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Semiologia do Metabolismo Introdução Metabolismo é o conjunto de reações químicas essenciais de um indivíduo. Sua regulação é feita primordialmente pelo sistema endócrino, e depende de nutrientes dietéticos (lipídios, carboidratos, proteínas, água e eletrólitos vitaminas e oligoelementos), que são essenciais para constituir moléculas orgânicas. A carência ou excesso desses, ocasiona distúrbios de regulação específicos, como a Obesidade e Desnutrição. CARBOIDRATOS Bioquímica e Fisiologia Carboidratos são polihidroxialdeídos/polihidroxicetonas, isso é, compostos majoritariamente de carbono, hidrogênio e oxigênio. Esses compostos podem ser monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos, em relação à quantidade de monômeros em sua cadeia. Os carboidratos tem sua digestão na boca, por ação da amilase salivar, e é completada no intestino delgado, com a liberação de amilases do suco pancreático, e dissacaridases (lactase, maltase e sacarase) do próprio intestino, que absorve os monossacarídeos. A insulina é o hormônio pancreático que internaliza a glicose nas células, estimulando seu catabolismo através principalmente da respiração celular aeróbia, e sua ação é contraposta pelo glucagon (produzido pelo pâncreas), GLP-1 e GIP (produzidos no jejuno), esses dois últimos que surgem primeiro e são chamados incretinas, cuja função é impedir a secreção do glucagon no período interprandial, favorecendo maior ação insulínica. Já no período de jejum, o glucagon é secretado para opor a insulina, e aumentar os níveis glicêmicos através da glicogenólise e gliconeogênese, o que é essencial para evitar a hipoglicemia, uma condição possivelmente letal. Diabetes O diabetes consiste em um conjunto de síndromes que cursam com hiperglicemia, seja por hipoinsulinemia ou por resistência à ação dessa (causada por elementos da síndrome metabólica, como hipertensão arterial, obesidade, esteatose hepática não alcoólica e SOP). O Diabetes pode complicar em retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia diabética periférica e autonômica, todas essas que decorrem dos efeitos microvasculares tóxicos da hiperglicemia crônica. Diabetes Melito tipo 1: consiste na hiperglicemia com hipoinsulinemia, causada por distúrbios autoimunes contra as ilhotas pancreáticas (DM1-A), ou não (DM1-B). A doença só se mostra sintomática após 10 anos do início da destruição das ilhotas pancreáticas, e nesse período o teste de tolerância venosa à glicose e dosagem de autoanticorpos são a única forma de confirmar o diagnóstico. Para o diagnóstico, é relevante o achado de histórico com familiar de primeiro grau, além dos sintomas poliúria, polidipsia, perda de peso, astenia e fadiga de instalação súbita e evolução rápida. Cetoacidose diabética: consiste de uma condição grave que cursa com náuseas, vômitos, sonolência, letargia e até coma. Há também desidratação intensa, pulso filiforme e taquisfigmia, hálito de frutas passadas, e turgor reduzido na pele. Essa condição é causada pelo acúmulo de corpos cetônicos na corrente sanguínea, que são produzidos na falta de glicose disponível para ser internalizada. Ocorre principalmente no DM 1. Diabetes Melito tipo 2: consiste na hiperglicemia com hiperinsulinemia presente em em mais de 90% dos pacientes com Diabetes, e demora cerca de 10 anos até que a glicemia eleve o suficiente para gerar os sintomas da síndrome. Ela ocorre em virtude da resistência à insulina, algo que é facilitado em pacientes obesos, e costuma compor o perfil epidemiológico desses pacientes a dislipidemia e a hipertensão arterial. Por ser uma condição oligossintomática, considerar hábitos e estilo de vida insalubres como sedentarismo, consumo excessivo de açúcares e refrigerantes além de estresse, aliado ao IMC> 25kg/m^2, é essencial para o diagnóstico precoce. Inicialmente, os sintomas são de cansaço, adinamia e prurido cutâneo, e a perda de peso, polidipsia e poliúria só costumam surgir quando a glicemia atinge níveis acima de 200 mg/dl, o que atrasa o diagnóstico. O comprometimento vascular pregresso é frequente nos pacientes, o que auxilia no diagnóstico. Essa condição costuma surgir a partir da terceira década de vida, porém, com o avanço da obesidade infantil, essa tem se manifestado em idades cada vez mais precoces. Diabetes latente autoimune em adultos: conhecida por LADA, a condição é causada por uma doença autoimune que permanece latente por diversos anos. Geralmente ela se associa a outras enfermidades autoimunes como a tireoidite de hashimoto, anemia perniciosa e doença de Addison. O diagnóstico é feito através do diferencial com DM II em pacientes magros ou com DM I. Diabetes na gravidez: na verdade, consiste de duas entidades nosológicas distintas, o diabetes gestacional e o diabetes manifesto na gravidez. O diabetes gestacional é diagnosticado após a 24 semana, com o teste de Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo tolerância oral à glicose (TTGO), e costuma cursar de modo assintomático, em mulheres maiores de 40 anos. Já no diabetes manifesto na gravidez, há sintomas, e os testes laboratoriais são positivos antes da 24 semana. Essa condição existia antes da gravidez, porém, com o acompanhamento pré-natal, foi diagnosticada. Diabetes monogênico: pode surgir em neonatos ou na maturidade, e é fruto de uma mutação monogenética no gene que codifica os canais de potássio ATP dependente da célula beta pancreática (essenciais à secreção da insulina). Nesses raros casos, o diagnóstico é feito por dosagem de peptídeo C e autoanticorpos, descartando outras causas, além de testes genéticos. Com a deficiência quase absoluta na secreção da insulina, a glicose sérica eleva-se facilmente acima de 300mg/dl. Diabetes secundários: decorrem de outra condição, geralmente a fibrose cística e pós-transplante. Hipoglicemia A hipoglicemia é uma síndrome clínica que decorre de tentativas de restabelecer os níveis glicêmicos. Essa condição é mais comum em pacientes diabéticos, por dose excessiva dos hipoglicemiantes e insulina, atraso nas refeições ou exercício excessiva, também pode decorrer do consumo alcoólico. Em não diabéticos, a hipoglicemia deve ser investigada inicialmente através da medida do nível glicêmico e investigação da causa (predominantemente pela história clínica relatada), que pode decorrer da desnutrição crônica, insuficiência hepática e cirurgia bariátrica. A hipoglicemia se caracteriza por astenia, adinamia, vista turva, dificuldades de concentração e comunicação, confusão, crise convulsiva e coma (são causadas por ação do núcleo ventromedial hipotalâmico). Já a ativação do sistema nervoso autônomo simpático causa taquicardia, sudorese, nervosismo, tremor e ansiedade. LIPÍDIOS Fisiologia e Bioquímica Lipídios são compostos orgânicos representados pelos ácidos graxos, gliceróis, colesterol e lipídios complexos. Eles possuem função direta na composição da membrana (fosfolipídios e colesterol), são precursores da vitamina D (colesterol), além de agirem como nutrientes essenciais (ácidos linolênico e linoleico), e servirem como forma principal de armazenamento energético.Esses lipídios têm sua digestão iniciada no estômago, pelas lipases lingual e gástrica, e são concluídas no intestino delgado, por ação das lipases, fosfolipases e colesteralases pancreáticas, além da emulsificação das gorduras pela bile. Uma vez absorvidos, os lipídios circulam na corrente sanguínea associados com apoproteínas, formando lipoproteínas, que podem ser ricas em triglicérides (Quilomícron e VLDL), ou em colesterol (LDL e HDL). O LDL tem a função de distribuir o colesterol para os tecidos periféricos, e a inibição da principal enzima de sua síntese (3-HMG-CoA redutase), pelos medicamentos da classe das estatinas reduz sua circulação nos tecidos periféricos. O HDL por sua vez é uma lipoproteína bastante densa, responsável por retornar os lipídios oxidados deixados pelo LDL no endotélio, o que protege o leito vascular de processos aterogênicos. Dislipidemias Dislipidemias são alterações quantitativas e qualitativas no metabolismo dos lipídios, e consistem em um dos fatores mais importantes para o aumento da morte por distúrbios cardiovasculares. O diagnóstico delas é feito por exames laboratoriais, mas o uso de medicamentos, histórico familiar e patológico, bem como fatores de idade e sexo são importantes para despertar o interesse nessa investigação. Os sintomas das dislipidemias são poucos, quando não ausentes, e só surgem nos casos mais graves e crônicos, como pancreatite, xantomas e xantelasmas e arcos corneanos. Dislipidemias são primárias quando desencadeadas por fatores genéticos, e secundárias quando desencadeadas por fatores de hábitos e estilo de vida. Elas alteram ou o colesterol total (hepatopatia, síndrome de cushing, obesidade), o HDL (sedentarismo, ingestão de gorduras, hipotireoidismo), os triglicerídeos (Diabetes Mellitus II, bulimia e ingestão de gorduras trans). As dislipidemias podem ser isoladas (aumento de triglicerídeos, colesterol ou redução do HDL), ou mistas (aumento de TG e colesterol, com ou sem redução do HDL). PROTEÍNAS E NUCLEOTÍDEOS Bioquímica e Fisiologia Proteínas são moléculas essenciais com múltiplas funções, originada pela união em cadeia (ligação peptídica) formada por combinações de 20 aminoácidos que são produzidos (não essenciais), assimilados pela via dietética (essenciais), ou que são produzidos em condições normais, mas, em deficiências enzimáticas precisam ser suplementados (condicionalmente essenciais). A digestão das proteínas se inicia no estômago, e se conclui no intestino delgado, onde essas Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo também são absorvidas. Já os nucleotídeos são constituintes do material genético (DNA ou RNA), e são compostos por uma base nitrogenada de purina (Adenina e Guanina) ou pirimidina (Citosina, Timina e Uracila), sendo produzidos endogenamente. Distúrbios metabólicos Erros inatos do metabolismo: são alterações genéticas que resultam na modificação estrutural e funcional de enzimas e vias metabólicas. ● Fenilcetonúria: condição autossômica recessiva, na qual há defeito em enzimas que convertem a fenilalanina em tirosina, o que permite seu acúmulo na urina. Ela leva a atrasos neurológicos, odor característico na urina, eczema, convulsões e hiperatividade. É triada precocemente pelo ‘’teste do pezinho’’, e se for detectado aumento sérico de fenilalanina, medem-se os níveis plasmáticos. ● Alcaptonúria: é um distúrbio autossômico e recessivo em uma enzima do metabolismo da fenilalanina e tirosina, gerando acúmulo do ácido homegentístico no conjuntivo, em especial cartilagens. A urina dos pacientes torna-se marrom ou preta se exposta ao ar, e a condição leva a hiperpigmentação da esclera, cálculos renais, biliares e salivares, artropatias e coloração azulada abaixo da pele em locais em que há cartilagem, como orelha (ocronose). ● Albinismo: conjunto de distúrbios genéticos que causam defeito na síntese de melanina. Manifesta-se com hipopigmentação da pele e cabelos, redução da acuidade visual, fotofobia e hipopigmentação da íris e fundo ocular. Gota: a hiperprodução ou hipoexcreção de uratos gera sua deposição em ossos, cartilagem e subcutâneo, o que causa a doença conhecida por Gota. A gota geralmente se manifesta como uma artrite aguda e monoarticular (geralmente articulação metatarsofalangiana), que pode se tornar crônica e poliarticular, gerando deformidades. A gota primária possui um componente hereditário, enquanto a secundária, possui esse componente associado ao uso de medicamentos como o AAS e diuréticos, doenças mieloproliferativas, doença renal crônica e etilismo. Geralmente o diagnóstico é feito através da alteração clínica da artrite com achados laboratoriais da artroscopia. Porfirias: porfirinas são compostos derivados de aminoácidos que compõe o grupo heme e são metabolizadas e excretadas pela urina e fezes. Os defeitos nesse metabolismo são chamados porfirias, que possuem causas hepáticas ou hematopoéticas. Os sintomas variam com relação à porfiria, mas podem incluir dores, vômitos, hiponatremia, convulsões, constipação intesintal, ansiedade, ou fotossensibilidade cutânea intensa, bolhas e cicatrizes. Amiloidose: condição que pode ser primária (inflamações crônicas) ou secundárias (em especial por Mieloma Múltiplo). A sintomatologia varia de acordo com o órgão afetado, mas é comum encontrar síndrome nefrótica, hepatomegalia e esplenomegalia. Doença de Wilson: é uma doença autossômica recessiva rara que reduz a excreção do cobre na bile, o que gera seu acúmulo. O acúmulo é sinalizado pelos anéis de Kayser-Fleischer corneanos, e sintomas neurológicos como tremores espasticidade, sialorréia, cefaleia e insônia. Em mulheres, pode causar infertilidade. ÁGUA E ELETRÓLITOS Água Desidratação: a desidratação é evidenciada em sintomas como fraqueza, apatia e aumento da sede. Ao exame físico, pode-se observar língua seca, pele com turgor reduzido, aparecimento de fissuras linguais, saliva escassa e sudorese reduzida. Intoxicação por água: é evidenciada por sintomas como fraqueza, apatia, pele quente, congesta e edemaciada. Essa condição geralmente ocorre por perda da capacidade renal, secreção imprópria do ADH ou por administração excessiva de água por via parenteral. Sódio O sódio é um íon presente em maior quantidade no meio extracelular e possui grande importância no equilíbrio osmótico e hidroeletrolítico, sua excreção é coordenada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. Seu consumo dietético excessivo se relaciona à hipertensão arterial sistêmica. Hipernatremia: geralmente é acompanhada de excesso de água, caracterizando-se principalmente pelo edema, devido à atividade aumentada do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Os principais sintomas são a sede, náuseas, vômitos, além de apatia, confusão mental e até coma nos casos graves, devido ao comprometimento do balanço hídrico cerebral, dado que o aumento do sódio induz maior osmolaridade. Hiponatremia: a perda de sódio pode ocorrer por obstrução intestinal, diarreia e vômitos. Essa situação induz aumento na excreção da água, para retomar a osmolaridade sanguínea. Assim, a sintomatologiaGabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo apresentada inclui: hipotensão postural, fraqueza, apatia, cefaleia e tonturas, podendo também apresentar sintomas de choque. Ao exame físico, pele e turgor cutâneos estão reduzidos e há hiporreflexia. Tipo de Hiponatremia Causas Hipovolêmica Vômitos, diarréia, diuréticos Hipervolêmica diuréticos tiazídicos, estresse, secreção inapropriada do ADH Normovolêmica ICC, síndrome nefrótica, I. Renal Potássio O potássio é um íon essencial para a glicogênese, excitabilidade neuromuscular e correção do equilíbrio ácido-básico, é o íon mais presente no meio intracelular. Hipercalemia: a hipercalemia ocorre junto com a acidose, podendo decorrer tanto de administração do íon, de necrose tecidual ou uso de diuréticos poupadores de potássio como espironolactona. A hipercalemia ou hiperpotassemia se caracteriza por fraqueza muscular, bradicardia, parestesias e até parada cardíaca (já que o potássio precisa estar presente no meio intracelular para desempenhar suas principais ações). Hipocalemia: a hipopotassemia pode ser causada por ingestão reduzida, uso de diuréticos ou após a administração de insulina na cetoacidose diabética. Essa condição se manifesta por anorexia, vômitos, abolição dos reflexos e redução ou paralisia peristáltica. Cloro É o principal ânion do meio extracelular, assumindo função importante na produção do ácido clorídrico e no equilíbrio ácido-básico, sendo regulado, junto com o sódio, pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. Hipercloremia: ocorre na insuficiência renal aguda, intoxicação alcoólica e alcalose respiratória. Manifesta-se com cefaléia, confusão mental, arritmia, acidose metabólica e hiperventilação. Hipocloremia: acompanha as deficiências de sódio ou em acidoses respiratórias crônicas. Manifesta-se com dores nos membros, hipertonia muscular, tetania e respiração superficial. Acidose e Alcalose O pH normal do sangue é mantido em uma faixa normal entre 7,36-7,44. Isso ocorre devido a ação de tampões como o bicarbonato sanguíneo, além de íons como o potássio, que compete com o H+ sempre que esse se eleva. Um pH abaixo da faixa de normalidade indica acidose, enquanto que um acima dessa, indica alcalose, que podem ter causas metabólicas ou respiratórias. Acidose respiratória: ocorre por aumento do CO2 sérico, geralmente devido a afecções respiratórias, além de intoxicações por opióides e morfina. Caracteriza-se por astenia, cefaleia, arritmias, sonolência, torpor e cianose. Laboratorialmente, a PCO2 está elevada e o bicarbonato está normal ou elevado, caso haja compensação. Acidose metabólica: é causada por elevada produção de ácidos pelo organismo, como na acidose lática ou cetoacidose diabética, ou então por distúrbios que promovam o acúmulo de ácidos ou eliminação de bases. Caracteriza-se por astenia, cefaleia, vômito, arritmias e dores abdominais, além da doença de base. Na gasometria, há redução do bicarbonato e da PCO2, no caso de compensação respiratória. Alcalose respiratória: comumente causada por insuficiência cardíaca e asma. É caracterizada por tonturas, parestesias, palpitações, tremores, sudorese e tetania (sinal de Trousseau e Chvostek). Na gasometria, há redução da PCO2, com bicarbonato normal ou reduzido, se compensado e hipercloremia. Alcalose metabólica: associada a ingestão de lactato, citrato ou bicarbonato, perda de HCl por vômitos ou broncoaspiração e hipercalcemia prolongada. É caracterizado por respiração lenta, íleo paralítico, tetania e astenia. A PCO2 mostra-se normal ou elevada, se compensado, há hipocloremia e aumento do bicarbonato. VITAMINAS Vitaminas compõe um total de treze elementos com características físico-químicas distintas, mas que desempenham funções vitais como cofatores orgânicos, permitindo a ação enzimática. Vitamina A-Retinol Fontes: fígado, leite, ovos, cenoura e laranja; Ação: proliferação celular, embriogênese e formação de pigmentos oculares. Síndromes clínicas: a hipovitaminose gera a cegueira noturna, caracterizada por conjuntivite, fotofobia e ulcerações oculares; também se relaciona a maior suscetibilidade a infecções respiratórias. Toxicidade: manifesta-se por anorexia, irritabilidade, insônia, gengivite, unhas frágeis e cabelos ásperos, além de alterações crônicas como artropatias e secura da pele. Vitamina B1-Tiamina Fontes: carne suína, fígado, amendoim, castanha e aveia; Ação: envolvida com a transmissão do impulso nervoso, além de ser cofator no metabolismo do etanol; Síndromes clínicas: distinguem-se três síndromes causadas pela hipovitaminose da tiamina. Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo ⇒ Beribéri seco: edema, parestesias, câimbras, redução de sensibilidade profunda e hiperreflexia; ⇒ Beribéri úmido: insuficiência cardíaca, acidose lática e poucos sintomas neuropáticos; ⇒ Encefalopatia de Wernicke-Korsakoff: depressão, amnésia, demência e psicose confabulatória, bastante associada a quadros de etilismo e abuso de narcóticos; Toxicidade: náuseas, prurido, fraqueza e taquicardia. Vitamina B2-Riboflavina Fontes: ovos, leite, fígado, peixe , frutas e vegetais. Ação: atua no metabolismo oxidativo, gliconeogênese, eritropoese e regulação de enzimas tireoidianas. Síndromes clínicas: a hipovitaminose é identificada por queilites e estomatites angulares, glossite, fotofobia, perda de acuidade visual e dermatites seborréicas nasolabiais. Doenças como diabetes melito e condições como gravidez aumentam a necessidade desse nutriente. Vitamina B3-Niacina Fontes: fígado, peixe, leite, ovos, cereais e amêndoa. Ação: é importante em enzimas da respiração celular. Síndromes clínicas: a hipovitaminose de niacina é caracterizada por três ‘’Ds’’: Diarréia, Dermatite e Demência. A dermatite assume distribuição das áreas que entram em contato com o sol, constituindo a pelagra, que também se caracteriza por aspereza cutânea. Já a diarréia é acompanhada de sintomas como astenia e perda de peso. Por fim, a demência se constitui em perda de memória e irritabilidade. Deficiências de ferro, zinco, riboflavina e piridoxina colaboram para o aparecimento da pelagra. Toxicidade: causa náuseas, vômitos, aumento das transaminases (AST e ALT), arritmias e icterícia. Vitamina B5-Ácido Pantotênico Fontes: ovos, frango, fígado, amendoim e lentilha, também é sintetizado pela biota intestinal. Ações: componente da coenzima-A que realiza funções no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Síndromes clínicas: surge na desnutrição grave e cursa com anorexia, parestesia de extremidades, hipotensão postural e cefaleia. Vitamina B6- Piridoxina Fontes: carne, fígado, leite, frutas, cereais e castanha-do-pará, sendo sintetizada pela biota intestinal. Ação: atua nas reações de transaminação, glicogenólise e biossíntese da serotonina, catecolaminas e grupo heme. Síndromes clínicas: associa-se a depressão, convulsões, insônia, neuropatia periférica e anemia microcítica. Também cursa com perda de peso, estomatite, glossite e eritema pruriginoso em face e couro cabeludo. Vitamina B7-Biotina Fontes: carne, fígado, ovos, grãos, cereais, nozes e avelã, sendo também sintetizada pela biota intestinal. Ação: atua na queratinização da pele, unhas e cabelos. Síndromes clínicas:manifestada em dermatite esfoliativa, alopecia, conjuntivite, ataxia, hipotonia e cetoacidose. Vitamina B9-Folatos Fontes: fígado, ovo, grãos e folhosos verde-escuros, sendo também sintetizado no intestino grosso. Ação: desempenha na formação de ácidos nucleicos e na hematopoese, além de ser importante para o desenvolvimento do tubo neural fetal. Síndromes clínicas: a deficiência de folatos é comum em pacientes renais crônicos, celíacos e em doenças consumptivas, além do etilismo. Manifesta-se com náuseas, vômitos, anorexia, diarreia, alopecia e úlceras orais. Ela também promove alta homocisteinemia, associada a doenças cardiovasculares e Alzheimer. Pode causar abortos espontâneos e déficit na formação do tubo neural em gestantes, enquanto pode causar demências e depressão em idosos. Toxicidade: a ingestão excessiva de folatos reduz a absorção do zinco, além de mascarar a anemia megaloblástica causada por deficiência de vitamina B12. Há evidências de que a suplementação incorreta e excessiva de folatos na gravidez possa gerar propensão ao desenvolvimento de Transtorno do Espectro Autista. Vitamina B12-Cianocobalamina Fontes: carne, fígado, peixe, ovos, leite e derivados. Ação: atua no metabolismo cerebral e hematopoese. Síndromes clínicas: a hipovitaminose é comum na gravidez, se manifestando na forma de anemia perniciosa, que se associa com estomatite, glossite e faringite. Quando a deficiência não é de folato, ocorre também degeneração mielínica, que promove dor neuropática, parestesias e hiperreflexia. A vitamina B12 depende do fator intrínseco gástrico para ser absorvida no íleo e está presente principalmente em proteínas animais. Assim, indivíduos com doenças Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo autoimunes, portadores de HIV, bariátricos, diabéticos em uso de Metformina, insuficiência pancreática e indivíduos estritamente vegetarianos ou veganos podem apresentar deficiência de vitamina B12. Toxicidade: não há relatos. Vitamina C-Ácido Ascórbico Fontes: frutas cítricas, mamão, goiaba e tomate. Ação: importante na síntese de colágeno, potente ação antioxidante, importante para a absorção do ferro. Síndromes clínicas: a hipovitaminose se manifesta com o escorbuto, caracterizado por gengivas congestas e sangráveis, além de petéquias com predomínio nas extremidades, epistaxes, hematêmese, melena, dores ósseas e articulares. O escorbuto se associa a deficiência de folato e ferro. A necessidade de vitamina C aumenta após cirurgias, doenças inflamatórias e em queimados. Toxicidade: manifesta-se com diarreia. Vitamina D-Calciferol Fontes: fígado, óleos de peixe e, em menor quantidade, leite, manteiga e ovos. Ação: a vitamina D age como um hormônio esteróide disponível nas formas de ergocalciferol (D2) e colecalciferol (D3). Cerca de 80% da vitamina D é obtida por meio da exposição solar, que deve ser de, no mínimo, 30 minutos por dia, a depender do fototipo do paciente. Ela age no metabolismo ósseo, promovendo a absorção intestinal de cálcio e sua reabsorção renal, além de promover a mineralização óssea. Ela também age regulando a proliferação celular em diversos tecidos e na modulação da resposta autoimune. Síndromes clínicas: a hipovitaminose D se manifesta classicamente na forma de raquitismo (especialmente em crianças), condição que causa deformidades ósseas características, como tíbia em dente de sabre e costelas em rosário raquítico. A deficiência de vitamina D se relaciona a maior risco de neoplasias de cólon, mama, próstata e ovários, diabetes melito, hipertensão arterial, obesidade, doença inflamatória intestinal, além de estar relacionada com propensão a transtornos de humor. Toxicidade: a suplementação da vitamina D é feita com acompanhamento profissional, pois se acumula nos tecidos e pode gerar náuseas, sede, diarreia, cefaleia, hipercalcemia e litíase urinária. Vitamina E-Alfatocoferol Fontes: fígado, ovo, óleos vegetais, cereais e frutas. Ação: possui função antioxidante e participa do turnover celular. Importante para a resposta imune e cicatrização. Estabiliza hepatócitos na esteatose alcoólica. Síndromes clínicas: apresenta-se com hiporreflexia, ataxia cerebelar, disartria e retardo mental. Causa importante de anemia hemolítica no neonato. Toxicidade: manifesta-se com hipoglicemia, cefaleia, náuseas, vômitos e aumento do tempo de coagulação. Vitamina K Fontes: folhosos verde-escuros, óleo e gorduras, leite e derivados, metabolismo hepático e biota intestinal. Ação: age na formação óssea e ativa a coagulação. Síndromes clínicas: em indivíduos com nutrição parenteral exclusiva, doenças hepáticas, etilismo, câncer, doses elevadas das vitaminas A e E ou em disbiose intestinal, é comum haver deficiência de vitamina K. Essa se manifesta com sangramento devido à redução da síntese de protrombina pelo fígado. MINERAIS E OLIGOELEMENTOS São compostos inorgânicos que o organismo não sintetizam, que incluem eletrólitos, cuja função é de atuar no equilíbrio ácido-básico, macronutrientes como o cálcio e magnésio, que atuam no impulso nervoso, oligoelementos ou micronutrientes como o cromo e o molibdênio que agem no metabolismo enzimático e ultratraços, como arsênio e cádmio, sem função. Cálcio Fontes: leite e derivados, castanhas, ovo, feijão, frutas e verduras. A retenção é reduzida pela cafeína e ingesta excessiva de cloreto de sódio. Ação: compõe a matriz inorgânica de ossos, é necessário na coagulação sanguínea, diferenciação de linfócitos e funcionamento das sinapses e contração cardíaca. Hipercalcemia: ocorre no hiperparatireoidismo, carcinoma de mama ou pulmão, além do uso de tiazídicos. Manifesta-se com litíase urinária, redução da excitabilidade neuromuscular, náuseas e dor abdominal. Hipocalcemia: ocorre no raquitismo, esteatorreia, hipoparatireoidismo, síndrome nefrótica e insuficiência renal. Manifesta-se principalmente com a tetania, vista com espasmo carpopodálico e pelos sinais clínicos de Trousseau e Chvostek. Magnésio Fontes: vegetais folhosos, nozes, cereais e leite. Ação: atua como cofator de enzimas mitocondriais, atua no tônus vasomotor, regulação da pressão arterial, transporte de cálcio e potássio, além da estrutura óssea. Hipermagnesemia: ocorre na insuficiência renal, cetoacidose diabética e hipotireoidismo. Manifesta-se com fraqueza, diplopia, paralisia flácida, depressão ventilatória, náusea e sonolência Hipomagnesemia: é frequente no uso de tiazídicos e de tratamento com antibióticos, diabetes melito e pancreatite crônica. Manifesta-se com cãibras, letargia, taquicardia, hipopotassemia, hipocalemia, anorexia, náusea e vômitos. Fósforo Fontes: carne, ovo, peixe, leite, castanhas e chocolate. Ação: age na agregação plaquetária e coagulação, também possui função de tampão ácido-básico. Hiperfosfatemia: a hiperfosfatemia prolongada é um fator de risco para osteoporose e doença cardiovascular. O fósforo é tóxico em pacientes com privação líquida. Hipofosfatemia: associada ao alcoolismo, uso de glicocorticóides, sepse, vômito e diarreia. Manifesta-se Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo na forma de delírio, disfagia, perda da memória, fraqueza, parestesia, encefalopatia, coma e redução dacontratilidade miocárdica. Ferro Fontes: carne, fígado, ovos, feijão, lentilha, vegetais escuros e ervilhas. Ação: formação do pigmento heme da hemoglobina e mioglobina, importante no transporte de O2. Carência: manifesta-se na anemia, com presença de mucosas hipocrômicas, cefaleia, cáries e fadiga. Zinco Fontes: pescados, carne, ovo, cereais, nozes e castanhas. Ação: atua no sistema imune, metabolismo ósseo e age como antioxidante. Deficiência: cursa com anorexia, alopecia, diarreia, hipogonadismo, disfunções imunológicas e anemia. Cobre Fontes: fígado, ostras, cereais, nozes, chocolate, batata. Ação: age na síntese do colágeno e elastina, mobiliza o ferro na síntese de hemoglobina e é importante na produção de epinefrina. Deficiência: cursa com encefalopatia desmielinizante, ataxia sensitiva, marcha espástica, anemia, vitiligo, alopecia e osteoporose. Toxicidade: ocorre na doença de Wilson e se caracteriza por gosto metálico, sialorréia, náusea, vômitos, pirose, sangramento gastrointestinal, diarreia, taquicardia, convulsões e coma. Iodo O iodo é encontrado no sal iodado, leite, banana, cenoura e frutos do mar. É importante componente dos hormônios tireoidianos e sua carência promove a disfunção tireoidiana conhecida por bócio endêmico. Selênio É encontrado nos cereais, mostarda, castanha-do-pará, repolho e em frutos do mar. Sua função é antioxidante e também se relaciona à resistência imunológica. A deficiência de selênio se manifesta na nutrição parenteral prolongada, doenças crônicas e estresse crônico, gerando fraqueza, cansaço, dor articular, dificuldade de concentração e fâneros quebradiços. A intoxicação aguda cursa com gosto metálico, angústia respiratória, infarto, falência renal e morte. A intoxicação crônica surge com manifestações de fraqueza nos fâneros, sulcos nas unhas e cáries, além de erupções o cotovelo, palma da mão, perna e nuca. Manganês É encontrado em cereais integrais, carnes, folhas verdes, leite e derivados. Age na absorção do cálcio e metabolismo do colesterol. A sua carência se manifesta inapetência, dermatite, diminuição do crescimento de unhas e cabelos. Sua toxicidade se manifesta por irritabilidade, agressividade, ataxia e demência. Boro Está presente no abacate, amendoim, nozes, cenoura, maçã, uva e batata. Possui ação sinérgica com a vitamina D e sua deficiência é sinalizada por distúrbios do cálcio, cerebrais e imunes. A toxicidade se manifesta com desconforto gástrico, vômito, diarreias e convulsões, pode gerar infertilidade e hipogonadismo em homens. Cromo Fontes: carne, fígado, leite, grãos integrais e frutas. Ação: potencializa a ação insulínica, reduz o colesterol total e o nível de LDL, reduz a produção de citocinas inflamatórias. Deficiência: ocorre em idosos, na atividade física extenuante e na gestação. Manifesta na forma de resistência insulínica e alterações lipídicas. Toxicidade: ocorre ao contato com pigmentos presentes em plásticos e aço inoxidável. Cursa com asma bronca e hepatotoxicidade. Molibdênio Fontes: legumes, amêndoa, noz, castanha, carne e leite. Ação: é cofator da enzima sulfito oxidase e outras que participam do catabolismo de aminoácidos, purinas e pirimidinas. Deficiência: ocorre na nutrição parenteral e cursa com cegueira noturna, taquipneia, irritabilidade e coma. Toxicidade: manifesta no retardo do crescimento, hiperuricemia e anemias. Flúor Fontes: água potável e alimentos preparados com água fluoretada. Ação: age na formação do esmalte dentário e possui função microbicida na boca. Deficiência: associada a maior incidência de cáries. Toxicidade: descoloração dentária e lascas nos dentes. DESNUTRIÇÃO É uma condição multifatorial caracterizada pela carência de um ou mais nutrientes. Ela pode decorrer de fatores socioambientais, como fome, inanição e pobreza, ou de enfermidades como DPOC, câncer, doenças hepáticas e renais, anorexia e depressão, doenças que interferem na absorção de nutrientes, como HIV/AIDS, cirurgias ou retocolite ulcerativa, ou ainda fatores que alteram a utilização de micro e macronutrientes como hepatites, cirrose hepática e alcoolismo. Em relação à perda ponderal, ela pode ser quantificada e classificada em significativa ou grave com relação à sua evolução. Diagnóstico O diagnóstico é feito primordialmente pelas medidas antropométricas, por investigação de condições clínicas e fatores socioambientais, perda de peso, busca de sinais na pele, fâneros, olhos, lábios, língua, dentes, gengivas, redução do panículo adiposo ou tecido muscular e avaliação bioquímica, através da dosagem de albumina. Pacientes Hospitalizados Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo Em pacientes hospitalizados, rastrea-se o risco nutricional por questionários como o NUTRIC Score, Avaliação Subjetiva Global (ASG) e Miniavaliação Nutricional (MAN). Após diagnosticadas, intervenções nutricionais a nível hospitalar devem se dar em até 48h. Desnutrição infantil Em crianças, a perda de peso, comprometimento do crescimento, baixo peso e sinais e sintomas de carências nutricionais específicas são fatores determinantes para um diagnóstico de desnutrição. As chances de complicações clínicas em crianças com desnutrição aguda ou crônica são maiores do que em adultos, e por isso se recomenda o uso da ferramenta Strong Kids para identificar carências. O questionário avalia perda de peso, ausência de ganho ponderal, ingestão alimentar, sintomas gastrintestinais, o que permite identificar a necessidade de intervenção alimentar e predizer os impactos negativos de não se realizá-la. OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA É uma condição multifatorial caracterizada pelo excesso de tecido adiposo em um local ou difusamente. A obesidade pode envolver fatores genéticos e de doenças endócrinas, e fatores psicossociais e culturais. Essa condição se associa a diversas complicações, dentre elas: doenças cardiovasculares, Diabetes Melito II, distúrbios endócrinos e inflamações crônicas, apneia obstrutiva do sono, alterações reprodutivas, transtornos psicológicos, distúrbios osteomusculares e maior incidência dos cânceres de útero, cólon, mama e tireóide. Diagnóstico O IMC não é um indicador fiel para o diagnóstico da obesidade. Em vez disso, prefere-se utilizar a medida da circunferência da cintura, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, essa que é boa indicadora da gordura visceral, que se associa com riscos aumentados de morte por condições cardiovasculares. Essa opção se mostra inviável em pacientes com abdome pendular, ou nos que não se palpam as costelas e a crista ilíaca. Relação cintura-estatura: O melhor teste clínico para identificar a obesidade é a relação cintura-estatura, que tem por limite 0,5 e se utiliza da seguinte fórmula: CE ircunferência da Cintura/AlturaR = C Sinais e sintomas: além das alterações à inspeção, palpação e medidas antropométricas, pacientes obesos podem desenvolver acantose nigricans, que consistem em manchas aveludadas e escuras que surgem em dobras e se relacionam à resistência à insulina e obesidade; lipodistrofia cervical, acúmulo de lipídios no dorso da região cervical, relacionada à hipercolesterolemia;além do xantelasma, bolsas amareladas de colesterol que se localizam nas pálpebras e marcam a dislipidemia. Obesidade central vs obesidade periférica: a obesidade central é aquela em que há maior distribuição gordurosa na região do tórax e abdome, maior circunferência da cintura e maior risco cardiovascular, sendo mais comum em homens (obesidade andróide), assemelhando o indivíduo a uma maçã. Já na obesidade periférica, a gordura se acumula no quadril e coxas, e é mais comuns em mulheres (obesidade ginecóide) sendo chamada de obesidade em pêra, a circunferência da cintura não é muito elevada e o risco de doenças cardiovasculares é menor. Para diferenciá-las a relação cintura-quadril, é utilizada, se maior que 0,95 na obesidade periférica. Exames complementares: avalia-se o perfil glicêmico, o perfil lipídico e outros dados para detectar inflamações, ou carências de vitaminas e minerais. Em atendimentos especializados, pode-se lançar mão da bioimpedância elétrica multifrequencial e densitometria corporal. Obesidade e outras síndromes: o aumento do peso ocorre em várias anomalias genéticas, como síndrome do ovário policístico, síndrome de Cohen; doenças autoimunes como tireoidite de Hashimoto; ou ainda com afecções endócrinas como a síndrome de cushing (na qual se destacam as grandes estrias violáceas, fácies em lua cheia e giba de búfalo). Síndrome Metabólica Frente às correlações entre a obesidade, hipertensão arterial sistêmica, Diabetes Mellitus II e dislipidemias (hipercolesterolemia, baixo HDL e hipertrigliceridemia), foi proposta unir tais entidades em uma síndrome, buscando unificar sua etiopatogenia. O reconhecimento do tecido adiposo enquanto estrutura endócrina, capaz de alterar os índices séricos de lipídios, gerar resistência insulínica e se envolver com a resistência arteriolar o tornou como fundamental na compreensão da síndrome. Para que seja feito o diagnóstico da síndrome (segundo os critérios Adult Treatment Panel), deve-se possuir ao menos três dos critérios alterados. Gabriel Torres→ Uncisal→ Med52→ Semiologia do Metabolismo