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Micotoxinas: Impacto na Saúde Animal e Humana

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Micotoxinas: saúde humana e 
animal 
O que são as micotoxinas? 
- metabolitos secundários produzidos por 
fungos filamentosos cuja ingestão reduz a 
atividade biológica, causam enfermidades 
e morte em humanos e animais 
- compostos orgânicos sintetizados pelo 
organismo que não tem função essencial 
para existência ou reprodução do fungo 
- podem produzir por 
defesa/concorrência por espaço, alimento 
ou como fator de virulência 
- p/ defesa podem produzir micotoxinas 
p/ inibir o crescimento de outros 
microorganismos p/ que não tenha 
competição por espaço/nutrição 
- p/ fator de virulência: Candida albicans 
produz candidalisina que auxilia invasão 
nos tecidos do hospedeiro e Coynespora 
cassicola (fungo de seringueiras) produz 
toxina cassicolin ataca as folhas 
O que são micotoxicoses? 
- ingestão de alimentos contaminados 
com micotoxinas, inalação e contato da 
pele 
Principais micotoxinas e fungos 
produtores: 
- 300 micotoxinas conhecidas -> 10 de 
importância mundial 
 
 
 
 
 
*Aspergillus e Fusarium são os principais 
produtores de micotoxinas 
- a ausência do fungo não implica a 
ausência de micotoxinas 
Visão global: 
- problema mundial 
- países que produzem grãos e alimentos 
No Brasil: 
- 84% continham fumonisinas em altos 
índices de contaminação (principalmente 
no milho) 
- anvisa apresenta limites máximos 
tolerados p/ micotoxinas 
 
 
 
Fatores que influenciam na produção de 
micotoxinas: 
- pontos principais de contaminação: 
campo, no pré armazenamento e 
armazenamento 
- suscetibilidade de substrato 
- fatores físicos: temperatura, umidade do 
ar, atividade de água, danos mecânicos de 
armazenamento 
Marina Reuter Pierote 
- fatores biológicos: capacidade genética 
do fungo em produzir micotoxinas e 
competição de outros organismos por 
substrato 
Fusarium: 
- micotoxinas tricotecenos e fumonisinas 
- fungos mais prevalentes em região de 
clima moderado 
- regiões mais frias 
Aspergillus: 
- micotoxinas afllatoxinas 
- regiões mais quentes e úmidas 
- mais prevalente em regiões de clima 
tropical e subtropical 
*mudanças climáticas podem interferir na 
contaminação por micotoxinas 
(encontrada afllatoxinas na Europa) 
De onde e quando são produzidas as 
micotoxinas? 
- aproximadamente 25% dos alimentos 
produzidos no mundo estão 
contaminados por micotoxinas (FAO, 
2010) 
- no campo: solo e restos vegetais – 
reprodução 
- colheita e transporte: necessidade de 
controle de umidade e temperatura – 
secagem de grãos 
- armazemanento: necessidade de 
controle de umidade e temperatura 
 
Alimentos susceptíveis a contaminação: 
- grãos, frutas, carnes, ovos, leites, 
oleaginosas 
 - ausência de fungo não implica ausência 
de micotoxinas 
- micotoxinas são resistentes ao 
processamento 
- micotoxinas são termo resistentes 
- autoclavado a 121ºC – em 4h tem 
redução 
- tratamento com solução alcalina e 
hipoclorito de sódio 
Micotoxiscoses: 
- dividida em efeitos agudos e crônico 
- agudos: altas concentrações de toxina 
(problemas no rim e fígado) 
- crônicos: ingestão prolongada e 
contínua de micotoxinas em baixas 
concentrações (câncer, efeitos 
secundários, imunossupressão) 
*maioria dos alimentos não possuem 
características explicitas de contaminações 
- impacto na cadeia produtiva (animais 
confinados) – aves, porcos e peixes – 
ração contaminada 
Aflatoxinas: 
- produzida por Aspergillus 
- 17 compostos: aflatoxina B1, B2, G1, G2, 
M1 e M2 
- resistentes a temperatura 
Marina Reuter Pierote 
- não alteram as características 
organolépticas dos alimentos 
- efeitos tóxicos: hepatotóxicas, 
muteganicas, teratogênicas e classe 1 
carcinógenos humanos 
- limite (0.1 a 12 ppb) 
- principais substratos suscetíveis: milho, 
amendoim, oleaginosas, leites e 
subprodutos 
- aflatoxinas são metabolizadas no fígado 
- composto pré mutageno – seus 
subprodutos (após passar pelo fígado) 
- transforma em composto com afinidade 
por DNA, RNA e proteínas 
- provoca mutação – efeito carcinogênico 
- liberação dos metabolitos – 
biomarcadores – possível identificar na 
urina e no sangue 
- metabolizada por hidroxilacao – adicao 
de hidróxido a molécula – aflatoxina B1 e 
B2 -.> aflatoxina M1 e M2 – excretada no 
leite (potencial carcinogênico) 
Fumonisinas: 
- 4 grupos de fumonisinas (A, B, C e P) e 
o mais abundante é FB1 
- produzida pr Fusarium verticillioides e 
proliferatum 
- não se alteram características 
organolépticas 
- efeitos tóxicos: inibem metabolismo de 
esfingolipídios; neurotóxico; hepatótoxico, 
classe 2 de carcinógenos 
- limite (200 a 1000ppb) 
- esfingolpidios podem ser encontrados 
em membranas celulares (principalmente 
neuronais) – inibição de enzima ceramida 
sintase ocorre acumulação de 
esfingosinina e esfigonina em células e 
tecidos -> efeito neurotoxicos 
- lesões neurotóxicas em cavalos e 
porcos 
- estudos reletam relação de câncer 
esofágico e fumonisinas 
Ocratoxinas: 
- 3 grupos de ocratoxinas (A, B e C) – 
mais imporante é o A 
- produzidas por Aspergillus carbonarius, 
ocharaceus, section Circumdati e Negri 
por Penicillium verrucosum 
- contaminações por alimentos mal 
armazenados 
- sucos de uvas e vinhos 
- efeitos tóxicos: nefrotóxico, 
carcinogênico (classe 2B) e imunotóxico 
- limites (0,5 a 80ppb) 
Tricotecenos: 
- 150 compostos – mais importantes são 
desoxinivalenol (DON – vomitoxina e 
Nivalenol) 
- produzidas por FUsarium graminearum 
species complex 
 
 
Marina Reuter Pierote 
Efeitos tóxicos: 
- não é uma ameaça significativa de 
saúde pública 
- contaminação de animais – cereais de 
inverno 
- náuseas e vomito, diarreia, dor 
abdominal, dor de cabeça e febre 
- não são carcinogênicos 
- limite (200 a 1750ppg) 
Diagnóstico de micotoxicoses: 
- um desafio devido a natureza não 
especifica de alguns sintomas e 
micotoxinas não se apresentam nos 
alimentos sozinhas 
- geralmente é presuntivo e se baseia na: 
observação de sinais clínicos dos 
pacientes intoxicados, detecção de 
micotoxinas em alimentos ingeridos pelos 
pacientes e detecção de micotoxinas no 
sangue, urina, fezes ou leite 
- detecção de micotoxinas em alimentos: 
ELISA, HPLC e LC-MS/MS. 
- detecção de micotoxinas na urina: teste 
clinico ou ambiental 
Tratamento: 
- reduz exposição a toxina (consumo de 
alimentos por um prazo muito extenso) 
- uso de agentes sequestrantes como 
carvão ativado, argila, clorofila – reduzem 
carga toxica total 
- uso de antioxidantes, tratamento de 
deficiências nutricionais – vitamina D, 
magnésio, zinco e vitaminas do grupo B 
- uso de probióticos 
Marina Reuter Pierote

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