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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS (RESUMO)

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Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
A Constituição Federal atribuiu aos Entes Federativos a Competência 
Tributária. Porém, essa prerrogativa deve sofrer certas limitações, no 
sentido de direcionar o exercício da competência, com o intuito de 
assegurar os direitos fundamentais. Tratam-se dos Limites ao Poder de 
Tributar. 
De maneira geral, as limitações ao poder de tributar desdobram-se em 
Princípios Constitucionais e Imunidades Constitucionais Tributárias. 
 
 
Princípio da Legalidade 
 
Um dos mais importantes princípios do Direito Tributário, ele está 
previsto no art. 150, inciso I, da CF/88, ao afirmar que “é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios [...] exigir ou aumentar 
tributo sem lei que o estabeleça”. 
Ou seja, o tributo depende de lei para que seja instituído ou 
majorado. 
Em regra, a majoração e a instituição de tributos emanam de Lei 
Ordinária, mas em alguns casos, determinados Tributos Federais devem ser 
instituídos ou majorados por meio de Lei Complementar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. 
Existem algumas situações nas quais o Princípio da Legalidade é 
atenuado, são elas: 
a) Alteração de alíquotas de impostos extrafiscais: a Constituição 
prevê que os impostos extrafiscais (II, IE, IOF e IPI) podem ter as suas 
alíquotas alteradas, seja para aumentar ou diminuir, por meio de ato do 
Poder Executivo (Decreto Presidencial ou Portaria do Ministro da Fazenda), 
observados os limites e requisitos estabelecidos em lei; 
b) ICMS sobre combustíveis: a definição, redução e o restabelecimento 
das alíquotas do ICMS sobre combustíveis (apenas o ICMS incidente sobre 
operações com combustíveis!!!) podem ser feitas por iniciativa do Poder 
Executivo, por meio de convênios interestaduais; 
Imposto que somente podem ser instituídos por meio de LEI 
COMPLEMENTAR: 
- Impostos residuais; 
- Empréstimos compulsórios; 
- Contribuições sociais residuais; 
- Imposto Extraordinário de Guerra. 
 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
c) CIDE Combustível: a redução e o restabelecimento das alíquotas da 
CIDE Combustível podem ser feitos por meio de ato do Poder Executivo 
(Decreto Presidencial). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípio da Tipicidade 
Este princípio não se refere à INSTITUIÇÃO ou à MAJORAÇÃO de tributos, 
mas de certos elementos tributários que demandam lei em sentido estrito. 
São eles: 
a) Alíquotas. 
A definição das alíquotas dos tributos demanda lei em sentido estrito. 
Porém, essa regra tem algumas exceções: 
- Definição da alíquota MÍNIMA do IPVA, que deve ser fixada por 
Resolução do Senado Federal; 
- A alíquota MÁXIMA do ITCMD é fixada por Resolução do Senado Federal; 
- A fixação da alíquota interestadual do ICMS e a fixação das 
alíquotas MÍNIMA e MÁXIMA interna do ICMS por meio de Resolução do Senado; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Base de cálculo; 
c) Sujeito Passivo; 
d) Multa; 
Todos esses elementos demandam lei (salvo as exceções a respeito da 
alíquota). 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO!! 
Em relação à CIDE Combustível e ao ICMS Combustível, a Constituição 
Federal excetua da obediência ao princípio da legalidade apenas a REDUÇÃO 
e o RESTABELECIMENTO das alíquotas, e NÃO A MAJORAÇÃO. 
 
Exemplo: a alíquota da CIDE Combustível era de 20%, passou a ser 
10% e voltou para 20%. Nesse caso, primeiramente a alíquota foi reduzida 
e depois houve o restabelecimento dela. Ambos os casos constituem exceção 
ao princípio da legalidade 
ATENÇÃO!! 
Cada um dos Estados fixa livremente, dentro do seu território, as 
alíquotas dos impostos da sua competência (ITCMD, IPVA e ICMS). No 
entanto, ao fixar suas alíquotas, os Estados devem respeitar alguns 
limites. Estes limites são definidos pelo Senado Federal, por meio de 
RESOLUÇÃO: 
- Alíquota MÍNIMA do IPVA; 
- Alíquota MÁXIMA do ITCMD; 
- Alíquotas MÍNIMA e MÁXIMA interna do ICMS; 
ATENÇÃO!! 
Segundo o STF, a alteração da data de pagamento de tributo e a 
atualização da base de cálculo de tributos de acordo com o índice oficial 
de correção monetária podem ser realizadas por meio de ato infralegal 
(Decreto do Poder Executivo). 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
Princípio da Anterioridade 
Este princípio tributário desdobra-se em dois subprincípios: 
anterioridade anual e anterioridade nonagesimal. Via de regra, esses 
direitos “conversam” no Direito Tributário, devendo ser simultaneamente 
aplicados. 
O primeiro preconiza que a lei que instituir ou majorar um tributo 
somente deve entrar em vigor a partir do exercício financeiro seguinte, e 
a segunda que a lei que instituir ou majorar tributos somente deve entrar 
em vigor após 90 dias da sua publicação. 
Estas duas regras devem ser conciliadas, de modo que, em regra, uma 
lei que institui ou majora um tributo somente pode entrar em vigor no 
exercício financeiro seguinte, desde que tenham decorridos 90 dias desde 
a sua publicação. 
Em relação a estes dois princípios, o que mais importa estudar são 
as exceções, eis que são muito cobradas. 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. 
Por este princípio, os Entes Políticos só podem cobrar tributos depois 
de 90 dias da publicação da lei que os houver criado ou majorado (art. 
150, inciso III, alínea “c” da CF). 
Existem alguns tributos que NÃO observam este princípio 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. 
a) Tributos para custeio de guerra e de calamidade pública (Imposto 
Extraordinário de Guerra e Empréstimos Compulsórios). 
O Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) e os Empréstimos 
Compulsórios para custeio de guerra e de calamidade pública NÃO precisam 
obedecer ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO!! 
Não esqueçam que o Empréstimo Compulsório pode ser instituído para 
três finalidades: 
- Custeio de guerra externa ou sua eminência; 
- Situação de calamidade pública; e 
- Investimento público de caráter urgente e relevante interesse 
nacional. 
Somente o Empréstimo Compulsório instituído para custeio de guerra 
externa ou sua eminência ou em situação de calamidade pública serão 
exceções ao Princípios da Anterioridade Nonagesimal. 
O EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO INSTITUÍDO PARA INVESTIMENTO PÚBLICO DE 
CARÁTER URGENTE E RELEVANTE INTERESSE NACIONAL OBEDECE AO PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE ANUAL! 
 
OBS.: a atualização da base de cálculo não é sinônimo de alteração 
dos elementos da base de cálculo. Aquela pode ser feita por meio de 
Decreto do Poder Executivo. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
 
b) Imposto de Renda, Imposto sobre Exportação, Imposto sobre 
Importação e Imposto sobe Operações Financeiras. 
Os impostos de renda, exportação, importação e sobre operações 
financeiras são exceções à regra da Anterioridade Nonagesimal. Dentre eles, 
o Imposto de Renda, apesar de ser exceção ao Princípio da Anterioridade 
Nonagesimal, deve observar o Princípio da Anterioridade Anual. 
Macete para decorar: REI + IOF. 
 
c) Fixação da base de cálculo do IPTU. 
 
d) Fixação da base de cálculo do IPTA. 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL. 
Por força deste princípio, os Entes Políticos NÃO podem cobrar 
tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei 
que os instituiu ou majorou (art. 150, inciso III, alínea “b” da CF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem alguns tributos que NÃO observam este princípio. Isso é o que 
importa estudar. 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL: 
a) Tributos para custeio de guerra e de calamidade pública. 
Imposto Extraordinário de Guerra (IEG), Empréstimo Compulsório para 
custeio de guerra e Empréstimo Compulsório para custeio de calamidade 
pública, em razão da urgência que lhes é inerente, não precisam observar 
este princípio; 
b) Impostos Extrafiscais (II, IE, IOF e IPI). 
O IPI é exceção ao Princípio da Anterioridade Anual, mas NÃO é exceção 
ao da Anterioridade Nonagesimal. 
c) Restabelecimento da alíquotasobre CIDE Combustível e ICMS 
Combustíveis e Lubrificantes. 
Apenas o RESTABELECIMENTO das alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS 
Combustíveis e lubrificantes precisam aguardar o decurso de 90 dias. 
NÃO precisam aguardar o exercício financeiro seguinte. 
d) Contribuições Sociais para o custeio da Seguridade Social. 
Exemplos: 1) Lei que majora/cria tributo foi publicada em 1º/01/2019, o 
tributo só pode começar a ser cobrado em 01/01/2020. 
2) Lei que majora/cria tributo é publicada em 25/10/2019, o tributo 
não pode começar a ser cobrado em 1º/01/2019, devem ser contados 90 dias, 
de forma que ele somente poderá começar a ser cobrado em 23/01/2020. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
Precisa aguardar o decurso dos 90 dias, mas não precisam aguardar o 
exercício financeiro seguinte. 
QUADRO SINÓTICO - EXCEÇÕES AOS PRINCÍPIOS DA ANTERIORIDADE 
 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE ANUAL 
Empréstimo Compulsório para atender 
as despesas extraordinárias 
decorrentes de calamidade pública, 
guerra externa ou sua iminência 
Empréstimo Compulsório para 
atender as despesas 
extraordinárias decorrentes de 
calamidade pública, guerra 
externa ou sua iminência 
 
Imposto de Importação (II) Imposto de Importação (II) 
Imposto de Exportação (IE) Imposto de Exportação (IE) 
Imposto de Renda (IR) Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) 
Imposto sobre Operações Financeiras 
(IOF) 
Imposto sobre Operações 
Financeiras (IOF) 
Imposto Extraordinário de Guerra 
(IEG) 
 
Imposto Extraordinário de Guerra 
(IEG) 
Fixação da base de cálculo do 
Imposto sobre Propriedade de 
Veículo Automotor (IPVA) 
Restabelecimento da alíquota 
sobre ICMS Combustíveis e 
Lubrificantes 
Fixação da base de cálculo do 
Imposto sobre Propriedade 
Territorial Urbana (IPTU) 
 
 
Restabelecimento da alíquota da 
CIDE Combustíveis 
 Contribuições Sociais para 
custeio da Seguridade Social 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
QUADRO SINÓTICO – EXCEÇÕES AOS PRINCÍPIOS DA ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL E ANUAL 
 
ESPÉCIE TRIBUTÁRIA 
EXCEÇÃO À 
ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL 
EXCEÇÃO À 
ANTERIORIDADE 
ANUAL 
Empréstimo Compulsório para atender as 
despesas extraordinárias decorrentes de 
calamidade pública, guerra externa ou sua 
iminência 
√ √ 
Imposto de Importação (II) √ √ 
Imposto de Exportação (IE) √ √ 
 
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) √ √ 
 
Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) √ √ 
Imposto de Renda (IR) √ × 
Fixação da base de cálculo do Imposto 
sobre Propriedade de Veículo Automotor 
(IPVA) √ × 
Fixação da base de cálculo do Imposto 
sobre Propriedade Territorial Urbana 
(IPTU) √ × 
Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI) × √ 
Restabelecimento da alíquota sobre ICMS 
Combustíveis e Lubrificantes × √ 
Restabelecimento da alíquota da CIDE 
Combustíveis × √ 
Contribuições Sociais para custeio da 
Seguridade Social × √ 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
Princípio da Capacidade Contributiva 
O princípio da capacidade contributiva é intrinsecamente ligado ao 
da isonomia, pois é uma forma de tratar desigualmente os desiguais e 
igualmente os iguais. 
Ele está previsto no art. 145, § 1º da CF: 
“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte (...)”. 
De acordo com ele, o cidadão tem o dever de contribuir para as 
despesas públicas, na exata proporção da sua capacidade de suportar o 
encargo tributário. 
Ou seja, os tributos devem ser cobrados de acordo com a capacidade 
de pagar tributos de cada contribuinte. 
Ele guarda uma função de distribuir a carga tributária global entre 
os contribuintes de acordo com a aptidão de cada um de pagar tributos e 
impedir que a carga tributária individual seja abusiva. 
Tem-se nele princípio um ideal de justiça fiscal: deve pagar mais 
imposto quem pode pagar mais imposto. 
ATENÇÃO!! 
Da leitura do art. 145, §1º da CF, é possível perceber que a Carta 
Magna só faz referência, em seu texto, a impostos. Apesar de a Constituição 
Federal ter previsto a aplicação do princípio da capacidade contributiva 
apenas para os impostos, a jurisprudência do STF já realizou uma 
interpretação extensiva do dispositivo de forma a abranger as demais 
espécies tributárias, entendendo que nada no sentido de que ele se estende 
às demais espécies tributárias, inclusive, às MULTAS! 
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E O NÃO CONFISCO. 
O Princípio da Vedação ao Confisco, disposto no art. 150, inciso IV, 
da CF, coíbe uma subtração patrimonial imotivada. Ele advém do princípio 
da capacidade contributiva, pois tal capacidade se manifesta na aptidão 
para suportar a carga tributária. 
A CF determina que o Estado não pode cobrar tributos como forma de 
confisco. Não é possível o Estado retirar do contribuinte o mínimo 
existencial do contribuinte e de sua família. 
Há uma dificuldade doutrinária em conceituar o que viria a ser um 
tributo com efeito confiscatório. 
Tributo com efeito de confisco supõe a tributação em excesso, 
exacerbada. 
Em nosso país não há parâmetros objetivos para definir o que é uma 
tributação excessiva/com efeito confiscatório. A aferição compete ao Poder 
Judiciário, quando promovido pelo contribuinte prejudicado, no caso 
concreto. 
Não é a alíquota que diz se o tributo é confiscatório ou não. Esta 
definição depende também da natureza do tributo. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
Em algumas situações, porém, o princípio do não confisco NÃO É 
APLICADO. 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO: 
- Pena de perda de bens: a perda de bens e valores pertencentes aos 
condenados dar-se-á em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor 
terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do 
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do 
crime (CP, Art. 45, § 3º); 
- Expropriação de glebas destinadas a culturas de plantas 
psicotrópicas e trabalho escravo (art. 243, CF/88): As propriedades rurais 
e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas 
ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na 
forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas 
de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o 
disposto no art. 5º. 
Se, por exemplo, um sujeito tem uma propriedade de 500 Ha e mantém 
uma plantação de maconha em 1 Ha, ele perde toda a propriedade. 
A propriedade perdida é destinada à habitação popular. 
PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO E MULTA. 
A multa é sanção exigível perante o descumprimento de obrigação 
tributária, não se confundindo com o próprio tributo. 
A multa tributária pode ser cobrada sem limites? NÃO, a multa NÃO 
pode ser cobrada ao ponto de produzir um efeito de confisco dos bens do 
sujeito!! O STF tem frequentemente se mostrado contrário às multas com 
caráter confiscatório, ampliando o efeito do Princípio do Não Confisco às 
penalidades impostas. 
É possível aplicar o postulado da não confiscalidade à 
multa exacerbada (STF, ADIn 551/RJ-2002). 
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO E IMPOSTOS EXTRAFISCAIS. 
Os tributos extrafiscais (II, IE, IOF e IPI) PODEM ter alíquotas 
confiscatórias. A jurisprudência admite alíquotas confiscatórias nesses 
tipos de impostos. 
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO E OS TRIBUTOS PROGRESSIVOS. 
Os tributos progressivos PODEM ter a sua alíquota majorada sem 
limitação, quando para atender à função social da propriedade, pois, quando 
dotado da finalidade de atender à função social da propriedade, o tributo 
é considerado extrafiscal. A jurisprudência admite alíquotas 
confiscatórias nesses tipos deimpostos (IPTU e ITR), quando ligados ao 
cumprimento da função social da propriedade, apenas. 
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO E OS TRIBUTOS SELETIVOS. 
A jurisprudência também admite alíquotas confiscatórias nesses tipos 
de impostos (IPI e ICMS). Lembrar de cigarros e bebidas, que podem sofrer 
a incidência de alíquotas confiscatórias. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
Princípio da Irretroatividade 
Este princípio impõe a obrigação de que a lei tributária deve abranger 
fatos geradores posteriores à sua edição. Significa que os efeitos 
(eficácia) NÃO podem alcançar fatos anteriores à vigência da norma, as 
normas só surtem efeitos nos fatos posteriores a sua vigência. 
a) Princípio da Irretroatividade e tributos com fatos geradores 
instantâneos (IPI, ICMS). 
Para o IPI e o ICMS, por exemplo, aplica-se a lei em vigência no dia 
do fato gerador. 
b) Princípio da Irretroatividade e tributos com fatos geradores 
continuados. 
IPTU, ITR e IPVA são tributos que possuem fatos geradores continuados, 
todos eles ocorrem em 1º de janeiro, para eles, aplica-se a lei vigente no 
dia 1º de janeiro. 
c) Princípio da Irretroatividade e tributos com fatos geradores 
complexivos (IR). 
No caso do Imposto de Renda, cujo fato gerador é complexivo, a 
legislação a ser aplicada é a de cada momento em que se obteve renda, a do 
dia 31 de dezembro de cada ano ou a da data do preenchimento da declaração 
de ajuste anual? 
Existe Súmula do STF dizendo que a legislação aplicável é a da data 
da declaração de ajuste anual, mas julgados de algumas turmas do STF já 
entendem que é aplicável a legislação vigente em cada momento de obtenção 
de renda. 
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do 
ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro 
em que deve ser apresentada a declaração (Súmula 584 do 
STF). 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE: 
1) Lei Interpretativa (art. 106, I, do CTN). 
Admite-se a retroatividade da lei meramente interpretativa, pois ela 
somente esclarece o alcance normativo de outra lei, não criando 
direitos/obrigações. 
É interpretativa aquela lei que não inova, limitando-se a esclarecer 
dúvida surgida com o dispositivo de outra norma. 
Sendo apenas interpretativa, é possível a retroatividade dos efeitos 
da lei à data da lei que está a ser esclarecida. 
Exemplo: Lei A estava em vigor desde 01/01/2019, ela tem um texto 
dúbio e não se sabe seu alcance normativo, cria direitos e deveres. 
Lei B entra em vigor em 25/09/2019 apenas para esclarecer o conteúdo 
da Lei A. Ela pode retroagir até o dia 01/01/2019, data em que a Lei A 
entrou em vigor. 
 
2) Lei mais benéfica (art. 106, II, a, b, e c, do CTN). 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
A lei tributária que trata de penalidade tributária acompanha a lei 
penal. A legislação tributária penal pode retroagir para beneficiar o réu. 
Abrange apenas o direito tributário penal (multas), desde que o ato 
não esteja definitivamente julgado administrativa ou judicialmente. 
A lei tributária benéfica em relação às penalidades é retroativa. 
Normas tributárias que trate de penalidade tributária (multas, encargos 
moratórios) devem retroagir para beneficiar. 
Princípio da Liberdade de Tráfego 
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela 
utilização de vias conservadas pelo Poder Público (Art. 150, inciso V, 
CF/88). 
Visa garantir o direito de ir e vir, não inviabilizando a 
possibilidade da cobrança do ICMS, pois a hipótese de incidência desse 
tributo é a operação de circulação de mercadorias e não o tráfego (Josiane 
Minardi). 
Na verdade, o princípio em tela é mera corroboração da liberdade de 
locomoção, constitucionalmente admitida no art. 5º, LXVIII, da CF. No 
entanto, cabem aqui duas atenuações, sendo uma o pedágio, e a outra, que 
é de ordem doutrinária, o ICMS (Eduardo Sabbag). 
Em 2014, o STF entendeu que o pedágio não é mais tributo, e sim preço 
público, no entanto, antes desse julgado, o pedágio era taxa e, como a CF 
é anterior a ele, o pedágio é tratado como exceção no art. 150 da CF. 
O ICMS é tratado por Eduardo Sabbag como uma exceção, no entanto, ele 
NÃO incide sobre TRÁFEGO, e sim sobre a CIRCULAÇÃO, que é a saída formal 
do bem das mãos/domínio de uma pessoa para outra. Assim, não existe, de 
verdade, uma exceção neste caso (longe de mim estar contrariando Sabbag, 
Deus me livre rs). 
Princípio da Uniformidade Geográfica 
Tem previsão no art. 151, inciso I, da CF: 
“Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito 
Federal ou a Município, em detrimento de 
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes 
regiões do País; (...)”. 
Ele determina que a tributação federal deve ser uniforme em todo o 
território nacional, decorrendo do princípio federativo e do princípio da 
isonomia. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
Dentro do território do Ente tributando, não podem existir alíquotas 
diferentes de uma região para outra, com exceção de incentivos fiscais 
(ex.: zona franca de Manaus), pois a concessão deles é destinada a promover 
o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões 
do País, visando atender objetivos da República Federativa do Brasil, o de 
reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
A Constituição Federal, em seu texto, somente impõe essa regra à 
União. 
Jurisprudencial e doutrinariamente, este princípio é de observância 
dos Estados, DF e Municípios e o dispositivo da CF deve ser de reprodução 
obrigatória nas Constituições estaduais, e nas Leis Orgânicas do DF e dos 
Municípios. 
Ao contrário da União, Municípios e Estados NÃO podem conceder 
incentivos fiscais, portanto, nos âmbitos municipal e estadual, este 
princípio é aplicado sem qualquer exceção/ressalva. 
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA EM ÂMBITO FEDERAL: 
- Concessão de incentivos fiscais, visando promover o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País, visando 
atender objetivos da República Federativa do Brasil, o de reduzir as 
desigualdades sociais e regionais. 
Princípio da Uniformidade da Tributação da Renda nos 
Títulos da Dívida Pública e nos Vencimentos dos 
Funcionários Públicos 
Dispõe o art. 151, inciso II da CF/88, que é vedado à União tributar 
a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos 
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações 
e para seus agentes. 
A União pode cobrar mais IR dos servidores Estaduais e Municipais? 
NÃO, a União não pode tributar a renda de servidores estaduais e municipais 
em valores superiores à tributação dos servidores federais. 
Da mesma forma, a União também NÃO pode tributar as rendas obtidas 
com a compra de títulos da dívida pública estaduais e municipais em valores 
acima da tributação de quem obtém renda comprando títulos da dívida pública 
federal. 
Ele decorre diretamente do princípio da isonomia. 
A UNIÃO NÃO PODE TRIBUTAR JUROS DE TÍTULO DA DÍVIDA PÚBLICA ESTADUAL 
E MUNICIPAL MAIS DO QUE TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL. TAMBÉM NÃO PODE 
TRIBUTAR REMUNERAÇÃO E PROVENTOS DE AGENTE PÚBLICO ESTADUAL E MUNICIPAL 
MAIS DO QUE REMUNERAÇÃO E PROVENTOS DE AGENTE PÚBLICO FEDERAL. 
Princípio da Vedação das Isenções Heterônomas 
Isenção é a dispensa legal (prevista em lei) de pagamento de tributo, 
ela pode ser autônoma ou heterônoma. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.comIsenção autônoma, é a concedida pelo próprio ente político que tem a 
competência tributária para instituir e majorar o tributo. Ex.: União 
concede isenção de IPI. 
Isenção heterônoma é aquela imposta por terceiro em relação ao ente 
que detém competência para tributar. Ou seja, ocorre quando um Ente concede 
isenção de um tributo da competência tributária de outro Ente. Ex.: União 
concede isenção de ICMS. 
 
Em regra, é vedada a Isenção Heterônoma. Ou seja, em regra, se o Ente 
não pode legislar sobre o tributo, NÃO é possível que ele conceda isenção 
dele. 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS ISENÇÕES HETERÔNOMAS: 
a) A União, por meio de Lei Complementar, pode conceder isenção de 
ISS nas exportações de serviços (art. 156, § 3º, inciso II, da CF). O art. 
2º, inciso I, da LC nº 116/2003 trata sobre a referida isenção. 
b) O art. 155, § 2º, inciso X, “a” da CF prevê que o ICMS não incidirá 
sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre 
serviços prestados a destinatários no exterior. 
Trata-se a dispensa de pagar ICMS sobre serviços destinados ao 
exterior como exceção ao princípio da proibição das isenções heterônomas, 
mas não é hipótese de isenção, e sim de imunidade tributária, pois está 
prevista na CF e não em norma infraconstitucional. 
c) É possível a dispensa de pagar tributos estaduais, municipais e 
federais por meio de tratados e convenções internacionais, pois não é a 
União quem assina o tratado, mas o Estado nacional brasileiro, a República 
Federativa do Brasil, que é composta pela união indissolúvel da União, 
Estados, DF e Municípios. 
O STF tem o entendimento pacífico de que os Tratados e Convenções 
Internacionais podem conceder isenções de tributos estaduais e municipais, 
visto que a União, ao celebrar o tratado, não se apresenta como pessoa 
política de Direito Público Interno, mas como pessoa política 
internacional. 
Isenção 
Autônoma
Concedida pelo 
Ente competente 
para instituir o 
tributo
PERMITIDA
Isenção 
Heterônoma
Concedida por 
Ente diverso do 
competente para 
instituir o 
tributo
VEDADA (EM REGRA)
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
A concessão, pela “União”, por meio de Tratado Internacional, de 
isenção de ICMS a mercadoria importada de país signatário do GATT (Tratado 
Geral de Tarifas e Comércio) foi questionada no Poder Judiciário por 
suposta violação ao art. 151, III, CF/88. O STF decidiu pela 
constitucionalidade do Tratado – disse que não era caso de isenção 
heterônoma. 
Princípio da Não Discriminação Quanto à Procedência ou 
Destino 
Encontra-se previsto no Art. 152, que preconiza ser “vedado aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua 
procedência ou destino”. 
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios NÃO podem tributar 
bens/serviços de forma diferenciada, levando em consideração critérios de 
procedência e destino. 
OBS.: esta limitação ao poder de tributar não se aplica à União, mas 
apenas aos Estados, DF e Municípios. 
1) Apenas a União está legitimada a estabelecer discriminações, desde 
que se traduzam em incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio 
socioeconômico entre as diferentes regiões do Brasil, consoante o inciso 
I do art. 151 da Carta Magna (Eduardo Sabbag). 
2) A procedência ou o destino NÃO permitem a utilização de alíquotas 
diferenciadas de tributos Estaduais, Distrital e Municipais que incidem 
sobre bens (mercadorias) e serviços. 
3) Tal princípio possui o mesmo fundamento que embasa a exigência de 
uniformidade geográfica da tributação – a isonomia. 
4) Tal princípio objetiva coibir barreiras fiscais dentro do 
território nacional prestigiando o “mercado comum brasileiro”; 
5) Não se pode admitir a existência de políticas fiscais vocacionadas 
a ofender o espírito federativo “quando assentadas em discriminações quanto 
à origem ou destino de serviços e mercadorias. 
Princípio da Isonomia Tributária 
O princípio da isonomia ou igualdade tributária (ou princípio da 
proibição dos privilégios odiosos) está expresso no art. 150, II da 
Constituição Federal. 
Trata-se de postulado específico que veda o tratamento tributário 
desigual a contribuintes que se encontrem em situação de equivalência ou 
equipolência. 
Princípio do Non Olet – “O dinheiro não tem cheiro” 
A expressão que quer dizer “o dinheiro não tem cheiro” consiste em 
princípio de Direito Tributário. Significa que embora o tributo só decorra 
de atividade lícita, não quer dizer que atividade tida por ilícita não 
possa ser tributada. 
Thainara Lima de Souza Malta 
thainaralima09@gmail.com 
 
 
O artigo 118 do Código Tributário Nacional consagra o princípio do 
“non olet”, segundo o qual é IRRELEVANTE a regularidade jurídica dos atos, 
ou a licitude do seu objeto ou dos seus efeitos para a incidência do 
tributo. 
Em outras palavras, o tributo PODERÁ incidir sobre o produto da 
atividade ilícita, desde que realizada a hipótese de incidência da 
obrigação tributária.

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