seleção de lançamentos nos registros e (2) obtenção e inspeção da documentação com base na qual os lançamentos foram efetuados, para determinação da validade e exatidão das transações contabilizadas. A direção do teste é oposta à do rastreamento. É um procedimento muito utilizado para detec- tar lançamentos a maior nos registros contábeis. Assim, constitui procedimento importante para obtenção de evidências sobre afirmações de existência ou ocorrência. Se não houver a identificação de documentação ou bem que respaldo o lançamento, haverá superavaliação da conta (saldo a maior). tEstEs dE auditoria Vimos que os procedimentos de auditoria são ferramentas técnicas, das quais o auditor se utiliza para a realização de seu trabalho, com vistas à obtenção de diferentes tipos de evidên- cias ou ao tratamento de informações. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Os procedimentos de auditoria (inspeção, observação, confirmação etc.) podem ser classi- ficados de acordo com o seu objetivo ou do contexto em que sejam aplicados pelo auditor em: testes de observância ou testes substantivos. tEstEs dE obsErvância E tEstEs dE controlEs Em auditoria interna, conforme a NBC TI 01, os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela adminis- tração estão em efetivo funcionamento. A definição de teste de observância contida na norma de auditoria interna é mesma da norma de auditoria governamental. Testes de observância visam à obtenção de razoável se- gurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela Administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento. Já as normas de auditoria independente das demonstrações contábeis (NBC TAs) deno- minam de testes de controle os testes direcionados ao funcionamento dos controles internos. Segundo a NBC TA 330, teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações (saldo de conta ou divulgação). Conforme nos ensina Silvio Aparecido Crepaldi, os testes de controle destinam-se a pro- var a credibilidadedos procedimentos de controles da empresa, e não o registro correto das transações. Por exemplo, o auditor pode verificar que o empregado de contas a pagar aprovou cada fatura para codificação de contas; esse teste relativo à aprovação constitui um teste de observância e não se levará em conta se a codificação das faturas é uma realidade concreta. O teste de correção da codificação seria um teste substantivo. Nos termos da NBC TA 330, ao planejar procedimentos adicionais de auditoria a serem realizados, o auditor deve considerar as razões para a avaliação atribuída ao risco de distorção relevante no nível de afirmações para cada classe de transações, saldo de contas e divulga- ções, incluindo: • a probabilidade de distorção relevante devido às características particulares da classe de transações, saldo de contas ou divulgação relevantes (isto é, o risco inerente); e • se a avaliação de risco leva em consideração os controles relevantes (isto é, o risco de controle), exigindo assim que o auditor obtenha evidência de auditoria para determinar se os controles estão operando eficazmente (isto é, o auditor pretende confiar na efe- tividade operacional dos controles para determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos substantivos); e • o auditor deve planejar e realizar testes de controle para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente quanto à efetividade operacional dos controles relevantes se a avaliação de riscos de distorção relevante no nível das afirmações pelo auditor inclui a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão expectativa de que os controles estão operando efetivamente (isto é, o auditor pretende confiar na efetividade operacional dos controles para determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos substantivos). O auditor deve ainda planejar e realizar testes de controle se os procedimentos substan- tivos isoladamente não fornecem evidência de auditoria apropriada e suficiente no nível de afirmações. Ao planejar e executar os testes de controle, o auditor deve obter evidência de auditoria mais persuasiva quanto maior for a sua confiança na efetividade do controle. A decisão quanto à execução ou não de testes de controle e sua extensão dependem do jul- gamento do auditor, especialmente quanto ao risco de distorção relevante (inerente e contro- le) avaliado. Muito cuidado em prova, pois pode parecer incoerente o que vamos ressaltar aqui, de acordo com as normas. Se o auditor avalia o risco inerente e de controle como baixos, ele pode esta- belecer uma estratégia de depositar confiança máxima nos controles e, dessa forma, ele de- verá aplicar teste de controle e com maior extensão, para obter segurança razoável de que ele pode confiar nos controles internos e, assim, limitar os procedimentos substantivos a serem aplicados. Você pode estar se perguntando: Como assim, se o auditor avalia o risco de controle como baixo e, portanto, confia nos controles, ele deve testar os controles na fase de execução da auditoria? É isso mesmo! Perceba que a fase de avaliação de risco é uma fase preliminar do trabalho. Logo, se nessa fase preliminar, o auditor avaliou o risco como baixo, entendendo que os contro- les internos são eficazes, ou seja, capazes de evitar ou detectar tempestivamente distorções, quando ele for aplicar os procedimentos adicionais ou testes de auditoria, como resposta ao risco, ele deve testar os controles para se certificar de que realmente são eficazes e, com isso, poder reduzir a extensão dos testes substantivos. Por outro lado, caso o auditor tenha avaliado que os controles internos não são eficazes ou confiáveis (risco de controle maior), ele pode concluir que a execução de testes de controle não é adequada nas circunstâncias e, dessa forma, efetuar testes substantivos extensivos na data das demonstrações. Quanto à natureza e extensão dos testes de controle, as normas estabelecem que, ao pla- nejar e executar os testes de controle, o auditor deve: • executar outros procedimentos de auditoria juntamente com indagação para obter evi- dência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles, incluindo: (i) o modo como os controles foram aplicados ao longo do período; (ii) a consistência como eles foram aplicados; (iii) por quem ou por quais meios eles foram aplicados; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão • determinar se os controles a serem testados dependem de outros controles (controles indiretos) e, caso afirmativo, se é necessário obter evidência de auditoria que suporte a operação efetiva desses controles indiretos. tEstEs substantivos Os testes substantivos são procedimentos de auditoria que visam à obtenção de evi- dência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade. Segundo a NBC TA 330, procedimento substantivo é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações. Os testes de controle evidenciam apenas o risco de distorções relevantes em função da eficácia dos controles. Para identificar se ocorreram distorções, o auditor aplica os procedimentos substantivos. Ao contrário dos testes de controles, que podem ou não ser realizados pela auditoria, os tes- tes substantivos devem ser realizados, constituindo o núcleo da realização dos trabalhos de auditoria. As normas requerem que o auditor planeje e execute procedimentos substantivos para cada classe de transações, saldo de contas e divulgações relevantes, independentemen- te dos riscos avaliados de distorção relevante. Essa exigência reflete os fatos de que: (i) a avaliação de risco do auditor é questão de julgamento e, portanto, pode não identificar todos os riscos de distorção relevante; e (ii) há limitações inerentes ao controle interno, incluindo a burla dos controles pela administração. Os testes substantivos são sempre aplicados, porém, são dimensionados conforme a vul- nerabilidade ou probabilidade de erros e irregularidades, aferida em função da avaliação de riscos e de controles internos. Por exemplo, se os controles internos forem considerados fra- cos, a vulnerabilidade a erro e fraude será alta e, consequentemente, deve haver maior volume/ extensão de testes substantivos sobre determinada operação ou conta. Por outro lado, pode ser que os controles internos sejam fortes, o que representaria uma vulnerabilidade baixa, e assim, por diante. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Gonçalo Longo apresenta uma comparação interessante entre procedimentos substanti- vos básicos e mais extensos que sintetizamos na tabela a seguir: Procedimentos substantivos básicos Procedimentos substantivos mais extensos São aplicáveis nas situações em que o riscode distorção relevante é baixo, como por exem- plo: • obter lista compondo o saldo de uma conta; • comparar o saldo deste período com período anterior; • investigar variações e explicá-las; • aplicar teste de corte para se assegurar que foram registradas no período cor- reto. O auditor deve aplicar procedimentos adicionais além daqueles considerados básicos, onde o risco para uma situação particular for conside- rado moderado ou alto. Procedimentos mais extensos compreendem aumento no tamanho da amostra ou aplicação de procedimentos direcionados para identificar se a administração da entidade pode ter bur- lado os controles. O objetivo dos testes substantivos é que o auditor se certifique da correção de um ou mais dos seguintes pontos, que dizem respeito aos tipos de afirmações contidas em demonstra- ções contábeis. • existência – se o componente patrimonial existe em certa data; • direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa data; • ocorrência – se a transação de fato ocorreu; • abrangência – se todas as transações estão registradas; e • mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão avaliados, divulgados, clas- sificados e descritos de acordo com os Princípios Contábeis e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Por fim, cabe destacar que os testes substantivos se subdividem em procedimentos analí- ticos e testes de detalhes de saldos e transações. Procedimentos de revisão analítica correspondem a uma modalidade de testes substanti- vos de elementos econômico-financeiros por meio de análise e comparação do relacionamen- to entre eles. Os procedimentos de revisão analítica envolvem o cálculo e a utilização de índices financei- ros simples, inclusive análise vertical de demonstrações, comparação de quantias reais com dados históricos ou orçados e utilização de modelos matemáticos e estatísticos, tal como a análise de regressão. Os procedimentos analíticos podem contemplar a utilização tanto de dados financeiros como não financeiros (quantidade de empregados, por exemplo). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Testes de detalhes de saldos e transações são procedimentos de revisão analítica por si só podem não ser suficientes para que o auditor chegue a uma conclusão segura sobre as afirmações contidas nas demonstrações, sendo necessários testes detalhados de saldos e transações. Testes de detalhes de saldos envolvem o exame da fundamentação do saldo final direta- mente – confirmando o saldo final de contas a receber diretamente com o cliente, por exemplo. A técnica utilizada seria a circularização. Testes de detalhes de transações envolvem o exame de documentos que suportam o lan- çamento de transações específicas em determinadas contas. Nesse caso, pode-se utilizar a inspeção de documentos e registros. difErEnças EntrE os tEstEs dE obsErvância E os tEstEs substantivos TESTE DE OBSERVÂNCIA TESTE SUBSTANTIVO Se destina a verificar e comprovar a regula- ridade na aplicação das normas e certificar a confiabilidade e a adequação dos procedi- mentos do sistema de controles internos. Se destina a obter competente e razoável evidência comprobatória da validade e propriedade material do tratamento de eventos e transações pelo ente público. A ênfase é na obtenção de evidências sobre o funcionamento dos controles. A ênfase é na obtenção de evidências detalhadas acerca da regularidade de saldos e transações. Propicia evidenciar o risco de ocorrência de erros e fraudes. Propicia evidenciar a ocorrência de erros e fraudes. Podem não ser aplicados pelo auditor, dependendo das circunstâncias. Jamais podem deixar de ser aplicados pelo auditor. Apesar das diferenças apontadas, existe uma relação entre os testes de observância e os testes substantivos. Quanto melhor for o resultado dos testes de observância, menor será a extensão e a profundidade dos testes substantivos. Dito de outra forma, se o auditor considera que os controles internos são eficazes (maior eficácia), o volume dos testes substantivos a ser aplicado pelo auditor será menor. Nesse sen- tido, existe uma relação inversa entre os testes de auditoria. Por outro lado, se compararmos os testes substantivos, com o risco avaliado nos testes de observância, a relação existente seria diretamente proporcional, pois quanto maior o risco de auditoria, em função da ineficácia dos controles internos, maior será o volume de testes substantivos a ser aplicado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Para concluirmos o estudo acerca dos testes de auditoria, entendo pertinente que você sai- ba que os testes de auditoria são classificados quanto ao seu direcionamento em testes para superavaliação e testes para subavaliação. tEstEs Para suPEravaliação E tEstEs Para subavaliação A literatura especializada aponta que os testes de auditoria podem ser classificados quan- to ao seu direcionamento em testes para superavaliação e testes para subavaliação. Em teste de superavaliação, o propósito é verificar se o saldo de uma conta está errado para mais (superavaliado) e no teste de subavaliação, se o saldo está a menor, em virtude de alguma omissão de lançamento (subavaliado). Testes para Superavaliação Quanto ao direcionamento, no teste para superavaliação, o auditor parte do valor registra- do no razão-geral para o documento-suporte da transação. Como dito, o objetivo desses procedimentos é detectar superavaliação de débitos, verifi- cando: a) a falta de documento ou documento não válido; b) a soma a maior dos registros; e c) o transporte a maior do valor do documento para o registro inicial e do valor de um registro para outro ou para o razão-geral. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 74www.grancursosonline.com.br Execução, Testes de Auditoria e Procedimentos de Auditoria AUDITORIA GOVERNAMENTAL Marcelo Aragão Teste para Subavaliação No teste para subavaliação o auditor parte do documento para o razão-geral, agindo de forma contrária à do teste de superavaliação. O objetivo dos testes para subavaliação é identificar subavaliação de créditos, verificando, por exemplo, a) a não inclusão do documento no registro inicial; b) a soma a menor dos regis- tros ou do razão-geral; c) transporte a menor do valor do documento para o registro inicial e do valor de um registro para outro ou para o razão geral. Testes Principais de Superavaliação e Subavaliação Alguns autores afirmam que é mais prático dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras, ativo e despesas, e os de subavaliação para as contas credoras, passivo e receitas. Devido ao fato de as transações na contabilidade serem registradas pelo sistema de partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas credoras também estão sendo testadas indiretamente nessa mesma direção. Por exemplo,
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