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atividade e climaterio 23

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Rev Saúde Pública 2014;48(2):258-265
Atividade física de mulheres 
no climatério: comparação 
entre auto-relato e pedômetro
Physical activity in climacteric 
women: comparison between self-
reporting and pedometer
I Unidade de Endocrinologia Ginecológica. 
Serviço de Endocrinologia. Hospital de 
Clinicas de Porto Alegre. Porto Alegre, RS, 
Brasil
II Faculdade de Medicina. Universidade de 
Passo Fundo. Passo Fundo, RS, Brasil
III Hospital São Vicente de Paulo. Passo Fundo, 
RS, Brasil
Correspondência | Correspondence: 
Karen Oppermann 
Rua Teixeira Soares 885/704 
99010-081 Passo Fundo, RS, Brasil 
E-mail: karenoppermann@gmail.com
Recebido: 6/2/2013 
Aprovado: 16/12/2013
Artigo disponível em português e inglês em: 
www.scielo.br/rsp
RESUMO
OBJETIVO: Comparar dois métodos de avaliação de atividade física entre 
mulheres na pré, transição e pós-menopausa.
MÉTODOS: Estudo transversal aninhado à coorte de mulheres na pré, 
peri e pós-menopausa em uma cidade do sul do Brasil. As participantes 
responderam a um questionário com dados sociodemográficos e clínicos. A 
atividade física foi avaliada utilizando-se o Questionário Internacional de 
Atividade Física – versão curta e a contagem do número de passos com o uso 
de pedômetro. As participantes foram classificadas em estratos de atividade 
física de acordo com o instrumento utilizado. Para análise estatística foram 
realizados os testes de correlação de Spearman, índice de Kappa, coeficiente 
de concordância e análise das medidas contínuas de Bland-Altman.
RESULTADOS: A concordância (k = 0,110; p = 0,007) e a correlação 
(rho = 0,136; p = 0,02) entre o Questionário Internacional de Atividade 
Física – versão curta e o pedômetro foram fracas. No gráfico de Bland-
Altman, observou-se que as diferenças se afastam do valor zero tanto 
quanto a atividade física é mínima ou mais intensa. Comparando-se os dois 
métodos, a frequência de mulheres inativas é maior quando avaliadas pelo 
pedômetro do que pelo Questionário Internacional de Atividade Física. O 
oposto ocorre entre as ativas.
CONCLUSÕES: A concordância entre os métodos foi fraca. Embora de fácil 
aplicação, o Questionário Internacional de Atividade Física superestima a 
atividade física em relação à avaliação por pedômetro.
DESCRITORES: Climatério. Atividade Motora. Caminhada. 
Questionários, utilização. Estudos Transversais.
Artigos Originais DOI:10.1590/S0034-8910.2014048004765
Verônica ColpaniI
Poli Mara SpritzerI
Ana Paula LodiII
Guilherme Gustavo DorigoII
Isabela Albuquerque Severo de 
MirandaII
Laiza Beck HahnII
Luana Pedroso PalludoII
Rafaela Lazzari PietroskiII
Karen OppermannII,III
259Rev Saúde Pública 2014;48(2):258-265
O sedentarismo tem sido reconhecido como um fator 
independente de risco para o desenvolvimento de doença 
cardiovascular (DCV), diabetes tipo 2, síndrome meta-
bólica e alguns tipos de câncer.13 A falta de atividade 
física (AF) é considerada importante causa evitável de 
morte por doenças crônicas não transmissíveis.
Existem diferentes instrumentos disponíveis para ava-
liar a AF e o gasto energético. Dentre os métodos e 
técnicas, os questionários têm sido bastante empre-
gados. Dois deles foram traduzidos e validados para 
a língua portuguesa. O Questionário Internacional de 
Atividade Física, versão longa (IPAQ-LF) e versão curta 
(IPAQ-SF), é o que apresenta as melhores condições 
para ser aplicado, com boa reprodutibilidade, embora 
apresente baixa validade.13
Outra forma de avaliação da AF é pelo uso de pedôme-
tro, um contador mecânico que registra movimentos 
realizados em resposta à aceleração vertical do corpo. 
Ele é preso na cintura do indivíduo, contando o número 
de passos dados em um intervalo de tempo. Possibilita 
a medição cumulativa das atividades ocupacionais, de 
lazer, domésticas e de transporte, sendo um método obje-
tivo e sensível para a quantificação da AF do indivíduo.4
ABSTRACT
OBJECTIVE: To compare two methods of assessing physical activity in pre-, 
peri- and postmenopausal women.
METHODS: Cross-sectional study nested in a cohort of pre-, peri- and 
postmenopausal women in a city in Southern Brazil. The participants completed 
a questionnaire that included sociodemographic and clinical data. Physical 
activity was assessed using a digital pedometer and the International Physical 
Activity Questionnaire, short version. The participants were classified into 
strata of physical activity according to the instrument used. For statistical 
analysis, the Spearman correlation test, Kappa index, concordance coefficient 
and Bland-Altman plots were used.
RESULTS: The concordance (k = 0110; p = 0.007) and the correlation 
(rho = 0.136, p = 0.02) between the International Physical Activity 
Questionnaire, short version, and pedometer were weak. In Bland-Altman plots, 
it was observed that differences deviate from zero value whether the physical 
activity is minimal or more intense. Comparing the two methods, the frequency 
of inactive women is higher when assessed by pedometer than by the Physical 
Activity Questionnaire - short version, and the opposite occurs in active women.
CONCLUSIONS: Agreement between the methods was weak. Although easy 
to use, Physical Activity Questionnaire - short version overestimates physical 
activity compared with assessment by pedometer.
DESCRIPTORS: Climacteric. Menopause. Motor Activity. Walking. 
Questionnaires, utilization. Cross-Sectional Studies.
INTRODUÇÃO
Há poucos estudos com mulheres de meia idade compa-
rando a avaliação da AF habitual através do IPAQ-SF e 
pedômetro.5 O objetivo deste estudo foi comparar méto-
dos de avaliação de atividade física entre mulheres na 
pré, transição e pós-menopausa.
MÉTODOS
Estudo transversal, de base populacional, aninhado a 
uma coorte de mulheres na pré, peri e pós-menopausa, 
da cidade de Passo Fundo, RS, realizado de 2010 a 2011.
Essa coorte iniciou-se em 1995, quando foram rando-
mizadas 298 mulheres, e avaliou a prevalência de sin-
tomas climatéricos, níveis hormonais e medidas eco-
gráficas pélvicas.16 Em 2001, realizou-se o segundo 
seguimento, no qual as participantes da amostra anterior 
foram localizadas. Tendo em vista as perdas da amos-
tra e o aumento populacional, foram incluídas novas 
participantes, randomizadas da mesma forma,1,8 tota-
lizando amostra de 358 mulheres, com idade entre 36 
e 62 anos, na pré, peri e pós-menopausa.
Em 2010, para o conhecimento do atual estado de saúde e 
risco cardiovascular das participantes, iniciou-se o terceiro 
260 Atividade física de mulheres no climatério Colpani V et al
seguimento. As participantes foram localizadas através 
dos endereços, telefones, registros hospitalares, endereços 
de parentes, rádio e televisão local, tendo sido contata-
das 301 mulheres. Destas, 292 tiveram dados de nível de 
AF completos para realização deste estudo e nove foram 
excluídas devido a dificuldades cognitivas (4), analfa-
betismo (1) e erro no registro do número de passos(4).4
Foram coletados dados sociodemográficos, como idade, 
educação (anos de permanência na escola), sintomas 
climatéricos e uso de terapia hormonal (TH) através de 
um questionário previamente testado.1,8 A variável tra-
balho foi avaliada pela pergunta: “Você está trabalhando 
atualmente?”. O status menopáusico foi definido com 
base nas características do ciclo menstrual e tempo de 
amenorreia: pré-menopausa foi definida como ciclici-
dade menstrual normal no momento do estudo; peri-
menopausa foi definida como alterações na frequência 
do ciclo menstrual imediatamente antes do estudo; e 
pós-menopausa foi definido como 12 ou mais meses 
de amenorreia natural ou por ooforectomia bilateral. A 
categoria “histerectomia” foi criada para as mulheres 
que haviam sido previamente histerectomizadas, sem 
ooforectomia bilateral, e cujo status menopáusico não 
pôde ser classificado. O consumo de álcool foi determi-
nado com base no autorrelato das participantes em rela-
ção à ingesta alcoólica (não consome, consumia, con-
some).4,8As participantes também foram categorizadas 
para tabagismo conforme autorrelato em: fumantes, ex-
-fumantes e não fumantes. Os dados antropométricos 
foram coletados em duplicata e incluíram peso, altura, 
circunferência da cintura e razão cintura-quadril.4
A AF foi avaliada utilizando-se o questionário IPAQ-SF 
e a contagem do número de passos através do pedô-
metro. Para o IPAQ-SF, a AF foi classificada de duas 
formas: conforme a quantidade de minutos de AF rea-
lizada na semana (inativas < 150 min de AF/semana e 
ativas ≥ 150 min de AF/semana)1 e também pelo equi-
valente metabólico minuto por semana (inativa < 600 
MET/min/semana, moderado de 600 a 1.499 MET/min/
semana e ativa ≥ 1.500 MET/min/semana).17
O pedômetro digital (modelo BP 148 TECHLINE) foi 
usado durante sete dias consecutivos. As participantes 
foram instruídas quanto ao uso adequado do sensor e a 
não alterar suas atividades típicas durante o estudo. Ao 
final de cada dia foram orientadas a anotar em um diário 
o número de passos. Calculou-se a média dos passos 
pela razão entre a soma diária de passos e o número de 
dias de uso do pedômetro.
Por essas medidas, as mulheres foram classificadas 
em inativas (número de passos diário < 6.000) e ativas 
(número de passos diários ≥ 6.000),4 e ainda como ati-
vas (número de passos ≥ 10.000), moderadamente ativas 
(número de passos entre 5.000 e 9.999 passos) e inativas 
(número de passos < 4.999).19 Foram empregadas essas 
duas classificações para efetuar diferentes análises. Os 
dados foram comparados em 150 min/semana (ampla-
mente usada e preconizada pela Organização Mundial 
da Saúde) versus ≥ 6.000 passos/dia (categorização já 
usada nessa mesma população em estudo prévio)4 para 
análise dicotômica. Avaliou-se a correlação entre os 
gastos em MET/min/sem (unidade de medida descrita 
nas Diretrizes para Processamento e Análise de Dados 
do IPAQ) versus as três categorias (sedentária, modera-
damente ativa e ativa) usadas na população em geral.19
Para análise dos dados, foram elaboradas estatísticas 
descritivas por cálculo das médias e desvio padrão, ou 
frequências relativas (%) e absolutas (n). Comparou-se 
a porcentagem de mulheres classificadas como ativas, 
moderadamente ativas e inativas entre os dois métodos, 
pelo teste do Qui-quadrado de McNemar, verificando-se 
a igualdade entre as proporções de respostas do nível 
de AF. Foi criada uma variável dicotômica referente à 
concordância entre os dois instrumentos e avaliou-se 
sua associação com idade, status menopáusico e anos de 
escolaridade através do teste de Qui-quadrado. A aná-
lise paramétrica de Spearman (rho) foi utilizada como 
outra medida de associação entre média de número 
de passos, minutos de AF/semana e MET/min/sem. O 
valor estatístico Kappa (k), o coeficiente de concordân-
cia (CC, %) e a análise das medidas contínuas usando a 
metodologia proposta por Bland-Altman2 foram utili-
zados para análise da concordância entre o IPAQ-SF e 
o pedômetro. Essa plotagem permite avaliar a concor-
dância entre duas variáveis (X, Y) e é possível avaliar 
o viés (quanto as diferenças se afastam do valor zero), 
o erro (a dispersão dos pontos das diferenças ao redor 
das médias), outliers e tendência.12
Para empregar o teste de Bland-Altman, calculou-se o 
escore Z em ambos os instrumentos a fim de anular as 
unidades, tendo em vista que o pedômetro usa passos/
dia e o IPAQ-SF o MET/min/sem. A equação para o cál-
culo do escore Z foi: Z = (X-μ)/S.D., em que Z = escore 
Z; X = escore bruto individual; μ = média da variável; 
S.D. = desvio padrão da variável. Excluíram-se 18 par-
ticipantes para essa análise pois elas não realizavam 
mais de 10 min contínuos de AF, não completando os 
dados necessários para calcular os MET/min/sem. Em 
todas as análises foi considerado nível de significância 
de 5%. Utilizou-se o Statistical Package for the Social 
Sciences SPSS 20.0 e Stata 7.0.
Este trabalho teve aprovação do Comitê de Ética e 
Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade 
de Passo Fundo e do Hospital São Vicente de Paulo 
(Processo 2010/16929). As participantes do estudo 
assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS
A amostra foi composta por mulheres com média de idade 
de 57,11 anos (DP = 5,36), cujo número médio de anos 
261Rev Saúde Pública 2014;48(2):258-265
Tabela 1. Características demográficas e antropométricas 
das participantes do estudo. Passo Fundo, RS, Brasil, 2010. 
(N = 292)
Variável n % Média DP
Idade (anos) – – 57,11 5,36
Estudo (anos)
0 a 4 58 19,9 – –
5 a 8 91 31,2 – –
9 a 11 85 29,1 – –
≥ 12 58 19,9 – –
Trabalho (sim) 129 44,2 – –
Terapia hormonal (sim) 48 18,0 – –
Status menopáusico
Pré-menopausa 21 7,2 – –
Perimenopausa 25 8,6 – –
Pós-menopausa 229 78,4 – –
Histerectomia 17 5,8 – –
Estado civil
Casada 150 51,4 – –
Solteira 51 17,5 – –
Separada/Divorciada 91 31,1 – –
Uso de álcool
Usuária 96 32,9 – –
Ex-usuária 19 6,5 – –
Não usuária 177 60,6 – –
Tabagismo
Tabagista 56 19,2 – –
Ex-tabagista 67 22,9 – –
Não tabagista 169 57,9 – –
Sobrepeso/obesidade (sim) 198 68,3 – –
IMC (kg/m2) – – 28,3 7,0
Cintura (cm) – – 91,3 13,7
IMC: índice de massa corpórea
na escola foi 8,74 (DP = 4,48), das quais 20,0% referia 
menos de quatro anos de estudo. Dentre estas com baixa 
escolaridade, mais de 70,0% estavam no grupo das ina-
tivas. Quanto ao status menopáusico, 7,2% das pacien-
tes estavam na pré-menopausa, 8,6% na perimenopausa, 
78,4% na pós-menopausa e 5,8% eram histerectomizadas. 
A prevalência de pacientes tabagistas foi 19,2%, e 18,0% 
das participantes estavam em uso de TH. O índice de 
massa corporal foi 28,3 kg/m2 (DP = 7,1), e a maioria da 
amostra apresentava sobrepeso ou obesidade (Tabela 1). 
Não houve associação entre escolaridade, status meno-
páusico e idade e a concordância entre os dois instrumen-
tos (p = 0,191, p = 0,268 e p = 0,619, respectivamente).
A concordância entre os dois instrumentos, avaliada 
pelo coeficiente de Kappa, foi fraca (passos/dia e min de 
AF/sem, k = 0,110; p = 0,007 e passos/dia e MET/min/
sem, k = 0,075; p = 0,013). O CC foi 47,0% (número de 
passos e min de AF/sem) e 32,0% (número de passos 
e MET/min/sem), resultando um valor intermediário, 
considerado de baixa concordância (Tabela 2).
A correlação, avaliada pelo teste de Spearman, foi signi-
ficativa, porém fraca (média de passos/dia e MET/min/
sem, rho = 0,113; p = 0,025) (Figura, A). A Figura (B) 
apresenta o gráfico de Bland-Altman, onde se verifica 
que a maior parte das observações encontra-se dentro 
do nível de concordância de 95% (± 1,96 DP) e que a 
diferença média do escore Z de ambos os testes foi pró-
xima de zero. No entanto, observa-se que as diferenças 
se afastam do valor zero tanto quanto a AF é mínima 
ou mais intensa.
As Tabelas 2 e 3 descrevem as frequências de participan-
tes em cada estrato de AF de acordo com os dois instru-
mentos utilizados. Houve diferença significativa entre as 
mulheres classificadas em diferentes estratos de AF, com 
coeficientes de Kappa de 0,075 e 0,110, respectivamente.
DISCUSSÃO
O número de mulheres consideradas ativas foi pelo menos 
duas vezes maior quando classificadas pelo IPAQ-SF 
em comparação à avaliação do pedômetro, tanto pelo 
critério MET/min/sem como por min de AF/sem.
Os resultados apresentados mostram que informações 
referentes ao estrato de AF obtidas através do IPAQ-SF 
não são semelhante às avaliadas de forma objetiva, 
pelo uso do pedômetro. Os achados do Bland-Altman 
corroboram com as Tabelas 2 e 3, mostrando que a 
frequência de mulheres inativas é maior quando ava-
liadas pelo pedômetro do que pelo IPAQ-SF e o oposto 
ocorre entre as ativas. Os dados indicam uma superes-
timação do IPAQ-SF em relação ao pedômetro, prin-
cipalmente na categoria ativa.
Recente revisão sistemática sobre validade do IPAQ-SF 
mostrou estudos com populações de faixa etária seme-
lhante à deste trabalho e que reportaram de baixa a mode-
rada correlação entre os dois métodos.13 Destacam-seos estudos que compararam o uso de pedômetro e o 
IPAQ-SF como o de De Cocker et al,6 realizado com 310 
adultos saudáveis, que reportou uma baixa a moderada 
correlação (AF total rho = 0,28), e o estudo de Deng et 
al,7 com uma amostragem da população chinesa com 
idade média de 65 anos, e uma correlação moderada 
(AF total rho = 0,33; p < 0,001) entre os dois métodos.
Estudo brasileiro com 21 mulheres pós-menopáusicas, 
portadoras de osteoporose, avaliou a concordância entre 
o IPAQ-versão longa e o pedômetro. De acordo com o 
IPAQ, 71,4% das participantes foram classificadas como 
ativas e 28,6%, sedentárias. A concordância entre o IPAQ 
e o pedômetro, considerando-se o número de passos, teve 
Kappa de 0,21.5 Apesar de o estudo ter envolvido uma 
amostra de mulheres essencialmente pós-menopáusicas 
262 Atividade física de mulheres no climatério Colpani V et al
LSC: limite superior de concordância; LIC: limite inferior de concordância 
A. Correlação de Spearman (rho = 0,113; p = 0,025) 
B. Bland-Altman para testar concordância de medidas de atividade física entre o IPAQ-SF e pedômetro, média em escore Z 
de passos/MET(log)
Figura. Análise de correlação e concordância de medidas de atividade física entre o Questionário Internacional de Atividade 
Física – versão curta e pedômetro.
30.000
25.000
25.000
20.000
20.000
15.000
15.000
10.000
M
ET
/m
in
/s
em
Passos/dia
Linear = 0,006
10.000
5.000
5.000
0
4.5
3.5
2.5
1.5
.5
-.5
-1.5
-2.5
-3.5
-4.5
-5.5
A.
0
D
ife
re
nç
a 
do
 p
ed
ôm
et
ro
 e
 IP
A
Q
-S
F
Média entre pedômetro e IPAQ-SF
LSC: 2.028
-0.165
LIC: -2.357
-.5 0 .5 1 1.5 2-1.5 -1
B.
-2
263Rev Saúde Pública 2014;48(2):258-265
Tabela 2. Estrato de atividade física de mulheres na pré, peri e pós -menopausa, em relação ao IPAQ-SF e pedômetro, MET/
min/sem versus passos por dia. (N = 292)
Variável
Inativa
< 4.999 passos/dia;
< 600 MET/min/sem
Moderada
5.000 a 9.999 passos/dia; 
600 a 1.499 MET/min/sem
Ativa
≥ 10.000 passos/dia; 
≥ 1.500 MET/min/sem Kappa
a
n % n % n %
Número de passos (pedômetro) 199 68,2 72 24,7 21 7,2 0,075
MET/min/sem (IPAQ-SF) 59 20,2 133 45,5 100 34,2 
IPAQ-SF: Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta
Teste de Qui-quadrado de McNemar, p ≤ 0,001
a Coeficiente de Kappa p ≤ 0,05
Tabela 3. Estrato de atividade física de mulheres na pré, peri e pós-menopausa, em relação ao IPAQ-SF e pedômetro, min/sem 
versus passos por dia. (N = 292)
Variável
Inativa
< 6.000 passos/dia;
< 150 min/sem
Ativa
≥ 6.000 passos/dia;
≥ 150 min/sem Kappa
a
n % n %
Número de passos (pedômetro) 199 68,2 93 31,8 0,110
Min/sem (IPAQ-SF) 75 26,0 214 74,0 
IPAQ-SF: Questionário Internacional de Atividade Física - versão curta
Teste de Qui-quadrado de McNemar, p ≤ 0,001
a Coeficiente de Kappa p ≤ 0,05.
e utilizado o IPAQ versão longa, também encontrou cor-
relação fraca entre a AF referida e a avaliação direta com 
pedômetro. Este estudo confirma esses achados com uso 
do IPAQ-SF, porém, com amostra maior e representativa 
de mulheres na pré, peri e pós-menopausa.
A maioria das mulheres da amostra estudada encontrava-se 
na meia-idade, não trabalhava, apresentava sobrepeso ou 
obesidade, adiposidade central, hipertensão e era pre-
dominantemente inativa quando avaliada pelo pedôme-
tro.4 Esse perfil de risco cardiovascular está fortemente 
associado ao sedentarismo e reforça que a avaliação da 
AF realizada pelo pedômetro pode ter sido apropriada. 
Por outro lado, as participantes que caminhavam ≥ 6.000 
passos/dia apresentaram menor deposição central de 
gordura, síndrome metabólica e diabetes.4
Neste estudo utilizou-se o pedômetro durante sete dias 
consecutivos e constatou-se diferença no número de pas-
sos em relação ao dia da semana, sendo maior durante 
os dias úteis e no verão.4 Estudos sugerem que o uso do 
pedômetro por menos dias, desde que incluído o sábado 
ou o domingo, apresenta a mesma confiabilidade do uso 
semanal.9,11,20,21 O uso de pedômetro no seguimento de 
pacientes poderia ser realizado dessa forma, aumentando 
a aderência devido à facilidade de uso e menor tempo de 
intervenção. De qualquer forma, o uso do mesmo instru-
mento é recomendado na avaliação longitudinal da AF 
para facilitar a comparação dos resultados.
A variabilidade observada no nível educacional da amos-
tra estudada não interferiu na associação e concordância 
entre pedômetro e IPAQ-SF. Fato diferente do obser-
vado em outro estudo, em que a correlação entre os 
dois métodos se tornou pouco maior após o ajuste para 
sexo, idade e escolaridade.7
Com relação aos instrumentos utilizados, os questio-
nários de autorrelato são mais acessíveis e permitem 
estimar a intensidade e modalidade de AF realizada. 
Seu uso pode ser preferencial nos estudos longos e de 
seguimento com um número grande de participantes. 
Por outro lado, é um método subjetivo e recordatório, 
o que pode aumentar as chances de erro. Os conceitos 
de sessão de 10 min e os erros de percepção da inten-
sidade podem corroborar para erros de interpretação 
e resposta do IPAQ-SF,10 porém a utilização de entre-
vistadores para aplicá-lo ajuda a diminuir esse viés. A 
confiabilidade do IPAQ-SF permite seu uso com cau-
tela nos estudos de medidas repetidas; porém, não há 
evidências corroborando seu uso como medida de AF 
absoluta ou relativa.13
O pedômetro é um método de avaliação objetivo de AF. 
Entretanto, embora seja uma ferramenta valiosa para esti-
mar e incentivar AF, habitual e diária, esse instrumento 
não quantifica o deslocamento no plano horizontal e supe-
rior.3 Ele é adequado para avaliar deslocamento (passos/
dia) pelas oscilações verticais do corpo, mas incapaz de 
avaliar atividades como ciclismo e qualquer atividade 
na água, não discriminando a intensidade e o tipo de AF.
Os indivíduos aceleram, desaceleram, param e sen-
tam diversas vezes ao longo de um dia enquanto 
264 Atividade física de mulheres no climatério Colpani V et al
estão usando um pedômetro e isso pode interferir na 
avaliação de gasto energético e nível de AF. Adultos 
norte-americanos apresentam uma variação no tempo 
de repouso ou na cadência (passos/minuto) ao longo 
de um dia. Existe uma forte relação entre essa cadên-
cia e velocidade da caminhada e podem-se consi-
derar 100 passos/min uma estimativa apropriada de 
uma atividade de 3 MET. Essas estimativas, porém, 
não podem ser consideradas como valores fixos de 
gasto total de energia em um dia. No presente estudo 
a cadência não foi medida individualmente; portanto, 
não se pode utilizar o gasto em MET como unidade de 
medida do pedômetro.22 O uso do acelerômetro seria 
melhor alternativa para a comparação e conversão do 
gasto energético avaliado pelo IPAQ-SF e a distância 
percorrida pela participante. Alguns estudos mostra-
ram correlação, moderada a forte, entre a contagem do 
acelerômetro e MET, em adultos,18 dado discordante 
em outros estudos.13 O acelerômetro é um método mais 
caro, também não distingue atividades estáticas (e.g., 
musculação), aquáticas e ciclismo, e ainda há falhas 
da indústria para correta e fácil conversão e interpre-
tação dos dados brutos gerados pelo instrumento.14,15
Uma limitação deste estudo foi o fato de que os dois 
instrumentos apresentaram unidades de medida diferen-
tes, o que poderia limitar as análises de Bland-Altman. 
Entretanto, o cálculo do escore Z possibilitou a análise 
concorrente entre esses testes.
Este é o primeiro estudo brasileiro de base populacio-
nal que investiga esses dois métodos de avaliação da 
AF e os relaciona com o status menopausal e anos de 
escolaridade. Pelo delineamento do estudo, é possível 
transpor seus resultados para populações semelhantes.
Considerando-se que a AF habitual é um comportamento 
facilmente adotável para prevenção de risco cardiovas-
cular, é fundamental que se utilizem métodos acurados 
de estimativa da AF e que eles possam ser considerados 
instrumentos auxiliares na intervenção de modificações 
comportamentais, estimulandoa AF.
Em conclusão, a concordância entre IPAQ-SF e pedôme-
tro foi fraca na amostra de mulheres climatéricas avalia-
das. Embora de fácil aplicação, o questionário IPAQ-SF 
superestima a AF quanto à avaliação por pedômetro.
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REFERÊNCIAS
Pesquisa parcialmente financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelos 
Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) de Hormônios e Saúde da Mulher (CNPq/INCT 573747/2008-3).
Os autores declaram não haver conflito de interesses.

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