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→ O HPV (do inglês, “human papilloma virus”, em português, “papilomavírus humano”) é um vírus de DNA de dupla-hélice, simples, com um capsídeo proteico, pertencente à família Papillomaviridae. → É a infecção sexualmente transmissível mais prevalente do mundo (estima-se que até 80% das mulheres sexualmente ativas terão contato com ele até os 50 anos) e é o fator mais fortemente associado ao câncer de colo de útero (sendo associado a 95% destes). → Os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois grupos, de acordo com o risco oncogênico e o tipo de lesão: • Baixo risco oncogênico: detectados em lesões anogenitais benignas e lesões intraepiteliais de baixo grau. • Alto risco oncogênico: detectados em lesões intraepiteliais de alto grau e, especialmente, nos carcinomas. ❖ Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estimativas epidemiológicas sugerem que a prevalência mundial da infecção pelo HPV está em torno de 630 milhões de pessoas infectadas. ❖ No Brasil, O HPV 16 é o tipo predominante em todas as regiões, com prevalências de 52% nas região Sul, 57% no Centro-Oeste, 59% no Nordeste, 43,5% no Norte e 52% no Sudeste. ❖ Acredita-se que o HPV está envolvido em 10 a 15% de todas as neoplasias humanas. ❖ A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que de 500 mil novos casos anuais de câncer no colo do útero, 80 % atinjam mulheres entre as idades de 15 e 45 anos que vivam em países em desenvolvimento, principalmente na América Latina, Caribe, em parte da África e sudeste da Ásia. ✓ O papilomavírus apresenta duas proteínas estruturais encapsulantes, L1 e L2. • L1- expressa de forma recombinante em um sistema de cultura de células, se automonta na ausência do genoma viral para formar uma partícula semelhante a vírus (PSV). • L2- é a proteína menor do capsídeo que, junto com L1, medeia a infectividade do HPV. ✓ O HPV penetra no epitélio a partir das células basais e parabasais. Estas, cujo núcleo contém o DNA virótico, são células que não permitem a multiplicação virótica, porém a persistência do genoma virótico estimula a multiplicação do DNA celular e induz as mudanças características, de acordo com o tipo de vírus. ✓ A multiplicação celular impede a multiplicação virótica independente. Migrando em direção à superfície do epitélio, as células sofrem processo de maturação com queratinização; uma vez maduras estas células tornam-se “permissivas” à multiplicação do DNA virótico. ✓ Após a infestação das células basais e parabasais, dois caminhos são possíveis: 1. A célula basal sofre processo de diferenciação normal, com multiplicação virótica e acaba numa população de vírus que, liberados por ocasião da descamação celular, infectam as células vizinhas estabelecendo o processo infeccioso com lesão condilomatosa típica e seus estigmas colpo- citohistológicos, que são a expressão da ação virótica sobre a célula. 2. Por ação de mutágenos diversos (genéticos, infecciosos, químicos, imunológicos) ou talvez, de nova infecção pelo HPV, a integração do genoma virótica na célula imatura infectada pode traduzir-se por alteração da função celular. A infecção pelo HPV se dá por acesso do vírus à membrana basal do epitélio, por meio de microtraumas que ocorrem na relação sexual, ou entrada do mesmo na zona de transformação do colo uterino. Nos HPV de baixo risco, seu DNA se mantém na forma circular sem ocorrer integração ao DNA celular, conhecida assim a forma epissomal. Ele se replica no interior do núcleo da célula hospedeira. Como o vírus depende da maquinária celular para se multiplicar, ele induz a duplicação celular, que começa a expressar a manifestação da infecção viral nas camadas mais superficiais do epitélio e assim passa a liberar cada vez mais partículas virais no ambiente infectado. Já na infecção provocada por HPV de alto risco oncogênico, o genoma perde sua forma circular e se integra ao DNA da célula hospedeira. A partir daí, o vírus passa a expressar suas oncoproteínas, sendo que a E6 inibirá a proteína supressora de tumor p53, e a E7 inibirá a pRb. Isto promoverá a imortalização celular. Como consequência, a depender da condição de cada indivíduo, ocorrerá o aparecimento das lesões precursoras ou mesmo o câncer. ❖ Apresentação latente − Ocorre quando as pessoas infectadas por HPV não desenvolvem qualquer lesão, podendo permanecer durante toda a vida. − Apenas algumas pessoas podem, anos mais tarde, vir a expressar a doença com condilomas ou alterações celulares do colo uterino. Nessa situação, não existe manifestação clínica, citológica ou histológica, apenas podendo a infecção ser demonstrada por meio de exames de biologia molecular (detecção do DNA viral). ❖ Apresentação subclínica − A lesão subclínica ocorre quando as microlesões pelo HPV são diagnosticadas por meio de exame de Papanicolaou e/ou colposcopia (lesões acetobrancas), com ou sem biópsia. − A lesão intraepitelial escamosa de baixo ou alto risco é detectada com mais frequência. − Os tipos oncogênicos de HPV podem resultar em lesões precursoras do carcinoma escamoso da cérvice uterina. ❖ Apresentação clínica (lesão macroscópica) − A forma mais comum de apresentação é conhecida como verruga genital ou condiloma acuminado. − Manifesta-se pela presença de lesões exofíticas, com superfície granulosa, únicas ou múltiplas, restritas ou disseminadas, da cor da pele, eritematosas ou hiperpigmentadas e de tamanho variável. − As lesões maiores assemelham-se a “couve-flor” e as menores possuem aparência de pápula ou placa, podendo também ter aspecto filiforme, sendo em geral resultantes de infecção por tipos não oncogênicos. − Na mulher, encontram-se na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo. − No homem, localizam-se na glande, sulco bálano- prepucial e região perianal. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea. HPV no céu da boca Verruga Genital Lesão com aspecto de couve-flor ▪ Colpocitologia oncótica de colo uterino (teste de Papanicolau); ▪ Citologia oncótica anal; ▪ Colposcopia; ▪ Anuscopia; ▪ Histopatologia. ✓ Existem diversas opções de tratamento para os sintomas do HPV, que são usadas conforme o tipo de manifestação do vírus (se ele é uma lesão ou uma verruga) e o seu grau e a localização da lesão ou verruga. Se o HPV for detectado precocemente, ele é altamente tratável. ✓ O tratamento do HPV é feito contra os sintomas, não há uma terapia que elimine o vírus, esse trabalho precisa ser feito pelo sistema imunológico sozinho. ✓ Portanto, se o exame do HPV detecta a presença do vírus, mas não há manifestações dele pelo corpo, nem mesmo subclínicas, o médico pode apenas pedir o acompanhamento mais de perto, com exames de rotina feitos com maior frequência. ✓ Cremes São indicados para lesões pequenas, em pequena quantidade ou mais externas podem ser tratadas como cremes e ácidos. Um dos mais usados é o ácido tricloroacético, mas existem outras opções. ✓ Retirada da lesão A retirada da lesão pode ser feita de diversas formas. Uma das técnicas mais utilizadas é a cauterização a laser, em que o feixe de luz é direcionado na lesão, queimando-a. Além disso, ela também pode ser feita com gelo seco (crioterapia), ácidos (cauterização comum) ou usando radiofrequência. ✓ Medicamentos para HPV ✓ Os medicamentos mais usados para o tratamento de HPV são: Efurix Ixium → Camisinhas A medida preventiva mais preconizada para o HPV é o uso de camisinha. A maior parte das transmissões desse vírus são sexuais e ao impedir o contato da pele entre os parceiros, a camisinha é uma das melhores formas de prevenir o problema. → Vacinação De acordo com a literatura científica, as vacinas contra o HPV previnem aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo de útero,aqueles causados pelos HPV 16 e 18. → Rastreamento de rotina Seguir com os exames ginecológicos de rotina após o início da vida sexual também é importante, pois eles permitem uma detecção precoce de lesões pré- cancerígenas e do câncer em si, o que proporciona uma melhor chance de recuperação. ➢ Sabe-se que indivíduos que apresentam a doença HPV podem desenvolver certos tipos de câncer sendo eles: ▪ Câncer de Colo de útero ▪ Câncer de Vulva ▪ Câncer de Vagina ▪ Câncer de Pênis ▪ Câncer Anal ▪ Câncer de boca e garganta (Câncer de Orofaringe) ➢ Portanto, a Fisioterapia entrará em ação para pacientes que desenvolvam o Câncer de Colo de Útero. ➢ O câncer do colo do útero também chamado de câncer do colo uterino é um tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo uterino, essas alterações são chamadas de lesões precursoras ou pré-câncer. ➢ As modalidades terapêuticas adotadas no tratamento do CCU, no decorrer de suas aplicações, podem levar a diversas disfunções como estenose do canal vaginal, dispareunia e diminuição da lubrificação vaginal que podem vir associadas a outras disfunções como a perda da sensação clitoriana e vaginal, afetando assim a função sexual, podendo também apresentar fibrose parcial e diminuição da elasticidade da vagina. ➢ Os tratamentos oncológicos como histerectomia radical, radioterapia e quimioradioterapia podem trazer malefícios para essas estruturas. ➢ Radioterapia e quimioradioterapia -> estão associadas a alterações fibroelásticas e musculares e em possíveis alterações funcionais dos ovários e menopausa precoce, levando a diminuição da lubrificação vaginal, elasticidade e força dos MAP’s. ➢ TRATA: ▪ Incontinência Urinária – Utilizando a cinesioterapia do assoalho pélvico, biofeedback (técnica que trata disfunções do assoalho pélvico quando a paciente apresenta contração muscular), modificação comportamental e eletroterapia neuromuscular utiliza correntes de baixa frequência utilizando TENS. ▪ Alterações funcionais do ovário e menopausa precoce - A atuação da fisioterapia nessa disfunção busca melhorar a atividade oxidativa e endurance muscular por meio de exercícios moderados. ▪ Disfunções sexuais- dispareunia e diminuição da lubrificação vaginal - O tratamento para a dispareunia inclui técnica de dessensibilização local do tecido, massagem local, alongamentos, uso de biofeedback, estimulação elétrica e uso de dilatadores vaginais para superar a ansiedade da penetração. ▪ Estenose vaginal e dispareunia: Diminuição dos graus da vagina - Uso de os dilatadores vaginais e terapia manual, especificamente a digitopressão. ▪ Linfedema de membros inferiores - Cuidados com a pele, drenagem linfática manual (DLM), compressão do membro e exercícios.
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