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Rilary Silva Sales – Urgência e Emergência – UFBA 2021 2 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico O QUE É O AVC? Sintomas neurológicos focais ou globais, com inicio abrupto ou em forma de crise, ocasionado pela interrupção do suprimento sanguíneo, por obstrução ou ruptura de vaso no encéfalo; Déficit neurológico, de instalação súbita ou com rápida evolução que pode levar à morte (MARTINS, 2020); Existem dois tipos de AVC: · AVC isquêmico ou Anóxico-isquêmico (AVCi); · AVC Hemorrágico (AVCh); EPIDEMIOLOGIA · O AVCi é responsável por aproximadamente 85% dos casos; · É uma das principais causas de incapacidade e mortalidade no mundo, comprometendo cerca de 15 milhões de pessoas/ano; · 100 mil mortes por ano no Brasil; · 70% não retorna ao trabalho; · 50% tornam-se dependentes nas AVD; CUSTOS E COVID-19 · Estados Unidos – cuidados agudos para pacientes com AVCI tem mediana de 3.825 dólares (VIEIRA, 2019) · Cuidados para os sobreviventes estão estimados em 66,3 bilhões de dólares/ano (AHA,2019) · Possibilidade de aumento dos casos por eventos trombóticos relacionados ao COVID-19 (BIKIDELI, et al., 2020; GIANNIS, et al., 2020; XIONG,LIANG,WEI, 2020) · Apenas uma parcela pequena da população tem acesso à assistência de qualidade. PORQUE ESTUDAR AVC ? · Número de casos aumenta quanto menor nível socioeconômico; · Riscos atrelados à doenças cardiovasculares, hábitos nocivos, qualidade de vida (acesso à saúde, educação e lazer) · Necessárias estratégias de conscientização e educação · Rápido acesso ao número 192 FATORES DE RISCO · Dislipidemia · Hipertensão arterial · Diabetes mellitus · Doença aterosclerótica da carótida · Fibrilação atrial · Insuficiência cardíaca · Idade > 65anos · Doença vascular: IAM prévio, doença arterial periférica · Sexo feminino · História familiar de AVC · Tabagismo · História de AVC prévio ou AIT · Uso de anticoncepcionais orais ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO Alterações estruturais e funcionais após uma agressão isquêmica; Causada por obstrução: · Trombose de grandes vasos; · Cardioembolismo; · Trombose de pequenas artérias; · Dissecção arterial; Surge uma região de infarto cerebral propriamente dito (“core”), na qual o dano funcional e estrutural é irreversível, e uma outra região funcionalmente comprometida, porém estruturalmente viável, denominada ZONA DE PENUMBRA ISQUÊMICA. ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO · No AIT o diagnóstico é sempre regressivo! · Déficit com duração <24h -> Ataque isquêmico transitório (AIT) · AIT maioria dura até 1h, mais precisamente de 8 (vertebrobasilar) a 14 minutos (carotídeo) · 90 dias após o AIT -> risco de AVC em 20% dos casos -> 50% desses evoluem para AVC em até 48h -> condutas imediatas para prevenção de novo evento isquêmico! AVCi x AVCh Sinais e Sintomas que sugerem AVCh: Cefaléia importante; Vômitos; PAS > 220mmHg; RNC; Crise convulsiva; ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO É a ruptura de um vaso cerebral; A hipertensão arterial é a causa mais comum de HIP; A ruptura dos aneurismas saculares é a causa principal de HSA; Leva à morte em 32 a 67% dos casos; Tratamentos cirúrgicos Opção 1: Como se fosse um pequeno pregador (chamado de clip) de roupa, imagine um pequeno pregador com menos de 2mm que, implantado, age fechando as paredes do aneurisma. Permitindo que o fluxo sanguíneo seja preservado no interior da artéria, impedindo que ocorra uma ruptura com consequente hemorragia dentro das cavidades cerebrais. Opção 2: Um pequeno cateter adentra o aneurisma e o enche com pequenos fios de metal, muito flexíveis, que vão se aglomerando e impedindo que o sangue entre, podendo ou não associar a um stent. O objetivo nesse caso é que o aneurisma não se rompa. Tipos de AVCH O AVCh pode se apresentar na forma de hemorragia com topografia intraparenquimatosa (HP) ou subaracnóide (HSA); · Diferenças clínicas; · Diferenças etiológicas; · Diferenças terapêuticas; SINAIS E SINTOMAS Sintomas neurológicos do AVC podem refletir sua localização pela relação com a área afetada. Havendo comprometimento da circulação anterior (carotídea), pode ocorrer: · RNC · Déficit motor e sensitivo; · Dificuldade na articulação de palavras; · Déficit de linguagem; · Alteração visual; Se tratando de comprometimento na circulação posterior (vertebral), pode apresentar-se com: · Déficit motor e sensitivo; · Disartria (incapacidade de articular palavras de maneira correta); · Disfagia (dificuldade de deglutição); · Alteração visual e de coordenação; · Diplopia (visão dupla); · Ptose (queda da pálpebra superior); · Anisocoria (tamanho desigual das pupilas); · Paralisia facial; · Nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos); · Vertigem; · Hemiparesia – mais frequente – lesão no córtex motor, regiões subcorticais, ou tronco encefálico · Afasia – Lesões no hemisfério esquerdo (dominante para a linguagem) · Dificuldades em compreender; · Dificuldade em expressar-se; · Dificuldade em nomear; · Dificuldade em repetir; Quais os achados clínicos do AVC? · Negliência viso-espacial (hemisfério direito); · Ataxia, vertigem (cerebelo ou tronco encefálico); · Cefaleia súbita; · Sensação de sal e pimenta nos olhos (infarto no tronco cerebral?) Diagnóstico Escala Pré-hospitalar de AVC: Cincinatti · Escala NIHSS (National Institute of Health Stroke Scale) · Avalia o nível de consciência, avaliaçã do olhar, campo visual, força da face, braços e pernas, sensibilidade, ataxia dos membros e linguagem. Varia de 0 a 42 pontos. Categorias: Déficit leve (<5); Déficit moderado (5-17); Déficit grave (17-22); Déficit muito grave (>22) · Escala de AVC do NIH · Tomografia de crânio (custo mais baixo, maior disponibilidade, menor tempo para realização, menor sensibilidade) · Ressonância Magnética ( custo elevado, presente em poucos centros, gasta-se mais tempo para realização, maior sensibilidade para detecção de sangrameno crônico e definição da etiologia do sangramento) Quais exames devem ser realizados por ordem de prioridade? · Glicemia · TC de crânio · Exames de coagulação · Hemograma · Ur/Cr/Na/Ca/K · ECG · RX de tórax · RNM · Doppler Diagnósticos diferenciais AVC Deve ser suspeitado durante anamnese clínica e inclui: · Crises epilépticas; · Alterações metabolicas: hipoglicemia, hiperglicemia, hiponatremia, encefalopatia, hepática; · Infecções sistêmicas; · Neoplasias e infecções do SNC; O que fazer quando um paciente com suspeita de AVC adentrar a unidade em que voce trabalha? Atrasos podem indicar prejuizo no diagnóstico funcional; Prioridade de atendimento inicial; Triagem e Acolhimento – Enfermagem Inicio súbito Que sintomas Horario de inicio Medicações Antecedentes NC, PA, pulsos Glicemia Capilar ! O tempo é ideal para o tratamento Prioridade na realização de exames · Prioridade na definição de medidas terapeuticas · Rápida administração de medicação · Monitoramento necessário · Suporte clinico · Controle de PA Tratamento AVCi Somente uma parcela pequena chega a emergência em tempo de receber os beneficios da terapia de reperfusão O tratamento do AVCi inclui suporte clinico, controle da PA, tratamento trombolitico, antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, tratamento de complicações neurológicas; · Proteção das vias aéreas – intubação necessária, oxigenio suplementar · Aspirina é recomendada para pacientes com AVCi dentro de 24 a 48h após inicio dos sintomas · É razoável que os pacientes com FA comecem a anticoagulação dentro de 4 a 14 dias do evento · Monitorização cardíaca deve ser feita pelo menos nas primeiras 24h após o evento · Pacientes com AVCi que tenham imobilidade devem receber compressão pneumática intermitente para prevenir tromboembolismo venoso. Não está claro se a heparina subcutânea de dose profilática é benéfica nestes pacientes. · Endarterectomia de carótidas: retirada do coágulo · Tratamento para AVCi com janela terapeutica de 4,5h Trombólise · Tempo de evolução indagada de forma objetiva; · Há criterios de inclusão e de exclusão · Trombolitico rt-PA na dose de 0,9mg/kg em 60min · 10% em bolus· Rigor na monitorização · Aplicacão da escala de NIH · Criterios de inclusão: AVE em qualquer territorio encefalico, TC de cranio ou RNM sem evidencia de hemorragia, idade superior a 18anos, possibilidade de iniciar o rtPA de 4,5h do inicio dos sintomas · Criterios de exclusão: AVE ou traumatismo cranioencefalico grave nos ultimos tres meses, uso de heparina nas ultimas 48h, historia pregressa de AVE ou malformação vascular cerebral Complicações neurológias do AVCi · Convulsões – não fazer uso profilático de anticonvulsivantes/tratar quando acontecer; · Edema cerebral (2 a 5 dias) – hiperventilação, diureticos osmóticos, manitol, barbitúricos? – craniectomia; · Transformação hemorrágica – neurocirurgia de urgência Tratamento adequado para HIP · Manitol a 20% · Hiperventilaçã – reduzir PCO2- Vasoconstricção cerebral · Sedação ou bloqueio neuromuscular · Tratamento cirurgico em hemorragia cerebelar acima de 3cm, se houver deteriorização neurologica ou compressão do tronco encefálico e hidrocefalia · Tratamento cirurgico se hemorragia lobar com deteriorização neurológia em pacientes jovens Tratamentos AVCH · Hiperventilação: diminuir PACO2, manter entre 30 a 35mmHg · Coma induzido: benzodiazepinicos, barbitúricos ou propofol · Diurético osmótico – uso de manitol · Bloqueadores de canais de cálcio – para tratar o vasoespasmo cerebral, relaxa o musculo liso das paredes do vaso · Terapia anticonvulsivante – fenitoina · Controle de glicemia · Descompressão cirúrgica Cuidados de Enfermagem ao paciente com AVC · Reconhecimento de sinais e sintomas · Monitorização dos parametros vitais · Manter o correto posicionamento do paciente e a altura da cabeceira da cama · Utilização de escalas de avaliação neurologica padronizadas, sendo a NIH considerada a mais adequada para AVE Cuidados durante e após trombólise; · Monitorizar 15 em 15min nas primeiras 2h · Monitorizar de hora em hora, até 24h · Não utilizar antitrombóticos, antiagregantes, heparina, nas primeiras 24h · Não instrumentar CVC ou PAM nas primeiras 24h · Não passar SNE nas primeiras 24h · Não realizar SVF nos primeiros 30min · Interromper trombólise se necessário · TC de controle após 24h
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