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@veterinariando_ As micotoxinas são substâncias produzidas durante o metabolismo dos fungos São definidas como metabolitos secundários tóxicos aos seres humanos e animais, produzidos por espécies fúngicas Existem algumas micotoxinas que em contato com humanos e/ou animais, podem provocar algumas doenças (micotoxicoses) • São seres eucariotos (núcleo definido) • Sua parede celular possui quitina • Não fazem fotossíntese • Possuem desenvolvimento facilitado, pois se adaptam muito bem a variações de temperatura e acidez → Temperatura de crescimento: -6 a 50ºC → pH de crescimento: 2,2 a 9,6 • Grande parte dos fungos são aeróbicos e alguns são anaeróbicos (leveduras) • Atividade de água mínima: 0,65 numa escala de 0 - 1 Consomem energia e outros nutrientes Podem alterar a aparência dos grãos (milho, amendoim, soja...) Produzem metabólitos tóxicos – micotoxinas Algumas micotoxinas tem potencial carcinogênicos → São metabólitos secundários tóxicos aos humanos e animais, produzidos por fungos → São inúmeros os tipos de micotoxinas → Estabilidade química: termoestáveis (se adaptam bem a qualquer variação térmica, até mesmo em calor excessivo) e são resistentes ao pH gástrico → São distúrbios na saúde de humanos e animais provocados pela ingestão, inalação ou contato dérmico com micotoxinas → Pré e pós-colheita de grãos – contaminação pelo fungo Substratos (grãos) Condições ambientais – proliferação de fungo (temperatura, umidade água adequadas) Como resultado há substrato (grãos) mofados com ou sem micotoxinas • Aspergillus: aflotoxinas, ocratoxinas, patulina, esterigmatocistina • Fusarium: fumonisinas, zearalenona, tricotecenos • Penicillium: ocratoxinas, citrinina, patulina, ácido penicílico MICOTOXINA ANIMAL EFEITOS Aflotoxinas Aves, mamíferos e peixes Hepatotóxica, hemorragia, carcinogênese Ocratoxinas A Suínos, cães, grangos, pato, rato e humanos Nefrotóxica, enterites, teratogênica, carcinogênese Tricotecenos Suínos, bovinos, frangos, peru, cavalo, cães, ratos e humanos Desordens digestivas, edemas, lesões orais, dermatites, hemorragias Zearalenona Suínos, bovinos, frangos, perus, ovelhas, ratos e cobaias Efeitos estrogênicos, atrofia dos testículos, abortos, atrofia dos ovários Fumonisina Cavalos e suínos Leucoencefalomalásia e edema pulmonar 1. Micotoxicose primária – ingestão do alimento in natura (via direta) 2. Micotoxicose secundária – ingestão de alimentos de origem animal que foram contaminados com a micotoxina (via indireta) As manifestações podem ser agudas devido a grande ingestão de micotoxinas em período curto de tempo ou crônicas devido a ingestão de pouca quantidade de micotoxinas num tempo prolongado de tempo Podem ocorrer alterações mutagênicas, teratogênicas e/ou carcinogênicas Aflotoxinas Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus Alimentos onde já foram encontrados essas micotoxinas: cereais, frutas, rações Tipos de Aflotoxinas 1. B1 e B2 – fluorescência B (blue), B1 tem muito potencial carcinogênico 2. G1 e G2 – fluorescência G (green) 3. M (leite) Foco de ação é o fígado, causando lesões na funcionalidade dos hepatócitos que pode evoluir para necrose aguda, cirrose e carcinoma Pode haver comprometimento de rins, baço e pâncreas Acomete animais e humanos A toxicidade irá depender de alguns fatores, como: espécie, idade, estado de saúde e nutrição, duração de exposição (aguda ou crônica) DL 50: espécie dependente = 0,5 a 1mg/kg • Quando a aflotoxina B1, sofre processo de epoxidação pela ação das enzimas do citocromo P450, ela forma um metabolito denominado AFB1 8,9 epoxido de aflotoxina → Esse metabolito é um dos mais carcinogênicos nos pacientes, pois ela acaba interferindo na estrutura do DNA e do RNA – interagindo de forma negativa nessas estruturas → Esse metabolito diminui a atividade do gene P53 (gene relacionado a sinalização celular de alertar quando há crescimento anormal de algum tipo celular) • Quando a aflotoxina B1, sofre pelas vias enzimáticas um processo de hidratação, haverá a formação da aflotoxina B2 alfa → A aflotoxina B2 alfa tem alta competência em alterar transcrição e síntese de RNA comprometendo também a síntese proteica • Quando a aflotoxina B1, sofre pelas vias enzimáticas um processo de hidroxilação, poderá formar: AFM1 (excretado via leite e ovos), AFBQ1 e AFP1 alfa (excretado pela bile, sem grandes alterações) Fumonisinas São produzidas por fungos do tipo: Fusarium verticillioides, Fusarium proliferatum e por alguns fungos do gênero Alernaria Existem diversas toxinas produzidas por esses fungos, como: fumonisina B1, B2 e B3 (FB1, FB2 e FB3) – FB1 é a que produz toxicidade mais importante Não apresentam fluorescência Causam alterações neurotóxicas, nefrotóxicas, edemas pulmonares e cerebrais, hepatotóxicos e lesões cardíacas Nos animais afeta principalmente: cérebro, pulmão, fígado, rins e coração Nos equinos é responsável pela leucoencefalomalácia Nos suínos é responsável por causar edema pulmonar Possui efeitos carcinogênicos • Seu mecanismo de ação está relacionado a alteração de membrana celular • A fumonisina interfere na produção do esfingolipídio, inibindo a ação de duas enzimas importantes que fazem parte do processamento dos esfingolipídios que são compostos lipídicos da membrana celular • A fumonisina inibem a ação da esfinganina N-aciltransferase e da esfingosina N-aciltransferase, consequentemente não haverá formação dos esfingolipídios – haverá alterações nas funcionalidades da membrana celular o Toxicidade cardiovascular, edema pulmonar e degeneração hepatocelular em suínos o Leucoencefalomalácia em equinos o Nefropatia em ratos, coelhos e cordeiros Ocratoxinas São micotoxinas produzidas pela Peniciliium e Aspergillus Já foi identificada em aveia, cevada, trigo e milho Possuem os tipos: A, B e C – sendo o tipo A mais tóxica Podem afetar animais e homens Alvo principal é o rim Tem ação carcinogênica, nefrotóxicas, teratogênicas, imunotóxicas, neurotóxica ❖ Promovem a interrupção da síntese proteica ❖ Danifica metabolismo renal de carboidratos e causam lesão do epitélio dos túbulos proximais ❖ Peroxidação celular • A ocratoxina A vai causar uma interrupção na síntese proteica e inibir a transformação enzimática na região do núcleo – isso ocorre porque essa micotoxina possui uma conformação estrutural similar a um aminoácido que faz parte das proteínas sintetizadas pelos ribossomos, a fenilalanina • A ocratoxina acaba competindo com a fenilalanina com o lugar onde ocorre a transcrição de proteína, fazendo com que não ocorre síntese proteica • Outra possibilidade é por meio da inibição da fenilalanina hidroxilase, que é uma enzima que forma tirosina a partir da fenilalanina Aditivo – efeito final é igual à soma dos efeitos produzidos individualmente (1+1 = 2) Sinergismo – a associação de 2 ou mais combinações é maior que a soma dos efeitos isoladamente (1 + 1 = 3) ▪ Aguda: até 6h após o contato → Depressão intensa, melena, tremores musculares, hipertermia e hepatite aguda ▪ Crônica → Depressão imunológica, câncer e hepatite crônica 1. Degeneração gordurosa 2. Redução do crescimento 3. Câncer 4. Inapetência 5. Midríase bilateral com reflexo de ameaça negativo, icterícia generalizada, ascite, dor à palpação abdominal, petéquias abdominais, edema de membros e presença de fezes com coloração enegrecida Das condições adequadas para evitar que a produção da planta passe por: estresse hídrico que compromete a imunidade da planta, possibilitando a invasão por pragas que são veiculadoras de fungos Existem plantas que são mais resistentes a pragas, devido ao seu genótipo Cuidadosna hora da colheita com maquinários contaminados Cuidado durante o transporte dos produtos, condições do veículo, umidade do produto e sua proteção – são fatores que contribuem para a formação de fungos Importante fazer o processo de secagem – tempo para secagem, temperatura de secagem e limpeza Cuidado com a armazenagem, é necessário local adequado (temperatura, umidade, luz), qualidade do material estocado, limpeza das instalações, controle de pragas (carunchos, traça, besouro) Verificação da qualidade dos grãos • Adsorvem micotoxinas existente na ração não deixando disponível para absorção do organismo animal durante a passagem através do trato gastrointestinal • Cuidados = eficácia sobre micotoxinas que ocorrem e adsorção não é seletiva • Incidência da luz ultravioleta – detecção da coloração emitida pela toxina em caso de positividade da amostra • Para detecção em alimentos, rações utilizando tecidos, leite, urina, soro, fezes e sangue: Radioimunoensaio, ELISA, CCD, CLAE ▪ Não há tratamento específico ▪ É realizando um tratamento suporte de acordo com os sinais clínicos apresentados
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