Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FormasBilineares Prof. Msc. Marcos Paulo Cin-tra da Silva 1 Definição Sejam U e V dois espaços vetoriais. Uma forma bili- near é uma aplicação f : U × V → R tal que a) f(au1 + bu2,v) = af(u1,v) + bf(u2,v). b) f(u, av1 + bv2) = af(u,v1) + bf(u,v2). para quaisquer u,u1,u2,v,v1,v2 ∈ V e a, b ∈ R. A condição a) diz que f é linear em relação à pri- meira variável e a condição b) diz que f é linear em relação à segunda variável. Exemplo 1.1 Mostre que o produto interno usual em Rn é uma forma bilinear. Em outras palavras, f(u,v) = 〈u,v〉 é uma forma bilinear. Exemplo 1.2 Um funcional linear é uma aplicação linear de um espaço vetorial V em R. Definamos, en- tão, a função f : V × V → R pela lei f(u,v) = φ(u)σ(v), onde φ e σ são dois funcionais lineares de V em R. Mostre que f é uma forma bilinear. Exemplo 1.3 Seja Am×n uma matriz fixa. A função f :Mm×1(R)×Mn×1(R)→ R definida pela lei f(X,Y) = XTAY. Mostre que f é uma forma bilinear. É possível provar que o conjunto das formas biline- ares de U × V em R, denotado por B(U, V ), munido da adição definida por (f + g)(u,v) = f(u,v) + g(u,v) e da multiplicação por um escalar λ ∈ R dada por (λf)(u,v) = λf(u,v), com f, g ∈ B(U, V ) é um espaço vetorial. Em particu- lar, se U = V , o denotaremos apenas por B(U). 2 Matriz de uma Forma Bilinear Sejam U e V dois espaços vetoriais sobre R com dimensões respectivamente iguais a m e n. Sejam S1 = {u1, . . . ,um} uma base de U e S2 = {v1, . . . ,vn} uma base de V . Dados u ∈ U e u ∈ V , podemos es- crever u = a1u1 + · · ·+ amum, v = b1v1 + · · ·+ bnvn. Seja f : U × V → R uma forma bilinear, então f(u,v) = m∑ i=1 n∑ j=1 aibjf(ui,vj), que pode ser reorganizada da seguinte forma f(u,v) = [u]TS1A[v]S2 , onde a Am×n é a matriz de f em relação às bases S1 e S2 e definida pela lei aij = f(ui,vj) Exemplo 2.1 Sejam u = (x1, x2, x3), v = (y1, y2, y3) e a forma bilinear f(u,v) = 3x1y1 − 2x1y2 + 5x2y1 + 7x2y2 − 8x2y3 + +4x3y2 − x3y3. Represente f na forma matricial. Exemplo 2.2 Sejam u = (x1, x2), v = (y1, y2) e a forma bilinear em R2 dada por f(u,v) = 2x1y1 − 3x1y2 + x2y2 Determine a) A matriz A de f em relação à base S1 = {u1 = (1, 0),u2 = (1, 1)}. © 2020 Prof. Msc. Marcos Paulo Cintra da Silva b) A matriz B de f em relação à base S2 = {v1 = (2, 1),v2 = (1,−1)}. O próximo teorema mostra como as matrizes obti- das no exemplo precedente estão relacionadas. Teorema 2.3 Seja P a matriz de mudança de uma base S1 para a base S2. Se A é a matriz de f em re- lação à base S1, então a matriz B = P TAP é a matriz de f na base S2. Exemplo 2.4 Determinar a matriz P de mudança da base S1 para a base S2 do Exemplo 2.2 e verifique a relação B = P TAP . Diz-se que uma matriz B é congruente a matriz A se existir uma matriz inversível P tal que B = P TAP . 3 Formas Simétricas e Antissimé- trica A forma bilinear f : V × V → R é denominada simé- trica se f(u,v) = f(v,u), para quaisquer u,v ∈ V . Em termos matriciais, uma forma bilinear é simétrica se a sua matriz é simétrica. Exemplo 3.1 Sejam A = [ a c c b ] e v = (x, y) ∈ R2. Determinar a expressão de f(v,v). A forma bilinear f : V × V → R é denominada antissimétrica se f(u,v) = −f(v,u), para quaisquer u,v ∈ V . Em termos matriciais, uma forma bilinear é simétrica se a sua matriz é antissimé- trica. 4 Formas Quadráticas Seja f : V × V → R uma forma bilinear simétrica. A função qf : V → R definida pela lei qf (v) = f(v,v) é denominada forma bilinear quadrática sobre V as- sociada à forma bilinear f . Se não houver risco de confusão quanto à forma f , podemos indicar a forma quadrática simplesmente por q. Exemplo 4.1 A forma quadrática associada ao pro- duto interno em Rn é q(x1, . . . , xn) = x 2 1 + · · ·+ x2n Exemplo 4.2 Considerando a base canônica canô- nica do R2, determinar a expressão da forma quadrá- tica f , cuja matriz é A = [ a c c b ] © 2020 Prof. Msc. Marcos Paulo Cintra da Silva
Compartilhar