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Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização e Estratégias de Aprendizagem W B A 0 14 3_ V 1. 2 2/163 Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização e Estratégias de Aprendizagem Autora: Vera Melis Paolillo Como citar este documento: PAOLILLO, Vera Melis. Motivação no Ensino Superior: Metas de Realização e Estratégias de Aprendizagem. Valinhos, 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Fatores Motivacionais 05 Unidade 2: Motivação Intrínseca e Extrínseca 25 Unidade 3: O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos 43 Unidade 4: Teoria Cognitiva e Sociocognitiva 62 Unidade 5: Teoria da Autodeterminação 87 Unidade 6: Metas de Realização 108 Unidade 7: Uso de Estratégias de Aprendizagem e a Percepção do Ambiente de Aprendizagem 124 Unidade 8: Estratégicas Cognitivas e Metacognitivas 145 2/163 3/163 Apresentação da Disciplina Esta disciplina foi estruturada de forma a apresentar teorias e temas para discussão sobre motivação no ensino superior e, assim, atender às necessidades docentes. Sabemos que, por vezes, especialistas assumem a docência de uma disciplina no ensino superior, com domínio total do conteúdo, entretanto sem uma especialização didática. Mas seria necessário um estudo sobre a arte da motivação para garantir um resultado eficaz? Que tal conhecer sobre como ocorre a aprendizagem e como auxiliar/apoiar os estudantes neste processo? A proposta desta disciplina é tratar do tema sob o ponto de vista pedagógico e colaborar para que o docente compreenda situações cotidianas em sala de aula, na perspectiva de fortalecer a aprendizagem dos estudantes. Entretanto, ao longo das unidades organizadas, orientações e recomendações estarão presentes, colaborando para a tomada de decisões. Esperamos que, para cada unidade apresentada, o docente possa revisitar seu planejamento, considerar as estratégias para uma aprendizagem significativa e identificar-se com teorias que estão presentes na educação. Apresentamos, nesta disciplina, conceitos, definições e orientações resumidas à luz dos estudos de especialistas na área. Esse conhecimento não será útil apenas para a organização da docência no ensino 4/163 superior, mas também para a vida como um todo. Um dos pilares da educação é aprender a aprender. Atitude que cada ser humano deve exercitar e vivenciar, em todas as situações, especialmente no ensino superior. O objetivo principal desta disciplina é fornecer aos alunos de pós-graduação, com base em teorias contemporâneas e nas pesquisas, ferramentas que os habilitem a diagnosticar problemas de motivação e adotar linhas de ação compatíveis. Boa leitura e bons estudos. 5/163 Unidade 1 Fatores Motivacionais Objetivos 1. Definir fatores motivacionais. 2. Identificar os fatores internos e externos que impactam na motivação. 3. Conhecer sobre a teoria das inteligências múltiplas. Unidade 1 • Fatores Motivacionais6/163 Introdução A motivação é um aspecto intrínseco às pessoas, pois ninguém pode motivar ninguém. A mesma passa a ser entendida como fenômeno comportamental único e natural e vem da importância que cada um dá ao seu trabalho, do significado que é atribuído a cada atividade desse trabalho e que cada pessoa busca o seu próprio referencial de autoestima e autoidentidade (BERGAMINI, 1997, p.54). Todo docente universitário enfrenta um dilema: nossos alunos estão aqui por estarem devidamente motivados? Estão na universidade porque escolheram e, assim, estão motivados em aprender e conquistar o tão esperado diploma. Será mesmo? No cotidiano imposto pela rotina das aulas e tarefas pessoais, a motivação que irá permitir a presença física e emocional nos alunos nas disciplinas vai além do desejo explicitado no vestibular. É uma tarefa contínua. Mas o que é motivação no ensino superior? Quais os fatores motivacionais que poderemos considerar nesse processo? Unidade 1 • Fatores Motivacionais7/163 Motivação é considerada como tudo o que é significativo e interessante para o sujeito, que permanece mais tempo na memória e pode ser recordado com facilidade. Refere- se às forças que agem sobre um organismo, ou dentro dele, para iniciar e direcionar o comportamento. Se a motivação é fraca, os jovens precisam de reforços que podem surgir da iniciativa de pais e professores ou do próprio estudante. Dessa forma, temos a presença de fatores motivacionais que influenciam nossa aprendizagem. A presença positiva de fatores emocionais traz ao aluno uma satisfação, enquanto a ausência de alguns fatores pode gerar a insatisfação. Esse ciclo demonstra que fatores emocionais produzem efeitos duradouros de satisfação, aumento na produtividade e na excelência. Inicialmente, consideramos dois fatores motivacionais que influenciam diretamente a aprendizagem e, posteriormente, o desempenho profissional. 1 Fatores Internos e Externos Fatores internos: são as necessidades, das qualidades, o comprometimento de cada pessoa que direciona a realização das tarefas. Uma força, um sentimento que a impulsiona a buscar seu autodesenvolvimento e conquista da realização pessoal ou profissional. Unidade 1 • Fatores Motivacionais8/163 Fatores externos: são estímulos oferecidos pelo ambiente, por vezes favoráveis, outras desfavoráveis, o que caracteriza a ausência de fatores motivacionais. Um fator motivacional pode ser um motivo, um estímulo, e não apenas a realização de uma satisfação imediata. A motivação está relacionada à aprendizagem, ao interesse e à necessidade que cada aprendiz carrega dentro de si. Entretanto, para que haja desenvolvimento pleno, a aprendizagem significativa inclui fatores internos como emoção e conhecimento sobre como aprender, encorajando a autonomia e o pensamento crítico. A motivação é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido para poder alcançar um objetivo. Quando a sociedade não oferece muitas saídas aos jovens e as perspectivas de encontrar trabalho ao sair da escola são poucas, parece que toda a responsabilidade de motivar os alunos recai nos professores. A tarefa não é fácil, mas é necessária. Será que existe uma receita que melhore a motivação de nossos alunos? Devemos considerar que o professor, por meio da sua prática e experiência, possui a capacidade de tentar melhorar a motivação dos alunos. Unidade 1 • Fatores Motivacionais9/163 Entretanto, todo professor universitário deseja uma mudança visível nos alunos de cada semestre. A atuação dos professores passa a interferir diretamente no comportamento dos alunos, incidindo positivamente ou não, em sua motivação. Portanto, estudar motivação e fatores motivacionais se torna importante para que os objetivos acadêmicos e profissionais possam ser alcançados pelos alunos. Esse estudo contempla teorias de aprendizagem, os fatores que influenciam a aprendizagem, a cognição e autodeterminação e que contribuam para a elaboração de estratégias de apoio aos professores na elaboração de aulas, contemplando o ciclo motivacional de uma aula. Dessa forma, podemos criar oportunidades, rever atividades propostas e ressignificar seus esforços, incentivando-os a vencer os desafios que se apresentam a cada turma de alunos nos cursos universitários. Como síntese desta leitura inicial, apresentamos uma estrutura básica que de imediato pode auxiliar uma aula com conteúdos específicos necessários à formação profissional e que é o primeiro passo para um fator motivacional. Denominamos esse ciclo de AIDA. Ou seja, toda aula deve chamar a ATENÇÃO que desperta o INTERESSE. Em seguida, o próximo fator interno que ocorre é o Unidade 1 • Fatores Motivacionais10/163 DESEJO e, como consequência, teremos uma AÇÃO estruturada. Esse ciclo acontece através da comunicação estruturada pelo professor. Só um professor motivado consegue motivar os seus alunos! Ou seja, o interesse do aluno a aprender. Devemos ter claroque cada atividade desenvolvida deverá ter como base elementos como: a integração, a socialização, o estímulo, a aprendizagens e metodologias diversificadas. Criando desafios, incentivando a descoberta e constituindo outros caminhos metodológicos... A partir de então, poderemos deixar de nos queixar que os alunos não têm interesse em aprender o que queremos ensinar. Eles verão que o que estaremos oferecendo poderá desenvolver em cada um a opinião própria, a criatividade, melhor interação no grupo, mas, principalmente, que o processo ensino-aprendizagem trará naturalmente a vontade de aprender. Sua aprendizagem se tornará mais prazerosa e será possível ver em cada atividade uma função social. 2 Conhecendo Sobre as Inteligências Múltiplas Uma teoria muito utilizada como referência para selecionar estratégias e reconhecer as necessidades intrínsecas dos alunos é conhecida como teoria das múltiplas Unidade 1 • Fatores Motivacionais11/163 inteligências de Howard Gardner. Essa teoria se apoia em novas descobertas neurológicas procedidas em Harvard e outras universidades dos EUA, mudando as linhas de conhecimento neurológico sobre a mente humana. O cérebro humano possui uma diversidade de inteligências e pode operar para diferentes ações, diferentes competências. A teoria inclui essencialmente aquilo que os bons professores sempre fizeram em seu ensino: ir além do texto e do quadro negro para despertar a mente dos alunos. Todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes habilidades e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Seu modelo é inovador porque se baseia em pesquisas realizadas numa ampla variedade de campos, incluindo antropologia, psicologia cognitiva, psicologia de desenvolvimento e neuroanatomia. Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, define Inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais. Essa teoria apresenta diferentes tipos de inteligências: • Inteligência linguística • inteligência lógica matemática • inteligência espacial Unidade 1 • Fatores Motivacionais12/163 • inteligência sonora ou musical • inteligência cinestésico-corporal • inteligência naturalista • inteligências pessoais: intrapessoal e interpessoal • inteligência existencial Entretanto, essa teoria inclui essencialmente aquilo que os bons professores sempre fizeram em seu ensino: ir além do texto e do quadro negro para despertar a mente dos alunos. Ajuda os professores a expandirem seu atual repertório de ensino, de modo a incluir uma variedade mais ampla de métodos, materiais e técnicas e atingir uma gama cada vez maior e mais diversa de aprendizagem. Não existe um conjunto de estratégias de ensino que funciona melhor para todos os alunos. Cada indivíduo tem inclinações diferentes nas inteligências identificadas, de modo que qualquer estratégia será muito bem-sucedida com um grupo de alunos e nem tão bem-sucedida com outros. Para Gardner, as pessoas apresentam traços integrados de diferentes inteligências e, dessa forma, não é possível enquadrar os alunos em apenas uma ou duas. Mas, observando atitudes e preferências dos alunos, podemos identificar o jeito que cada um aprende melhor ou prefere estudar. Essa teoria ajuda aos professores a expandirem seu atual repertório de ensino, Unidade 1 • Fatores Motivacionais13/163 de modo a incluir uma variedade mais ampla de métodos, materiais e técnicas e atingir uma gama cada vez maior e mais diversa de aprendizes. Oferece também uma maneira para todos os professores refletirem sobre seus métodos de ensino e compreenderem por que esses métodos funcionam ou porque funcionam positivamente para alguns alunos e para outros não. Para saber mais Para saber mais sobre inteligências múltiplas: SMOLE, Kátia S. “Inteligências múltiplas”. São Paulo: ATTA MÍDIA E EDUCAÇÃO, (Vídeo) (1996). Unidade 1 • Fatores Motivacionais14/163 Glossário Fatores internos: são as necessidades, as qualidades, o comprometimento de cada pessoa que direciona a realização das tarefas. Fatores externos: são estímulos oferecidos pelo ambiente. Inteligência: como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais Motivação: é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido para poder alcançar um objetivo. Questão reflexão ? para 15/163 Comente esta afirmação: a atuação dos professores passa a interferir diretamente no comportamento dos alunos, incidindo positivamente ou não em sua motivação. Como você pode identificar em sua atividade docente a presença de fatores internos, determinando o desempenho dos estudantes? 16/163 Considerações Finais É importante estudar motivação e fatores motivacionais para que os objetivos acadêmicos e profissionais possam ser alcançados; existem múltiplas inteligências, mas não existe um conjunto de estratégias de ensino que funcione melhor para todos os alunos; devemos considerar fatores internos e externos para entender e compreender a motivação dos estudantes; a motivação está relacionada à aprendizagem, ao interesse e à necessidade que cada aprendiz carrega dentro de si. Unidade 1 • Fatores Motivacionais17/163 Referências ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas E Seus Estímulos (as). São Paulo. Papirus, 1998. BALESTRO, C.; MANTOVANI, Ana Margô. Hiperhistórias-ambiente multimídia estimulador das inteligências múltiplas. In: Universidade La Salle, Actas do V Congresso Iberoamericano de Informática Educativa, Viña del Mar, Chile. 2000. BRONFENBRENNER, U. The ecology of human development. Cambridge: Harvard University Press, 1979. GARDNER, Howard. As múltiplas inteligências. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 18/163 1. Por que estudar motivação e os fatores motivacionais? a) Para se manter motivado como professor. b) Para identificar o processo de aprendizagem apoiando os estudantes. c) Para apoiar a instituição na carreira dos alunos. d) Para reconhecer a aprendizagem e refazer a avaliação. e) Para despertar a atenção. Questão 1 19/163 2. Definimos como fator motivacional um motivo, um estímulo e não ape- nas a realização de uma satisfação imediata. Para isso, devemos considerar a individualidade de cada estudante. Escolha abaixo a resposta que comple- menta essa definição: a) Não será possível, pois o grupo deverá alcançar os mesmos resultados. b) Correto, pois cada aluno tem sua história de vida e experiências que impactam a aprendizagem. c) Pode ser um estímulo, mas irá variar de acordo com as necessidades internas. d) A motivação será a recompensa imediata. e) Não há motivação no ensino superior. Questão 2 20/163 3. Como a teoria das inteligências múltiplas auxilia o professor? a) Identificando os tipos existentes na sala de aula e diversificando as estratégias. b) A expandirem o repertório de ensino, de modo a incluir uma variedade mais ampla de métodos, materiais e técnicas e atingir uma gama cada vez maior e mais diversa de aprendizes. c) Não ajuda, pois não é uma teoria científica. d) Amplia a motivação individual. e) Fortalece a aprendizagem. Questão 3 21/163 4. Como podemos considerar a afirmação de que a presença positiva de fatores emocionais traz ao aluno uma satisfação, enquanto a ausência de alguns fatores pode gerar a insatisfação? a) Sem motivação não há aprendizagem. b) A motivação interna pode ser inibida pelos estímulos externos. c) Há ausência de fatores motivacionais é provocada pela união das necessidades internas e externas. d) Satisfação positiva está diretamente relacionada à presença de fatores motivacionais positivos. e) Nenhuma das respostas. Questão 4 22/163 5. Como o ciclo conhecido como AIDA auxilia o professor? a) Preparando a seleção dos conteúdos bimestral. b) Motivando os estudantes. c) Motivandoo professor a estudar as teorias. d) Organizando o pensamento dos estudantes para a aprendizagem. e) Não auxilia, só é uma dica. Questão 5 23/163 Gabarito 1. Resposta: D. Estudar motivação e fatores motivacionais se torna importante para que os objetivos acadêmicos e profissionais possam ser alcançados pelos alunos. 2. Resposta: B. A motivação contempla as necessidades internas e externas provindas do ambiente. Mas cabe ao docente identificá-las e considerá-las em sua metodologia. 3. Resposta: B. A questão não é identificar as inteligências múltiplas, mas reconhecer que cada indivíduo pode usar uma forma diferenciada para aprender, memorizar, interagir e produzir. Assim, cabe ao professor usar estratégias variadas para ensinar de forma a contemplar todos os estudantes. 4. Resposta: D. Como vimos no texto, há uma relação direta na motivação do aluno. As teorias de aprendizagem informa-nos que os fatores que influenciam a aprendizagem, a cognição, autodeterminação e a satisfação acontece quando há um plano orientador para elaboração de estratégias para as aulas, contemplando o ciclo motivacional de uma aula. 24/163 5. Resposta: D. Atenção, interesse, desejo e ação. Esse ciclo ajuda de forma continuada a manter estudantes motivados. Gabarito 25/163 Unidade 2 Motivação Intrínseca e Extrínseca Objetivos 1. Apresentar as teorias sobre motivação intrínseca e extrínseca. 2. Reconhecer as diferenças básicas entre Maslow e Herzberg. 3. Contribuir para uma reflexão para o professor revisitar suas aulas. Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca26/163 “Para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico” (CHIAVENATO, 1982, p. 414). 1 Teorias Nas teorias presentes no tema motivação intrínseca e extrínseca, encontramos duas vertentes que influenciam diretamente esse estudo: a) teoria da hierarquia das necessidades de Maslow; b) teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg. Vamos conhecer um pouco mais sobre as teorias: Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca27/163 A teoria da hierarquia das necessidades de Maslow A hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de escalar uma hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealização. Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na pirâmide. Morgan (1996) sugere o uso da teoria de Maslow nas empresas a fim de atingirem a motivação de seus colaboradores. Na teoria de Maslow, conhecida também como pirâmide, temos: 1. Autorrealização; necessidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: “O que os humanos podem ser, eles devem ser: Eles devem ser verdadeiros com a sua própria natureza”; estímulo ao completo comprometimento, o trabalho como dimensão importante na vida do empregado. 2. Autoestima: cargos que permitam realização, autonomia, e responsabilidade, trabalho que valoriza a identidade. 3. Sociais: necessidades de estima, que passam por duas vertentes: o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca28/163 reconhecimento dos outros, face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; estímulos à interação com os colegas no trabalho, possibilidade de atividades sociais e esportivas, e reuniões sociais que ocorram fora da organização. 4. Segurança: simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; estabelecimento e divulgação do plano de carreira. 5. Fisiológicos (básicas): tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo. https://pt.wikipedia.org/wiki/Emprego https://pt.wikipedia.org/wiki/Fome https://pt.wikipedia.org/wiki/Sede Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca29/163 Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca30/163 Teoria da motivação de Frederick Herzberg A teoria dos dois fatores foi desenvolvida pelo americano Frederick Herzberg e teve como objetivo identificar os fatores que causavam a satisfação e a insatisfação dos empregados no ambiente de trabalho. Herzberg, então, apresenta sua teoria em dois fatores: motivacionais (os que agradavam) e higiênicos (os que desagradavam). Diferentemente de Abraham Maslow, que estudou a satisfação das necessidades das pessoas em diversos campos de sua vida, Herzberg procurou estudar o comportamento e a motivação das pessoas dentro das empresas, especificamente. Nessa teoria, os fatores higiênicos são aqueles necessários para evitar que o funcionário fique insatisfeito em seu trabalho, porém eles não são capazes de fazer com que ele se sinta completamente satisfeito. Para o autor, o oposto de satisfação não é a insatisfação, mas nenhuma satisfação. Bem como o oposto de insatisfação não é a satisfação, mas sim nenhuma insatisfação. Fatores higiênicos Dizem respeito às condições físicas do ambiente de trabalho, salário, benefícios sociais, políticas da organização, clima organizacional, oportunidades de crescimento etc. Segundo Herzberg, esses fatores são suficientes apenas para evitar http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-necessidades-de-maslow/ http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-necessidades-de-maslow/ Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca31/163 que as pessoas fiquem desmotivadas. A ausência desmotiva, mas a presença não é elemento motivador. São chamados fatores externos, também conhecidos como extrínsecos ou ambientais. Fatores motivacionais Referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e às atividades relacionadas com o cargo em si. Incluem liberdade de decidir como executar o trabalho, uso pleno de habilidades pessoais, responsabilidade total pelo trabalho, definição de metas e objetivos relacionados ao trabalho e autoavaliação de desempenho. Essa presença produz motivação, enquanto a ausência não produz satisfação. Quadro 2 – Quadro comparativo Fatores que levam à insatisfação Fatores que levam à satisfação Política da Empresa Crescimento Condições do ambiente de Trabalho Desenvolvimento Relacionamento com outros funcionários Responsabilidade Segurança Reconhecimento Salário Realização Fonte: Do autor (2016) Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca32/163 2 Motivação Extrinseca e Intriseca A motivação extrínseca tem origem em fatores externos ao indivíduo, como qualquer recompensa monetária. O indivíduo faz a tarefa para ser recompensado ou para não ser castigado. A punição ou a recompensa é o “combustível” que faz mobilizar o sujeito. O indivíduo não gosta da tarefa em si, mas gosta da recompensa que a tarefa ao ser executada lhe pode trazer, o que implica necessariamente pouca satisfação e pouco prazer na execução da tarefa. A motivação intrínseca tem origem em fatores internos ao indivíduo e relaciona-se com a sua forma de ser, os seus interesses, os seus gostos. Nesse tipo de motivação, não há necessidade de receber recompensas, representa um interesse próprio do sujeito, algo que ele gosta ou está querendo muito. Esse tipo de motivação não depende de fatores externos. A tarefa não é considerada uma obrigação, mas um atalho para atingir seu objetivo que por si só já seria uma recompensa. Podemos concordar com vários autores de que essa motivação está relacionada com a felicidade. Dentro de um contexto educacional, é importante que o estudo ou o processo de aprendizagem proposto tenha um significado, estimulando o aluno a aprender a aprender e ter prazer em executaruma tarefa proposta. Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca33/163 Claro que nesse raciocínio reconhecemos que o aluno precisa estar sempre motivado para aprender, mas cabe ao professor identificar estratégias que despertem o interesse, o desejo dos alunos e busquem contextos para atuar. Questão reflexão ? para 34/163 Como as teorias de Maslow e Herzberg podem ser utilizadas na sala de aula visando um comprometimento dos estudantes? 35/163 Considerações Finais Motivação extrínseca tem origem em fatores externos ao indivíduo, como qualquer recompensa monetária; motivação intrínseca tem origem em fatores internos ao indivíduo e relaciona-se com a sua forma de ser, os seus interesses, os seus gostos; dentro de um contexto educacional, é importante que o estudo ou o processo de aprendizagem proposto tenha um significado, estimulando o aluno a aprender a aprender e ter prazer em executar uma tarefa proposta; o aluno precisa estar sempre motivado para aprender, mas cabe ao professor identificar estratégias que despertem o interesse, o desejo dos alunos e busquem contextos para atuar. Unidade 2 • Motivação Intrínseca e Extrínseca36/163 Referências CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2003. BORUCHOVITCH, J.; BZUNECK, J. A motivação do aluno: contribuição da psicologia contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2001. NOT, Louis. As pedagogias do conhecimento. São Paulo: DIFEL, 1993. TAPIA, Jesus. A motivação na sala de aula. São Paulo: Loyola, 1999. 37/163 1. Qual a origem da motivação intrínseca? a) Necessidades internas, considera a sua forma de ser de cada estudante. b) Os seus interesses e os seus gostos. c) Não há necessidade de receber recompensas, representa um interesse próprio do sujeito. d) Um prêmio por aprender. e) Está relacionada os desejos externos. Questão 1 38/163 2. Qual a teoria que identifica os fatores que causam a satisfação e a insatisfação dos empregados no ambiente de trabalho? a) Os fatores externos e higiênicos. b) A teoria de Maslow. c) A teoria de Herzberg. d) A teoria da motivação. e) A teoria dos fatores intrínsecos. Questão 2 39/163 3. Maslow apresenta a teoria em forma de pirâmide e a divide em duas partes: necessidades básicas e de crescimento. Assinale a alternativa que representa as necessidades de crescimento: a) Fisiológicas, afetivos e autoestima. b) Autoestima, autorrealização e social. c) Afetivo, autoestima e autorrealização d) Segurança, fisiológica e social. e) Todas as anteriores. Questão 3 40/163 4. Como manter o aluno sempre motivado? a) Oferecer estímulos diários. b) Identificar estratégias que despertem o interesse, o desejo dos alunos e busquem contextos para atuar; c) Diversificar projetos. d) Considerar a situação educacional do país. e) Aplicar somente técnicas de ensino individualizadas. Questão 4 41/163 5. Qual a diferença entre a teoria sobre fatores motivacionais de Maslow e Herzberg? a) Herzberg divide entre fatores higiênicos e motivacionais, e Maslow estudou as situações de vida. b) Maslow e Herzberg usam denominações diferentes como necessidades e recompensas. c) As duas não consideram fatores internos e externos. d) Herzberg procurou estudar o comportamento e a motivação das pessoas dentro das empresas, especificamente, e Maslow estudou a satisfação das necessidades das pessoas em diversos campos de sua vida. e) Não há diferença entre nenhuma teoria estudada. Questão 5 http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-necessidades-de-maslow/ 42/163 Gabarito 1. Resposta: A. Motivação intrínseca tem origem em fatores internos ao indivíduo e relaciona-se com a sua forma de ser, os seus interesses, os seus gostos. 2. Resposta: C. Herzberg dividiu a sua teoria em dois fatores: motivacionais (os que agradavam) e higiênicos (os que desagradavam). 3. Resposta: C. A pirâmide demonstra esta ordem: afetivo- social, autoestima e autorrealização. 4. Resposta: B. O cotidiano da disciplina deve prever a inclusão de estratégias que despertem o interesse dos alunos, o desejo de aprender e de comprometer-se. 5. Resposta: D. Herzberg procurou estudar o comportamento e a motivação das pessoas dentro das empresas, especificamente, e Maslow estudou a satisfação das necessidades das pessoas em diversos campos de sua vida. Essas teorias apoiam os estudos sobre motivação e colaboram para uma auto-observação e direcionamento na conquista de metas. 43/163 Unidade 3 O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos Objetivos 1. Apresentar uma reflexão sobre o impacto da organização dos ambientes e a aprendizagem. 2. Identificar os fatores positivos e negativos presentes na docência que impactam na motivação. 3. Apresentar estímulos possíveis para a motivação dos estudantes. Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos44/163 Introdução Quando pensamos em ambientes de aprendizagem, podemos imaginar espaços organizados, materiais estruturados e recursos disponíveis para o aluno realizar com eficácia suas atividades previstas e solicitadas. Ensinar é organizar situações de aprendizagem, fornecer informações relevantes e favorecer a elaboração de conteúdos que propiciem a aprendizagem significativa. Organizar ambientes de e para a promoção de aprendizagem está relacionado a esses fatores, entre outros, mas é o professor organizador das oportunidades o protagonista da situação favorável de aprendizagem. 1 O Ambiente como Aliado O ambiente de aprendizagem deve propiciar ao aluno desenvolver e reconhecer a sua autonomia no processo de aprender, expressando sua autoria naquilo que aprende fazendo, estabelecendo novas relações, vivenciando conflitos e buscando a sistematização de conceitos. O ambiente pode ser estimulante, rico e prazeroso, como também influenciar negativamente o processo de aprendizagem. Escolhas, atitudes e gestos do cotidiano são elementos fundamentais na organização dos ambientes promotores de aprendizagem. Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos45/163 Vamos observar o Quadro 3 abaixo: Quadro 3 - Aprendizagem Aumentam a motivação Aumentam a apatia e o ressentimento Escolha Obrigatoriedade Escolher conteúdos, tempo, colegas de trabalho, projetos, ambientes e recursos Atividade 100% dirigida, trabalho individual Relevância Irrelevância Estabeleça relações pessoais, utilize o humor, a emoção etc. Conteúdos fora do contexto que serão decorados e esquecidos depois da prova Envolvimento Passividade Utilizar a participação do aluno e estimular sua curiosidade e participação Aulas expositivas; vídeos cansativos; só a voz do professor; sempre o mesmo recurso Fonte: Do autor (2016) Ao analisarmos o quadro, podemos identificar fatores positivos que aumentam a motivação para a aprendizagem. Escolher conteúdos que atendam às necessidades pessoais e do futuro Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos46/163 profissional contribui para o professor identificar a relevância da disciplina. Evidentemente, essa demonstração de relevância deve ser acompanhada de estratégias didáticas, como humor, imagens, entre outros recursos. Contudo, o envolvimento pessoal do professor com a disciplina irá determinar o interesse dos alunos. Assim, essa atitude estimula a participação dos estudantes nas atividades e projetos propostos. No quadro, podemos observar também o que pode ocorrer quando o ambiente de aprendizagem causa uma apatia e desmotivação. Observem no quadro apresentado que um dos aspectos que causa apatia, ressentimento, desmotivação é o uso de aulas expositivas, vídeos cansativos e atividades 100% dirigidas pelo professor. Essa situação parece familiar, não é mesmo? Como ensinar jovens do século XXI dentro de ambientes que não colaboram para uma aprendizagem significativa? Como fazer com que aqueles conteúdos que julgamos ser importantes sejam compreendidose assimilados? 2 O Cone da Aprendizagem Para ampliar este estudo, vamos retomar a pirâmide de Maslow já apresentada na leitura sobre fatores motivacionais. Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos47/163 Esta teoria traz uma imagem conhecida como cone do aprendizado, conforme vemos na figura abaixo. Figura 1 – Cone de aprendizagem Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos48/163 Inicialmente, considerarmos os recursos que o professor utiliza para focalizar e manter a atenção dos alunos durante uma aula. Denominamos de estratégias ou recursos atividades fundamentais para o desenvolvimento de qualquer ato de aprendizagem. Algumas estratégias podem ser incluídas no processo de aula com perguntas inseridas, uso de ilustrações, vídeos, exemplos e estudos de casos e mesmo um ambiente virtual que a instituição possa disponibilizar. O texto a seguir traz as orientações didáticas elaboradas por Juliana Maria Carvalho. A autora orienta o docente a empregar algumas estratégias de ensino, com a intenção de facilitar a aprendizagem significativa dos alunos. As estratégias selecionadas e indicadas pela autora podem ser introduzidas como apoio em textos acadêmicos, assim como na dinâmica do ensino (exposição, negociação, discussão etc.) ocorrida na classe. Considere as seguintes estratégias para tornar sua aula interessante e despertar o interesse dos alunos, lembrando-se do ciclo AIDA. Atenção é o primeiro passo. Para finalizar esta leitura, o professor deverá, no uso de qualquer técnica, definir antecipadamente: 1. Qual o objetivo da aula? 2. Quanto tempo eu tenho? Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos49/163 3. Quanto o aluno já conhece do assunto? 4. Qual o ZOOM que queremos dar? • É importante deixar claro seus objetivos: prepare um enunciado que estabeleça condições e deixe clara a forma de avaliação da aprendizagem do aluno. Resumos, sínteses e abstração da informação relevante de um discurso oral ou escrito devem ser estimulados. Deve-se enfatizar conceitos-chave, princípios, termos e argumento central; • organização prévia: ofereça informação de tipo introdutório e contextual. Essa informação é elaborada com um nível de abstração, generalidade e inclusão superior ao do conteúdo principal. Estenda uma ponte cognitiva entre a informação nova e a prévia; • ilustrações: devem funcionar como representações visuais dos conceitos, objetos ou situações de uma teoria ou tema específico (fotografias, desenhos, esquemas, gráficos, dramatizações etc.); • analogias: são proposições que indicam que uma coisa ou evento (concreto e familiar) é semelhante a outro (desconhecido e abstrato ou complexo); • perguntas intercaladas: perguntas inseridas na situação de ensino ou Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos50/163 em um texto mantêm a atenção e favorecem a prática, a retenção e a obtenção de informação relevante; • pistas topográficas e discursivas: são sinalizações que se fazem em um texto ou na situação de ensino para enfatizar e/ou organizar elementos relevantes do conteúdo por aprender; • mapas conceituais e redes semânticas: são representações gráficas de esquemas de conhecimento (indicam conceitos, proposições e explicações); • uso de estruturas textuais: organizações retóricas de um discurso oral ou escrito que influenciem em sua compreensão e memorização. Para saber mais Em uma turma comum: 46% são aprendizes visuais, 35% aprendizes sinestésicos e 19% aprendizes auditivos. Como aprendemos: 70% do que discutimos, 80% do que experimentamos e 95% do que ensinamos para outra pessoa. Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos51/163 Glossário Ambiente de aprendizagem: organizado para propiciar ao aluno desenvolver e reconhecer a sua autonomia no processo de aprender, expressando sua autoria naquilo que aprende fazendo, estabelecendo novas relações, vivenciando conflitos e buscando a sistematização de conceitos. Ensinar: é organizar situações de aprendizagem, fornecer informações relevantes e favorecer a elaboração de conteúdos que propiciem a aprendizagem significativa. Cone da aprendizagem: demonstra os níveis de aprendizagem relacionados à organização do ambiente educativo e enfatiza a importância da participação ativa dos estudantes e, portanto, o cuidado docente nas escolhas das atividades propostas. Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos52/163 Para saber mais Sobre a organização de uma aula: Questão reflexão ? para 53/163 Tendo em mente a análise sobre o ambiente como agente de estímulos, como organizar uma aula considerando esses fatores? 54/163 Considerações Finais Nossas aulas devem ser: • Sempre um momento novo; • Dinâmicas. Não se pode ter a sensação de que na próxima tudo vai acontecer da mesma forma; • Significativas - não ensine o que é fácil ou não é importante; • Uma aventura – assim como o casamento a sala de aula não resiste a uma rotina (a geração X resiste); Além disso, previsibilidade/planejamento é coisa da geração X. E mais proveitoso em sala de aula é provocar boas emoções, aliando a sensação de prazer ao conhecimento. Unidade 3 • O Ambiente de Aprendizagem – Estímulos55/163 Referências BORUCHOVITCH, J.; BZUNECK, J. A motivação do aluno: contribuição da psicologia contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2001. FRANCO, Marcelo Araújo; CORDEIRO, Luciana Meneghel and CASTILLO, Renata A. Fonseca del. The virtual learning environment and its adoption at the University of Campinas – Unicamp. Revista Educação e Pesquisa. vol.29 no.2 São Paulo; July/Dec. 2003 OLGUÍN, Carlos José Maria et al. O uso de agentes em ambientes de aprendizagem colaborativos. XI Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Maceió, Brasil, 2000. http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=FRANCO,+MARCELO+ARAUJO http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=CORDEIRO,+LUCIANA+MENEGHEL http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=CASTILLO,+RENATA+A.+FONSECA+DEL http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=CASTILLO,+RENATA+A.+FONSECA+DEL 56/163 1. Como podemos considerar o ambiente como agente de aprendizagem? a) Quando apresenta escolhas, atitudes e gestos no cotidiano educacional, elementos fundamentais em ambientes promotores de aprendizagem. b) Quando está organizado para propiciar ao aluno desenvolver e reconhecer a sua autonomia. c) Quando a vivência de conflitos é mediada pelo professor. d) Quando estimula os alunos à leitura em casa. e) Quando atende aos horários solicitados. Questão 1 57/163 2. Como denominamos os recursos para aprendizagem? a) São estratégias de ensino com a intenção de facilitar e melhorar o ensino. b) Um acervo de técnicas e dinâmicas. c) Recursos que o professor utiliza para focalizar e manter a atenção dos alunos durante uma aula. d) Os recursos utilizados no ensino superior devem ser diferentes para cada aula. e) Recursos devem ser oferecidos pela instituição. Questão 2 58/163 3. Identifique os fatores positivos que aumentam a motivação para a aprendizagem: a) Apresentar objetivos e regras institucionais. b) Relevância do conteúdo para problemas sociais. c) Aulas expositivas e trabalhos individuais. d) Aulas direcionadas para projetos realizados em casa. e) Conteúdos significativos, relevância, estímulo à criatividade, participação e envolvimento dos alunos. Questão 3 59/163 4. Sobre a contribuição do cone do aprendizado para a docência, é correto afirmar: I. Alerta aos docentes o índice de aprendizagem de acordocom o grau de atividade ou passividade durante as aulas. II. Demonstra o que um indivíduo aprende, dependendo das estratégias que são utilizadas no processo de aprendizagem. III. Relaciona os órgãos do sentido e a aprendizagem. IV. Demonstra o grau de retenção, considerando as estratégias de ensino utilizadas pelo docente. Estão corretas as afirmativas: a) Apenas I. b) Apenas IV. c) Apenas II e III. d) Apenas I e IV. e) I, II, III e IV. Questão 4 60/163 5. Como podemos definir o ensinar no ensino superior? a) É considerar os fatores motivacionais internos e organizar os externos, além de organizar situações de aprendizagem. b) É transformar o ensino básico em ensino aprofundado. c) É fornecer informações relevantes e favorecer a elaboração de conteúdos que propiciem a aprendizagem significativa. d) É considerar o histórico da Instituição e os fatores motivacionais do ambiente educacional. e) É garantir um bom desempenho e alcançar as metas institucionais. Questão 5 61/163 Gabarito 1. Resposta: A. O professor deve, sempre que puder, fazer boas escolhas e demonstrar atitudes motivadoras no cotidiano educacional, refletido na organização dos ambientes promotores de aprendizagem para propiciar ao aluno desenvolver e reconhecer a sua autonomia no processo de aprender. 2. Resposta: C. Todos os recursos utilizados pelo professor devem focalizar e manter a atenção dos alunos durante uma aula. 3. Resposta: E. No quadro exposto nessa leitura, vocês poderão reler os fatores importantes que determinam o aumentam da motivação. 4. Resposta: E. O cone do aprendizado é um ótimo recurso para analisarmos a prática docente e rever as estratégias utilizadas. Nessa análise, podemos encontrar algumas respostas sobre o desempenho dos alunos. 5. Resposta: A. Precisamos organizar o ambiente ou situações de aprendizagem, fornecendo informações relevantes sobre o conteúdo da disciplina. 62/163 Unidade 4 Teoria Cognitiva e Sociocognitiva Objetivos 1. Apresentar as teorias cognitivas e sociocognitivas que orientam as escolhas metodológicas. 2. Conhecer as teorias acerca da construção de aprendizagem e seus principais teóricos. 3. Conhecer os principais teóricos que contribuem para este estudo. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva63/163 Introdução Num contexto educacional, várias alternativas metodológicas são testadas e as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos persistem. Ocorre que, como professores, deveríamos entender como os indivíduos aprendem e, sobretudo, como se dá o desenvolvimento mental do estudante. Essas informações oferecem subsídios orientadores para um planejamento e uma implementação de práticas instrucionais. Conhecer as teorias de aprendizagem que, ao longo da história da educação, contribuíram para a seleção de metodologias, materiais e intervenção acadêmica faz parte da função docente, pois todo educador não deve apenas dominar o conteúdo da disciplina pela qual é responsável, mas também a didática utilizada para o aprendizado do aluno. Essas escolhas determinam o processo da construção de conhecimento do aluno em relação ao conteúdo da disciplina, como também o resultado esperado nas avaliações. 1 As Teorias de Aprendizagem As principais teorias podem ser enumeradas: • Corrente comportamentalista: o aprendiz é visto como um objeto da aprendizagem. • Corrente cognitivista: o aprendiz é visto como sujeito; a cognição é um processo. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva64/163 • Corrente humanística: o aprendiz é visto como sujeito, mas a ênfase é a sua autorrealização. Vamos dedicar um tempo para a leitura e estudo sobre algumas das teorias correspondente às correntes citadas, lembrando que nem sempre o teórico nos indica procedimentos de ensino e aprendizagem únicos e quase sempre podemos identificar o uso de procedimentos estratégicos que refletem uma ou duas teorias. Corrente comportamentalista/ behaviorista Segundo essa corrente, o aluno responde a estímulos fornecidos pelo ambiente externo, e os comportamentos resultantes desse processo podem ser mensuráveis. A busca é o resultado ou um comportamento desejado. Dessa forma, não leva em consideração o que ocorre dentro da mente do indivíduo durante o processo de aprendizagem. Principais teóricos nessa corrente: Pavlov, John Watson, Skinner e Gagné. Dentre esses teóricos, foi Skinner que contribuiu para a educação de forma mais sistematizada por meio da instrução programada quer tem como princípios básicos: 1. Pequenas etapas: a informação é apresentada através de pequenas e fáceis etapas; cada etapa constitui um “quadro” (frame). Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva65/163 2. Resposta ativa: o aluno aprende melhor se participa ativamente da aprendizagem. 3. Verificação imediata: o aluno aprende melhor quando verifica a resposta rapidamente. 4. Ritmo próprio: o aluno deve trabalhar no ritmo que desejar. 5. Testagem do programa: se a apresentação de um quadro estiver muito extensa ou pouco clara, isso se refletirá nas respostas dos estudantes. Em termos de teorias do ensino, Gagné contribui para uma passagem entre o behaviorismo e o cognitivismo, pois indica em seus estudos a presença de um processo de estímulo e resposta, mas também processos internos de aprendizagem. Estes são os princípios básicos de Gagné: 1. Obter atenção (recepção). 2. Informar o objetivo para os aprendizes (expectativa). 3. Estimular a lembrança do aprendizado anterior (recuperação). 4. Apresentar o estímulo (percepção seletiva). 5. Fornecer orientação de aprendizado (código semântico). 6. Obter desempenho (resposta). 7. Fornecer feedback (reforço). Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva66/163 8. Avaliar o desempenho (recuperação). 9. Aumentar a retenção e a transferência (generalização). Corrente cognitivista O aprendiz é visto como sujeito; a cognição é um processo. Essa corrente entende que o processo de cognição ocorre à medida que o ser humano se situa no mundo, estabelece relações de significação, ou seja, atribui significados à realidade em que se encontra. Preocupa-se com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na cognição, e procura identificar regularidades (padrões) nesse processo. Ocupa-se particularmente dos processos mentais. Principais expoentes dessa linha: Piaget, Ausubel, Vigotsky. Jean Piaget (1896- 1980), em seus estudos e pesquisas, distinguiu quatro períodos gerais do desenvolvimento cognitivo, que se subdividem, por sua vez, em estágios ou níveis: • sensório-motor (do nascimento até cerca de 2 anos de idade); • pré-operacional (2 a 6-7 anos); • operacional-concreto (6-7 a 11-12 anos); • operacional-formal (da pré- adolescência até a idade adulta); Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva67/163 A contribuição para o processo de ensino-aprendizagem é o fato de que o crescimento cognitivo da criança se dá por meio de assimilação e acomodação. Ou seja: assimilação é um processo mental pelo qual se incorporam (integram) os dados das experiências aos esquemas de ação e aos esquemas existentes. Quando a criança tem novas experiências, ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui. Acomodação é um processo mental pelo qual os sistemas existentes vão modificar- se em função das experiências do meio. Ela acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo. Esse processo contínuo produz a equilibração e o desequilíbrio. Ensinar, assim, significa desequilibrar a mente para que ela busque o reequilíbrio (equilibrarão majorante) e, por consequência, aprenda, mas sempre considerando a etapa cognitiva da criança. Embora seus estudos tenham sido muito utilizadospara compreender como a criança aprende, todo professor, entendendo essa teoria, organiza sua aula para que as informações sejam sempre testadas. Piaget acreditava, ainda, que o ensino deve ser acompanhado de ações e demonstrações e, sempre que possível, se deve dar ao aluno a oportunidade de agir por meio de atividades práticas. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva68/163 A teoria de Ausubel (1918-2008), assim como a de outros cognitivistas, baseia-se na premissa de que existe uma estrutura na qual a integração e organização de novos conhecimentos se processam. Sua contribuição foi apresentar o processo da aprendizagem significativa (ou meaningful learning), ou seja, toda informação deverá se ancorar nos conceitos relevantes já existentes e apropriados pelo indivíduo. Quando isso não ocorre, a aprendizagem é apenas um armazenamento arbitrário de informações (rote learning ou aprendizagem mecânica), ou seja, voltamos à teoria comportamentalista. Ausubel nos indica que a aprendizagem só se torna significativa se o conteúdo aprendido de uma forma ou de outra ligar- se a conceitos relevantes ancorados em informações obtidas anteriormente. Outro conceito importante na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel é o dos organizadores prévios, que são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em si (conhecimentos específicos). Sua principal função é a de servir como “pontes cognitivas” entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber, de forma que o material possa ser aprendido de forma significativa. Para teoria de Lev Vigotsky (1896-1934), as interações interpessoais têm um papel de destaque na aprendizagem. A linguagem, essencialmente interativa, intervém no Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva69/163 processo de desenvolvimento intelectual da criança desde o nascimento – sozinha, não seria capaz de adquirir aquilo que obtém por intermédio de sua interação com os adultos e com as outras crianças, num processo em que a linguagem é fundamental. Um termo relacionado a esse teórico é zona de desenvolvimento proximal. Vygotsky apresenta a noção de que o bom aprendizado é aquele que considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal, ou seja, o que as crianças são capazes de realizar com e sem a ajuda externa. Ao conhecer essa zona de desenvolvimento, o educador, como mediador entre o aluno e o meio social, pode oferecer as experiências necessárias para o aluno avançar. Oferecer experiências muito avançadas, além dessa zona, pode ser prejudicial, enquanto experiências aquém do potencial podem se tornar desinteressantes ou inócuas. Corrente humanística Nessa corrente, o aprendiz é visto como sujeito, mas a ênfase é a sua autorrealização. Principais expoentes dessa linha: Carl Rogers, Jerome Bruner e Henri Wallon. Na teoria de Jerome Bruner (1915), a tarefa de ensinar um determinado conteúdo a uma criança, em qualquer idade, é a de representar a estrutura desse conteúdo em termos da visualização que ela tem Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva70/163 das coisas. Ele é famoso por ter dito que “é possível ensinar qualquer assunto a qualquer criança em qualquer estágio do desenvolvimento”. Bruner destaca o processo da descoberta, através da exploração de alternativas, e o currículo em espiral, em que um mesmo tópico é visto mais de uma vez, mas em diferentes níveis de profundidade e em diferentes modos de representação. Concentra sua atenção na predisposição para explorar alternativas, a qual está envolvida em três fatores: ativação (o que dá início ao processo), manutenção (avaliar que os benefícios excedem os seus riscos ou dificuldades) e direção (ter consciência do objetivo para que a exploração não seja caótica; o seu objetivo dever estar claro). Além disso, enfatiza que a aprendizagem ocorra pela descoberta, porém de maneira dirigida para que a exploração de alternativas não seja caótica ou cause angústia no aluno. Para Carl Rogers (1902-1987), ensinar é mais que transmitir conhecimento – é despertar a curiosidade, é instigar o desejo de ir além do conhecido. É desafiar a pessoa a confiar em si mesma e a dar um novo passo em busca de mais. É educar para a vida e para novos relacionamentos. A teoria nos indica que toda aprendizagem organizada por tarefas, solicitando do aluno apenas operações mentais, não considera o indivíduo como um todo. Esse tipo de aprendizado é esquecido com o tempo, pois não tem relevância com os Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva71/163 sentimentos do educando, e não provoca uma curiosidade que leve o indivíduo a aprofundar mais e mais. Sua teoria conduz o educador a uma reflexão sobre a tempo de validade de determinados conhecimentos e orienta que o ensino seja voltado para a formação humana. O professor passa a ser considerado um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que transmite conhecimento, e sim aquele que auxilia os educandos a aprender a viver como indivíduos em processo de transformação, já que o mundo está em constante mudança. Foi o primeiro teórico a escrever sobre o ensino centrado no aluno. Entretanto, para atuar como professor à luz dessa teoria, é preciso que o profissional desenvolva atitudes como: • autenticidade: qualidade que conquista o respeito dos educandos. É preciso se mostrar pessoa como eles também são: com defeitos e qualidades, sentimentos e desejos, alegrias e tristezas. Um ser real e comum com sua própria história de vida; • apreço, aceitação e confiança: é necessário ter carinho pelo estudante e por tudo que ele representa; considerar suas ações e reações e aceitá-los como pessoas reais; • compreensão empática: ocorre quando o facilitador deixa o julgamento de lado e compreende o educando, cultivando a capacidade de olhar o outro de seu ponto Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva72/163 de vista, o que será de extrema importância para a aprendizagem. Henri Wallon (1879-1962) desenvolve a teoria do desenvolvimento humano centrada na pessoa completa. Desenvolve seus estudos sobre os campos funcionais e o desenvolvimento psicológico da criança, identificando quatro fatores para explicar o desenvolvimento psicológico e sua aprendizagem: • a emoção; • a pessoa; • o movimento (de ação e atividade); • a inteligência. Para o teórico, a dimensão afetiva ocupa lugar central tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto na construção do conhecimento. Relaciona a psicogênese e a história do indivíduo, demonstrando, assim, a estreita relação entre as interações humanas e a constituição da pessoa, propondo um estudo integrado do desenvolvimento humano, definindo seu projeto teórico como uma elaboração da psicogênese da pessoa completa. Para Wallon, é por meio da emoção que o ser biológico se converte em ser social. Como Piaget, Wallon também contribui com suas pesquisas apresentando os estádios de desenvolvimento infantil. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva73/163 1) Impulsivo-emocional • Ocorre no primeiro ano de vida: 0-1 anos. • Principais funções: a emoção pode construir uma simbiose emocional com o ambiente. 2) Sensório-motor e projetivo • Inicia-se por volta de um ano e se estende até os três anos de idade. • Função dominante: atividade sensório-motora tem dois objetivos básicos: o primeiro é a manipulação de objetos e o segundo é a imitação. 3) Personalismo • Por volta dos três aos seis anos. • Principais funções: consciência e afirmação da personalidade na construção de si mesmo. 4) Pensamento categorial • Entre os 6 e 11 anos. • Função principal: conquistar e conhecer o mundo exterior. 5) Puberdade e adolescência • Idade: a partir dos 15 anos. • Função dominante: contradição entre o conhecido e entre o que se deseja conhecer. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva74/163 Veja o Quadro 4 com uma síntesedas palavras-chave: Quadro 4 – Pensadores Behaviorismo Cognitivista Humanista Pavlov, John Watson, Skinner e Gagné. Piaget, Ausubel, Vigotsky Wallon, Roger, Bruner. Estímulo/ Resposta/resultado/ Comportamento Interação Indivíduo e meio Assimilação e acomodação Equilíbrio Aprendizagem significativa Emoções, afetividade Currículo espiral Professor facilitador Ativação, manutenção e direção. Instrução programada Condicionamento operante Aluno ativo Participante Cognitivo Centrado no aluno Aprendizagem social Fonte: Do autor (2016) Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva75/163 Glossário Teoria da aprendizagem sociocognitiva: estudo dos processos de pensamento subjacentes à aprendizagem, uma vez que esta envolve pensamento, memória e processamento de informação (como no caso da observação). A aprendizagem não resulta só de associação entre estímulos, respostas (por condicionamento) e reforços. Zona de desenvolvimento proximal: é a noção de que o bom aprendizado é aquele em que se considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal, ou seja, o que as crianças são capazes de realizar com e sem a ajuda externa. Organizadores prévios: são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em si (conhecimentos específicos). Sua principal função é a de servir como “pontes cognitivas” entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber, de forma que o material possa ser aprendido de forma significativa. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva76/163 Para saber mais Saiba mais analisando este esquema: Figura 2 – APRENDIZAGEM ESTÍMULOS Internos Externos Processamento de INFORMAÇÃO MEMÓRIA Questão reflexão ? para 77/163 Os teóricos apresentados nesse tema, como Piaget, Wallon, Vigotsky, iniciaram seus estudos e pesquisas com crianças, mas seus princípios contribuíram para o processo de ensino e educação escolar. A partir da leitura do Quadro 4, descreva uma situação de aula em que podemos identificar uma proposta humanista de educação. 78/163 Considerações Finais Corrente comportamentalista: o aprendiz é visto como um objeto da aprendizagem; corrente cognitivista: o aprendiz é visto como sujeito; a cognição é um processo; corrente humanística: o aprendiz é visto como sujeito, mas a ênfase é a sua autorrealização; ensinar é mais que transmitir conhecimento – é despertar a curiosidade, é instigar o desejo de ir além do conhecido. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva79/163 Referências AUSUBEL, D.P. Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva. Tradução de Teopisto, L. Revisão científica, Teodoro, V.D. Lisboa. Editora Plátano. 1ª edição. PT – 467 – Janeiro de 2003. DE LA TAILLE, Yves; DE OLIVEIRA, Marta Kohl; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus editorial, 1992. MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1999. REGO, Maria C. Vygotsky: uma perspectiva histórico cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. 80/163 1. Por que conhecer as teorias de aprendizagem que ao longo da história da educação? a) Para desempenhar melhor a função de professor universitário. b) Essas escolhas determinam o processo da construção de conhecimento do aluno em relação ao conteúdo da disciplina, como também o resultado esperado nas avaliações. c) Para a seleção de materiais e intervenção acadêmica. d) Para compreender os problemas dos alunos. e) Para planejar aulas. Questão 1 81/163 2. Pavlov, John Watson, Skinner e Gagné contribuíram com qual referência teórica? a) Compreendem que a aprendizagem está diretamente relacionada a uma mudança de comportamento b) Não levam em consideração o indivíduo. c) Contribuíram para a construção de um sistema de educação sistematizado por meio da instrução programada. d) Corrente comportamentalista quando o aprendiz é visto como um objeto da aprendizagem. e) Corrente comportamentalista espera resultados mensuráveis. Questão 2 82/163 3. Como a corrente cognitivista concebe o processo de aprendizagem? a) Descreve o processo de cognição sem relação com a aprendizagem. b) Preocupa-se com o fracasso da compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação. c) Adota a premissa de que não existe uma estrutura individual e cada aluno deve conhecer seu processo interno. d) Apresenta a noção de que o bom aprendizado é aquele que considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal, ou seja, o que os estudantes são capazes de realizar com e sem a ajuda externa. e) A corrente cognitivista é utopia. Questão 3 83/163 4. Ensinar é mais que transmitir conhecimento – é despertar a curiosidade, é instigar o desejo de ir além do conhecido. É desafiar a pessoa a confiar em si mesma e a dar um novo passo em busca de mais. Essa afirmação pertence ao teórico: a) Ausubel e sua teoria humanista; b) Carl Rogers e sua teoria humanista; c) Piaget e sua teoria cognitivista; d) Piaget, Wallon e Bruner; e) Bruner e sua teoria humanista. Questão 4 84/163 5. Identifique o(s) teórico(s) que desenvolveu(ram) seus estudos sobre os campos funcionais e o desenvolvimento psicológico da criança e sua aprendizagem. a) Piaget e Wallon. b) Henri Wallon. c) Wallon e Ausubel. d) Ausubel e Bruner. e) Nenhuma das alternativas. Questão 5 85/163 Gabarito 1. Resposta: B. Na educação, as teorias de aprendizagem têm contribuído para a compreensão sobre o processo de construção do conhecimento, auxiliando a tomada de decisão dos professores nas metodologias. 2. Resposta: C. Todas as alternativas encaminham corretamente para a corrente comportamentalista, porém a última apresenta o papel do aluno frente à concepção do professor que adota essa corrente. 3. Resposta: D. A contribuição para o processo de ensino-aprendizagem é o fato de que o crescimento cognitivo se dá por meio de assimilação e acomodação. Ou seja: assimilação é um processo mental pelo qual se incorporam (integram) os dados das experiências aos esquemas de ação e aos esquemas existentes. Este processo inclui etapas importantes que ocorrem a partir de interações, hipóteses e descobertas de conteúdos. 4. Resposta: B. Carl Rogers e sua teoria humanista destaca o aprendiz como sujeito, mas a ênfase é 86/163 Gabarito a sua autorrealização e não o conteúdo. As relações sociais, o afeto e as emoções fazem parte do processo de aprendizagem. 5. Resposta: B. Henri Wallon identificou quatro fatores para explicar o desenvolvimento psicológico da criança e sua aprendizagem: a emoção, a pessoa, o movimento (de ação e atividade) e a inteligência. 87/163 Unidade 5 Teoria da Autodeterminação Objetivos 1. Apresentar a teoria da autodeterminação. 2. Reconhecer o processo de aquisição de conhecimento. 3. Retomar o conceito acerca da motivação e o desempenho. Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação88/163 Introdução Nesta unidade, vamos estudar sobre a teoria da autodeterminação e sua relação com o conhecimento e a excelência. Segundo o psicólogo Jorge Eloi (http:// www.psicologiafree.com/), a teoria da autodeterminação é das mais recentes, consistentes e reconhecidas teorias da motivação. Mas o que essa teoria nos diz sobre a motivação? Tudo o que é significativo e interessante para o sujeito permanece mais tempo na memória e pode ser recordado com facilidade. Se a motivação é fraca, os jovens precisam de reforços que podem surgir da iniciativa de pais e professores ou do próprio estudante. A teoria de metas de realização é uma das versões contemporâneas da tradicional linha de estudos sobre motivação à realização. A teoria da autodeterminação teve origem no final do século XX por Deci e Ryan, e essa é talvez a teoria sobre a motivação mais válida e reconhecida depois da teoria de Maslow, como já estudamos na unidade 2. Segundo Jorge Eloi, essa teoria, ao contrário das concepçõesanteriores de motivação extrínseca e intrínseca que as separavam, neste estudo percebemos que as duas formas de motivação (motivos internos e motivos externos) constituem um mesmo continuum. http://www.psicologiafree.com/ http://www.psicologiafree.com/ Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação89/163 Vejamos a contribuição de Jorge Eloi: Continuum da teoria da autodeterminação: Amotivação: falta de intencionalidade, competência e controle. Motivação extrínseca: Externa: obrigação externa. Procurar recompensas e evitar castigos. Introjectada: pressão interna. Evitar sentimentos negativos. Expectativas de autoaprovação. Envolvimento para o ego. Identificada: valorização consciente. Importante pessoalmente. Identificação com os objetivos. Integrada: congruente com outras necessidades. Incorporado no self (faz parte da sua vida). Motivação intrínseca: interesse, prazer, divertimento. Satisfação inerente. Valorização consciente. Importante pessoalmente. Segundo essa teoria, existem seis “níveis” de motivação, desde a motivação que corresponde à ausência total de motivação e intencionalidade até a motivação intrínseca, em que a atividade representa interesse, prazer, sendo importante pessoalmente. Essa teoria também pressupõe três necessidades básicas centrais que, quando satisfeitas, é possível “interiorizar” a motivação: Necessidade de competência: refere- se à necessidade de se sentir útil. De que Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação90/163 sabe “fazer”. Mais do que reconhecimento externo, reconhecer-se valor em si mesmo através da competência. Necessidade de autonomia: refere-se à liberdade de executar a atividade à sua “maneira”, tendo em conta os seus valores, seguindo os seus princípios consoante o seu método. Necessidade de vínculo: refere- se à necessidade de ter vínculos, relacionamentos significativos. Alguma pessoa ou pessoas que se importem para além da atividade. Além de não existir uma fronteira tão evidente entre a motivação intrínseca e extrínseca, essa teoria defende também a possibilidade de “intrinsecar” uma motivação extrínseca e afirma que, satisfazendo as três necessidades básicas centrais, irá aumentar ou interiorizar a motivação. Dessa forma, consideramos que os princípios da teoria da autodeterminação apontam que as motivações dos indivíduos diferem, sendo determinadas e orientadas por contextos que dão subsídios a necessidades psicológicas com diferentes manifestações, o que torna a motivação dos estudantes para a aprendizagem “um fenômeno complexo, multideterminado, que pode apenas ser inferido mediante a observação do comportamento, seja em situações reais de desempenho ou de autorrelato” (GUIMARÃES; BZUNECK, 2008, p. 111). Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação91/163 O que o aluno quer aprender? O que o professor quer ou precisa ensinar? Qual o contexto motivador? Quem entende o que está estudando aprende de maneira mais prazerosa e eficaz. 1 A Contribuição dessa Teoria A contribuição dessa teoria da autodeterminação propõe que o professor conheça os processos de motivação de seus alunos frente à sua disciplina e destaque sua relevância em sala de aula. Como já estamos estudando, o ambiente universitário tem seu comportamento influenciado por inúmeros fatores, como pressões grupais, aceitação, exclusão ou inclusão social entre outras. Dessa forma, se o professor conhecer as motivações dos estudantes, bem como se as instituições também as conhecerem, poderão juntos atuar no sentido de estimular os estudantes de forma contínua a “aprender a aprender” e evitar que este nível de motivação diminua ao longo do curso. Como sugestão, o professor pode refletir sobre a disciplina pela qual é responsável a partir de duas questões: POR QUE devo ensinar ou POR QUE alunos devem aprender? PARA QUE devo ensinar ou PARA QUE os alunos devem aprender? Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação92/163 Essa reflexão poderá auxiliar na condução das aulas, criando um cenário interessante ao longo do curso. Como estudamos na unidade 2, um estímulo, seja externo ou interno, não irá perdurar ou vencer todas as barreiras que um curso universitário oferece aos estudantes. Faz-se necessário o uso constante dessa fórmula na docência e garantir uma realização aos atores desta ação docente. Figura 3 – A pessoa Fonte: do Autor (2016) A proposta do ensino superior é que todos os alunos aprendam e vivenciem o conhecimento que é criado por meio da interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação93/163 Conhecimento tácito: é algo pessoal, formado dentro de um contexto social e individual, além de derivado de experiências e vivências pessoais, podendo ser transmitido de forma vaga e sua transferência é pouco eficiente. Conhecimento explícito: envolve o conhecimento dos fatos e é adquirido pela informação e educação formal. Com essa informação, ampliamos a discussão sobre motivação e acrescentamos essa ação no contexto escolar, determinando o nível de qualidade da aprendizagem e desempenho. Para complementar, destacamos a importância de o docente oferecer um feedback sobre o desempenho dos alunos. • O feedback deve ser descritivo e não avaliativo. Descrever o que sentiu, e não fazer julgamentos sobre a conduta dos outros; • o feedback deve ser específico e não geral. Mencionar fatos concretos, exemplos precisos e fugir das generalizações vagas. Finalizando, mas não concluindo, afirmamos que a base da teoria da autodeterminação é a concepção do ser humano como organismo ativo, dirigido para o crescimento, desenvolvimento integrado do self com as estruturas sociais. Tem como objetivos desenvolver habilidades e exercitar capacidades, buscar e obter vínculos sociais, assim como obter um sentido unificado do self por meio de experiências interpessoais. Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação94/163 A promoção do interesse dos estudantes pela aprendizagem, valorização da educação e confiança nas próprias capacidades e atributos deve ser considerada no planejamento das aulas, considerando as contribuições dos estudos sobre motivação. Vamos utilizar a nosso favor e ao sucesso dos alunos. 2 Um Pouco Sobre a Excelência Há uma contribuição muito interessante nas questões educacionais discutindo os três erres sobre excelência que auxilia na seleção de estratégias e atitudes que favoreçam uma aprendizagem. Conheça os três erres: 1) Raciocínio: o cotidiano educacional deve estimular o pensar criativo para gerar ideias novas e poderosas; pensar crítico e analítico para assegurar-se de que as ideias (suas próprias e de outros) sejam as boas; pensar prático para executar as ideias e para persuadir outro do valor dessa ideia; pensar sábio para assegurar-se de que as ideias ajudem construir um bom comum. 2) Responsabilidade: dimensão ética e moral do desenvolvimento humano e sua relação com o conteúdo que está sendo estudado; ética: distinguir o certo do errado; sabedoria como equilíbrio de seus interesses e dos outros; empatia acerca do saber conviver, saber o certo, fazer o certo. Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação95/163 3) Resiliência: estimular a paixão em perseguir os objetivos e superar dificuldades, participando das experiências desafiadoras para os estudantes que exercitarem a resiliência. Resiliência é um importante componente para o sucesso escolar. E como o professor pode se utilizar desta contribuição para ensinar e garantir uma excelência? a. A excelência deve ser para todos e em todos os níveis. b. Forneça elementos para o aluno aprender usando múltiplas modalidades. c. Estimular o pensamento crítico. d. Avalie o pensar criativo aplicado a uma base de conhecimento, reconhecendo que o conhecimento é a espinha dorsal para a criatividade. Unidade 5 • Teoria da Autodeterminação96/163 Glossário Teoria da autodeterminação é a concepção doser humano como organismo ativo, dirigido para o crescimento, desenvolvimento integrado do self com as estruturas sociais. Conhecimento tácito: é algo pessoal, formado dentro de um contexto social e individual. Derivada de experiências e vivências pessoais. Pode ser transmitido de forma vaga e sua transferência é pouco eficiente. Conhecimento explícito: envolve o conhecimento dos fatos e é adquirido pela informação e educação formal. Feedback: retorno aos aluno sobre seu desempenho deve ser descritivo e não avaliativo. Deve ser específico e não geral. Mencionar fatos concretos, exemplos precisos e fugir das generalizações vagas. Questão reflexão ? para 97/163 Nesta unidade, estudamos mais um tópico que auxilia o nosso planejamento das aulas no ensino superior. Sabemos que todos os alunos aprendem e vivenciam o conhecimento que é criado por meio da interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Como o professor poderá organizar esse ciclo? 98/163 Considerações Finais • Estimule o pensamento crítico; • avalie o pensar criativo aplicado a uma base de conhecimento, reconhecendo que o conhecimento é a espinha dorsal para a criatividade; • conheça as motivações dos estudantes, bem como as instituições. Além disso, o ambiente universitário tem seu comportamento influenciado por inúmeros fatores, como pressões grupais, aceitação, exclusão ou inclusão social, entre outras. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva99/163 Para saber mais Para saber mais acerca dos modos de conversão do conhecimento: • socialização: quando o conhecimento ocorre pela socialização é denominado: tácito para tácito. Esse processo ocorre pela observação, imitação e prática; • externalização: ou modo de converter o conhecimento é a escrita, ou seja, a comunicação. Esse processo converte o conhecimento tácito em explícito. Isso produz uma situação de diálogo e conduz a uma reflexão coletiva; • combinação: um terceiro modo de converter o conhecimento é a própria sistematização dos conceitos aprendidos, como, por exemplo, as aulas e estrutura de um curso em forma de pós- graduação; • internalização: esse modo implica na transformação do conhecimento explícito para o tácito. É um processo que relaciona a teoria à prática. Unidade 4 • Teoria Cognitiva e Sociocognitiva100/163 Referências MEURER, Simone Teresinha; BENEDETTI, Tânia Rosane Bertoldo. MAZO, Giovana Zarpellon. Teoria da autodeterminação: compreensão dos fatres motivacionais e autoestima de idosos praticantes de exercícios físicos”. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde 16.1, p. 18-24, 2012. OLIVEIRA, Plícia Araújo de, et al. Motivação sob a perspectiva da Teoria da Autodeterminação: um estudo da motivação de alunos do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Montes Claros. Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, v. 7. 2010. PSICOLOGIA FREE. Disponível em: <www.psicologiafree.com/jorge-eloi/>. Acesso em:15/01/2016 www.psicologiafree.com/jorge-eloi/ 101/163 1. Quais as contribuições da teoria da autodeterminação? a) Não há contribuição para o ensino. b) A autodeterminação está presente nos resultados das avaliações do ensino. c) É a concepção do ser humano como organismo ativo, dirigido para o crescimento, desenvolvimento integrado do self com as estruturas sociais. d) Tem como objetivo desenvolver habilidades profissionais. e) Contempla os processos de motivação de seus alunos frente a uma disciplina e destaca sua relevância em sala de aula. Questão 1 102/163 2. Como deve ser o processo de feedback durante a aprendizagem? a) Deve referir-se ao comportamento pessoal e não à pessoa em si. b) Deve ser descritivo, específico e individual. c) Deve ser diário. d) Deve orientar a revisão das aulas. e) Deve ocorrer ao final do ano letivo. Questão 2 103/163 3. Qual a relação da percepção com a teoria da autodeterminação? a) Não há relação entre a teoria e a percepção de si mesmo. b) Há uma relação com a maneira como nos vemos, julgamos, conceituamos, qualificamos, tanto nós mesmos – percepção pessoal – quanto as outras pessoas – percepção interpessoal. c) Há uma relação entre o papel que o indivíduo desempenha e a sua percepção como pessoa. d) A percepção une as motivações internas e externas. e) Nenhuma das alternativas está correta. Questão 3 104/163 4. Conhecimento tácito é algo pessoal, formado dentro de um contexto social e individual. O conhecimento explícito envolve o conhecimento dos fatos e é adquirido pela informação e educação formal. Identifique a reposta correta sobre a contribuição desse estudo para a docência? a) Incluir as duas modalidades no conteúdo da disciplina, tornando-a relevante e motivadora. b) Reconhecer a importância e discutir com os alunos. c) Considerar o estudante como um organismo ativo, dirigido para o crescimento. d) Não devemos associar o conhecimento tácito com o conhecimento de vivência. e) Não há comprovação teórica. Questão 4 105/163 5. Criatividade, argumentação, aprender a fazer pelo bem comum está relacionado a qual item da excelência na educação? a) Resiliência e empatia. b) Raciocínio. c) Raciocínio e responsabilidade. d) Responsabilidade e resiliência. e) Raciocínio, responsabilidade e resiliência. Questão 5 106/163 Gabarito 1. Resposta: C. A teoria da autodeterminação é um fenômeno complexo que auxilia o professor a rever constantemente o valor da disciplina pela qual é responsável, valorizando mais o para quê do que o porquê. 2. Resposta: B. Feedback é um recurso muito motivador para os estudantes, mas deve ser claro, objetivo, sem julgamentos de desempenho e nem quanto à pessoa. 3. Resposta: B. Há uma relação com a maneira como nos vemos, julgamos, conceituamos, qualificamos, tanto nós mesmos – percepção pessoal – quanto as outras pessoas – percepção interpessoal. Essa percepção interfere diretamente em nossas escolhas e atitudes. Entretanto, muitas vezes, essa percepção de si é construída pelo ambiente escolar nada motivador. 4. Resposta: C. Além desses dois exemplos de conhecimento, destacamos que todo indivíduo constrói ao longo de sua vida: conhecimento intraindividual: 107/163 Gabarito conhecimento de si próprio marcado pelos interesses e atitudes. Interindividual: refere-se a diferenças entre si próprio e os outros, construído nas relações sociais. Universal: todo conhecimento dominante numa cultura que transmite a ideia de aprendizagem 5. Resposta: B. Raciocínio. Os e erres para o ensino de excelência destaca o raciocínio como elemento fundamental para uma aprendizagem significativa, ativa e permanente. Está diretamente relacionado ao estilo do professor e às estratégias que utiliza. 108/163 Unidade 6 Metas de Realização Objetivos 1. Apresentar o estudo sobre metas de realização e a relação com a motivação dos alunos. 2. Reconhecer os tipos de estudantes à luz das metas pessoais. 3. Apresentar a metáfora das caixas. Unidade 6 • Metas de Realização109/163 Introdução As metas a que se refere são propósitos qualitativamente definidos, ou orientações gerais, quando estão em jogo realizações acadêmicas ou situações em que se deve apresentar um desempenho. Em virtude da meta de realização de um aluno, assim será o grau e a qualidade do envolvimento nas tarefas escolares, de modo que cada meta possui tipicamente um valor explicativo, respondendo à pergunta “Por quê?”. Ou seja, por que se envolve, se esforça etc. Vamos utilizar essa teoria para compreender e explicar por que os alunos se envolvem em cenários acadêmicos e ressaltar o enfoque pedagógico dos professores. 1 Conheça os Quatro Tipos de Metas Procure refletir sobre sua conduta pessoal como aluno, bem como reconhecer a presença de tipos diversos de estudantes em sua sala de aula. 1) Aproximação de domínio: • Demonstram sua competência com compreensão e domínio do material de estudo, que orienta sua aprendizagem;