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Sobre as novas regras para a fiança criminal da devolução dos bens e valores dados como fiança

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SOBRE AS NOVAS REGRAS PARA A FIANÇA CRIMINAL
DA DEVOLUÇÃO DOS BENS E VALORES DADOS COMO FIANÇA
Paulo Maurício Serrano Nevesa
Wandirley Rodrigues de Souza Filhob
Fabrízio Casagrande Zanellatic
A Lei nº 12.403, de 4 de maio de 2011, trouxe novo regramento para a fiança criminal e interessa, 
com destaque, a devolução de bens e valores que excedam o quanto afiançado.
A fiança é um instituto que remonta ao tempos do direito romano e é, em síntese, um contrato 
acessório ao contrato principal que garante ao credor o cumprimento da obrigação contratada.
No início, ao tempo em que a fiança policial confundia-se com a monarquia absolutista, a concessão 
da liberdade era feita mediante uma garantia, uma caução, que podia ser real (caução em sentido 
estrito, tendo por objeto um bem com valor economicamente apreciável, sendo esta a ilação extraída 
do artigo 330, caput, do CPP1) ou fidejussória (fiança propriamente dita, como prevista no 
ordenamento civil). A primeira consistia em bens e a segunda num compromisso pessoal.
A primeira modalidade de garantia exigida pelo Estado – assim em Atenas como em Roma – foi a 
caução fidejussória, consistente na apresentação de fiadores, que assumiam a obrigação de 
apresentar o réu no dia do julgamento (Almeida Júnior apud Eugênio Pacelli de Oliveira, “Regimes 
Constitucionais da Liberdade Provisória”, p. 42.).
No Brasil-colônia (1500-1822), desde as Ordenações Afonsinas, havia a concessão da liberdade por 
meio das Cartas de Seguro, da homenagem (menagem2: então privilégio dos nobres, é prevista até 
hoje no Código de Processo Penal Militar [artigos 263 a 269], conforme Octaviano Vieira apud 
Tales Castelo Branco, “Da Prisão em Flagrante”, p.166.) e da palavra de fiéis carcereiros, 
geralmente mediante compromisso de comparecimento ao julgamento. Era prevista também a 
fiança, como caução real prestada por fiador (Eugênio Pacelli de Oliveira, idem.).
A liberdade provisória, no seu sentido técnico processual, quer dizer o direito que alguém que está 
preso possui de obter a sua soltura. Deve-se cumprir com a seguinte premissa verdadeira: a pessoa 
está ou estava detida ou presa, detenção ou prisão essa considerada válida, mas que à míngua de 
fundamentos que autorizam a prisão preventiva (artigo 312, CPP), não deve subsistir.
Seguindo este raciocínio, a fiança criminal não é compra da liberdade, mas garantia de 
cumprimento de condições sob pena de perda patrimonial, ou seja, busca-se assegurar a presença do 
acusado a todos os atos do processo ao passo que evita-se os efeitos deletérios do cárcere 
preliminar.
Além de ser uma substituição à prisão, visa, também, assegurar o pagamento das custas, multa e 
a Procurador de Justiça, titular da 23ª Procuradoria de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás, com atribuições na área 
criminal.
b Especializando em Ciências Penais, Assessor Jurídico do Gabinete da 23ª Procuradoria de Justiça do Ministério Público do Estado 
de Goiás.
c Especialista em Direito Ambiental, Assistente Jurídico do Gabinete da 23ª Procuradoria de Justiça do Ministério Público do Estado 
de Goiás.
1 “Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da 
dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.”
2 Prisão cautelar concedida ao militar ou civil que tenha praticado um crime militar cuja pena privativa de liberdade em abstrato não 
exceda a quatro anos, sendo que para tal concessão deve ser considerada a natureza do crime e os antecedentes do acusado. 
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indenização ao eventual dano causado pelo delito, no caso de condenação – ainda que ocorra a 
prescrição depois da sentença condenatória –, sendo concedida somente em casos especiais (artigos 
321 a 350 do CPP) e podendo ser prestada pelo acusado ou por terceiro nas modalidades de 
depósito (dinheiro ou móveis) e hipoteca. Se houver absolvição, a fiança será restituída.
Pelo “contrato” de fiança o fiador – o próprio obrigado ou terceiro – coloca seus valores e bens – na 
proporção exigida pelo credor – em garantia de que o obrigado no “contrato” principal (a ação 
penal) cumprirá as obrigações deste.
A fiança criminal é admitida nos casos previstos em lei e tem como fim uma espécie de “contrato” 
de liberdade provisória no qual o devedor das “obrigações criminais” (CPP, nova redação: Art. 
319. São medidas cautelares diversas da prisão: […] VIII - fiança, nas infrações que a admitem, 
para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em 
caso de resistência injustificada à ordem judicial;) pode, ele mesmo, ser o fiador prestando com 
dinheiro e objetos, dando a entender que o Poder Judiciário, tendo preferência por bens de fácil 
portabilidade, guarda e conservação, quer evitar a complexidade de receber bens móveis ou imóveis 
e facilitar a prestação da garantia.
Por princípio o autor entende que os bens e valores que são excluídos de outras constrições, como 
por exemplo a casa de moradia, as ferramentas de trabalho e as verbas alimentares, não podem ser 
trazidas à conta da capacidade para prestar fiança, devendo o afiançante ser liberado da 
acessoriedade mediante outras medidas elencadas na lei, vez que isto atenderia ao princípio reitor 
do Direito Penal: não se tira de alguém aquilo que ele não tem (liberdade ou riqueza).
Assim, a fiança penal será arbitrada pela autoridade policial no caso de infrações penais punidas 
com privação da liberdade máxima não superior a 4 (quatro) anos (artigo 322, CPP), passando a ser 
ato exclusivo do Juízo nos demais casos.
Os limites de valor para o arbitramento continuam especificados na nova redação do artigo 325, do 
Código de Processo Penal, porém, sofreram aumento em seus patamares máximos, devendo-se, 
ainda, considerar:
– Natureza da infração;
– Condições pessoais de fortuna (fixando-se valor possível de ser pago);
– Vida pregressa do agente;
– Circunstâncias indicativas de periculosidade;
– Importância provável das custas do processo até final julgamento;
– Causas de aumento, qualificadoras e causas de diminuição de pena; e
– No caso de concurso material: 1) somam-se as penas para o cálculo (Súmula 81, do STJ); ou 2) 
considera-se cada pena isoladamente.
Para obtenção da liberdade provisória mediante fiança é necessário, além do aporte financeiro, o 
cumprimento de uma série de obrigações sob a forma de condição legal (artigos 327, 328 e 341, 
CPP), inclusive, de maior grau de exigência que a liberdade provisória sem fiança (artigo 310, 
parágrafo único, CPP), a fim de se estabelecer um laço de confiança entre o Juízo e o afiançado.
Contudo, importará em quebra da fiança prestada o descumprimento, sem justa causa, de obrigação 
imposta – implicando tal rompimento na perda da metade do valor para o fundo penitenciário 
(artigo 346, CPP) e imposição de outras medidas cautelares ou até mesmo a decretação da prisão 
preventiva (artigo 343, CPP) – ou a prática de outra infração penal durante a vigência da fiança 
(artigo 341, incisos I a V, CPP). De toda sorte, é assegurado ao afiançado o contraditório. Ocorrendo 
a perda parcial da fiança, a outra parte deve ser devolvida (artigo 347, CPP).
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Também, ainda que seja o réu absolvido, a quebra não pode ser revertida, cabendo ao afiançado 
somente os 50% restantes do que se prestou, bem como será impossível prestar nova fiança no 
mesmo processo.
Ademais, ocorrerá a perda total em favor do aludido fundo da parte remanescente – abatido o 
correspondente às custas, indenização da vítima e eventual multa – se condenado, o réu não se 
apresentarpara o início do cumprimento da pena definitivamente imposta (artigos 344 e 345, CPP).
A liberdade é irrenunciável embora restringível por ato legal do Estado-jurisdicional, não cabendo 
impor ao condenado – o artigo 344 fala, erroneamente, em acusado – qualquer ônus por “não se 
apresentar para o início do cumprimento da pena”. O início da execução é ato de “força” estatal e 
depende de ato formal, de sorte que o “se apresentar” é um ato moral sem interesse penal, não 
podendo compor o rol de atos afiançados.
Tentar escapar da restrição da liberdade é o exercício de um “direito natural” observável até nos 
seres microscópicos. é pertencente ao mundo da realidade e tanto não tem ingresso no mundo da 
cultura (direito) que a execução penal é prevista como “ato de força”.
Quanto às penas não restritivas de liberdade que dependem de ato ou fato a ser praticado pelo 
condenado para seu início a imposição do ônus de “se apresentar” cai igualmente por terra ao ser 
verificado que o sancionamento “insubordinação” com a perda da fiança não seria de aplicação 
geral, diferentemente da conversibilidade que é universal.
A cassação – fiança julgada inidônea – só é cabível quando a fiança é concedida por equívoco, 
quando na verdade seria impossível de ser arbitrada, ou se houver aditamento da denúncia com 
imputação de mais uma infração ao réu, analisando-se, inclusive, a soma das penas mínimas no caso 
de concurso material. Nestes casos, poderá ocorrer a revogação da liberdade provisória, bem como 
poderá ser determinado reforço à fiança (artigo 340, CPP), se necessário.
São três as possibilidades de exigência de reforço da fiança: 1) quando tomada a menor por 
equívoco; 2) quando ocorrer a depreciação material ou perecimento de bens hipotecados ou 
caucionados, bem como dos metais ou pedras preciosas; ou 3) quando for inovada a classificação do 
delito com alteração da pena e, por consequência, no quantitativo da fiança.
Não sendo reforçada a fiança, será julgada sem efeito e expedido o respectivo mandado de prisão, o 
que expressa também a inidoneidade da fiança (artigo 340, parágrafo único, CPP).
Ocorrerá a dispensa da fiança quando verificado ser impossível ao réu prestá-la, por motivo de 
pobreza. Contudo, ainda ficará adstrito às obrigações dos artigos 327 e 328, do Código de Processo 
Penal e a outras medidas cautelares, sob pena de ter revogado o benefício ante a infração, sem 
motivo justo, de tais obrigações.
Este autor crê que a Carta de 1988 recepcionou a fiança criminal como um instrumento da 
dignidade da pessoa humana: palavra dada, palavra garantida e, desta sorte, não serviria a fiança 
para nenhuma indignificação do fiador.
De regra, a ação penal resulta em condenação e a condenação enseja a execução, de sorte que a 
obrigação do “contrato” principal afiançada para cumprimento voluntário evolui com o trânsito em 
julgado da sentença condenatória para cumprimento compulsório das sanções aplicadas, situando-se 
entre as duas jurisdições (conhecimento e execução) o inarredável exame da executabilidade do 
título: certeza, liquidez e exigibilidade.
De regra, também, que as sentenças penais condenatórias transitadas em julgado são certas e 
líquidas, mas nem todas são exigíveis porque atingidas por causa de extinção da pretensão 
executória (artigo 336, parágrafo único, CPP).
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O trânsito em julgado de sentença penal condenatória gera obrigações pecuniárias que se projetam 
na execução, como custas, multas, prestações pecuniárias e a malfadada indenização mínima 
passada junto com a condenação, esta última não passando de uma estranha tutela estatal de 
interesse pessoal disponível.
A fiança é do – pertence ao – processo de conhecimento no qual é deduzida a obrigação principal, 
tanto que pode ser prestada enquanto não transitada em julgado a sentença, estando claro que o 
contrato acessório de fiança se resolve com a absolvição e ocorre a devolução do dinheiro, objetos e 
outros que tiverem sido admitidos, mas as obrigações causadas pela condenação transitada em 
julgado estão também afiançadas nos limites do processo (custas) e da condenação (multa, 
prestação pecuniária e a malfadada indenização mínima) e tal extensão é solucionada com 
liquidação por cálculo e as sobras devolvidas, e é isto que firma não poder mais o condenado 
descumprir as obrigações afiançadas pois nenhum ato praticará 'sponte sue' em relação aos valores 
em que foi condenado.
A extensão da fiança, da fase de conhecimento para a fase de execução, desnatura a cláusula de 
garantia de cumprimento pois o condenado adimpliu as obrigações do processo de conhecimento, e 
os pagamentos do artigo 336 – em sua nova redação – sobre o depósito existente são de execução 
compulsória, não se aplicando a regra do artigo 821 do Código Civil porque o princípio da não-
culpabilidade assegura não existirem “dívidas futuras” no curso do processo de conhecimento.
O trânsito em julgado de sentença condenatória dá causa a obrigações líquidas e certas de execução 
compulsória pelo credor Estado-executor, e existe garantia da execução em razão de ser o Poder 
Judiciário depositário dos valores e bens, sendo que a nova redação do artigo 336 não deixa dúvidas 
quanto a isto, pois usa a expressão no tempo passado: “dados como fiança”.
A questão em estudo seria menor não fosse a redação do artigo 336, no parágrafo único, aplicar a 
execução compulsória das obrigações decorrentes da sentença penal condenatória em caso de 
prescrição após o trânsito em julgado.
A sentença penal condenatória apenas declara a relação de causalidade humana do fato típico. O 
fato típico ocorre no plano da realidade e a declaração da sentença não o cria, não o modifica e nem 
o extingue, conquanto das circunstâncias de natureza penal existentes no fato real se aproprie para 
dar-lhes os efeitos da lei.
E é desta sorte que o fato penalmente deduzido pode gerar repercussões cíveis independente da 
sentença ser condenatória ou absolutória, com especial valor executório se der por existente o fato, 
caso em que não mais é discutível matéria que esteja contida no fato dado como existente, e apenas 
isto.
Se ocorrer a prescrição antes do trânsito em julgado da sentença condenatória não existirá fato penal 
certo, e a jurisdição cível poderá conhecer de tudo.
Se ocorrer a prescrição depois do trânsito em julgado da sentença condenatória as hipóteses de 
inexigibilidade deverão ser examinadas:
1) Se a sentença foi publicada por sobre uma prescrição intercorrente não produzirá nenhum 
efeito e pode ser dada como inexistente;
2) Se a prescrição é verificada após o trânsito em julgado em razão da pena em concreto, não 
produz nenhum efeito executório.
Não existindo hipótese em que a prescrição seja provocada pelo condenado qualquer modalidade 
ocorre por “culpa” do Estado-jurisdicional credor que não agiu dentro do tempo que ele mesmo 
assinala, logo, não cabe na ordem jurídica que o réu seja gravado pela culpa estatal pagando as 
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custas do processo que o Estado-jurisdicional credor não conseguiu levar ao fim previsto na lei, e 
muito menos pagando por condenações pecuniárias que não podem ser executadas pelo Estado-
jurisdicional credor por lhes faltar o requisito da exigibilidade.
LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011. 
“CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, 
evitar a obstrução do seu andamentoou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser 
cumulada com outras medidas cautelares.” (NR) 
“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena 
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e 
oito) horas.” (NR) 
“Art. 323. Não será concedida fiança: 
I - nos crimes de racismo; 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos 
como crimes hediondos; 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o 
Estado Democrático; 
IV - (revogado); 
V - (revogado).” (NR) 
“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, 
sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; 
II - em caso de prisão civil ou militar; 
III - (revogado); 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).” (NR) 
“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 
a) (revogada); 
b) (revogada); 
c) (revogada). 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de 
liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade 
cominada for superior a 4 (quatro) anos. 
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http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.403-2011?OpenDocument
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 
§ 2o (Revogado): 
I - (revogado); 
II - (revogado); 
III - (revogado).” (NR) 
“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.” 
(NR) 
“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém 
por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 
(quarenta e oito) horas.” (NR) 
“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da 
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da 
sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).” (NR) 
“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido 
o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem 
desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.” (NR) 
“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; 
V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR) 
“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, 
cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a 
decretação da prisão preventiva.” (NR) 
“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se 
apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.” (NR) 
“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o 
acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR) 
“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, 
o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR) 
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, 
poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 
deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou 
medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código.” (NR) 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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