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Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa Reflexões Iniciais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Karin Claudia Nin Brauer Revisão Técnica: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert Revisão Textual: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert 5 • O Que é Língua? • Qual a importância de ensinar a Língua Portuguesa? Ao percorrer esta unidade, você observará que ela possui um mapa mental que organiza e facilita a visualização do conteúdo a ser desenvolvido. Na contextualização, você compreenderá melhor as características do contexto que envolve o ensino de língua portuguesa. No material teórico, você encontrará textos que abordam o conteúdo desta unidade (Ensino da Língua Portuguesa – Reflexões Iniciais). Este conteúdo será tratado de modo a levá-los a refletir e construir conhecimentos. Esta unidade conta ainda com atividades de sistematização (exercícios) com o objetivo de auxiliá-lo a observar o que de fato compreendeu sobre o tema tratado. Haverá ainda o material complementar para aprofundar o conhecimento e também para facilitar os estudos. Não deixe de assistir à videoaula. Ela contribui para a sistematização do conhecimento. Para um bom desenvolvimento na disciplina, é necessário ler todo o material com muita atenção e realizar todas as atividades propostas. E mais uma dica: é muito importante respeitar os prazos estabelecidos no cronograma, principalmente para a realização das atividades. É muito relevante imprimi-lo e colocá-lo num local visível. Temos que considerar mais um detalhe extremamente importante: esclarecer dúvidas sempre que necessário. Para o esclarecimento de dúvidas entrem em contato com o (a) tutor (a), fazendo uso da ferramenta Mensagens ou do Fórum de Dúvidas. A reflexão conjunta e o esclarecimento das dúvidas nos auxiliam na construção colaborativa do conhecimento por meio da interação. · Esta unidade versará sobre a relevância do ensino da língua portuguesa, e também sobre suas modalidades funcionais. Para que nossos estudos tenham bons resultados precisamos interagir, interligar os diferentes saberes e construir novos conhecimentos de uma forma colaborativa e compartilhada. Refl exões Iniciais 6 Unidade: Refl exões Iniciais Contextualização Vocês estão convidados a assistir ao vídeo no link a seguir, observando aspectos do ensino de Língua Portuguesa e das diferentes realidades linguísticas. Basta clicar em: http://www.youtube.com/watch?v=K3q2aMrmcec Enquanto assistem ao vídeo, reflitam sobre a seguinte questão: Qual a importância de ensinarmos a Língua Portuguesa? 7 O Que é Língua? Falaremos muito sobre a importância do ensino da Língua Portuguesa e suas modalidades funcionais. Então, como trataremos da relevância da LÍNGUA vamos primeiramente analisar o conceito de LÍNGUA. Você Sabia ? Língua é constituída por um conjunto de signos, sistema de expressão e de comunicação de um grupo social, uma nação. Segundo Cunha e Cintra ( 1985, p. 45) A língua é um sistema gramatical pertencente a um grupo de indivíduos. Expressão da consciência de uma coletividade, a língua é o meio por que ela concebe o mundo que a cerca e sobre ela reage. Utilização social da faculdade da linguagem, criação da sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem que viver em perpétua evolução, paralela à do organismo social que a criou. A língua é a criação, mas também o fundamento da linguagem que não poderia funcionar sem ela; é, simultaneamente, o instrumento e o resultado da atividade de comunicação. Por outro lado a linguagem não poderia existir ou manifestar-se a não ser pelo aprendizado e pela utilização de uma língua qualquer. A mais frequente forma da manifestação da linguagem- constituída de uma complexidade de processos, de mecanismos, de meios expressivos- é a linguagem falada, concretizada no discurso, ou seja, a realização verbal do processo de comunicação. Vamos mencionar LINGUAGEM- Trocando Ideias O que é linguagem? De uma forma ampla a linguagem é qualquer processo comunicativo. A Linguística estuda a linguagem, em especial a articulada, em outras palavras, a língua, ou linguagem verbal. Ainda segundo os autores Cunha e Cintra (1985, p. 30) Thinkstock/Getty Images 8 Unidade: Refl exões Iniciais Linguagem é um conjunto complexo de processos- resultado de uma certa atividade psíquica profundamente determinada pela vida social - que torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma língua. Ainda segundo os autores emprega-se também o termo linguagem para especificar todo o sistema de sinais que objetiva a comunicação entre indivíduos. Desde que se atribua valor con- vencional a determinado sinal, existe uma linguagem, ou seja, a linguagem falada ou articulada. A língua portuguesa é proveniente de Portugal, país colonizador do Brasil. Todavia, o português de Portugal, em nosso país, sofreu modificações, por isso hoje podemos falar em português do Brasil. Além do Brasil, outros países foram colonizados por Portugal e sofreram influência da língua e da cultura portuguesas como: Arquipélago dos Açores, Moçambique, Ilha da Madeira, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé, Príncipe, Macau, Timor-Leste e Goa. Após termos definido o que é língua, linguagem e ter situado a língua portuguesa no mundo lusófono, podemos então refletir: Qual a importância de ensinar a Língua Portuguesa? A relevância de ensinar a língua portuguesa e suas funções se manifesta tanto na área profissional como pessoal de cada cidadão. Se refletirmos sobre a área profissional, perceberemos que a norma culta é exigida para candidatos a vagas de emprego ou em qualquer processo seletivo, e conhecemos a norma culta estudando-a na escola, nas leituras, enfim, num contínuo processo de ensino e de aprendizagem. Glossário Norma culta- é uma variante da língua, a que segue de forma mais rígida às normas e regras da gramática. É a variante mais valorizada socialmente.. - é uma variante da língua, a que segue de forma mais rígida às normas e regras A língua portuguesa, nas modalidades oral ou escrita, proporciona diferentes possibilidades de estabelecer a comunicação. E é através desta comunicação que nos expressamos, negociamos, tratamos dos mais variados assuntos. Todavia, dependendo do meio em que estamos e do interlocutor com o qual estamos nos comunicando, será exigido de nós o uso da língua portuguesa em norma culta (ou norma urbana de prestígio, como a ela se referem vários estudiosos). E, é nesses momentos, que compreendemos a importância de ter o domínio dessa variante da língua. Thinkstock/Getty Images 9 O domínio da norma culta da língua portuguesa envolve a aptidão da escrita. Quem a domina bem pode estar à frente, diferenciar-se dos demais quando o quesito é uma seleção profissional ou avaliação no meio acadêmico. São exemplos da importância de ensinarmos a língua portuguesa: no caso de uma reunião empresarial ou em uma apresentação de trabalho; em ambas situações percebemos a necessidade de defender nossos argumentos de forma clara, convencer as pessoas, explanar e fundamentar nossas ideias de maneira coesa e concisa. Para que isso ocorra o domínio de certas expressões podem ajudar. Ainda outro fator que podemos apontar em favor da razão de ensinarmos a nossa língua na norma culta seria quando uma pessoa participa de um processo seletivo objetivando conquistar uma vaga, o examinador certamente avaliará o domínio da norma culta do candidato. Vemos que a relevância em ensinar a língua portuguesa está, então, em capacitar pessoas a expressar-se na norma culta, desenvolvendo as competências fundamentais para isso, como por exemplo: escrever textos coesos e coerentes, dissertar com introdução, argumentação e conclusão, ter o domínio da ortografia e das regras básicas da gramática da língua. Por isso, o ponto que está em discussão é mostrar que por meio do ensino da língua portuguesa podemos desenvolver a norma culta nos atos de: escrever,ler e consequentemente falar. É por meio do ensino e da aprendizagem também que vamos incentivar o estudante a ler com mais frequência, estar mais atento às características da língua que usa e assim possibilitar que ele desenvolva seu raciocínio linguístico, que se aproprie das regras da gramática normativa e que se expresse tanto na modalidade oral quanto na escrita de forma mais clara e organizada. Trocando Ideias E quais são as diferentes tendências de ensino que nos permitem a levar os alunos a familiarizar- se com a norma culta? São várias as tendências desde as tradicionais até as diversas teorias-interacionistas. Cada professor escolherá aquela em que acredita ou com a qual se identifica mais, além de usar outras ferramentas como as tecnológicas que são uma tendência que está em alta. É interessante ensinar uma língua por meio de aulas semi-presencias, totalmente a distância ou por meio de aulas presenciais com o uso da tecnologia. É necessário, porém, verificar como está o aluno ou o grupo de alunos antes de começarmos a proposta de ensino para a construção do conhecimento. Precisamos ter uma proposta de ensino, que atenda as reais necessidades dos alunos. Por exemplo: se quisermos trabalhar redação com nossos alunos, primeiramente é preciso observamos seus conhecimentos prévios e então pensarmos em preparar o aluno/ grupo para que redijam uma redação. Se simplesmente entregarmos um tema ao aluno/ grupo e esperarmos que ele desenvolva por si só a redação, ele vai se sentir perdido e podemos ter como resultado o desânimo do aluno para aprender a língua portuguesa. 10 Unidade: Refl exões Iniciais O ato de escrever pode se tornar mágico, quando há orientação e acompanhamento do professor ao longo dos anos. O ensino da língua portuguesa torna-se, assim, prazeroso, ocorrendo um momento de ensino- aprendizagem de forma colaborativa (professor- aluno, aluno- aluno). Após termos refletido sobre o ensino da língua portuguesa trataremos de alguns aspectos específicos da língua. Conhecê-los pode facilitar o trabalho do aluno e do professor. Ideias Chave A língua portuguesa é um sistema que apresenta diversificados modos de expressão. No entanto, para aprender a norma culta é necessário estar atento à gramática normativa que apresenta os aspectos da língua organizados nas seguintes partes: • Morfologia: estuda a palavra e suas formas. Aqui, estudam-se os morfemas, ou seja, tudo que nos remete a aspectos sobre gênero e número dos substantivos; tempo, modo, número e pessoa de um verbo e outras classes gramaticais. • Sintaxe: estudo das combinações entre as palavras, as funções sintáticas, ou seja, estuda-se a forma como o falante organiza a informação, o modo como ele ordena e liga as palavras em uma oração. • Semântica: estuda o significado das palavras, os sentidos que podem ser atribuídos a elas conforme o contexto em que estão inseridas. Enquanto apontamos alguns fatores de relevância do ensino da língua portuguesa, observamos que há duas modalidades sobre as quais trataremos a seguir: Existem praticamente dois registros da língua portuguesa, ou em outras palavras, duas línguas funcionais: Vamos começar a estudar a língua funcional no registro culto... • a língua funcional no registro culto, ou aquela chamada simplesmente de língua-padrão (ou norma urbana de prestígio) tem sua fundamentação na norma culta da língua portuguesa. Refere-se à língua empregada pelos veículos de comunicação de massa (jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão, anúncios, etc.), os quais têm por objetivo aliar-se a escola, colaborando na educação. Então, a língua-padrão é o modelo culto utilizado na escrita, que obedece rigidamente as regras gramaticais. Essa linguagem é mais elaborada, pois, o falante dedica mais tempo para se pronunciar de maneira refletida e também porque a escrita é muito valorizada na nossa cultura. Thinkstock/Getty Images 11 Evanildo Bechara, refere-se à norma culta como língua exemplar. O autor na Moderna Gramática da Língua Portuguesa (1999, p. 52), afirma: “A gramática normativa recomenda como se deve falar e escrever segundo o uso e autoridade dos escritores corretos e dos gramáticos e dicionaristas esclarecidos”. E agora observaremos o que entendemos como língua funcional no registro popular... • a língua funcional no registro popular; também chamada de língua coloquial ou língua cotidiana, apresenta muitas variações e tem o seu limite na gíria e no calão. O padrão coloquial- não se dá apenas na modalidade oral da língua, embora seja mais frequente, e, por ser mais espontânea, apresenta mais liberdade e não está tão presa à rigidez das normas gramaticais. Atualmente, o padrão coloquial é bastante usado na escrita informal nas redes sociais. Exemplos de construções permitidas na língua coloquial: “Ele disse para mim fazer a lição”. “Ainda não vi ela”, construções não aceitas no registro da língua culta. Glossário Calão- é popularmente conhecido como palavrão; uma palavra ou expressão geralmente rude e / ou grosseira. É um vocábulo Linguagem coloquial- é o uso da língua de maneira informal, sem obediência rígida às regras da gramática, a linguagem do dia a dia, mais popular. Observe a tirinha abaixo e a língua coloquial: http://migre.me/h3FTU 12 Unidade: Refl exões Iniciais O falante que domina a norma culta, normalmente, tem consciência da diferença entre língua culta e coloquial, por isso, da mesma forma que utiliza naturalmente as construções anteriores, coloquiais, na comunicação oral, evita-as na escrita. Ou melhor, evita-as nas situações formais de comunicação, seja na modalidade oral ou escrita. Então qual a diferença entre os dois registros da língua portuguesa? http://migre.me/h3G0R A diferença entre registro culto e coloquial está no aspecto de que o primeiro obedece às normas da gramática, e o segundo utiliza a espontaneidade da fala e não está tão preso às regras gramaticais, permitindo muitas variações no uso da língua. Por esta razão, existe um estudo da gramática da língua portuguesa, que é a investigação da correlação entre o que se fala ou se escreve e as normas para o emprego da língua de maneira culta. E nós brasileiros devemos perceber o momento em que devemos fazer uso de cada registro, seja coloquial ou culto. Precisamos estar atentos ao momento, ao contexto, ao interlocutor, se formal ou informal, para, então, não desencadearmos situações inadequadas no emprego desses registros. Ideias Chave Não podemos esquecer de mencionar a quem ensinamos que: • Ter o domínio da língua culta na fala e na escrita pode gerar o apreço, a admiração e uma boa imagem para os nossos interlocutores. • A eloquência e a habilidade de escrever podem conduzir as pessoas a alcançarem posições devido ao domínio da língua materna. Nas relações interpessoais também há um espaço voltado para a importância do ensino e consequente emprego dos diferentes registros da língua. Precisamos compreender que a comunicação verbal é indispensável para podermos externar um pensamento. E, as diferentes situações que envolvem a língua são aplicáveis no cotidiano, na família, com os amigos, os colegas. É relevante ensinarmos aos nossos alunos a respeitar os dois registros da língua portuguesa e fazer com que eles percebam que as relações são favorecidas no momento em que identificamos o que o interlocutor diz, podendo retribuir com palavras e ideias apropriadas. 13 É quase impossível conhecermos uma pessoa que sempre faça uso da norma culta da língua portuguesa. Mesmo estudiosos e pesquisadores, mestres e doutores apresentam divergências técnicas no que diz respeito ao uso de certos modos de expressão. Importante É admirável, que alguém tenha conhecimento profundo da semântica e das regras que regem a língua portuguesa na norma culta. Lembrem que devemos respeitar a todos os falantes da língua portuguesa independente das variações lingüísticas. No entanto é importanteapresentarmos aos nossos alunos no ensino da língua portuguesa, a norma culta, deixando claro a existência dos dois registros funcionais da língua: culto e coloquial, porém precisamos mencionar que a modalidade oral aceita mais as variações enquanto que a modalidade escrita é, quase sempre, regida pela norma culta da língua. Como se desenvolve o ensino da norma culta na escrita em sala de aula? Geralmente, os alunos apresentam resistência e muitas dificuldades em relação aos conteúdos das aulas de língua portuguesa, porque quando estas são desenvolvidas, normalmente, se dá ênfase apenas a uma lista de regras a serem decoradas. Sem mencionar o grupo das exceções e todas as terminologias gramaticais da nossa língua. Percebemos que até mesmo o professor, por mais dinâmico e criativo que seja, pode sentir certa insatisfação quando a língua é ensinada dessa forma, propondo aos alunos apenas decorar regras. Então é relevante procurarmos outros caminhos para ensinar a língua a nossos alunos. Eles conhecem as regras gramaticais, mas quando elas são somente memorizadas, não os auxilia a estruturar linguisticamente um pensamento e eles não percebem a importância de empregar as regras memorizadas. Mas a culpa dessa situação de ensino é do professor? Essa realidade consiste num conjunto de fatores. Por exemplo, sabemos que em muitas situações e instituições de ensino o professor pode sofrer algumas pressões externas que intervêm em sua metodologia de ensino. Exemplos dessas pressões são: vestibulares super- valorizados, concursos, que muitas vezes mantêm o foco em questões pouco significativas e que não possibilitam ao falante pôr em destaque seu potencial linguístico Importante Precisamos lembrar que quando trabalharmos com a disciplina de metodologia do ensino da língua portuguesa uma justificativa de por que ensinar esta disciplina é possibilitar ao aluno e professor refletirem sobre o uso da língua portuguesa. E também refletir sobre as condições de ensino. Thinkstock/Getty Images 14 Unidade: Refl exões Iniciais Acreditamos que o objetivo essencial do ensino de língua materna, no caso a língua portuguesa, é o desenvolvimento da competência comunicativa, ou seja, dar ênfase ao o que ocorre na comunicação. Como usuários da língua nos comunicamos de muitas formas, uma delas é por meio de textos. Podemos assim, construir por meio da comunicação significados e papéis sociais. Considerando o papel social da comunicação, é fundamental que as aulas de língua portuguesa não sejam somente aulas de gramática, mas que possibilitem momentos de reflexão e de desenvolvimento de habilidades e competências comunicativas. Para isso, listamos a seguir alguns objetivos essenciais que devem orientar o seu trabalho em sala de aula: Ideias Chave O ensino da língua portuguesa tem por objetivo: • organizar e aprofundar os conhecimentos linguísticos internalizados pelo aluno; • conscientizar o aluno da relevância de ampliar a competência de análise e interpretação gramatical, não como um fim em si, porém como uma possibilidade de refletir sobre a norma culta, utilizando-a de maneira eficiente; • oferecer possibilidades ao aluno de desenvolver, gradativamente, o domínio do emprego da norma culta, variedade fundamental para a sua participação na vida social letrada; • desenvolver no estudante o respeito às variedades linguísticas divergentes do padrão culto, fazendo-o refletir sobre o preconceito linguístico; • levar o aluno a diferenciar os diversos recursos (morfológicos, sintáticos, semânticos) na construção formal dos enunciados linguísticos; • desenvolver a habilidade de leitura funcional do aluno, para que ele relacione o que o que lê a seus conhecimentos prévios, de mundo, que estão ligados ao seu meio social; • possibilitar ao estudante que construa conhecimento para identificar características discursivas exploradas pelo texto apontando objetivos e intencionalidades textuais. Explore Explore Ensino da Gramática; opressão? Liberdade?, de Evanildo Bechara, principalmente o capítulo “Gramática e ensino”. Estrutura da língua portuguesa, de Joaquim Mattoso Camara Jr., pp. 9-10. Manual de expressão oral e escrita, de Joaquim Mattoso Camara Jr., cap. I - “A boa linguagem”, item II - Língua oral e língua escrita. Moderna gramática portuguesa, de Evanildo Bechara, pp. 23-24. Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, pp. 4-8. Thinkstock/Getty Images 15 Em Síntese A Língua - sistema de signos utilizados para expressão e comunicação de um grupo social, de um povo. Também é um sistema gramatical ligado a uma nação ou grupo de indivíduos. Expressão da consciência de uma coletividade, sendo o meio pelo qual se concebe o mundo que a cerca e sobre ela reage. Linguagem- é um conjunto complexo de processos que provém de uma atividade psíquica profundamente determinada pela vida social, fator que torna possível o desenvolvimento e o emprego concreto de uma língua. Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa- preocupa-se em fazer o aluno refletir sobre o ensino da língua portuguesa em si. Língua Culta ou formal - caracterizada pela correção gramatical, ausência de termos regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário e frases bem elaboradas. Salvo raras exceções, é a linguagem dos livros, jornais, revistas e, é claro, a linguagem que você deverá empregar em sua prova. Língua coloquial - é aquela que usamos no dia a dia, nas conversas informais com amigos, no bate-papo e no bilhete para a empregada ou para o filho que irá chegar, com as instruções para o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos afetivos e termos regionais. É também aquela utilizada nas redes sociais, em email de cunho pessoal etc.. É importante esclarecer para os alunos a relevância de aprender a língua portuguesa tanto para sua vida profissional quanto pessoal, de modo a colocá-lo na sociedade como um cidadão. A razão de ensinarmos e aprendermos a língua portuguesa está em conhecermos a língua culta e sabermos empregá-la e também em aprendermos a respeitar a língua coloquial e suas variações. 16 Unidade: Refl exões Iniciais Material Complementar Um bom site para estudar a Língua Portuguesa do seu surgimento até as tendências de hoje é: • http://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I Ao assistir o vídeo acima- preste atenção nos seguintes pontos: - surgimento da Língua Portuguesa e as influências que ela recebeu; - tendências que se mantêm até hoje na língua e que se tornam relevantes para o seu ensino; - tendências que se modificaram e são características da atualidade. 17 Referências BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 39º ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. CUNHA, L.F.C.; CINTRA, L. Nova gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985. GOMES, M. L. C. Metodologia do ensino de língua portuguesa. Curitiba: IBPEX, 2008. (E-book) VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. (Org.). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2009. (E-book) UNIDADE: Ensino de Língua Portuguesa - Reflexões Iniciais w w w .cruzeirodosulvirtual.com .br Cam pus Liberdade R. Galvão Bueno, 868 São Paulo SP Brasil CEP 01506 000 T F 11 3385 3019 / 3385 3039 suporteead@ cruzeirodosul.edu.br Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Karin Claudia Nin Brauer Revisão Técnica: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert Revisão Textual: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert 5 • Língua Portuguesa • Objetivos dos PCN no Ensino da Língua Materna e Gêneros Textuais Ao percorrer esta unidade você encontrará um mapa mental que auxiliará na visualização do conteúdo a ser trabalhado. Na contextualização, você compreenderá melhor as características do contexto que envolve a atualização do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa.No material teórico, você encontrará textos que abordam o conteúdo desta unidade. Esse conteúdo será tratado de modo a levá-los a refletir sobre os temas e a construir novos conhecimentos. Esta unidade conta ainda com atividades de sistematização (exercícios) com o objetivo de auxiliá-lo a observar o que de fato compreendeu sobre o tema tratado. Haverá ainda o material complementar para aprofundar o conhecimento e também para facilitar os estudos. Não deixe de assistir à videoaula. Ela contribui para a sistematização do conhecimento. Para um bom desenvolvimento na disciplina, é necessário ler todo o material com muita atenção e realizar todas as atividades propostas. E mais uma dica: é muito importante respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. E, por fim, lembrem-se de esclarecer as dúvidas sempre que necessário. Para isso, entrem em contato com o (a) tutor (a), fazendo uso da ferramenta Mensagens ou do Fórum de Dúvidas. A reflexão conjunta e o esclarecimento das dúvidas nos auxiliam na construção colaborativa do conhecimento por meio da interação. · Nesta unidade desenvolveremos como tema a atualização do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa. Lembramos a importância da interação para que possamos construir conhecimentos de maneira compartilhada. Todos os passos da unidade estão voltados para alcançar a aprendizagem de forma colaborativa. Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem 6 Unidade: Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem Contextualização Vocês estão convidados a assistir ao vídeo no link a seguir para refletir sobre os seguintes pontos em relação à Língua Portuguesa: » Concepções de linguagem; » Concepções de gramática; » e ensino de língua portuguesa. Explore Para isso, basta clicar em: https://youtu.be/Za8mPxQTIO8 Enquanto assistem ao vídeo, reflitam sobre as seguintes questões: » O que ensinamos na escola: a oralidade ou a escrita? » A oralidade e as variações da língua devem ser respeitadas? 7 Língua Portuguesa Segundo Luft (2007) a Língua Portuguesa é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem dar significado ao mundo e ao contexto em que está inserido. Aprender uma língua não é somente aprender vocábulos, mas também os seus significados culturais e como as pessoas do seu meio social compreendem e interpretam a realidade. O que estudar nas aulas de Língua Portuguesa? Diálogo com o Autor Segundo Luft (2006, p.21) “Confunde-se estudar língua com estu- dar gramática. Confunde-se expressão escrita com fazer redação. Então, precisamos entender essa confusão antes de começarmos a ensinar a língua Portuguesa. Os alunos reclamam dessa confusão e, constantemente, ou- vimos seus comentários de: “Odeio português, é só gramática.” O baixo índice de rendimento dos alunos em várias avaliações como Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) está relacionado a questões de leitura e de escrita. Devido a este fato, é necessário questionar a prática do ensino de língua materna. Afinal, há um número grande de aulas de língua portuguesa na grade curricular desde os primeiros anos da escola. Como explicar, então, que nos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, o aluno não seja capaz de desenvolver um texto com coesão e coerência? Fonte: Thinkstock / Getty Images 8 Unidade: Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN- é uma referência de qualidade elaborada pelo Governo Federal para nortear as equipes escolares na execução de seus trabalhos. Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Governo de São Paulo - SARESP - é uma avaliação externa em larga escala da Educação Básica, aplicada a cada ano, desde 1996, pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM- é uma prova realizada pelo Ministério da Educação do Brasil. Ela é usada para avaliar a qualidade do Ensino Médio no país e sua aprovação serve como oportunidade de ingresso ao ensino superior em universidades da rede pública brasileira por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Sabemos que os currículos nas escolas, seguindo as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), estão fundamentados no desenvolvimento das competências leitora e escritora. Esses conhecimentos passam basicamente pela produção e leitura de textos escritos em língua culta. Sabemos que os currículos nas escolas, seguindo as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), estão fundamentados no desenvolvimento das competências leitora e escritora. Esses conhecimentos passam basicamente pela produção e leitura de textos escritos em língua culta. No entanto, sabemos também que a leitura e a produção de textos não são trabalhadas em sala de aula como poderiam ser. Há, ainda, uma grande ênfase dada ao ensino das normas gramaticais, que regem a língua culta, conduzindo a um ensino da língua fundamentado na nomenclatura e no emprego descontextualizado de elementos discursivos. Surge, assim, a dificuldade em compreender a língua como um todo, em suas relações semânticas e morfossintáticas. Claro que muito é ensinado, porém quase nada desse conteúdo é usado de maneira consciente na construção do discurso escrito. Cabe aos professores mostrar aos alunos que a língua é dinâmica, viva e mantém uma relação com todos os elementos estudados na escola. Só assim, mudaremos esse estado de coisas e levaremos os alunos a terminar o Ensino Fundamental e Médio tendo o domínio mínimo para fazerem uso da linguagem escrita de modo eficiente. Trocando Ideias Qual seria a possível solução para esse quadro de ensino da Língua Portuguesa? Fonte: Thinkstock / Getty Images 9 É necessário dar ênfase aos diversos modos de uso da língua, para que o aluno interaja com seus conhecimentos. A escola deve receber os alunos e respeitar as suas individualidades e culturas, e ensinar-lhes a usar a linguagem oral e escrita de forma competente, nos diferentes contextos, sabendo respeitar as variações linguísticas. Fonte: Thinkstock / Getty Images Os professores devem mostrar aos alunos os diversos gêneros textuais que transitam na sociedade, tendo sempre o cuidado de contextualizar o material com a realidade em que vivem. Diálogo com o Autor Segundo Luft (2006, p. 21) “por que os professores em geral não capacitam melhor os alunos para a comunicação oral e escrita? Porque, em vez de fazê-los trabalhar intensamente com a sua gramática interior, fazendo frases, compondo textos, lendo e escrevendo, pretendem impor-lhes a Gramática Normativa, suas teorias e regras. Um ensino gramaticalista abafa justamente os talentos naturais, incute insegurança na linguagem, gera aversão ao estudo do idioma, medo à expressão livre e autêntica de si mesmo”. A escola, quando indagada a respeito do baixo rendimento de seus alunos, normalmente responde que a razão para isso são fatores externos, como a falta do hábito de leitura, a desestrutura familiar, entre outros. Pense Todavia o que estamos desenvolvendo em aula para superarmos esses problemas? 10 Unidade: Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem No entanto, é fato que os alunos ficam a maior parte do tempo sob nossa responsabilidade e interação, e muito menos com a família que está, muitas vezes, desestruturada. Assim, servimos de modelo e como referencial de interação aos nossos alunos. Eles estão a maior parte do tempo na escola, em nossa aula de língua portuguesa ou nas aulas de tantas outras disciplinas. É preciso lembrar que estamos vivendo uma crise de valores que atingem todos os setores da sociedade como a família e a escola. Deste modo, os modelos antigos de ensino já não surtem mais efeito. Precisamos olhar para o momento atual, compreendê-loe buscar alternativas que se adaptem às necessidades do momento. Observe a imagem a seguir: Fonte: Thinkstock / Getty Images Na verdade, a imagem mostra que a escola, hoje, não apresenta mais as características que tinha antigamente e precisa estabelecer novas relações com a sociedade. Acrescente-se a isso a interferência das novas tecnologias e as mudanças de valores, e perceberemos que surgem novos comportamentos que demandam uma maior flexibilidade de atuação. Trocando Ideias O que podemos concluir da colocação anterior? Primeiro- a escola não é a mais a mesma, assim, a forma como ensinávamos a Língua Portuguesa no passado, os mesmos métodos e estratégias antigos já não cabem mais, precisamos inovar, pois os alunos, os professores e os contextos mudaram completamente. 11 Segundo- essa mudança social precisa de uma nova escola que tenha conhecimento sobre a realidade e seus problemas e clareza do que deve ser trabalhado ou desenvolvido para tentar resolver as questões problemáticas e não simplesmente fazer dos problemas uma explicação para os fracassos. Terceiro- um problema da nossa sociedade é a falta do hábito da leitura. E a leitura é um suporte importante para o aprendizado e o desenvolvimento da linguagem, ou seja, para o ensino de Língua Portuguesa e de outros saberes. Precisamos contextualizar as estruturas da Língua que normalmente são trabalhadas de forma descontextualizada (gramática solta) e muitas vezes, os alunos apresentam dificuldade em compreender que essas estruturas estudadas de forma descontextualizadas devem ser incluídas por eles em algum contexto. Você Sabia ? E qual a finalidade da Metodologia da Língua Portuguesa em tudo isso? Essa disciplina tem por objetivo refletir a respeito da própria Língua Portuguesa e o que deve ser desenvolvido com ela e com as linguagens no ambiente escolar. Trocando Ideias E como deve atuar o professor nesta questão de ensinar a gramática ou ensinar a língua? O professor deve ensinar a língua de forma viva, contextualizada, na prática, nos diferentes empregos dessa língua, fazendo com que o estudante observe as ligações existentes entre as regras e a utilização delas em textos. Existe a necessidade da Língua Portuguesa culta no aprendizado da escola, e para que não se ensine gramática por gramática é interessante estudar os empregos da língua e também os acontecimentos a ela relacionados. Sabemos que ter conhecimento da língua é fundamental, pois é por meio dela que elabo- ramos novos conhecimentos, essenciais para desenvolver formas de compartilhar diferentes saberes, perguntar, desenvolver o ponto de vista e visão de mundo, para poder atuar de forma participativa na sociedade. Em Síntese Ensinar os estudantes a ler, a escrever, a interpretar textos e a se expressar de maneira adequada em Língua Portuguesa deve ser a principal meta dos professores. Apesar das mudanças feitas nos currículos, em relação à atuação dos professores, ainda há muito o que se fazer. O índice de repetência e de evasão escolar aqui no Brasil é um dos mais altos do mundo. Os alunos ainda saem da escola com muitas dificuldades na leitura e na escrita. 12 Unidade: Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem Objetivos dos PCN no Ensino da Língua Materna e Gêneros Textuais De acordo com os PCN, o objetivo do ensino de língua materna é que o estudante desenvolva na escola algumas competências como: A - Comunicar-se em diferentes contextos: Esses contextos podem ser: conversas com a família, uma apresentação de trabalho, uma fala em público ou simplesmente uma conversa entre amigos. B - Desenvolver a habilidade de expressar-se de diversas formas: Ter conhecimento para identificar a língua adequada a cada contexto: culta ou coloquial. Sendo a culta para ambientes formais e a coloquial para situações de informalidade. C – Conhecer e respeitar as variações linguísticas presentes no uso da Língua Portuguesa: É importante que o estudante compreenda que no nosso país existem diferentes culturas e, consequentemente, diferentes modos de falar e de escrever, também, ou seja, que ele saiba da existência da variação linguística. Vamos observar alguns exemplos de variação linguística: » Se observarmos a fala do paulista, do cearense, do gaúcho, do carioca, todos eles usam diferentes expressões e variadas pronúncias de palavras da Língua Portuguesa. Essa variação pode ocorrer de estado para estado, ou mesmo num só estado: em São Paulo, há variação entres as cidades do interior, entre si e entre o interior e a capital, não é mesmo? Muitas vezes essas variações ocorrem numa mesma cidade. Em São Paulo há diferentes falares entre a população que mora, por exemplo, na Zona Leste e Zona Norte. Vale ressaltar sempre que ninguém está errado, são apenas maneiras diferentes de usar a língua. D - Reconhecer os vários gêneros textuais Toda língua se realiza em diferentes textos, que circulam socialmente. A esses textos, chamamos gêneros textuais. São eles: um poema, uma propaganda no jornal, uma receita culinária, uma carta, um email, uma notícia de jornal, entre muitos outros. Procure lembrar-se de pelo menos mais cinco gêneros, que você conheça. Viu? São inúmeros, não é mesmo? Estamos todos os dias em contato com vários gêneros textuais que existem em número infinito. É importante que a aula de língua de portuguesa seja um espaço para que o aluno entre em contato com a maior diversidade possível de gêneros, concorda? E - Compreender que a leitura pode ser uma maneira de buscar informação, entretenimento e diferentes saberes. Através da leitura o aluno poderá ter acesso a diferentes informações. Esta leitura poderá ser feita tanto no meio digital como no papel. 13 F – Conseguir marcar as ideias centrais de um texto, fazer anotações sobre o mesmo, ou seja, fazer uso das estratégias da leitura para alcançar a essência do texto. Além de desenvolver textos claros e coerentes na modalidade escrita, que expressem o propósito comunicativo do produtor. O trabalho com a língua deve auxiliar o aluno a desenvolver competências e habilidades para que ele alcance a leitura interpretativa e a possibilidade de desenvolver um texto coeso e coerente, fazendo da Língua Portuguesa uma ferramenta que lhes permita ter acesso a diferentes maneiras de utilizar as informações pesquisadas nos textos lidos. G - Preparar o estudante a ponto dele estar apto para expressar-se de diferentes formas: suas ideias e preferências individuais. O estudante precisa estar apto a: interpretar diferentes informações e refletir sobre as ideias de outros, sabendo criar argumentos a partir de suas próprias ideias. Por exemplo: No momento em que os estudantes relatam algo em aula defendendo e fundamentando seus pontos de vista, comentando fatos ocorridos com eles, estão treinando a habilidade de expressar-se. H - Desenvolver a habilidade de verificar e analisar criticamente os usos da Língua Portuguesa como meio de divulgação de valores e preconceitos. Esse fato pode ser ilustrado com as piadas que têm a intenção de pejorar a algum povo como: judeus, negros, entre outros. Por isso, repensar o verdadeiro significado preconceituoso dessa questão, pode criar uma interessante atividade em aula em que se discutam questões culturais. Trocando Ideias O hábito de leitura auxilia no aprendizado da Língua nas modalidades Oral e Escrita, apresentando a língua de forma viva e não apresentando apenas a gramática pela gramática. Mas como incentivar esse hábito? Para formarmos bons leitores e escritores, conhecedores da língua, é necessário fazer primeiramente com que nossos alunos entrem em contato com a língua, precisamos colocá-los em contato intenso com diferentes textos. Vale lembrar que diferentes avaliações e exames, nacionais e internacionais, exigem que os estudantes não só saibam escrever textos coesos e coerentes, como também compreendam o que leem. Por isso, eles precisam estar em contato com diferentesgêneros textuais e é imprescindível que o professor selecione bons materiais, que despertem a curiosidade dos estudantes. Os gêneros textuais são os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. 14 Unidade: Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem É muito importante ensinar o uso da escrita em várias situações de comunicação, sendo que para isso, é necessário que o ensino da língua ocorra de forma contextualizada. Sendo assim, o ensino deve acontecer a partir de diferentes textos que circulam socialmente como: notícias, contos, crônicas, folhetos, rótulos, receitas, quadrinhos, cartazes, bilhete, textos didático-científicos, entre outros. Não podemos esquecer também dos gêneros textuais orais como palestras, entrevistas, apresentações de trabalhos de equipe, debates orais regrados, entre outros. Nas diversas situações contextualizadas podemos perceber a utilidade de conhecer bem a Língua Portuguesa. Ela é uma ferramenta para nos ajudar tanto na escrita como na expressão oral desde que seja ensinada como uma língua viva e não com um conjunto de regras gramaticais, fora de contexto. Devemos lembrar sempre que é necessário ensinar a língua de forma viva, e, para isso, precisamos refletir sobre a nossa própria prática pedagógica, sobre o que estamos desenvolvendo com os alunos e que material estamos selecionando para que se construam diferentes saberes e para que possamos cativar a atenção deles. E lembrar também que é papel da escola desenvolver a linguagem oral de seus alunos. A escola deve respeitar as variações linguísticas de seus alunos, portanto na sala de aula é fundamental apresentar as falas mais adequadas às diferentes situações do dia a dia. As exposições orais são mais frequentes conforme avançamos nas séries escolares, pois aparecem apresentações de trabalhos. Porém, são poucas as escolas que costumam ensinar como falar em situações públicas formais. E, mesmo os pequenos aprendizes da língua devem praticar sua expressão oral. A linguagem oral apresenta dificuldades tanto para o falante que a produz (clareza), quanto para o ouvinte que a recebe (compreensão). É importante que o trabalho com a expressão oral, formal, se faça presente em sala de aula desde as séries iniciais. Para concluir, ressaltamos a importância do trabalho bem feito com a leitura e a escrita nas aulas de língua portuguesa. Para isso, é preciso que o professor esteja atento a alguns pontos essenciais: » A Língua Portuguesa é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem dar significado ao mundo e ao contexto em que está inserido. » O professor precisa ensinar a língua de forma contextualizada na prática, e também os diferentes empregos dessa língua, fazendo com que o estudante perceba as relações existentes entre as regras gramaticais e a utilização delas em textos. » É essencial desenvolver recursos para que o aluno domine a leitura, de forma interpretativa, elabore textos coesos e coerentes, tendo a Língua Portuguesa como uma ferramenta que lhe permita utilizar, de diferentes maneiras, as informações que estão cada vez mais ao seu alcance. Deixamos a seguir algumas observações sobre a leitura e a escrita que devem orientar o seu trabalho em sala de aula: 1 - Trabalhar a leitura auxilia a formação de escritores. 2 - O estudante que lê mais apresenta um vocabulário mais diversificado. 15 3 - É por meio da leitura que o aluno também compreende melhor a estrutura gramatical e até mesmo as regras ortográficas da Língua Portuguesa. 4 - A leitura e a escrita são processos complementares. É importante relacioná-los para potencializar o processo de aprendizagem e de uso da língua, em diferentes contextos. 16 Unidade: Ensino de Língua Portuguesa – Atualizando o Ensino e a Aprendizagem Material Complementar Explore Um bom site de pesquisa para estudar Concepções de Linguagem é: https://youtu.be/JUrY60mK2g8 17 Referências COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. (E-book) LUFT, P. C. Ensino e aprendizado da língua materna.São Paulo: Globo, 2007. _________. Língua & liberdade. São Paulo: Ática, 2006. PAULA, A. B.; SILVA, R. C. P. Didática e avaliação em língua portuguesa. Curitiba: IBPEX, 2008. (E-book) VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. (Org.). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2009. (E-book) w w w .cru zeiro d o su lvirtu a l.co m .b r C am p u s Lib erd ad e C EP 0 1 5 0 6 0 0 0 R . G alvão B u en o , 8 6 8 T F 5 5 1 1 3 3 8 5 30 1 9 / 33 8 5 3 03 9 São P au lo SP B rasil su p o rteead @ cru zeiro d o su l.ed u .b r Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Karin Claudia Nin Brauer Revisão Técnica: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert Revisão Textual: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert 5 • Ensino da Língua Portuguesa • Concepção da Gramática Normativa • Concepção de Gramática Descritiva Esta unidade conta ainda com atividades de sistematização (exercícios) com o objetivo de auxiliá-lo a observar o que de fato compreendeu sobre o tema tratado. Haverá ainda o material complementar para aprofundar o conhecimento e também para facilitar os estudos. Não deixe de assistir à videoaula, ela contribui para a sistematização do conhecimento. Para um bom desenvolvimento na disciplina, é necessário ler todo o material com muita atenção e realizar todas as atividades propostas. E mais uma dica: é muito importante respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. Lembre-se de esclarecer as dúvidas sempre que necessário. Para isso, entrem em contato com o (a) tutor (a), fazendo uso da ferramenta Mensagens ou do Fórum de Dúvidas. A reflexão conjunta e o esclarecimento das dúvidas nos auxiliam na construção colaborativa do conhecimento por meio da interação. · Esta unidade abordará diferentes aspectos dos fundamentos teóricos e metodológicos para o ensino de língua portuguesa os quais precisamos conhecer para compreender melhor a língua e seus usos. Lembrem-se de que é necessário haver interação para alcançarmos um bom desempenho em nossos estudos. Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa • Gramática Internalizada ou Implícita 6 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa Contextualização Para aprofundar conhecimentos sobre a língua portuguesa e sua importância não só em nosso país mas também no cenário mundial, assista ao documentário a seguir: • https://youtu.be/JBmLzbjmhhg Vale a pena levar esses conhecimentos a seus alunos, assistir ao filme com eles e discutir a importância e a diversidade da língua portuguesa, concorda? 7 Ensino da Língua Portuguesa - Fundamentações Teóricas Quando refletimos a respeito do ensino de Língua Portuguesa, podemos nos direcionar inicialmente para a educação básica. Nessa etapa da vida escolar, as concepções, os objetivos, os conteúdos, as situações didáticas e a avaliação se voltam para o desenvolvimento da linguagem escrita. No decorrer de outras etapas, provavelmente, se dará ênfa- se às várias linguagens, que também são formas de expressão do pensamento. É possível pensar o ensino da Língua Portuguesa por meio de diferentes abordagens. São diversos os caminhos que podemos seguir, sempre respaldados pelas fundamentações teórico- metodológicas que os estudos da língua e da educação vêm desenvolvendo. A Língua Portuguesa e o seu ensino no Brasil - Breve Histórico Começaremos a analisar esse percurso pela história do ensino da língua Portuguesa no Brasil. Em 1759 a Reforma Pombalina determinou como obrigatório o ensino de LínguaPortuguesa nas escolas. Buscava-se passar o conhecimento da norma culta da língua materna aos filhos das classes altas. Já em 1800, a linguagem foi considerada como uma expressão do pensamento e o ato de escrever como sendo resultado do ato de pensar. Na escola, enfatiza-se o ensino baseado em textos literários. Em 1850, o método sintético foi valorizado no ensino da leitura. Com esse método, objetivou- se a compreensão das palavras por meio das letras, das sílabas. No entanto, houve uma mudança paulatina para o ensino e aprendizagem da leitura e da escrita pelo método analítico. O auge da criação do método analítico ocorreu em 1876, quando o poeta João de Deus lança a Cartilha Maternal. Essa cartilha valorizava “a palavração”, modelo que mostra que o aprendizado deve se fundamentar no estudo de palavras inteiras. Mais tarde, em 1911 o método analítico se torna obrigatório no ensino da alfabetização no estado de São Paulo. Em 1920, aconteceu a Reforma Sampaio Dória garantindo a autonomia didática aos profes- sores. Começou, então, uma batalha entre os métodos analíticos e sintéticos. Uns professores defenderam o método analítico, outros o sintético e houve quem mesclasse as ideias básicas dos dois métodos, originando os métodos mistos. Em 1930, o termo “alfabetização” foi usado para identificar os processos iniciais de aprendi- zagem de leitura e escrita, que passaram a ser ensinados juntos. T hinkstock/G etty Im ages 8 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa No ano de 1940, ocorreu o lançamento das cartilhas Caminho Suave e Sodré fundamentando- -se na técnica dos métodos mistos, as quais marcaram a aprendizagem de muitas gerações. Mais de um século depois, em 1960, foram feitos os primeiros registros sobre o ensino da língua, que consideram como independentes a escrita e a leitura. No ano de 1970, a linguagem foi considerada uma ferramenta de comunicação. O aluno deveria basear-se em modelos para construir textos e transmitir mensagens. Na escola, os alunos passam a ter contato com os gêneros literários e os não-literários. Em 1984, a partir dos estudos sobre o livro Psicogênese da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, modificou-se a compreensão de linguagem e essa nova visão sobre a linguagem influencia diretamente o ensino de leitura e de escrita e a alfabetização nos primeiros anos, até os dias atuais: a ênfase está na interação entre as pessoas. Em 1997, publicaram-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), por iniciativa do go- verno federal, para todo o Ensino Fundamental (I e II), nomenclatura da época, valorizando-se as práticas sociais de linguagem no ensino da Língua Portuguesa. Então, o que podemos apreender com tudo isso? Ideias-chave O ensino de Língua Portuguesa, do século 19 para frente, foi marcado pelos métodos de ensino de leitura e de escrita nos anos iniciais e normativos nos anos seguintes de escolaridade. Foram as pesquisas, na área de Língua Portuguesa e da Linguística que, nos últimos anos, foram modificando um pouco essa forma de ensinar e de aprender. Vamos conhecer melhor os diferentes métodos utilizados nas diversas fases e épocas: - Métodos Sintéticos Métodos valorizados no ensino da leitura, a partir de meados do século 19. A escrita era tida como uma habilidade motora que remetia ao treino mecânico. Após a alfabetização, os estudantes teriam que aprender regras gramaticais. A alfabetização começava com o ensino de letras e sílabas e sua ligação com os sons para a leitura de frases. Nas séries finais, o objetivo era ensinar a escrever usando a língua culta e a ler usando modelos consagrados da literatura. Deste modo, apenas os clássicos eram trabalhados em aula. A técnica para a leitura era a silábica, alfabética ou fônica, não considerando-se o contexto e o interlocutor. 9 - Métodos Analíticos Apareceram em resposta contrária aos modelos sintéticos no final do século 19. A alfabetização, nos primeiros anos, continua dando ênfase ao treino, mecânico, e os anos posteriores continuam voltados à discussão das normas. A alfabetização tem como ponto de saída: o todo para compreensão das sílabas e letras. Pouco muda nas estratégias para as séries finais do Ensino Fundamental. A técnica de ensino era apresentar pequenos textos, sentenças ou palavras para, então, estudar suas partes e o desenvolvimento da língua. Proposta Construtivista Destacou-se em meados de 1980, com os estudos psicogenéticos e didáticos e com a visão interacionista de linguagem. O aluno teria de refletir a respeito da escrita, seus empregos e seus objetivos. Os elementos de ensino eram o sistema alfabético e os comportamentos de leitores e de escritores. Técnica de ensino: leitura e escrita realizadas pelo professor, elaboração de textos, leitura (individual e coletiva) dos estudantes e reflexão a respeito da língua. Textos de vários gêneros devem ser compartilhados com os alunos desde o começo da alfabetização até os anos finais. Trocando Ideias É relevante que, além de acompanhar esse histórico, possamos refletir e conhecer modelos teóricos linguísticos diferentes e analisarmos o ensino de línguas, no caso a língua materna, o português. Modelos Teóricos Linguística e Ensino de Línguas Na linguística, os modelos teóricos mais importantes estão presentes na questão do ensino das línguas. Podemos observar alguns fatos que deram fundamentação para uma troca entre a teoria da linguagem e o ensino de línguas. Podemos observar, então: A- Estruturalismo No estruturalismo americano, a tentativa de pesquisar as línguas indígenas possibilitou um incentivo metodológico para o estudo de línguas que não se incluem no ramo de línguas indo- européias. Essas investigações demarcaram a oportunidade de se criar um método de estudo de todas as línguas do mundo. Esse conjunto de ideias relacionado com a ligação entre o estruturalismo americano e o behaviourismo de Skinner, apresentou um excelente conteúdo para a elaboração de um método de ensino de língua estrangeira baseado no conhecimento, na imitação e na repetição. 10 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa O estruturalismo americano possibilitou um movimento para investigação de línguas com fundamentação normativa - do correto e do incorreto-, mostrando um análise objetiva e restrita, desconsiderando as diferentes culturas, o contexto e os interlocutores, o que gerou a ideia de preconceitos sociais e linguísticos. Os moldes de Bloomfield dos sistemas linguísticos levaram ao ensino do inglês nos Estados Unidos, da mesma forma. No estruturalismo europeu vigorou o princípio de Saussure, segundo o qual, nas línguas naturais, as ligações entre as unidades mostram precedência sobre as próprias unidades. Essa percepção interferiu em descrições fonológicas e gramaticais das línguas europeias, mesmo que no Brasil tenham sido utilizadas apenas para discussões teóricas. B- Temos ainda o trabalho de Halliday et alii, bastante explorado, que estabelece três modalidades de ensino: a) Ensino Prescritivo; b) Ensino Descritivo; c) Ensino Produtivo. • Ensino Prescritivo O ensino que se baseia na gramática normativa é chamado de ensino prescritivo e tem por objetivo não só levar o aluno a dominar a norma culta ou língua padrão mas também a ensinar a escrita da língua. Essa modalidade tem grande tradição na escola brasileira. O ensino prescritivo tem por meta evitar que o aluno cometa “erros” no uso da língua. Ele utiliza métodos padronizados de ensino para convencer os alunos a aceitarem os padrões linguísticos prestigiados socialmente. Além disso, enfatiza a determinação do certo e do errado e interfere nas habilidades linguísticas que o aluno traz para a escola. Características do ensino prescritivo: - forma uma reserva social; - enfatiza a visão maniqueísta do certo e do errado; - intervém nas habilidades linguísticas já existentes. O ensino prescritivo traz comometa fazer com que o aluno substitua seus próprios padrões de atividade linguística, tidos como errados, por outros, considerados corretos. Segundo as considerações de Sampaio (1988), a escola moderna brasileira em relação ao ensino de Língua Portuguesa, apresenta um currículo baseado no normativismo, dando ênfase ao estudo da Gramática e da História Literária. 11 • Ensino Descritivo Tem como meta ensinar como descrever o funcionamento da língua, sem modificar o sistema que o aluno desenvolve fora da escola. Leva o aluno a conhecer os mecanismos com que ele lida inconscientemente. Características do ensino descritivo: - mantém os padrões já adquiridos pelos falantes; - maior desenvolvimento das descrições fonológicas e morfológicas; - apresenta como os padrões já adquiridos da língua podem ser empregados. Vamos observar algo curioso e muito importante que requer atenção: Atenção Atenção De acordo com Travaglia (2005): O ensino descritivo não ocorre somente a partir das gramáticas descritivas, mas também no trabalho com as gramáticas normativas, porém, nestas, a descrição feita é unicamente da língua padrão escrita e de alguns elementos da prosódia da língua oral, sendo que nas gramáticas descritivas trabalha-se com todas as variedades da língua. O ensino descritivo aborda a estrutura e o funcionamento de uma língua, sem modificar o sistema que o aluno traz de fora da escola. Além disso, explicita para o aluno os mecanismos que ele maneja inconscientemente. • Ensino Produtivo O ensino produtivo tem como meta desenvolver, nos falantes nativos, novos costumes linguísticos ou facilitar o desenvolvimento daqueles já anteriormente alcançados. Características: - não preconiza o abandono de hábitos anteriores; - incentiva a criatividade do falante. C- Temos ainda outros pontos além dos já comentados. A linguística gerativa trouxe a visão de que a língua adquire o sentido técnico de “conjunto de sequências de expressões que um falante ideal aceitaria como bem formadas”. A orientação de Chomsky colaborou para a elaboração da descrição dos fenômenos sintáticos, assim como o desenvolvimento de metodologias do ensino de línguas estrangeiras ao inglês. 12 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa D- No Brasil, a relação com as teorias estruturalista e gerativa na linguística apenas fez parte dos currículos de 1960 em diante. Essas teorias não foram muito além da troca de terminologia. E- Surgem depois as teorias do texto, que ainda são empregadas para os estudos de sintaxe, interpretação e produção textual. Com a pesquisa em relação a textos escolares e das correções feitas pelos linguistas pode-se desenvolver uma teoria básica das características da coerência textual. Após termos refletido sobre os métodos, tipos de ensino, vamos observar as concepções de gramática: Segundo Travaglia (2005), dispomos, principalmente, de três concepções de gramática: a) gramática normativa b) gramática descritiva c) gramática internalizada. Concepção da Gramática Normativa Trocando Ideias Conforme Faraco (1997), uma das concepções de gramática que conseguiu perdurar e se situar no senso comum foi a concepção normativa. Nos estudos da Gramática Normativa percebe-se a supervalorização das normas gramaticais em detrimento da língua em uso, situada em determinado contexto, mesmo sabendo que a língua é um instrumento de comunicação, que reflete a história e a cultura de um povo, ou seja, está inserida em vários contextos. A língua representa a história do povo que a fala. E ainda, a língua é uma forma de identidade, que singulariza um povo, o qual se torna reconhecido pela sua língua. No ensino da língua portuguesa, atualmente, ainda podemos perceber a supremacia dessa concepção nor- mativa, que não privilegia a língua em sua totalidade, não é mesmo? Vamos, a seguir, conhecer um pou- co mais sobre a concepção normativa, antes de passar adiante... T hinkstock/G etty Im ages 13 Você Sabia ? O que é concepção normativa? É uma concepção de gramática que, de acordo com Travaglia (2005), é tida como um manual com regras de bom emprego da língua as quais devem ser seguidas por quem almeja se comunicar adequadamente. Essa concepção de gramática privilegia apenas a variedade considerada culta e discrimina totalmente as outras formas que não se enquadram nessa variedade. Portanto, é um tipo de abordagem que tem uma perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase, de forma descontextualizada, o que reduz as aulas de português a aulas de teoria gramatical. Para Pensar E por que razão essa concepção perdura no ensino de língua portuguesa? Essa é uma concepção tradicional dos estudos da língua. Vale ressaltar que os estudiosos da filologia desconectam a língua de seu contexto de uso, tratando-a como algo isolado, não abordando seus aspectos ideológicos e ativos, como se a língua fosse apenas um conjunto de regras soltas. De acordo com Sampaio (1988), mesmo que o aluno se desenvolva satisfatoriamente em relação à leitura e à escrita, o domínio da gramática normativa é considerado pré-requisito para a sua promoção para o ano seguinte nas escolas. Desse modo, os saberes relacionados à leitura e à escrita são propostos de forma separada do emprego da língua. Ler e escrever são processos sociais responsáveis por questionar valores e padrões de poder presentes no contexto social. No entanto, na perspectiva normativa da língua nada disso é considerado. É relevante perceber que a concepção normativa da língua é uma das mais incisivas e resistentes, nem as mudanças no pensamento científico do século XX conseguiram derrubar essa vertente linear para o ensino da língua materna na escola brasileira. Para Pensar A língua é um conjunto de regras soltas? T hinkstock/G etty Im ages 14 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa De acordo com Irandé Antunes (2007), outro equívoco que a falta de uma perspectiva científica sustenta é o de que toda atuação verbal deve estar conforme as regras da norma culta. [...] Somente uma língua idealizadamente descontextualizada é uniforme. [...] É a língua das frases soltas, que continuam a ter lugar nas salas de aula. Língua que não tem como referência uma situação, um sujeito, uma finalidade comunicativa. Parece uma coisa oca (ANTUNES,207 p. 103 e 105). Concepção de Gramática Descritiva Segundo Travaglia (2005), a gramática descritiva detem-se a descrever os fatos da língua, selecionando o que é gramatical do que não é. Para essa concepção, não existe erro gramatical, e sim, construções linguísticas consideradas agramaticais, ou seja, palavras ou frases que não são identificadas pelos falantes como sendo próprias da língua. Nessa concepção, não há necessidade de se seguir os modelos canônicos de escrita para que as construções sejam consideradas gramaticais, porém precisam corresponder às regras de funcionamento da língua em uma de suas variedades. Sendo assim não se valoriza somente a variedade da norma culta da língua, e sim todas as variedades. Gramática Internalizada ou Implícita A Gramática Internalizada ou Implícita, conforme Travaglia (2005, p. 28): corresponde ao saber linguístico que o falante de uma língua desenvolve dentro de certos limites impostos pela sua própria dotação genética humana, em condições apropriadas de natureza social e antropológica. O conhecimento gramatical, dessa perspectiva, remete a algo que antecede qualquer pers- pectiva de escolarização ou de aprendizagem, diz respeito à capacidade genética do falante de apreender e internalizar as regras da gramática da língua, usando-as conforme cada contexto de interação comunicativa do qual estará fazendo parte. Alguns autores que concordam com esta perspectiva da gramática internalizada criticam a crença de professores que pensam que seus alunos começam a frequentar a escola sem nenhum conhecimentolinguístico e, devido a isso, necessitam ser alfabetizados para compreender a Língua Portuguesa. Nessa teoria, acredita-se que o aluno quando em uma interação verbal, desenvolve um conhecimento linguístico específico, isto é, aprende a usar a sua língua. Por sua vez, quando o aluno inicia a escolarização, esse saber implícito necessita ser descoberto e melhorado, como uma maneira de desenvolver a sua competência comunicativa, possibilitando-o a utilizar a língua de modo adequado às necessidades dos diferentes contextos comunicativos. 15 Conforme Travaglia (2005, p. 29), dessa perspectiva não há erro linguístico, mas a inadequação da variedade linguística utilizada em uma determinada situação de interação comunicativa, por não atendimento às normas sociais de uso da língua, ou por inadequação do uso de um determinado recurso linguístico para a consecução de uma determinada intenção comunicativa, que seria melhor alcançada usando-se outro(s) recursos(s). Tendo conhecido diferentes formas de ensino e três vertentes gramaticais, seguiremos para um momento de reflexão. Reflexão... Leia o que o autor defende e, depois, pense na postura que você tomaria se fosse ensinar a Língua Portuguesa. Conforme Scherre (2005) estimular as entranhas das formas linguísticas e sentir a sistematicidade que envolve línguas, dialetos e variedades, sem julgamento de valor, é de beleza ímpar e só pode fazer bem aos que têm essa possibilidade. Segundo este autor a Língua Portuguesa, ou qualquer língua em si, não é apenas um conjunto de regras gramaticais, mas sim a gramática internalizada, a leitura e a escrita inseridas em um dado contexto, de forma viva. Precisamos lembrar que a terminologia deve fazer parte do nosso conhecimento sem ser a meta do ensino, porém pode fazer parte dele, pois nenhuma aula se mantém sem uma fundamentação teórico-metodológica. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), os professores que trabalham com língua materna não devem enfatizar suas aulas no uso de teoria gramatical sem contextualização. PCN- Língua Portuguesa-pág 20: As condições atuais permitem repensar sobre o ensino da leitura e da escrita considerando não só o conhecimento didático acumulado, mas também as contribuições de outras áreas, como a psicologia da aprendizagem, a psicologia cultural e as ciências da linguagem. O avanço dessas ciências possibilita receber contribuições tanto da psicolinguística quanto da sociolinguística; tanto da pragmática, da gramática textual, da teoria da comunicação, quanto da semiótica, da análise do discurso. No que se refere à linguagem oral, algo similar acontece: o avanço no conhecimento das áreas afins torna possível a compreensão do papel da escola no desenvolvimento de uma aprendizagem que tem lugar fora dela. Não se trata de ensinar a falar ou a fala “correta”, mas sim as falas adequadas ao contexto de uso. Os esforços pioneiros de transformação da alfabetização escolar consolidaram-se, ao longo de uma década, em práticas de ensino que têm como ponto tanto de partida quanto de chegada o uso da linguagem. Práticas que partem do uso possível aos alunos e pretendem provê-los de oportunidades de conquistarem o uso desejável e eficaz. Nessas práticas, a razão de ser das propostas de leitura e de escuta é a compreensão ativa e não a decodificação e o silêncio. Em que a razão de ser das propostas de uso da fala e da escrita são a expressão e a comunicação por meio de textos e não a avaliação da correção do produto. Em que as situações didáticas têm como objetivo levar os alunos a pensarem sobre a linguagem para poderem compreendê-la e utilizá-la adequadamente. 16 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino da Língua Portuguesa As abordagens que trouxemos nessa unidade precisam servir de reflexão para todos os profissionais que trabalham com o ensino de língua materna. É necessário perceber que a aula de Língua Portuguesa deve, essencialmente, trabalhar a leitura e a escrita e que não se deve enfatizar a gramática pela gramática, tornando-a um fim em si mesma . A aula deve permitir a troca colaborativa, seja em meio presencial ou virtual, visando uma aprendizagem conjunta, na qual há construção do conhecimento. É importante perceber quando nossos alunos estão compreendendo e também quando precisam de orientação e ajuda do professor. O importante é observar o que cabe melhor em cada momento de ensino e utilizar todas as possibilidades que auxiliem os alunos a se desenvolverem e se sentirem à vontade para isso. E não vamos esquecer: Para ensinar a Língua Portuguesa, é necessário também conhecê-la e apreciá-la e lembrar que, em primeiro lugar, ela serve para a comunicação. Qualquer língua tem a função de possibilitar a comunicação. A nossa diferença como ser humano é justamente esta capacidade de nos comunicarmos. Então, vamos dar oportunidade a todos de utilizar a Língua Portuguesa da melhor forma e devemos começar por nós mesmos. E ainda: somos seres que sentimos, temos emoção e ensinar com gosto e paixão contagia os demais e facilita a abertura para diferentes caminhos que permitem a resolução de dúvidas. Outro fator relevante no ensino é possibilitar a interação no momento da aula. Interagir é essencial para que o aluno verifique o que de fato ele está construindo e para que ele perceba as dúvidas que estão aparecendo. A seguir, indicamos algumas sugestões de leitura, pois é sempre de extrema importância é sempre de extrema importância que, além do conteúdo aqui apresentado, vocês busquem por outras leituras e continuem ao longo de sua formação atualizando-se sempre. Explore Explore BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua portuguesa – Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000. GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: _______. (org.). O texto na sala de aula: leitura e produção. Cascavel: Assoeste, 1997, p.39-46. PERFEITO, A. M. Concepções de linguagem, teorias subjacentes e ensino de língua portuguesa. In: SANTOS, A. R. dos; RITTER, L. C. B. (org.). Concepções de linguagem e o ensino de língua portuguesa. UEM, 2005. E, para fazer uma última revisão, montamos a seguir um pequeno resumo dos principais pontos do conteúdo: 17 Em Síntese Concepção Normativa- O ensino normativo tende a orientar o aluno a trocar seus próprios padrões de atividades linguísticas, tidos como inaceitáveis, por outros, considerados aceitáveis. Esse tipo de ensino está diretamente ligado ao estudo da gramática normativa só valorizando, em sala de aula, o trabalho com a variedade escrita formal. Concepção de Gramática Descritiva - tem como meta apresentar como a linguagem funciona. Refere-se a habilidades já desenvolvidas pelo aluno, sem procurar modificá-las, mostrando, no entanto, como podem ser empregadas. Concepção de Gramática Internalizada ou Implícita- contribui no sentido de fazer com que o aluno compreenda o uso de sua língua materna de maneira mais eficiente. Desse modo, não quer modificar os padrões que o aluno já desenvolveu, porém aumentar os recursos que ele já tem. A concepção implícita valoriza o respeito às variedades linguísticas e também a adequação às várias situações de interação entre os falantes. Ideias-chave Levar em consideração os contextos concretos de leitura e de elaboração de texto, além do desenvolvimento de estratégias de leitura e de aprendizagem, englobando o estabelecimento de mecanismos de produção de sentido, certamente contribui para desenvolver o emprego da língua. Os diferentes ensinos acompanharão as gramáticas a que remetem, apresentando características similares a elas. Para finalizar: não se esqueçam de que, mesmo tendo terminado essa unidade, ler e se atualizar constantemente é de extrema importância e fará a diferença em sua formação, portanto não se esqueça de nossas sugestões de leitura . 18 Unidade: Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino daLíngua Portuguesa Material Complementar Assista à entrevista da Professora Desirée Motta-Roth, da Universidade Federal de Santa Maria, que apresenta o conceito de gêneros textuais.: https://youtu.be/-RbdLHhivqA 19 Referências ANTUNES, I. Muito além da Gramática -por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. FARACO, C. A. Linguagem, escola e modernidade. In: GHIRALDELLI, P. Jr (Org.). Infância, escola e modernidade. São Paulo: Cortez; Curitiba: Editora UFPR, 1997. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais (PCNs). Língua Portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1997. SAMPAIO, M. M. F. Um gosto amargo da escola: relações entre currículo, ensino e fracasso escolar. São Paulo: EDUC, 1998. Referências Bibliográficas (disponível para consulta): GOMES, M. L. C. Metodologia do ensino de língua portuguesa. Curitiba: IBPEX, 2008. (E-book) VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. F. (Org.). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2009. (E-book) www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 w w w .cru zeiro d o su lvirtu a l.co m .b r C am p u s Lib erd ad e C EP 0 1 5 0 6 0 0 0 R . G alvão B u en o , 8 6 8 T F 5 5 1 1 3 3 8 5 30 1 9 / 33 8 5 3 03 9 São P au lo SP B rasil su p o rteead @ cru zeiro d o su l.ed u .b r Processo Avaliativo e o Ensino e a Aprendizagem de Língua Portuguesa Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Karin Claudia Nin Brauer Revisão Técnica: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert Revisão Textual: Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert 5 • Avaliação • Tipos e Funções do Processo Avaliativo Para um bom desenvolvimento na disciplina, é necessário ler todo o material com muita atenção e fazer as atividades propostas. E faça as atividades nos prazos estabelecidos no cronograma. Não deixe de assistir à videoaula e à apresentação narrada. Elas contribuem para a sistematização do conhecimento. Não deixe de assistir à videoaula, pois ela contribui para a sistematização do conhecimento. E lembre-se de esclarecer as dúvidas sempre que necessário. Para isso, entre em contato com o (a) tutor (a), fazendo uso da ferramenta Mensagens ou do Fórum de Dúvidas. Afinal, esclarecer as dúvidas auxilia na compreensão e construção do conhecimento. · Nesta unidade, estudaremos o processo avaliativo e o ensino e a aprendizagem de língua portuguesa. Reforçamos a necessidade da interação para desenvolvermos diferentes conhecimentos. Todas as etapas desta unidade buscam atingir a aprendizagem de maneira colaborativa. Processo Avaliativo e o Ensino e a Aprendizagem de Língua Portuguesa 6 Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa Contextualização Nosso tema nessa unidade envolve a avaliação. Tema polêmico que sugere muitas perguntas, como: - O que avaliamos nas atividades dos alunos é realmente pertinente? - Aquilo que avaliamos tem realmente sentido para os alunos? - O que devemos levar em consideração para avaliar um aluno? Pra refletir sobre essas questões, vamos assistir a um vídeo do professor Cipriano Luckesi, para Editora SM. Para isso, acesse o link: • https://youtu.be/JqSRs9Hqgtc Na prática cotidiana da sala de aula, a avaliação é um grande desafio para os educadores. “Este é um convite não só ao estudo do tema, como também à transformação de nossas condutas, no sentido de aprendermos a nos servir da avaliação como uma aliada na busca da qualidade e eficiência em nossas atividades educativas escolares.” Bom estudo a todos! 7 Avaliação A avaliação é um assunto muito discutido pelos professores e alunos, tanto na modalidade presencial quanto na modalidade a distância, por instituir-se como um desafio no processo de ensino e de aprendizagem. No momento em que avaliamos, estamos analisando características subjetivas dos estudantes, e também as questões objetivas relacionadas ao meio educacional e à prática docente como, por exemplo: a metodologia, os recursos, o material didático, entre tantos aspectos. Sem deixar de lado, a influência dos fatores psicológicos e sociais presentes nas relações de ensino e de aprendizagem. Para Pensar O que é avaliação? A avaliação é um processo natural que ocorre para que o professor esteja ciente dos conteúdos compreendidos pelos estudantes e ainda para que o professor perceba se as metodologias de ensino empregadas por ele estão tendo o resultado esperado na aprendizagem dos alunos. Conforme SANT’ANNA, 1997, p. 31, “Avaliação é um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as modificações do comportamento e atendimento do aluno, do educador, do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja este teórico (mental) ou prático.” Desta maneira, para conseguir o resultado almejado é preciso empregar diferentes formas de avaliar, pois a avaliação não deve ser apenas um momento de fazer as provas e os testes. E sim, um processo contínuo e que acontece todos os dias, objetivando a orientação e a compreensão de erros e encaminhando o aluno para o desenvolvimento das metas previstas. Dessa forma, o modo avaliativo tem a função de ser um componente de integração e de motivação no processo de ensino e de aprendizagem. A avaliação é um processo complexo que não deve se resumir ao produto das provas, mas deve considerar também os resultados dos trabalhos, das atividades realizadas no do dia a dia dos estudantes. A avaliação deve ser considerada, sobretudo, uma atividade didática no trabalho do docente e precisa acompanhar todas as etapas do processo de ensino e de aprendizagem. Por meio da avaliação é possível ter um diagnóstico do trabalho do professor em colaboração com os alunos, ou seja, um trabalho conjunto. Um dos objetivos da avaliação é observar o desenvolvimento dos estudantes, verificar suas dificuldades e orientar o trabalho para sanear as dúvidas e assim, levá-los a tomar decisões e construir conhecimentos. Luckesi (1996, p. 33), conceitua avaliação como “um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão”. T hinkstock/G etty Im ages 8 Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa De acordo com Luckesi, a avaliação diz respeito a um juízo valorativo que demonstra a qualidade do objeto, levando, consequentemente, a um posicionamento efetivo a respeito do mesmo. Ela insere-se não só nas funções didáticas, mas também na estrutura do processo de ensino e de aprendizagem. É muito importante ressaltar que a avaliação é uma etapa integrante do processo de ensino e de aprendizagem. E ela requer preparo e capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Conforme Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem é um processo mediador na construção do currículo e está ligada à gestão da aprendizagem dos estudantes. Sendo assim, no processo avaliativo da aprendizagem, o docente não deve permitir a supervalorização dos resultados das provas, normalmente de caráter classificatório, e sim incentivar as observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor, que desenvolve seu trabalho em uma dinâmica interativa, tem conhecimento da participação e do progresso de seus alunos. É necessário evidenciar que a prova é apenas uma formalidade do sistema escolar. Devido à avaliação formal normalmente ser obrigatória, precisa-se ter muita atenção e cautela na sua elaboração e aplicação. Ideias-chave É preciso entender que avaliar não se refere apenas a desenvolver provas e atribuir notas, avaliar é um processo pedagógico contínuo, que acontece no dia a dia, objetivando a correção de erros e a construção de conhecimentos. Se pensarmos em um passado não muito distante, avaliar remetia somente a fazer provas, atribuir
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