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Português apostila positivo vol 12 EM

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Língua
Portuguesa
Volume 12
23
24
Sumário
Inferência ................................................... 4
LEITURA 
Compreensão textual e o processo de inferenciação ....................................... 6 
PRODUÇÃO TEXTUAL 
Resumo: dizer o mesmo com poucas palavras ................................................ 13
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Relações lógicas no período composto ........................................................... 17
Valores do “que” .............................................................................................. 19
Concordância nominal .................................................................................... 21
Pressupostos e subentendidos ....................... 32
LEITURA 
Os não ditos: pressupostos e subentendidos ................................................... 34
PRODUÇÃO TEXTUAL
Narração: o conto ........................................................................................... 41
ANÁLISE LINGUÍSTICA
Concordância verbal ....................................................................................... 47
Acesse o livro digital e 
conheça os objetos digitais 
e slides deste volume.
Inferência
Ponto de partida 
23
1. O escritor francês Marcel Proust afirmou: “Na realidade, todo leitor é, quando lê, um leitor de si mesmo”. O que 
você compreende dessa frase? 
2. Durante sua vida escolar, sua competência leitora foi se desenvolvendo. Você se considera um leitor iniciante ou 
um leitor competente? Por quê? 
©Shutterstock/file404
4
Objetivos da unidade:
 entender o processo de inferenciação, aplicando-o na leitura e compreensão de gêneros textuais 
diversos; 
 compreender as características e a funcionalidade do gênero textual resumo; 
 diferenciar as relações semânticas de causa e explicação;
 compreender os diferentes usos da palavra que;
 identificar e empregar a concordância nominal adequada.
ando-o na leitura e compreensão de gêneros textuais
Painel de leitura
 Leia uma charge de Laerte e, depois, responda às questões propostas.
©
La
er
te
LAERTE. Ventania. set. 2015. Disponível em: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/38114-charges-
setembro-de-2015#foto-551823>. Acesso em: 24 out. 2015.
1. Quais são os elementos verbais presentes na charge?
Charge é um gênero textual que se utiliza da linguagem verbal e da não verbal para expressar opiniões e juízos de 
valor a respeito de situações atuais em determinado momento da vida social e política. 
2. Que elementos não verbais compõem esse texto?
3. Qual é a função das linhas cinéticas nessa charge?
linhas cinéticas: recursos gráficos 
usados em ilustrações (especialmente 
HQs, tirinhas, charges e cartuns) para 
indicar movimento.
5
implícita: que não está à vista; que não se mostra. 
cognitiva: refere-se àquilo que é apreendido por processos mentais, como a percepção, a memória, o raciocínio, etc.
4. O que os pregos afixados no topo do poste de sinalização e voando próximo às placas sugerem ao leitor?
5. As setas trazem as seguintes identificações: “direita liberal”, “centro-esquerda”, “esquerda” e “direita”. A que você 
associa essas palavras?
6. As imagens da charge precisam ser interpretadas, ou seja, é necessário atribuir sentidos a elas pelo reconhecimento 
do que representam. 
a) A que se pode associar o poste com as placas? 
b) Que significado se pode atribuir à imagem do poste de sinalização sendo arrastado e destruído?
c) O que representa a ventania? Que fatos podem ser associados ao que a ventania representa? 
7. Suas respostas às questões anteriores foram além do que está explícito (dito) no texto. Em que você se baseou para 
elaborar essas respostas? Como foi possível construir sentidos sobre o não dito (as lacunas) do texto? Discuta essas 
questões com os colegas e o professor. 
Compreensão textual e o processo de inferenciação
Ao escrever seu texto, o autor não explicita todas as informações. Boa parte desse conteúdo permanece implícita e 
exige, para sua compreensão (ou para a construção de seus sentidos), a participação ativa do leitor.
Portanto, para a compreensão leitora, devem-se considerar tanto o texto, com sua forma e conteúdo, quanto o 
autor, com suas intencionalidades, e o leitor, com seus conhecimentos prévios e visão de mundo. 
A compreensão textual exige do leitor, além das habilidades de decodificação e de construção de significados, que 
ele se envolva em um processo no qual, com base nas informações explícitas fornecidas pelo texto, use sua bagagem 
cultural, cognitiva e sentimental para ler o que não está escrito, mas que deve ser deduzido. 
6 Volume 12
Inferência é o processo pelo qual se obtém uma informação que não está 
explícita no texto. Inferir, então, consiste em, com base em informações 
disponíveis no texto, fazer surgirem outras que não estavam aparentes. As 
inferências resultam das pistas que o autor deixa no texto, do conhecimento 
de mundo e da bagagem cultural, cognitiva e até sentimental do leitor.
 Ao ler, acionamos conhecimentos, 
vivências e emoções.
Inferência em diferentes gêneros 
Ao ler um texto, recorre-se a diferentes estratégias, como selecionar as informações principais, elaborar expectati-
vas sobre o texto, confirmar ou refutar essas expectativas. Outra estratégia é fazer inferências. 
Não lemos uma charge como lemos um poema ou uma notícia. Cada gênero textual tem uma maneira particular, 
específica, de ser entendido, mas, em todos os casos, a estratégia da inferência deve ser aplicada, pois faz parte do 
processo de compreensão de um texto. 
 Observe as inferências que precisam ser feitas durante a resolução da questão a seguir. 
 (MACKENZIE – SP)
Os livros viraram o objeto de decoração da moda nas casas dos en-
dinheirados. Se eles não têm familiaridade com a leitura, arquitetos e 
decoradores vão a campo. 
Esses profissionais aconselham a compra de coleções completas de 
obras de literatura, filosofia e história para decorar as salas. Livros de 
autoajuda, só no quarto.
Parte das peças deve ser garimpada em sebos, para transmitir a ideia 
de conhecimento sólido, erudição. Entre as opções básicas para de-
monstrar inteligência já na mesinha de centro, está o “ambiente moder-
no”, cuja composição exige livros alegres e coloridos, de artistas como 
Miró, Picasso, Mondrian. Acredita-se que eles dão vivacidade ao espaço. 
Paloma Cotes
 Considere as seguintes afirmações. 
 I. Comprar livros velhos pode sugerir que eles foram lidos pelo comprador. 
 II. O ato de decorar com livros encerra uma oposição entre aparência (de inteli-
gência) e essência (fútil). 
 III. Os livros de autoajuda não devem ficar à mostra, pois podem comprometer a 
imagem de inteligência do ambiente. 
 De acordo com o texto, é correto afirmar que 
a) apenas I e II estão corretas. 
b) apenas I e III estão corretas.
c) apenas II e III estão corretas. 
d) todas estão incorretas. 
e) todas estão corretas.
Inferência II 
Por que os livros de autoajuda devem ficar 
no quarto? 
Como livros de autoajuda não têm o mesmo 
prestígio que obras de literatura, filosofia e 
história e são até mesmo vistos com certo pre-
conceito, eles devem ficar no quarto, ambiente 
restrito aos moradores, e não destinado a visitas. 
Desse modo, não comprometem a imagem de 
cultura e refinamento que os arquitetos desejam 
imprimir aos ambientes sociais da casa.
Inferência III 
Que crítica é feita a essa decoração com 
livros? 
Pode-se inferir que a crítica consiste em essa 
decoração ser fútil (em sua essência), pois 
apenas atribui ao morador da casa uma falsa 
aparência de erudição. 
Inferência I 
Por que os decoradores orientam os clien-
tes a comprar os livros? 
Porque deixar expostos livros pode passar a 
ideia de que o morador da casa os leu, o que 
sinalizaria sua erudição e cultura. 
©Shu
tterst
ock/V
LADG
RIN
7Língua Portuguesa
8. (ENEM)
Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não 
pode ser aquela de 500 anos atrás,do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma forma 
que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes. 
Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante pergunta 
que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São seus olhos? Ou é o nome 
da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, 
o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam de 
paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos tomar o Brasil de vocês, 
nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês. 
TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado). 
 Os procedimentos argumentativos utilizados no texto permitem inferir que o ouvinte/leitor, no qual o emissor foca o 
seu discurso, pertence 
a) ao mesmo grupo social do falante/autor. 
b) a um grupo de brasileiros considerados como não índios. 
c) a um grupo étnico que representa a maioria europeia que vive no país. 
d) a um grupo formado por estrangeiros que falam português. 
e) a um grupo sociocultural formado por brasileiros naturalizados e imigrantes.
9. (UNIFESP) 
“A pessoa é presa por pirataria – e aí a cadeia mostra filmes piratas?”, denunciou o americano Richard 
Humprey, condenado a 29 meses de prisão por distribuir conteúdo pirateado na internet. O presídio 
onde ele está, em Ohio, foi pego exibindo uma cópia ilegal do filme O lobo de Wall Street. 
Superinteressante, julho de 2014. 
 A fala do condenado revela 
a) a sua deliberação pessoal para pagar pelas contravenções e lutar contra a pirataria em todos os setores. 
b) a sua vontade de livrar-se da contravenção, o que se torna impossível a ele com a pirataria na prisão. 
c) o seu desencanto com a vida do crime, já que até mesmo na cadeia é obrigado a conviver com a pirataria. 
d) o seu inconformismo com a contradição entre o que se prega como certo e o que se pratica, no caso da pirataria.
e) a falta de critérios mais específicos para condenar uma pessoa por piratear conteúdos livres da internet. 
Inferência em textos verbovisuais
O processo de inferenciação em textos verbovisuais, como charges e cartuns, exige que o leitor leve em conta 
alguns aspectos: 
 • os textos escritos são curtos (em geral, aparecem no título ou na fala de algum personagem), por isso, é im-
portante considerar que as palavras foram escolhidas de forma a condensar ideias as quais devem ser inferidas 
pelo leitor; 
 • os elementos visuais significam, ou seja, cor, traço, paisagens e pessoas retratadas assumem significados que 
precisam ser compreendidos pelo leitor. 
 Por seu caráter crítico, a leitura de charge é muito solicitada no Enem e em provas de vestibular. Observe uma questão 
e veja os elementos que precisam ser inferidos para sua resolução. 
8 Volume 12
(Folha de S. Paulo, 04/05/2015) 
 Pela relação entre texto verbal e não verbal, depreende-se 
que, na charge, o autor defende que 
a) toda criança tenha acesso à educação de qualidade. 
b) não se deve reduzir a maioridade penal. 
c) menor infrator fique detido. 
d) crianças praticam crimes porque são ensinadas a 
cometê-los. 
e) jovens e adultos criminosos sejam tratados da mesma 
forma.
Inferência II
Quem são os personagens? 
Os personagens sentados se diferenciam dos demais por 
serem bem menores. Infere-se, portanto, que dois jovens 
menores de idade (isso é deduzido pelo título) estão pre-
sos numa mesma cela com presidiários adultos. 
Inferência III
Por que a menção ao professor? 
A fala do menor preso revela a principal crítica que se faz à diminuição 
da maioridade penal: o governo deveria garantir que todos os menores 
tivessem educação de qualidade (o uso do “aqui” – referindo-se à pri-
são – se opõe a um lá – a escola) e não que fossem retirados da vida 
em sociedade. Ao mesmo tempo, repete um argumento sempre presente 
quando se contesta a diminuição da maioridade penal: a possibilidade de 
os menores terem contato mais próximo com o mundo do crime. 
Perceba que essas inferências só são possíveis se o leitor tiver conheci-
mento do amplo debate que se instaurou na sociedade brasileira a res-
peito da maioridade penal. 
 (INSPER – SP)
Inferência I
Onde os personagens estão?
Pela leitura do título, da fala e do espaço – ambiente 
simples com um banco e rabiscos nas paredes, onde es-
tão apenas pessoas do sexo masculino –, infere-se que 
os personagens estão numa cela de prisão masculina. 
10. (ENEM)
a) para a imprensa exercer seu papel social, ela deve transformar opinião em informação. 
b) para a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecionar a informação. 
c) para o cidadão expressar sua opinião, ele deve democratizar a informação. 
d) para a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar-se em opinião. 
e) para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso à informação. 
 Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do Veterinário... Muitas são 
as datas comemoradas ao longo do ano e elas, ao darem visibilidade a 
segmentos específicos da sociedade, oportunizam uma reflexão sobre 
a responsabilidade social desses segmentos. Nesse contexto, está in-
serida a propaganda da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em 
que se combinam elementos verbais e não verbais para se abordar a 
estreita relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Sobre 
essa relação, depreende-se do texto da ABI que, 
Zero Hora, jun. 2008 (adaptado). 
9Língua Portuguesa
<http://historiaemprojetos.blogspot.com e http://dalciomachado.blogspot.com>. Acessados em julho/2011.
 As charges, respectivamente, dos cartunistas Henfil (1982) e Dalcio (2011) estão separadas por quase trinta anos de 
história, mas unidas na crítica 
a) ao preço, no mercado internacional, da madeira extraída das florestas brasileiras. 
b) à presença de capital estrangeiro na exploração de madeiras de florestas no país. 
c) à exportação ilegal, via países vizinhos, de madeira extraída das florestas brasileiras. 
d) ao desmatamento extensivo e indiscriminado das florestas brasileiras. 
e) ao uso recorrente de queimadas na eliminação de florestas no país.
12. Ainda com base nas charges da questão anterior, responda:
a) Que elementos da primeira charge levam o leitor a inferir a crítica identificada na questão anterior?
b) A segunda charge se refere ao Novo Código Florestal, em tramitação no Congresso Nacional no período de sua 
publicação (2011). Esse código suscitou polêmicas ao prever, entre outras medidas, a anistia aos grandes desma-
tadores, a redução da área de preservação permanente e a flexibilização da legislação ambiental, privilegiando os 
grandes produtores em detrimento dos pequenos. Considerando esse contexto, explique a intenção do autor ao 
apresentar troncos cortados de árvores formando um código de barras.
Inferência em textos literários 
O texto literário exige do leitor grande capacidade de fazer inferências. A subjetividade da linguagem, o uso cons-
tante de recursos expressivos e as muitas lacunas do texto possibilitam a construção de diversos sentidos para um 
mesmo texto. Contudo, isso não significa que qualquer inferência ou interpretação seja possível. Embora as possibilida-
des sejam muitas, não são infinitas; em outras palavras, algumas interpretações não são autorizadas, pois não decorrem 
de uma análise coerente do que está posto no texto.
11. (FUVEST – SP) Observe as charges. 
10 Volume 12
 (ENEM) 
À garrafa 
Contigo adquiro a astúcia 
de conter e de conter-me. 
Teu estreito gargalo 
é uma lição de angústia. 
Por translúcida pões 
o dentro fora e o fora dentro 
para que a forma se cumpra 
e o espaço ressoe. 
Até que, farta da constante 
prisão da forma, saltes 
da mão para o chão 
e te estilhaces, suicida,
numa explosão 
de diamantes. 
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. 
das Letras, 1992.A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais 
marcantes atributos da produção literária con-
temporânea, que, no poema de José Paulo Paes, 
se expressa por um(a) 
a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limi-
tações no processo criativo, manifesto na ex-
pressão “Por translúcida pões”. 
b) subserviência aos princípios do rigor formal 
e dos cuidados com a precisão metafórica, 
como se observa em “prisão da forma”.
c) visão progressivamente pessimista, em face 
da impossibilidade da criação poética, confor-
me expressa o verso “e te estilhaces, suicida”.
d) processo de contenção, amadurecimento e 
transformação da palavra, representado pelos 
versos “numa explosão / de diamantes”. 
e) necessidade premente de libertação da pri-
são representada pela poesia, simbolicamen-
te comparada à “garrafa” a ser “estilhaçada”. 
Inferência II
Por que o translúcido da garrafa é importante? O que essa trans-
parência permite? 
A transparência permite a observação, no caso, do texto em constru-
ção. Pode-se entender como sendo este o momento em que o poeta 
observa sua produção, o que corresponderia a uma etapa de amadu-
recimento do poema.
Inferência III
Qual é o significado de a garrafa, suicida, se transformar em 
diamantes?
A transformação da garrafa estilhaçada em diamantes corresponde à 
poesia que consegue se livrar da forma. Em outras palavras, a poesia 
precisa de liberdade, não pode estar presa a um formato. 
Inferência I
Que reflexão surge com a observação da garrafa? 
A reflexão desenvolvida em todo o poema é o embate forma × con-
teúdo na produção poética. Nos dois primeiros versos, o eu lírico se 
revela observando uma garrafa e, dessa observação de um objeto 
cotidiano, surge a reflexão sobre o fazer poético. 
Leia uma questão resolvida e observe os elementos que precisam ser inferidos para solucioná-la. 
Para chegar ao gabarito correto, é preciso analisar cada alternativa. 
A alternativa a é falsa, pois o verso “Por translúcida pões” diz respeito 
ao processo de observação e amadurecimento da poesia, não estando 
relacionado às limitações do processo criativo. 
A alternativa b também é falsa, porque, como se observa nos versos 
finais, a ideia que prevalece é de liberdade formal, e não de “subser-
viência” ao “rigor formal”. 
A impossibilidade da criação poética, expressa na alternativa c, não é 
uma ideia que possa ser inferida do poema, pelo contrário, o estilhaçar 
da garrafa (forma) revela o momento em que a poesia (diamantes) 
surge. 
A alternativa d reflete as fases do processo criador da poesia, que 
surge contida em determinado formato, amadurece no trabalho de 
observação (e subentende-se a reelaboração feita pelo poeta) e se 
modifica quando rompe com a forma e se transforma em diamantes. 
A alternativa e é falsa, pois não se pode inferir que poesia representa 
prisão. A poesia surge no momento que a forma é rompida. 
11Língua Portuguesa
13. (UNIFESP – SP) Leia o poema para responder à questão. 
Mau despertar 
Saio do sono como
de uma batalha travada 
em lugar algum 
Não sei na madrugada
se estou ferido 
se o corpo
tenho
riscado de hematomas 
Zonzo lavo 
na pia 
os olhos donde 
ainda escorrem 
uns restos de treva
Ferreira Gullar. Muitas vozes, 2013. p. 07. 
 A leitura do poema permite inferir que 
a) o despertar do eu lírico apaga as más lembranças 
da madrugada. 
b) a noite é problema para o eu lírico, perturbado mais 
física que mentalmente. 
c) o eu lírico atribui o seu mau despertar a uma noite 
de difícil sono. 
d) o eu lírico encontra na noite difícil uma forma de 
enfrentar seus medos. 
e) o mau despertar acentua as feridas e as dores que 
perturbam o eu lírico. 
14. (IFMT)
O ACENDEDOR DE LAMPIÕES 
Jorge de Lima 
Lá vem o acendedor de lampiões da rua! 
Este mesmo que vem infatigavelmente, 
Parodiar o sol e associar-se à lua 
Quando a sombra da noite enegrece o poente! 
Um, dois, três lampiões, acende e continua 
Outros mais a acender imperturbavelmente, 
À medida que a noite aos poucos se acentua 
E a palidez da lua apenas se pressente. 
Triste ironia atroz que o senso humano irrita: 
– Ele que doira a noite e ilumina a cidade, 
Talvez não tenha luz na choupana em que habita. 
Tanta gente também nos outros insinua 
Crenças, religiões, amor, felicidade, 
Como este acendedor de lampiões da rua.
 Quanto ao sentido do texto, analise as proposições 
abaixo. 
 I. A expressão “parodiar o sol” demonstra que o acen-
dedor de lampiões pode ser comparado ao sol nas-
cente que vai lentamente iluminando as ruas. 
 II. A ironia mencionada, na terceira estrofe, decorre do 
fato de que quem ilumina a cidade não tem luz em 
casa. 
 III. O verso “Um, dois, três lampiões, acende e conti-
nua” significa que o trabalho do acendedor se pro-
longa no tempo. 
 IV. A última estrofe faz referência – crítica ou não – às 
pessoas que, mesmo não tendo algo, querem que 
outras pessoas tenham.
 Pode-se afirmar que 
a) apenas a I está correta. 
b) apenas a I e a II estão corretas. 
c) apenas a I e a III estão corretas. 
d) apenas a I e a IV estão corretas. 
 e) todas estão corretas.
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12 Volume 12
Você é o autor
Resumo: dizer o mesmo com poucas palavras
O resumo deve apresentar, de forma bastante sintética, as principais ideias de um texto sem acrescentar a elas co-
mentários ou opiniões pessoais. Sua produção exige habilidades de leitura, análise das ideias propostas pelo autor, reco-
nhecimento da hierarquização dessas ideias e das relações lógicas que se estabelecem entre elas, além de uma redação 
15. (UERJ) 
Moacyr Scliar 
Contos reunidos. São Paulo: Cia. das Letras, 995.
Ele está fazendo noventa anos. É uma idade respeitável, e não são muitos que chegam lá, mas − quanto 
tempo ele pode ainda viver? (l. 25-27)
 No contexto, a pergunta feita pelo narrador está diretamente ligada à informação acerca da idade do pai de Matilda.
 No entanto, entre a informação e a pergunta, o narrador enuncia duas ponderações que possuem a função de:
a) desfazer a certeza de que a fala é impensada
b) amenizar o choque que a indagação pode trazer
c) reiterar a ideia de que o presente é equivocado
d) enfatizar o realismo que o remetente quer mostrar
Os usos da casimira inglesa
Estou lhe escrevendo, Matilda, para lhe trans-
mitir aquilo que a contrariedade (para não falar in-
dignação) me impediu de dizer de viva voz. Note, 
é a primeira vez que isso acontece nos nossos 35 
anos de casados, mas é a primeira vez que pode 
também ser a última. Não é ameaça. É constata-
ção. Estou profundamente magoado com sua ati-
tude e não sei se me recuperarei.
Tudo por causa de sua teimosia. Você insiste, 
contra todas as minhas ponderações, em dar a seu 
pai um corte de casimira inglesa como presente 
de aniversário. Eu já sei o que você vai me dizer: é 
seu pai, você gosta dele, quer homenageá-lo. Mas, 
com casimira, Matilda. Com casimira inglesa, Ma-
tilda. Que horror, Matilda.
Raciocinemos, Matilda. Casimira inglesa, 
você sabe o que é isso? A lã dos melhores ovi-
nos, Matilda. A tecnologia de um país que, afi-
nal, deu ao mundo a Revolução Industrial. O 
trabalho de competentes funcionários. E sobre-
tudo tradição, a qualidade. Esse é o tecido que 
está em questão, Matilda. A casimira inglesa.
[...]
Isso, a casimira inglesa. Agora, seu pai.
Ele está fazendo noventa anos. É uma idade 
respeitável, e não são muitos que chegam lá, mas 
− quanto tempo ele pode ainda viver? [...] mesmo 
que ele viva dez anos, mesmo que ele viva vinte 
anos, a casimira sem dúvida durará mais. Aí, 
depois que o sepultarmos, depois que voltarmos 
do cemitério, depois que recebermos os pêsames 
dos parentes, e dos amigos, e dos conhecidos, te-
remos de decidir o que fazer com as coisas dele, 
que são poucas e sem valor − à exceção de um 
casaco confeccionado com o corte de casimira que 
você pretende lhe dar. Você, em lágrimas, dirá que 
não quer discutir o assunto, mas eu terei que in-
sistir, até para oseu bem, Matilda; os mortos estão 
mortos, os vivos precisam continuar a viver, eu 
direi. Algumas hipóteses serão levantadas. Ven-
der? Você dirá que não; seu pai, o velho fazendei-
ro, verdade que arruinado, despreza coisas como 
comprar e vender, ele acha que ser lojista, como 
eu, é a suprema degradação. Dar? A quem? A um 
pobre? Mas não, ele sempre detestou pobres, Ma-
tilda, você lembra a frase característica de seu pai: 
tem que matar esses vagabundos. O casaco ficaria 
pendurado em nosso roupeiro, Matilda. Ficaria 
pendurado muito tempo lá. A não ser, Matilda, 
que seu pai dure mais tempo que o casaco. Não 
apenas isso é impossível, como remete a uma 
outra interrogação: e o seguro de vida dele, Matil-
da? E as joias de sua mãe, que ele guarda debaixo 
do colchão? Quanto tempo ainda terei de esperar?
Estou partindo Matilda. Deixo o meu endereço. 
Como você vê, estou indo para longe, para uma 
pequena praia da Bahia. Trópico, Matilda. Lá nin-
guém usa casimira.
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
13Língua Portuguesa
Excerto A
A humanização é vista como a capacidade de oferecer atendimento de qualidade, articulando 
os avanços tecnológicos com o bom relacionamento. O Programa Nacional de Humanização da 
Assistência Hospitalar (PNHAH) destaca a importância da conjugação do binômio “tecnologia” 
e “fator humano e de relacionamento”. Há um diagnóstico sobre o divórcio entre dispor de alta 
tecnologia e nem sempre dispor da delicadeza do cuidado, o que desumaniza a assistência. Por 
outro lado, reconhece-se que não ter recursos tecnológicos, quando estes são necessários, pode 
ser um fator de estresse e conflito entre profissionais e usuários, igualmente desumanizando o 
cuidado. Assim, embora se afirme que ambos os itens constituem a qualidade do sistema, o “fa-
tor humano” é considerado o mais estratégico pelo documento do PNHAH, que afirma: [...] as 
tecnologias e os dispositivos organizacionais, sobretudo numa área como a da saúde, não funcionam so-
zinhos – sua eficácia é fortemente influenciada pela qualidade do fator humano e do relacionamento que 
se estabelece entre profissionais e usuários no processo de atendimento. ( Ministério da Saúde, 2000).
(Adaptado de Suely F. Deslandes, Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar. Ciência & saúde coletiva. 
Vol. 9, n. 1, p. 9-10. Rio de Janeiro, 2004.) 
Excerto B
A famosa Faculdade para Médicos e Cirurgiões da Escola de Medicina da Columbia University, 
em Nova York, formou recentemente um Programa de Medicina Narrativa que se ocupa daquilo 
que veio a se chamar “ética narrativa”. Ele foi organizado em resposta à percepção recrudescente 
do sofrimento – e até das mortes – que podia ser atribuído parcial ou totalmente à atitude dos 
médicos de ignorarem o que os pacientes contavam sobre suas doenças, sobre aquilo com que 
tinham que lidar, sobre a sensação de serem negligenciados e até mesmo abandonados. Não é que 
os médicos não acompanhassem seus casos, pois eles seguiam meticulosamente os prontuários 
Embora não exista um modelo para a produção de resumos, alguns procedimentos aju-
dam na hora de redigir esse gênero textual. 
 • Proceda à leitura atenta do texto-base, buscando uma compreensão global.
 • Reconheça o gênero textual. 
 • Identifique a ideia principal de cada parágrafo. 
 • Esquematize como as ideias do texto-base vão compor o resumo, parágrafo a 
parágrafo. Siga a ordem das informações conforme aparecem no texto-base. 
 Antes de elaborar um resumo, conheça uma prova de redação da Universidade Estadual de Campinas que exige 
resumo e leia uma redação considerada acima da média. 
 (UNICAMP – SP) Redação
 Você integra um grupo de estudos formado por estudantes universitários. Periodicamente, cada membro apresenta 
resultados de leituras realizadas sobre temas diversos. Você ficou responsável por elaborar uma síntese sobre o tema 
humanização no atendimento à saúde, que deverá ser escrita em registro formal. As fontes para escrever a síntese 
são um trecho de um artigo científico (excerto A) e um trecho de um ensaio (excerto B). Seu texto deverá contemplar: 
a) o conceito de humanização no atendimento à saúde; 
b) o ponto de vista de cada texto sobre o conceito, assim como as principais informações que sustentam esses 
pontos de vista; 
c) as relações possíveis entre os dois pontos de vista. 
clara e objetiva em linguagem que respeite a norma-padrão da língua. Consiste, enfim, na redução de um texto a uma 
fração de sua extensão primitiva, mantendo a estrutura e as ideias essenciais.
©Shutterstock/Antonio Guillem
14 Volume 12
 Na sequência, leia a redação considerada acima da média pela banca e observe como o candidato atendeu aos re-
quisitos da proposta.
O primeiro parágrafo traz o conceito de humaniza-
ção no atendimento à saúde, como exigido no item 
a da proposta. O candidato não fez cópia literal 
do conceito, mas o reelaborou, em texto próprio, 
repetindo apenas palavras-chave (“avanço tecno-
lógico”, “bom relacionamento” e “atendimento de 
qualidade”).
No parágrafo final, verifica-se o cumprimento do 
que é exigido no item c – estabelecer relações 
entre os dois pontos de vista –, pois o candidato 
identificou ideias comuns aos dois textos-base. 
Para atender ao item b – reproduzir o ponto de vis-
ta e as principais informações de cada texto-base 
–, o candidato separou as ideias de cada excerto 
em parágrafos distintos; identificou cada texto-ba-
se (ver destaque no texto); e reproduziu, com suas 
próprias palavras, as ideias principais de cada texto. 
Ao identificar os textos-base, demonstrou domínio 
do manejo das vozes dos textos, habilidade impor-
tante em um resumo, gênero que resulta da inte-
gração de informações de outros textos e no qual é 
preciso marcar de onde vieram os dados utilizados.
Humanização no atendimento à saúde 
O ato de somar os avanços tecnológicos ao bom relacionamen-
to, a fim de proporcionar um atendimento de qualidade, é o que 
entende-se por humanização. 
No trecho do artigo científico “Análise do discurso oficial sobre 
a humanização da assistência hospitalar” de Suely Deslandes, a hu-
manização no atendimento à saúde é importante pois, se houver 
tecnologia sem bom relacionamento, segundo o artigo, “desumani-
za a assistência”, e, se houver atendimento sem tecnologia, quando 
esta é necessária, acaba “desumanizando o cuidado”. Entretanto, 
apesar de tecnologia e relacionamento serem importantes, o “fator 
humano” tem maior relevância, de acordo com o Programa Nacio-
nal de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH).
O trecho do ensaio de Jerome Bruner, “Fabricando histórias: 
direito, literatura, vida”, trata da importância do médico escutar o 
que o paciente tem a dizer, antes de tratá-lo. Para isso, toma como 
base um Programa de Medicina Narrativa desenvolvido na Facul-
dade para Médicos e Cirurgiões da Escola de Medicina da Colum-
bia University, cujo objetivo é atentar-se para o que o paciente tem 
a dizer, antes de intervir em seu caso clínico. Segundo os organiza-
dores do programa, o número de mortes por incompetências narra-
tivas já começou a diminuir na Faculdade da Columbia University. 
Ambos os trechos, artigo científico e ensaio, ressaltam a im-
portância do bom relacionamento entre profissionais e usuários 
e a necessidade de se atentar ao papel do profissional, seja para 
controlar os equipamentos tecnológicos, seja para bem atender 
pessoalmente.
O título informa o assunto principal do texto. 
de seus pacientes: ritmo cardíaco, hemogramas, temperatura e resultados dos exames especializa-
dos. Mas, para parafrasear uma das médicas comprometidas com o programa, eles simplesmente 
não ouviam o que os pacientes lhes contavam: as histórias dos pacientes. Na sua visão, eles eram 
médicos “que se atinham aos fatos”. “Uma vida”, para citar a mesma médica, “não é um registro 
em um prontuário”. Se um paciente está na expectativa de um grande e rápido efeito por parte 
de uma intervenção ou medicação e nadadisso acontece, a queda ladeira abaixo tem tanto o seu 
lado biológico como psíquico.
“O que é, então, a medicina narrativa?”, perguntei*. “Sua responsabilidade é ouvir o que o pa-
ciente tem a dizer, e só depois decidir o que fazer a respeito. Afinal de contas, quem é o dono da 
vida, você ou ele?”. O programa de medicina narrativa já começou a reduzir o número de mortes 
causadas por incompetências narrativas na Faculdade para Médicos e Cirurgiões. 
*A pergunta é feita por Jerome Bruner a Rita Charon, idealizadora do Programa de Medicina Narrativa.
(Adaptado de Jerome Bruner, Fabricando histórias: direito, literatura, vida. São Paulo: Letra e Voz, 2014, p. 115-116.)
No trecho do artigo científico Análise do discurso oficial sobre No trecho do artigo científico Análise do discurso oficial sobre
humanização da assistência hospitalar” de Suely Deslandes a huç p y ,a humanização da assistência hospitalar de Suely Deslandes, a
manização no atendimento à saúde é importante pois se ho
O trecho do ensaio de Jerome Bruner, Fabricando histórias:O trecho do ensaio de Jerome Bruner, Fabricando histórias:
reito literatura vida” trata da importância do médico escutar o, , ,direito, literatura, vida , t
que o paciente tem a dize
COMVEST. Disponível em: <https://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2016/
download/comentadas/redacao.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2016. 
15Língua Portuguesa
 Leia atentamente a proposta da Universidade Estadual de Maringá, que pede a produção de resumo. Essa prova de 
redação exige que o leitor escolha a produção de um resumo e de um relato. A seguir, transcrevemos apenas a pro-
posta do gênero resumo.
 (UEM – PR) O texto a seguir aborda uma temática social contemporânea: medo e fobia. Tendo-o como apoio, redija 
os gêneros textuais solicitados.
Medos e fobias 
Rosa Basto 
Sentir medo é normal. As situações desconhecidas podem levar-nos a algum tipo de ansiedade 
que provoca algum tipo de medo. Ter medo pode ser definido como uma sensação de perigo, de 
que algo mau possa estar para acontecer, em geral acompanhado de sintomas físicos que inco-
modam bastante. Esse tipo de medo ajuda-nos a precavermos as situações para não sermos afe-
tados e, dessa forma, preparamo-nos. Chama-se a isso ansiedade funcional. Quando esse medo é 
desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de perigo, e também 
seguido de tentativas de se evitarem as situações causadoras de medo, é chamado de fobia [...].
De forma breve, as fobias referem-se ao medo excessivo de um objeto, de uma circunstância 
ou de uma situação específica, fazendo parte do quadro de perturbações de ansiedade. Existem 
três grandes tipos de fobias: fobia específica, fobia social e agorafobia. A fobia específica é o medo 
intenso e persistente de um objeto ou de uma situação (medo de cães, medo de andar de eleva-
dor, medo de avião, medo de dirigir, medo de cobras, medo de aranhas etc.), enquanto a fobia 
social é o medo intenso e persistente de situações em que possam ocorrer embaraço e humilhação 
(medo de falar em público, medo de ser observado e avaliado, medo de se expor etc.). Já as pes-
soas com agorafobia evitam situações em que seria difícil obter ajuda, preferindo a companhia de 
um amigo ou de um familiar, em espaços fechados, ruas movimentadas ou locais que as façam se 
sentir encurraladas (shoppings, túneis, pontes, rodovias etc.) [...]. 
Nas fobias, as causas são bastante variadas. Como em todas as perturbações mentais, há he-
terogeneidade de causas. A patogenia das fobias, quando compreendida, pode-se mostrar como 
um modelo de interações entre fatores genéticos, por um lado, e fatores ambientais, por outro. 
Com relação aos fatores genéticos, segundo Otto Fenichel, as fobias específicas tendem a ocorrer 
em famílias. Estudos relatam que de dois terços a três quartos das pessoas afetadas têm, pelo 
menos, um parente de primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo. Também os parentes 
de primeiro grau dos indivíduos com fobia social têm cerca de três vezes mais probabilidades de 
serem afetados do que parentes de indivíduos sem perturbação. Quanto aos fatores ambientais, 
são geralmente associados a estados de ansiedade generalizada devido às grandes pressões de 
caráter social. A competitividade nos dias de hoje leva ao tão famoso stress. Esse, por sua vez, 
desencadeia todo um processo de aceleração da produção de cortisol no organismo, que provoca 
aumento da ansiedade, generalizando-a. 
Pessoas que vivem em ambiente de risco também estão mais expostas às perturbações de hu-
mor e de ansiedade, podendo desenvolver mais facilmente acesso às fobias. 
(Texto adaptado de <http://rosabasto.com/pdf/revista_top_win-ner_Outubro_medos_e_fobias.pdf>. Acesso em 18/3/2013.)
 Redija um RESUMO, em até 15 linhas, apresentando as informações principais do texto Medos e fobias, de Rosa 
Basto. Lembre-se de que, em um resumo, são expostas as ideias principais do texto. Você não pode copiá-las 
literalmente nem deve expressar sua opinião e/ou comentário sobre elas.
16 Volume 12
Entendendo a proposta
1. Que orientações são dadas ao candidato sobre a elaboração do texto? 
Planejamento
2. Qual é o tema tratado no texto-base? 
3. Identifique no texto as informações principais de cada parágrafo e sublinhe-as. 
4. Mostre, de forma esquemática, a estrutura do resumo a ser produzido. 
Produção
5. Elabore uma frase evidenciando que as informações constantes do resumo foram retiradas de um texto-base. 
6. Releia as frases sublinhadas e produza a primeira versão de seu texto. Lembre-se de incluir a referência ao texto-
-base, conforme resposta à questão anterior. 
Avaliação
7. Após terminar seu resumo, analise se ele contempla os requisitos a seguir.
• O resumo contempla as informações centrais do texto-base?
• As ideias centrais do texto-base foram parafraseadas, isto é, reescritas, com suas próprias palavras?
• Evitou-se expressar opiniões ou comentários pessoais acerca das informações do texto-base?
• As partes que compõem o texto se articulam adequadamente, isto é, o resumo não é mera topicalização das in-
formações do texto-base? 
8. Após verificar todos esses tópicos e fazer as devidas correções, redija a versão final de seu texto. 
Língua viva
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Relações lógicas no período composto
Observar as relações estabelecidas entre as orações é um dos pré-requisitos para garantir o correto entendimento 
de um texto pelo leitor. No entanto, há situações em que diferenciar essas relações pode causar dúvidas. Isso ocorre 
muitas vezes entre explicativas e causais.
Coordenada explicativa ou subordinada causal?
A ORAÇÃO “PORQUE 
PAGOU O EMPRÉSTIMO” 
INDICA CAUSA OU 
EXPLICAÇÃO?
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SEI LÁ, PRA MIM 
PARECE A MESMA 
COISA...
17Língua Portuguesa
Na teoria, explica-se que as orações coordenadas sindéticas explicativas estabelecem uma justificativa para o que 
se afirma na oração assindética e que as orações subordinadas causais apresentam a causa daquilo que se afirma na 
oração principal. Mas nem sempre é fácil perceber a diferença entre explicação e causa. Observe o seguinte período:
João recebeu o salário, porque pagou o empréstimo.
Ter pago o empréstimo causou o recebimento do salário? Ou ter pago o empréstimo é indício de que João recebeu 
o salário? A primeira hipótese não estabelece uma relação lógica entre as orações, ou seja, não se pode dizer que pagar o 
empréstimo é a causa do recebimento do salário. Por outro lado, dizer que pagou o empréstimo permite que se conclua 
que ele recebeu o salário, pois só assim ele teria como quitar sua dívida. Logo, a oração é explicativa.
1. Aplique esse mesmo raciocínio e indique se a oração destacada estabelece uma relação de causa ou de explicação.
a) Eva tropeçou porque olhava para o alto.
b) As ruas estão alagadas porque choveu muito.
c) Choveu durante a noite porque a rua está molhada.
d) Porque faz mal à saúde, Ricardo não toma refrigerante.
e) Murilo faltou hoje porqueestá com febre.
f) Murilo faltou hoje porque a carteira que ocupa está 
vazia.
Uma situação em que a diferenciação é facilmente feita é no caso de formas verbais no imperativo. Quando se dá 
uma ordem, faz-se um pedido ou uma sugestão, é de se esperar que se justifique, que se explique o porquê daquele 
comando. Logo, a oração é coordenada sindética explicativa.
verbo no imperativo
Ex.: Chame o táxi porque está na hora de sairmos.
oração coordenada 
assindética
oração coordenada 
sindética explicativa
A oração coordenada sindética explicativa apresenta uma ideia que explica a afirmação anterior (a oração não está 
subordinada a nenhum termo da oração que a precede, ela e a oração precedente estabeleceriam um vínculo exclu-
sivamente semântico). Pode vir separada da assindética por ponto e vírgula ou por vírgula.
A oração subordinada adverbial causal mantém uma relação de dependência em relação à principal, apresentando 
o motivo, a causa do fato expresso nessa oração (a oração está subordinada ao verbo da oração tradicionalmente 
denominada principal). Se anteposta à principal, deve ser separada por vírgula. Se posposta, a vírgula é facultativa. 
2. (CEDERJ)
 Pronomes e conjunções são usados como recursos de coesão textual ao estabelecer relações entre palavras e se-
quências do texto. Assinale a alternativa que indica corretamente a função dos termos em destaque no período: 
E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia.
a) A conjunção porque tem valor conclusivo e equivale 
a portanto; o pronome isto faz referência ao ato de 
engolir o café. 
b) A conjunção porque estabelece entre as orações uma 
relação causal; o pronome isto é usado para retomar 
a oração anterior. 
c) A conjunção porque estabelece uma relação de con-
traste entre duas orações; o pronome isto é usado 
para substituir o substantivo mão. 
d) A conjunção porque tem valor explicativo; o pronome 
isto antecipa as ações expressas pelos verbos “mer-
gulhar” e “adormecer”.
18 Volume 12
NUNCA QUE 
EU IA FAZER 
ISSO... 
Valores do “que”
Uma palavra cuja classificação pode trazer bastantes dúvidas é a palavra que. Observe as ocorrências dessa palavra 
nos textos:
REIS, Nando. N. Intérprete: ______. In:
 ______. Luau Mtv Nando Reis e os Infern
ais. 
Universal, 2007. Faixa 9.
Escorregões do 
Bayern têm um 
quê de Mario Kart
Disponível em: <http://esportes.terra.
com.br/futebol/terra-de-ninguem/
blog/2015/04/29/klopp-bros-
escorregoes-do-bayern-tem-um-que-de-
mario-kart/>. Acesso em: 22 nov. 2015.
Nos últimos volumes, vimos que o que é frequentemente utilizado como conectivo: é pronome relativo (que intro-
duz oração subordinada adjetiva) ou conjunção (que introduz coordenada explicativa ou subordinadas).
O pronome relativo que estabelece relação entre orações que apresentem um termo comum e pode ser substituí-
do por o qual (e variações). Considerando a palavra que como conjunção, ela pode estabelecer as relações de:
Adição
A criança reclama que reclama, mas ninguém lhe dá 
atenção. (A criança reclama e reclama, mas ninguém lhe 
dá atenção.)
Explicação 
Aproveita, que a juventude é breve, a beleza, efê-
mera. (Aproveita, porque a juventude é breve, a beleza, 
efêmera.)
Integração
Inicia oração substantiva.
Diga-lhe que não irei. 
Causa
Cansado que estou, não me animo a participar da 
meia maratona. (Porque estou cansado, não me animo a 
participar da meia maratona.)
Comparação
Na experiência, a substância explodiu que nem um 
vulcão. (Na experiência, a substância explodiu como um 
vulcão.)
Final
Vendo o amigo ao longe, sinalizou  que  descesse a 
rua. (Vendo o amigo ao longe, sinalizou para que des-
cesse a rua.)
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19Língua Portuguesa
3. Qual é o valor semântico assumido pela conjunção que nos versos a seguir? Justifique sua resposta.
a) “Cerrai-vos, olhos, que é tarde, e longe, / e acabou-se a festa do mundo: / começam as saudades hoje.” (Cecília 
Meireles)
b) “Apressa-te, amor, que amanhã eu morro, / que amanhã morro e não te escuto!” (Cecília Meireles)
c) “Senhor meu amo, escutai-me, / a donzela espera por vós, no balcão. / Cuidai que não acorde os fâmulos / a paixão 
que estremece o vosso peito.” (Adélia Prado)
d) “Quando eu sofria dos nervos, / não passava debaixo de fio elétrico / [...] Hoje, que sarei, tenho uma vida e tanto:” 
(Adélia Prado)
Mas a palavra que pode ser também: 
Interjeição 
Exprime sentimento de surpresa, indignação...
Ex.: Quê? Foi isso que aconteceu?
Note ser possível 
a exclusão do que 
nessa situação: Eu 
nunca faria isso.
Substantivo
Geralmente é precedido de determinante e acentua-
do, exceto quando se refere a um que não acentuado. 
Ex.: Sinto um quê de surpresa!? 
A palavra que encontrada na frase relaciona duas 
orações independentes.
Preposição 
Equivale a de.
Ex.: Você tem que me ajudar. (= Você tem de me 
ajudar.)
NUNCA QUE 
EU IA FAZER 
ISSO... 
Advérbio de intensidade 
Modifica um adjetivo.
Palavra expletiva 
A partícula expletiva que (ou é que) tem a função 
de realçar a ideia. Pode ser excluída da oração sem pre-
juízo sintático ou semântico.
Equivale a: Muito 
bom te ver viva
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Pronome interrogativo
REIS, Nando. N. Intérprete: ______. In: ______. Luau Mtv Nando Reis e os Infernais. 
Universal, 2007. Faixa 9.
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20 Volume 12
4. Classifique a palavra que.
a) Que comportamento inadequado! 
b) Eu é que sei do problema. 
c) “A quem estais carregando irmão das almas? [...] dizei que eu saiba.” (J. Cabral de Melo Neto) 
d) Não há nada melhor que férias. 
5. (CEFET – AL) Identifique a alínea que classifica corretamente a função morfológica do que, nas frases a seguir. 
a) “Como é que você foi chegando a ele, ou ele chegando a você? Porque você é linda e ele, convenhamos...” Hebe 
Camargo
• Conjunção subordinativa consecutiva
b) “O que as classificações raciais fazem, a não ser determinar a admissão em uma escola pública baseada em 
preconceito racial? A maneira de parar com a discriminação baseada em raça é parar de discriminar com base na 
raça.” John Roberts
• Pronome adjetivo indefinido 
c) “Está claro que querem assassinar a minha honra.” Renan Calheiros
• Pronome relativo 
d) “Que bom seria se um parlamentar pegasse febre aftosa. Assim seria possível sacrificar todo o rebanho!” Leitor de 
VEJA. 
• Advérbio 
e) “Agora entendo como sobrevivi aos planos de Bush e de outros presidentes que ordenaram meu assassinato: o 
bom Deus me protegeu.” Fidel Castro
• Partícula expletiva 
Concordância nominal 
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A concordância nominal acontece entre o substantivo e seus determinantes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Em 
geral, o(s) determinante(s) deve(m) concordar com o substantivo a que se liga(m). 
Quando falamos em concordância, estamos nos referindo à relação estabelecida entre um termo e outro mediante 
um contexto oracional. Evidentemente, a concordância também é responsável pela formação de sentidos e pela coe-
rência de um texto.
6. O humor do texto se constrói com 
base na polissemia de “concor-
da”. Explique essa afirmação.
21Língua Portuguesa
Que um adjetivo deve concordar com o substantivo a que se liga você já sabe. Porém, há situações que merecem 
um olhar mais atento quanto à flexão do adjetivo. Inicialmente, é importante verificar se o adjetivo exerce função sin-
tática de adjunto adnominal ou de predicativo, se está posposto ou anteposto.
Adjetivo como predicativo
Quando o adjetivo tem função de predicativo, ele deve concordar em gênero e número com o substantivo, estando 
este anteposto ou posposto.
Os seres humanos são iguais em alguns aspectos,semelhantes em outros e únicos em sua identidade.
7. Reescreva o período acima substituindo o sujeito por:
a) homens e mulheres. b) adultas e idosas. c) a criança. 
 Faça as alterações necessárias e, depois, justifique-as.
Se o predicativo estiver anteposto ao sujeito composto, é possível concordar, em gênero e número, com todos os 
núcleos ou apenas com o primeiro.
São adequadas a atitude e as ideias da pesquisadora.
 É adequada a atitude e as ideias da pesquisadora.
Embora a concordância se dê, no segundo caso, com o núcleo mais próximo apenas, a caracterização se estende a 
todo o sujeito composto, assim como no primeiro caso.
Adjetivo como adjunto adnominal
A imaginação
A imaginação é provavelmente a maior força a atuar sobre os nossos sentimentos – maior e mais cons-
tante do que influências exteriores, como ruídos e visões amedrontadores (relâmpagos e trovões, um 
caminhão em disparada, um tigre furioso), ou prazer sensual direto, inclusive mesmo os intensos praze-
res da excitação sexual. O que esteja realmente acontecendo é, para um ser humano, apenas uma peque-
na parte da realidade; a maior parte é o que ele imagina em conexão com as vistas e sons do momento.
A imaginação constitui o seu mundo. O que não quer dizer que seu mundo seja uma fantasia, sua vida 
um sonho, nem qualquer outra coisa assim, poética e pseudofilosófica. Isso significa que o seu “mundo” é 
maior do que os estímulos que o cercam; e a medida deste, o alcance de sua imaginação coerente e equi-
librada. O ambiente de um animal consiste das coisas que lhe atuam sobre os sentidos. Coisas ausentes, 
que ele deseje ou tema, provavelmente não têm substitutos em sua consciência, como as imagens de tais 
coisas na nossa, mas aparecem, quando por fim o fazem, como satisfações de necessidades imperiosas, 
ou como crises em seu espreitar e reagir mais ou menos constante. [...]
No centro da experiência humana, portanto, existe sempre a atividade de imaginar a realidade, con-
cebendo-lhe a estrutura através de palavras, imagens ou outros símbolos, e assimilando-lhe percepções 
reais à medida que surgem – isto é, interpretando-as à luz das ideias gerais, usualmente tácitas. Esse 
processo de interpretação é tão natural e constante que sua maior parte decorre de modo inconsciente.
LANGER, Suzanne K. Ensaios filosóficos. São Paulo: Cultrix, 1971. p. 132-133; 135-136. Apud ARANHA, M. L. de Arruda; MARTINS, M. 
H. Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2003. p. 367.
22 Volume 12
8. Nos trechos em destaque, o(s) adjetivo(s) flexiona(m)-se em gênero e número para concordar com o substantivo. 
a) Isso se altera se invertermos a ordem dessas palavras?
b) Invertendo-se a ordem das palavras, ocorre alteração de sentido?
9. Releia o trecho “A imaginação é provavelmente a maior força a atuar sobre os nossos sentimentos – maior e mais 
constante do que influências exteriores, como ruídos e visões amedrontadores (relâmpagos e trovões, um caminhão 
em disparada [...])”.
a) A que se refere o adjetivo “amedrontadores”? Justifique a concordância de gênero.
Quando o adjetivo se refere a dois ou mais substantivos, ele pode concordar com o conjunto dos substantivos (chamado 
de concordância lógica) ou apenas com o mais próximo (chamado de concordância atrativa)
ruídos e visões amedrontadores ou ruídos e visões amedrontadoras
Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o mais próximo.
b) Considerando o quadro anterior, complete o trecho com a forma adequada do adjetivo amedrontador.
A imaginação é provavelmente a maior força a atuar sobre os nossos sentimentos – maior e mais 
constante do que influências exteriores, como visões e ruídos (relâm-
pagos e trovões, um caminhão em disparada, um tigre furioso).
10. (CESGRANRIO – RJ) A concordância nominal está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em “o médico 
pode programar de longe o dispositivo para administrar a droga nos horários e doses apropriados”, porque o adjetivo 
em destaque concorda com os dois substantivos de gêneros diferentes em conjunto.
 A mesma explicação para esse caso de concordância é adequada no emprego da palavra destacada em:
a) Análises e investigações minuciosas servirão de parâmetro para que modernos tratamentos se tornem viáveis.
b) Controles e picadas periódicos serão lembranças remotas para muitos pacientes diabéticos. 
c) Dados e informação fornecidas pelo chip permitirão saber como os pacientes reagem ao tratamento ministrado.
d) Exames e medicamentos dispendiosos deixarão de ser impedimento para as pessoas que não podem pagar.
e) Próteses e sensores de glicemia implantada no corpo humano fornecerão soluções para as doenças crônicas.
11. (UFF – RJ) Assinale a frase que encerra um erro de concordância nominal:
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila.
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.
e) Ela comprou dois vestidos cinza.
fica a dica
Se o adjetivo estiver após os substantivos e eles forem de gêneros 
diferentes, prevalece o plural do gênero masculino.
23Língua Portuguesa
12. Considere a frase:
 Tenho casa e trabalho ótimo.
a) Com que substantivo o adjetivo concorda nesse enunciado? 
b) Que substantivo(s) o adjetivo caracteriza?
c) Reescreva o enunciado evidenciando que o adjetivo se refere aos dois substantivos.
d) Reescreva o enunciado antepondo o adjetivo aos substantivos. Observe a concordância determinada pela 
norma-padrão.
e) Reescreva a frase de modo que expresse que o adjetivo se refere apenas a “casa”.
24 Volume 12
13. (ESPM) Na frase: “Analfabetismo, saneamento básico e pobreza 
combinados explicam 62% da taxa de mortalidade das crianças 
com até cinco anos no Brasil.” (O Estadão), o termo em negrito:
a) transgride as normas de concordância nominal.
b) concorda em gênero e número com o elemento mais próximo.
c) faz uma concordância ideológica, num caso de silepse de 
número.
d) poderia ser substituído pelo termo “combinadas”.
e) concorda com todos os termos a que se refere, prevalecendo o 
masculino plural. 
Dois ou mais adjetivos para um mesmo substantivo
Observe a concordância entre adjetivos e substantivos destacados neste trecho de texto acadêmico:
O estudo teve como objetivo central equiparar os níveis de motivação e/ou de interesse por parte dos 
alunos do 1.º ano do Ensino Médio de uma escola da rede privada de ensino localizada em Maracaju-
-MS, para com a aprendizagem da língua inglesa e da língua espanhola, visto que ambas as discipli-
nas compõem a grade curricular da referida escola, com mesma carga horária semanal de 2 horas/aula.
Em momento inicial, 20 alunos assistiram a um vídeo que apresentava informações básicas sobre os 
idiomas inglês e espanhol, tais como a quantidade aproximada de falantes e estudantes, os países em 
que tais idiomas são tidos como oficiais e como estes idiomas são vistos no âmbito profissional, ou seja, 
qual a importância dada por grandes empregadores de diversas áreas profissionais a essas duas línguas, 
que são hoje as que somam maior número de falantes no mundo.
STEFANELLO, Paulo Gerson Rodrigues. O ensino concomitante das línguas-alvo inglês e espanhol: a realidade da LE numa escola da rede 
privada em Maracaju-MS. Disponível em: <http://oguari.blogspot.com.br/2013/12/o-ensino-concomitante-das-inguas-alvo.html>. Acesso 
em: 24 nov. 2015.
Os casos destacados têm em comum a estrutura: há dois adjetivos referindo-se a um mesmo substantivo. Quando 
dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, são possíveis estas duas construções:
I. [d]a língua inglesa e [d]a língua espanhola II. os idiomas inglês e espanhol
14. Descreva como se dá a concordância nesses casos.1
É obrigatória a concordância com o subs-
tantivo mais próximo quando:
• os substantivos são sinônimos. 
Ex.: Estava surpreso com a paz e a 
tranquilidade campestre.
• o sentido exigir. 
Ex.:Sobre a mesa havia limões e 
uma blusa rasgada.
fica a dica
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Outros casos de concordância nominal
Obrigado/anexo 
Essas palavras – assim como incluso, mesmo e próprio – são adjetivos e se flexionam em gênero e número, con-
cordando com o substantivo.
Artista plástico ocupa a Casa do Lado, anexa à loja Micasa
Durante 15 dias, o artista plástico e grafiteiro Jey realizou intervenções 
inspiradas na cultura punk, do skate e da rua
Quinze dias foram suficientes para o artista plástico e grafiteiro Flávio 
 Ferraz, o Jey, tomar muros e paredes da Casa do Lado – anexa à Micasa – com 
diversas expressões da arte urbana. De 30 de setembro a 15 de outubro, o artista dedicou-se a transfor-
mar a loja de decoração em uma verdadeira residência artística. Batizado de Jey 77, o projeto cobriu as 
paredes pretas da construção com muitas cores, com inspirações étnico-religiosas e na cultura punk e 
skate. Metal e madeira dão forma às esculturas e instalações, enquanto a piscina, na área externa, trans-
formou-se em pista de skate. Confira as etapas do projeto em nossa galeria e acompanhe mais novidades 
nos canais de Design e Arquitetura. [...]
Disponível em: <http://casa.abril.com.br/materia/artista-plastico-ocupa-a-casa-do-lado-anexa-a-loja-micasa>. Acesso em: 24 nov. 2015.
15. Reescreva o título substituindo “Casa do Lado” por:
a) restaurante. 
b) construções. 
c) espaços.
O adjetivo anexo está flexio-
nado no feminino singular de 
forma que concorde com o 
substantivo “casa”.
O adjetivo obrigado está flexionado no 
feminino singular de forma que con-
corde com o gênero do sujeito enuncia-
dor, no caso, uma menina.
Bastante
Essa palavra pode ser pronome ou advérbio. No primeiro caso, varia e, portanto, concorda com o substantivo. No 
segundo, é invariável. 
Para facilitar, procure substituir bastante por muito (ou variações). Se muito for flexionado no plural, utiliza-se 
bastantes, do contrário, bastante.
 pronome
Tenho bastantes razões para me apressar. (= Tenho muitas razões para me apressar.)
 advérbio
Os meninos ficaram bastante cansados. (Os meninos ficaram muito cansados.) 
25Língua Portuguesa
Menos 
As profissões menos concorridas
Confira agora mesmo quais são as profissões menos concorridas e veja onde 
sobram vagas por falta de profissionais qualificados!
Disponível em: <http://www.guiadacarreira.com.br/carreira/as-profissoes-menos-concorridas/>. Acesso em: 5 nov. 2015.
16. A que palavra “menos” se relaciona? Qual é sua classe gramatical?
Menos é palavra invariável. 
Ex.: Hoje há menos pessoas na fila do que ontem.
É EXPRESSAMENTE 
PROIBIDA
A ENTRADA DE PESSOAS
NÃO AUTORIZADAS.
Meio
Essa palavra pode ser numeral e equivale a metade, ou advérbio 
e tem sentido de um pouco. No primeiro caso, varia e, portanto, con-
corda com o substantivo. No segundo, é invariável. 
 numeral
Comeu meia pizza agora mesmo. (= Comeu metade de uma pizza agora mesmo.)
 advérbio
Estou meio atrasada para a aula. (= Estou um pouco atrasada para a aula.)
Só
Pode ser adjetivo e, portanto, variável, ou advérbio. No primeiro caso, equivale a sozinho (e variações) e, no segun-
do, equivale a somente.
 adjetivo
[Eles] Ficaram sós, conversando por muito tempo. (= Ficaram sozinhos, conversando...)
 advérbio
Ficaram só conversando. (= Ficaram somente conversando.)
É bom/permitido/proibido, etc. + substantivo
Se o substantivo a que a expressão se refere estiver acompanhado de determinante (artigo ou pronome), o adjetivo 
concorda com o substantivo. Se não for acompanhado, a expressão é invariável.
PROCON/AL ORIENTA QUE É PRECISO CAUTELA 
NA HORA DE COMPRAR VIA INTERNET 
Disponível em: <http://tnh1.ne10.uol.com.br/noticia/
economia/2015/09/13/330457/procon-al-orienta-que-e-preciso-cautela-na-
hora-de-comprar-via-internet>. Acesso em: 26 jan. 2016.
fica a dica
A sós é expressão invariável.
Ex.: Ele(s) ficou(ficaram) a sós. 
Para reconhecer se uma palavra é numeral ou advér-
bio, deve-se observar a qual termo ela aparece rela-
cionada: sendo numeral, liga-se a substantivo; sendo 
advérbio, modifica verbo, adjetivo ou outro advérbio. 
26 Volume 12
Organize as ideias
 Preencha o quadro dos casos de concordância nominal envolvendo adjetivos.
Regra geral
Adjetivos (e outros determinantes) concordam 
em gênero e número com o substantivo a que 
se ligam.
Professora brasileira transforma problemas 
reais em modelos matemáticos. 
Disponível em: <http://super.abril.com.br/todas-
noticias>. Acesso em: 27 nov. 2015.
Adjetivo após dois ou 
mais substantivos
Adjetivo antes de dois 
ou mais substantivos
Predicativo posposto
Predicativo anteposto
Substantivo 
acompanhado de dois 
ou mais adjetivos
17. Nos títulos a seguir, justifique o emprego de poucos e pouco.
Muitas vagas e poucos candidatos qualificados
Disponível em: <http://www.programacases.com.br/coluna/muitas-vagas-e-poucos-candidatos-qualificados>. Acesso em: 5 nov. 2015.
Exposição com fotos inéditas e pouco vistas de Claudia Andujar em cartaz no IMS-RJ
Disponível em: <http://revistazum.com.br/claudiaandujar/claudia-andujar-no-ims/>. Acesso em: 5 nov. 2015.
18. Explique a ambiguidade da frase:
 Ficou só no quarto.
19. (INSPER – SP)
– Você acha que estou meia gordinha?
– Não é meia, é meio. 
– Como é que é? 
– Não é meia gordinha que se diz. É meio gordinha. 
– MEIO gordinha? Imagina. Meio gordinha... Não acredito. 
– Se você fosse meia gordinha, significaria que você é só meia, só metade, entende? Só metade gordinha. 
A outra metade magrinha. 
– Qual parte? A de cima ou a de baixo?
(PRATA, Mario. Diário de um magro. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1997.) 
 O diálogo acima foi construído com base nas regras de concordância nominal, opondo as variantes linguísticas. A 
incredulidade da personagem diante da correção feita pelo seu interlocutor decorre do fato de que ela não reconhece, 
nesse contexto, que o termo “meio” fica invariável por ser um(a) 
a) numeral.
b) adjetivo.
c) pronome. 
d) conjunção. 
e) advérbio.
27Língua Portuguesa
Hora de estudo
1. (UNICAMP – SP) O cartaz a seguir foi usado em uma campanha pública para doação de sangue. 
 Considerando como os sentidos são produzidos no car-
taz e o seu caráter persuasivo, pode-se afirmar que:
a) As figuras humanas estilizadas, semelhantes umas 
às outras, remetem ao grupo homogêneo das pes-
soas que podem ajudar e ser ajudadas. 
b) A expressão “rolezinho” remete à meta de se reunir 
muitas pessoas, em um só dia, para doar sangue. 
c) O termo “até” indica o limite mínimo de pessoas 
a serem beneficiadas a partir da ação de um só 
indivíduo. 
d) O destaque visual dado à expressão “ROLEZINHO 
NO HEMORIO” tem a função de enfatizar a partici-
pação individual na campanha.
(Disponível em: <www.facebook.com/pages/HEMORIO/ 
144978045 579742?fref=ts>. Acessado em: 08/09/2014.)
Glossário
Rolezinho: diminutivo de rolê ou rolé; em linguagem informal, 
significa “pequeno passeio”. Recentemente, tem designado encontros 
simultâneos de centenas de pessoas em locais como praças, parques 
públicos e shopping centers, organizados via internet. 
Anonymous riot: rebelião anônima. 
 (PUC Minas – MG) A questão 2 refere-se à tirinha a seguir, da qual participam os personagens Mafalda e Felipe. Leia-a 
atentamente antes de responder a ela.
Disponível em: <clubedamafalda.blogspot.com.br>. Acesso em: 26 jan. 2015.
2. Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Em momento algum a tirinha traz indícios de que Mafalda tenha se dado conta do caráter potencialmente ofensivo 
de suas palavras. 
b) Pelo comentário de Mafalda no segundo quadrinho, percebe-se seu desejo de possuir uma televisão. 
c) Filipe entende a fala de Mafalda como um comentário mal-intencionadoe não como uma frase feita. 
d) O recurso gráfico do negrito é crucial para sinalizar ao leitor o ápice do conflito entre os personagens.
28 Volume 12
3. (ENEM)
Das irmãs 
os meus irmãos sujando-se 
na lama
e eis-me aqui cercada 
de alvura e enxovais 
eles se provocando e provando 
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida 
eles se lambuzando e arrotando 
na mesa 
e eu a temperada
servindo, contida 
os meus irmãos jogando-se 
na cama 
e eis-me afiançada 
por dote e marido 
QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980. 
 O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica femi-
nina que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo 
reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que 
a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distin-
gue de homens, que podem se jogar na lama. 
b) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato 
de cozinhar, tarefa destinada às mulheres. 
c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da 
ascensão financeira e social das mulheres. 
d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo 
da fragilidade feminina no espaço doméstico. 
e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem 
efeitos e graus de autorrealização desiguais.
4. (ENEM)
Se os tubarões fossem homens
Se os tubarões fossem homens, eles seriam 
mais gentis com os peixes pequenos? 
Certamente, se os tubarões fossem homens, 
fariam construir resistentes gaiolas no mar para 
os peixes pequenos, com todo o tipo de alimen-
to, tanto animal como vegetal. Cuidariam para 
que as gaiolas tivessem sempre água fresca e ado-
tariam todas as providências sanitárias. 
Naturalmente haveria também escolas nas 
gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam 
como nadar para a goela dos tubarões. Eles 
aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia 
para localizar os grandes tubarões deitados pre-
guiçosamente por aí. A aula principal seria, natu-
ralmente, a formação moral dos peixinhos. A eles 
seria ensinado que o ato mais grandioso e mais 
sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e 
que todos deveriam acreditar nos tubarões, so-
bretudo quando estes dissessem que cuidavam 
de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam 
que este futuro só estaria garantido se aprendes-
sem a obediência.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns 
peixinhos inimigos seria condecorado com uma 
pequena Ordem das Algas e receberia o título de 
herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 
(adaptado). 
 Como produção humana, a literatura veicula valores 
que nem sempre estão representados diretamente no 
texto, mas são transfigurados pela linguagem literária 
e podem até entrar em contradição com as convenções 
sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os va-
lores humanos que ela própria criou. É o que ocorre na 
narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostra-
da. Por meio da hipótese apresentada, o autor
a) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora 
ao retratar, de modo positivo, as relações de opres-
são existentes na sociedade. 
b) revela a ação predatória do homem no mar, ques-
tionando a utilização dos recursos naturais pelo ho-
mem ocidental. 
c) defende que a força colonizadora e civilizatória do ho-
mem ocidental valorizou a organização das sociedades 
africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organi-
zação cultural e social da sociedade moderna. 
d) questiona o modo de organização das sociedades 
ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fun-
damentadas nas relações de opressão em que os 
mais fortes exploram os mais fracos. 
e) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em 
que os mais fortes colaboram com os mais fracos, 
de modo a guiá-los na realização de tarefas.
29Língua Portuguesa
5. Assinale o período que contém oração coordenada 
explicativa.
a) Não duvide de nada porque tudo é possível.
b) Escorreguei porque o chão estava engordurado.
c) Porque o pai não chegava, as crianças foram fican-
do impacientes.
d) O tempo, que tudo remedia, nos ajuda a superar as 
crises.
e) Queria o emprego, então, esforçou-se.
6. Indique se as orações destacadas são explicativas ou 
causais.
a) Ande rápido que estamos atrasadas! 
b) Precisava de ajuda porque tinha muitos problemas. 
c) Ela festejou porque passou no vestibular. 
d) O título em português é ruim, pois não traduz o tom 
dramático do relato. 
7. (UFAM) Em todos os trechos abaixo o QUE é pronome 
relativo, EXCETO em:
a) o que o cronista relatou [...] refere-se à participação 
de mulheres 
b) Porro reconhece que os relatos de Carvajal são im-
precisos 
c) em meio aos índios Conduris, que davam combate à 
expedição de Orellana
d) deu curso a uma lenda que era muito conhecida na 
época
e) referência aos Tupinambá, que por essa época de-
viam estar se estabelecendo nela
8. (UNEB) “É a nossa base cultural, a permear a literatura, 
a música, o cinema e o teatro, que contém os elemen-
tos para desenvolver essas capacidades.” 
 Os vocábulos em negrito formam uma expressão que 
denota
(01) realce. 
(02) restrição. 
(03) conclusão. 
(04) explicação.
(05) concessão.
9. (UNEB) O trecho em negrito em “quando o caldo já 
ferve há tanto, que só lhe resta entrar em erupção.” 
expressa
(01) condição. 
(02) finalidade. 
(03) proporção.
(04) conformidade.
(05) consequência.
10. (IFCE)
Velho papel pode estar com os anos 
contados
Já imaginou, daqui a algumas décadas, seu 
neto lhe perguntando o que era papel? Pois é, 
alguns pesquisadores já estão trabalhando para 
que esse dia chegue logo.
A suposta ameaça à fibra natural não é o de-
sajeitado e-book, mas o papel eletrônico, uma ‘fo-
lha’ que você carregaria dobrada no bolso.
Ela seria capaz de mostrar o jornal do dia – 
com vídeos, fotos e notícias atualizadas –, o 
livro que você estivesse lendo ou qualquer infor-
mação antes impressa. Tudo ali.
Desde os anos 70, está no ar a ideia de papel 
eletrônico, mas as últimas novidades são de duas 
semanas atrás. Cientistas holandeses anunciaram 
que estão perto de criar uma tela com ‘quase to-
das’ as propriedades do papel: leveza, flexibilida-
de, clareza, etc.
A novidade que deixa o invento um pouco 
mais palpável está nos transistores. No papel do 
futuro, eles não serão de silício, mas de plástico 
– que é maleável e barato.
Os holandeses dizem já ter um protótipo 
que mostra imagens em movimento em uma 
tela de duas polegadas, ainda que de qualidade 
‘meia-boca’.
Mas não vá celebrando o fim do desmata-
mento e do peso na mochila. A expectativa é que 
um papel eletrônico mais ou menos convincente 
apareça só daqui a cinco anos.
Folha de S. Paulo, 17 dez. 2001. Folhateen, p. 10. 
30 Volume 12
31Língua Portuguesa
 A forma adjetiva “... atualizadas...” está concordando 
com os substantivos “fatos e notícias”. Não se obser-
vou a concordância nominal em 
a) As mulheres disseram muito obrigadas. 
b) Não somos nenhuns coitados. 
c) Bastantes pessoas vão usar o papel do futuro. 
d) As novidades da informática custam caro. 
e) É proibido a entrada de pessoas estranhas.
11. (INSPER – SP) 
 Leia as sentenças abaixo. 
• Ele considerou _________, na atual circunstância, 
as medidas que ela sugeria. 
• _________ soluções mais adequadas para a vio-
lência crescente em nossa cidade? 
• Já _________ vários meses que a Lei Antisse-
questro está em discussão nos principais jornais do 
país. 
• Peço enviar _________ a cópia do documento. 
 A alternativa cujas palavras, respectivamente, preen-
chem corretamente as lacunas é: 
a) inútil, haverá, faz, em anexo 
b) inúteis, haverão, faz, anexo 
c) inúteis, haverão, fazem, anexa 
d) inútil, haverá, fazem, anexa 
e) inúteis, haverá, faz, anexa 
12. (PUCPR) No texto A personalidade do Dragão, relacio-
nam-se características das pessoas nascidas sob o 
signo do dragão, no horóscopo chinês:
O dragão nasce sob o signo da sorte. Ele é um 
indivíduo orgulhoso, ativo e tem muita autocon-
fiança. É bastante inteligente e aproveita todas as 
oportunidades que surgem. É ambicioso, deter-
minadoe obterá êxito em praticamente tudo o 
que tentar realizar. Também tem algo de perfec-
cionista e sempre procurará manter os elevados 
padrões que ele próprio estabelecer.
Fonte: SOMERVILLE, N. Seu horóscopo chinês para 2011. Rio de 
Janeiro: Nova Era, 2010.
 Se passarmos a expressão o dragão, que inicia o texto, 
para os dragões, que palavras serão modificadas? As-
sinale a alternativa que apresenta somente palavras 
que, obrigatoriamente, sofrerão flexão para efeitos de 
concordância.
a) nascer – signo – muita – aproveita.
b) bastante – determinado – obterá – perfeccionista.
c) bastante – êxito – autoconfiança – sempre.
d) indivíduo – autoconfiança – tentar – estabelecer.
e) inteligente – tem – procurará – próprio.
13. (UNIV. MARÍLIA) Assinale a alternativa em que há erro 
de concordância nominal:
a) Com opinião e propostas claras desfez as dúvidas 
que pairavam sobre a questão. 
b) Tenho por mentirosos o réu e seu cúmplice. 
c) Por que os namorados preferem andar só, detestan-
do as companhias?
d) Sua atitude, seu olhar, seu gesto suspeito chamou a 
atenção da polícia. 
e) Não temos razões bastantes para impugnar sua 
candidatura. 
14. Explique por que as frases abaixo estão em desacordo 
com a norma-padrão.
a) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um 
terreno próximos à praia. 
b) Durante o debate, a plateia mostrou-se meia irritada 
e impaciente. 
c) O teste será aplicado na primeira e na segunda sé-
ries hoje.
15. O princípio da concordância nominal não está respeita-
do na opção:
a) Os vestidos custaram barato, mas as saias custa-
ram caro.
b) Eles caminhavam sós pela escura noite.
c) Já lhe pedi, bastantes vezes, que não fizesse mais 
isso.
d) Esta decisão tornou impossível quaisquer entendi-
mentos entre os partidos.
e) Apesar de famosos, não são artistas de talento.
31Língua Portuguesa
32
Ponto de partida 
Pressupostos e 
subentendidos
24
1. Chegando ao final do Ensino Médio, que avaliação você faz de seus estudos de língua portuguesa? 
2. Que importância terão a leitura e a escrita em sua futura vida profissional e acadêmica? Comente.
©Shutterstock/Maxx-Studio
Objetivos da unidade:
 reconhecer os implícitos textuais, identificando-os como pressupostos e subentendidos;
 compreender as principais características da tipologia narrativa e do gênero conto; 
 identificar e compreender os sentidos decorrentes da concordância verbal;
 empregar a adequada concordância verbal na resolução de questões e na produção de textos 
próprios. 
ndo-os como pressupostos e subentendidos;
Painel de leitura
 Observe uma chamada (enunciado I) e um título de notícia (enunciado II) publi-
cados em dezembro de 2015, que dizem respeito a um mesmo fato. chamada: texto breve, geralmente 
publicado na primeira página de jor-
nais e revistas impressos ou na pági-
na principal de sites de notícias, que 
objetiva chamar a atenção do leitor 
para um fato de destaque daquela 
publicação, buscando atraí-lo para a 
leitura da matéria jornalística a que 
se refere.
Enunciado I
Juristas apontam como “grave 
retrocesso” retorno do voto manual
CORREIO BRAZILIENSE. Disponível em: 
<http://www.correiobraziliense.com.br/>. 
Acesso em: 1 dez. 2015. 
Enunciado II
Justiça diz que falta de dinheiro 
inviabilizará voto eletrônico em 2016
ZH. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/
rs/noticias/noticia/2015/11/justica-diz-que-
falta-de-dinheiro-inviabilizara-voto-eletronico-
em-2016-4919198.html>. Acesso em: 1 dez. 2015. 
1. Qual é o fato anunciado em ambos os textos? 
2. O que se pressupõe no enunciado I pelo uso do substantivo “retorno”? 
Em um enunciado, é possível perceber algo que está posto (explícito na frase) e algo que está pressuposto (informa-
ção implícita que é incontestável).
3. O que se pressupõe sobre o voto eletrônico pelo uso da forma verbal “inviabilizará” no enunciado II? 
4. Leia agora este título de notícia sobre o mesmo fato:
Enunciado III
Voto manual leva eleitor 
de volta aos anos 1990
R7 NOTÍCIAS. Disponível em: <http://noticias.r7.com/brasil/
voto-manual-leva-eleitor-de-volta-aos-anos-1990-01122015>. 
Acesso em: 1 dez. 2015.
33
Os não ditos: pressupostos e subentendidos
Inferência é a atividade interpretativa que consiste em o leitor 
construir sentidos que estão implícitos, ocultos, no texto: os chama-
dos não ditos. Essas informações (ideias) implícitas são classificadas 
como pressupostos e subentendidos. 
 • Pressupostos são ideias não expressas de maneira explícita, 
mas que aparecem marcadas no texto por meio de palavras 
e expressões presentes no próprio enunciado.
 • Subentendidos são as insinuações presentes em um enun-
ciado. Podem não estar marcados linguisticamente e sua 
compreensão (decorrente de dedução) fica a cargo do leitor.
O que ocorre quando o leitor não é capaz de deduzir, ou seja, de 
ler de maneira crítica e reflexiva, reconhecendo pressupostos e subentendidos? Nesse caso, a comunicação falha, por 
isso é importante que o leitor tenha a capacidade de fazer deduções, estabelecer conclusões, enfim, inferir os sentidos 
do texto.
 Leia o miniconto a seguir e responda às questões sobre os implícitos.
Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá. 
MONTERROSO, Augusto. O dinossauro. In: FREIRE, Marcelino (Org.). Os cem menores 
contos brasileiros do século. Cotia: Ateliê Editorial, 2004.
 O que fica subentendido sobre o uso do voto manual nas eleições de 2016? 
Subentendido é aquilo que fica implícito, insinuado, em um enunciado. 
5. Quanto ao tratamento dado ao fato noticiado, no que diferem esses textos? Que aspectos são ressaltados em cada 
um? 
a) Enunciado I: 
b) Enunciado II: 
c) Enunciado III: 
6. Qual texto você considerou mais interessante? Por quê? Compartilhe suas ideias com os colegas e o professor.
fica a dica
A diferenciação entre pressupostos e subenten-
didos muitas vezes é bastante sutil. Em geral, o 
pressuposto é algo incontestável e é identificado 
por uma ou mais palavras (especialmente ver-
bos e advérbios) no enunciado, já o subentendi-
do surge de uma interpretação que o leitor faz 
de algo que está insinuado, sem haver necessa-
riamente uma palavra que o identifique. 
miniconto: brevidade aliada à intensidade 
(menos é mais), narratividade (traz a 
narração de uma ação, de um fato) e 
abertura para as inferências (cabe ao leitor 
preencher as lacunas do texto) são suas 
principais características.
34 Volume 12
7. O que fica pressuposto pelo emprego do advérbio “ainda”? 
8. O que fica subentendido nessa história? 
9. Que elementos do conto (personagem, narrador, tempo, espaço e enredo) você identifica nesse miniconto? 
10. Leia agora trechos do discurso de Getúlio Vargas, durante as comemorações do Dia do Trabalhador, em 1.º de maio de 
1951, observe os implícitos e responda às questões a seguir.
Trabalhadores do Brasil! 
Depois de quase seis anos de afastamento durante os quais nunca me saíram do pensamento a ima-
gem e a lembrança do grato e longo convívio que mantive convosco, eis-me outra vez aqui ao vosso lado 
para falar com a familiaridade amiga de outros tempos. E para dizer que voltei a fim de defender os in-
teresses mais legítimos do povo e promover as medidas indispensáveis ao bem-estar dos trabalhadores. 
Esta festa de 1º. de maio tem para mim e para vós uma expressão simbólica. É o primeiro dia de en-
contro entre os trabalhadores e o novo governo. E é com profunda emoção que retorno ao vosso convívio 
neste ambiente de regozijo e de festa nacional em que nos revemos uns aos outros a céu aberto, em que 
o governo fala ao povo de amigo para amigo na linguagem simples e franca com que sempre vos falei. 
[...]
Trabalhadores do Brasil! Não me elegi sob a bandeira exclusiva de um partido, e sim por um movi-
mento empolgante e irresistível das massas populares. Não me foram buscar na reclusão para que viesse 
fazer mera substituição de pessoas ou simples mudança de quadros administrativos. A minha eleição 
teve um significado muito maior e muito mais

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