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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI WANESSA ARAÚJO BATISTA BONIFÁCIO TIMÓTEO 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI FOTOGRAFIA COMO EXPRESSÃO ARTÍSTICA TIMÓTEO 2021 Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Artes. FOTOGRAFIA COMO EXPRESSÃO ARTÍSTICA RESUMO - A fotografia é importante movimento dentro da Arte, sendo robusta e revolucionária forma de expressão artística que desde o surgimento até o momento atual ganhou grande popularidade, se infiltrando na realidade das pessoas, de modo que máquinas fotográficas e celulares com câmera passaram a ser item indispensável nas residências familiares. Na verdade a fotografia surgiu no século XIX, por meio de meio de câmaras obscuras, instrumento esse que era comumente utilizado por físicos e astrônomos, pintores e desenhistas, com a evolução e melhorias feitas nas estruturas da câmera escura viabilizou-se que essas reduzissem de tamanho, sendo um instrumento que fosse carregado por onde o fotógrafo fosse. A possibilidade de levar câmeras fotográficas para qualquer lugar e a rapidez no resultado da imagem dinamizaram o acesso e a proliferação das fotografias, porém, a popularização não foi capaz de descaracterizar o potencial verdadeiramente artístico da fotografia, que segue instrumento de expressão artística conceitual, impressionando observadores e reafirmando grandes fotógrafos como artistas. PALAVRAS-CHAVE: Fotografia. Arte. Expressão artística. 1 INTRODUÇÃO O presente estudo tem por objeto a fotografia enquanto forma de expressão artística, que compõe parte fundamental do mundo da Arte, e dentro dele, possui diversas e importantes funcionalidades. Por ser uma forma de Arte, a fotografia é uma atividade desenvolvida pelos seres humanos, voltada a construção ou desconstrução de uma estética visual, que se baseia na vontade de expressão de sentimentos, razões e emoções do artista. A fotografia teve início, ao que se sabe, no século XIX, quando foram desenvolvidas técnicas de captura de luz, que foram evoluindo, modificando-se e modernizando de modo que, atualmente, as grandes câmeras escuras foram substituídas por câmeras embutidas em aparelhos de telefonia móvel, como se tem na modernidade. No decorrer do tempo, a fotografia foi um modelo de produção de arte que se popularizou com muita intensidade, deixando de ser uma arte de alto custo de produção, muito restrita a uma pequena parcela da sociedade para ser abraçada pelo grande público, o que causou também a facilidade do acesso e o barateio da produção. Daí, nasceu o questionamento se a popularização da fotografia, seu fácil acesso pela sociedade e sua divulgação ampla e irrestrita foram instrumentos de descaracterização da fotografia artística e conceitual. Pois através da pesquisa em tela pretende-se demonstrar que, apesar dessa popularidade e acessibilidade consolidada nos dias de hoje, a fotografia segue como fonte de produção artística de grande valor, podendo causar estranhamento, emoções intensas, questionamentos e reflexões aos consumidores dessa arte. A fotografia artística aliás, tem justamente esse objetivo, de causar reações diferentes e intensas naqueles que a observam, assim como para o artista que criou a foto, gerando a ressignificação da fotografia como arte e como expressão dos sentimentos e significados do objeto retratado e do seu contexto. Assim, o trabalho em questão pontua a forma como a fotografia encaixa-se como forma de arte capaz de gerar emoções e reações em seu observador, suas múltiplas interpretações e a forma de captar a mensagem do artista por meio da foto, perpassando pela pesquisa em artes, posteriormente com foco na fotografia como arte e a forma com que essa trabalha sua força de expressão artística no mundo, em especial no observador. Posto isso, o trabalho se funda em uma revisão bibliográfica, que traz livros e publicações acadêmicas sobre o tema, discutindo em seu primeiro capítulo a retrospectiva dos meios de captura e da arte da fotografia e a forma como esses revolucionaram o segmento artístico e social, já o segundo capítulo dedica-se aos conceitos e definições sobre o que é fotografia como arte e expressão artística. Por fim, o terceiro capítulo aprofunda nas questões atinentes a fotografia como arte, expressão artística fotográfica em contraponto ao mundo moderno em que a fotografia se popularizou, estando presente no dia a dia de todos os indivíduos com acesso a um telefone móvel. 2 FOTOGRAFIA EM SUA ORIGEM E A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE CAPTURA Hoje em dia as fotografias podem ser feitas por praticamente qualquer pessoa que tenha um celular com câmeras acopladas, dada a modernização e popularização dos instrumentos de fotografia, contudo, essa realidade advém de uma série de evoluções advindas de profundas pesquisas encabeçadas por físicos, fotógrafos e técnicos, que investiram tempo e recursos em compreender o sistema de fotografia e aprimorá-lo. Porém, no início, a fotografia era uma novidade, de difícil acesso e difícil compreensão (CASTRO, 2012). A fotografia teve início em meados do século XIX, quando, no ano de 1826 Joseph Nicéphore Niépce, conhecido físico francês, logrou êxito em registrar uma fotografia após falhar diversas vezes, estima-se que ele dedicou dez anos de sua vida ao aperfeiçoamento da técnica de fotografia, até finalmente elaborar uma câmara escura capaz de formalizar uma foto que captasse a imagem pretendida pelo fotógrafo (BOMBAZARO, 2018). No ano de 1835, o também francês Louis Daguerre desenvolveu novo processo fotográfico, com placas de cobre e prata que captavam imagens que ficavam disponíveis ao fotógrafo após essas serem expostas a vapor de mercúrio. Posteriormente, no ano de 1939 novo aparelho foi desenvolvido, cuja especialidade era a rapidez no processo de revelação da imagem fotografado, cerca de meia hora. As câmaras escuras eram inicialmente instrumentos utilizados como um “dispositivo para os pintores na transferência do real para a tela, na vontade de expressar, fielmente, o que os olhos viam” (BOMBAZARO, 2018, p.24), porém foi através desse instrumento que a fotografia conseguiu se aperfeiçoar, ao menos em seu início, pois, com o decorrer do tempo, novas pesquisas e investigações sobre técnicas de captar imagem impulsionaram o desenvolvimento da fotografia. Veja-se: O britânico Richard Maddox (1816-1902) elaborou chapas secas de gelatina com sais de prata em 1871, no lugar do colódio de aluminio utilizado em 1851 por Frederick Scott Archer (1813-1857), marcando o ínicio da fotografia moderna, já que em 1878 as chapas eram fabricadas em larga escala e os fotógrafos podiam comprá-las já sensibilizadas quimicamente sem ser necessário prepará-las antes da exposição. George Eastman (1854-1932) se tornou muito importante porque foi o inventor da primeira câmera portátil em 1888 chamada Kodak, vendida com um filme em rolo de papel com capacidade para tirar 100 fotografias, terminando o rolo o cliente enviava a câmera inteira para a empresa que fazia a revelação, devolvendo a câmera com um novo rolo de filme, no próximo ano Eastman substitui o filme de papel por um plástico transparente. à base de nitrocelulose. (CASTRO, 2012, p.12) Já no ano de 1914 foi inventada a câmera fotográfica que usava filme flexível, o mesmo rolo de filme usado no cinema de 35mm, sendo essa criação decisiva para a dinamização e popularização da fotografia, essa modalidade de câmera ficou conhecida como Leica e era composta por “lentes intercambiáveis que se tornam uma influência conhecida entre fotógrafosde todo o mundo” (CASTRO, 2012, p.12). Dessa forma, os registros de fotografia passaram a explorar novas e fantásticas possibilidades, impulsionando os fotógrafos a criarem novas habilidades e técnicas de fotografia em si, ficando mais ágeis e mais focados em “antecipar o desdobramento da ação rapidamente no instante em que os elementos estivessem em sua configuração mais expressiva” (CASTRO, 2012, p.12). 3 FOTOGRAFIA COMO ARTE A fotografia é arte, todavia, a aceitação desse fato perpassa por vários desafios, uma vez que: “a validade documental e artística por meio de uma fotografia sempre foi questionada, mas devido a sua disseminação e fácil acesso, seja na hora do clique ou depois com ferramentas de manipulação de imagem, muito ainda se discute, chegando até o ponto de não ser válida ou valorizada. Como toda manifestação artística que por muitos é menosprezada, a fotografia é talvez uma das mais atingidas criticamente por ser de mais fácil reprodução, pois qualquer um com uma máquina pode se achar ou até mesmo se tornar um artista” (CASTRO, 2012, p.20) Especialmente em razão da popularização e do fácil acesso das pessoas ao equipamento fotográfico, a arte da fotografia é constantemente menosprezada no universo artístico, sendo considerada arte de segundo escalão, raramente prestigiada como outras formas de arte o são, tais como a arte em pintura, a música ou o cinema (BOMBAZARO, 2018). A arte da fotografia vai muito além de simplesmente registrar momentos, como forma de guardar uma lembrança, pois, é sim uma forma de expressão de arte e sentimento, emulados e pensados de forma única e criativa pelo fotógrafo, que é também um artista, de modo a refletir em uma imagem fotografada, um pensamento, um ideal, um sentimento ou qualquer outra coisa que esteja na mente do artista (OLIVEIRA, 2012). A fotografia artística percorreu um longo caminho até chegar ao que conhecemos hoje. Ela é uma das formas mais utilizadas de expressão poética e, independente do instrumento utilizado, tem valor de sensibilidade estética e o sentimento do artista por trás da foto. (BOMBAZARO, 2018, p.36) Por meio da fusão da arte conceitual e a fotografia, criou-se inclusive a tendência de alguns fotógrafos publicarem seus registros fotográficos de forma anônima, para com isso ressaltar que o que realmente importava na arte era o que estava retratado na fotografia em si, não no artista responsável pelo registro. Isso é um exemplo de como a arte da fotografia era levada a sério pelos artistas que se expressavam por esse meio (BOMBAZARO, 2018). Outro ponto importante dentro da arte da fotografia foi a possibilidade de quebrar padrões artísticos pré-estabelecidos, abandonando o que se entendia por uma boa fotografia para explorar novas e revolucionárias possibilidades, com novos ângulos, novas cores e novas visões, o que abria para uma nova percepção e diferentes interpretações para o observador (CASTRO, 2012). A foto revela fragmentos visíveis, imagens que contêm assunto histórico, mostrando parcela da realidade, determinados aspectos, mas não substitui a realidade tal qual aconteceu no passado. A fotografia congela imagens de instantes da vida pessoal, das coisas da natureza, da paisagem urbana ou rural, possibilitando múltiplas interpretações (DILL, 2009, p. 90). Os fotógrafos adeptos da fotografia como arte desempenharam importante papel na quebra com o convencional, com as antigas formas de fotografar e criaram novas tendências para a fotografia, registrando movimentos e cenários diferentes (CASTRO, 2012). 4 A FOTOGRAFIA ENQUANTO FORMA DE ARTE E A VIDA COTIDIANA A fotografia artística aborda uma gama enorme de conceitos, informações e mensagens que são transmitidas em uma única imagem. É todo um contexto que se traduz por meio da fotografia, entregando ao observador uma imagem que corresponda as expectativas do fotógrafo ao mesmo tempo em que é aberta às interpretações do consumidor da obra (TAVARES, 2009). Uma fotografia pode conter: uma infinidade de informações de um determinado momento, ela pode conter um fragmento do real visível, como as poses, os prédios, o local urbano, e referindo-se propriamente ao ensino, o espaço escolar, todas essas informações multidisciplinares, gravadas no registro fotográfico, esperam então a sua interpretação [...] esses momentos vividos, congelados pelo registro fotográfico, pode abrir uma infinidade de possibilidades, ao estudo das imagens, dando a oportunidade de novas metodologias surgirem no ensino de artes. (D’ALMEIDA, 2018, p.27) A partir do desenvolvimento da fotografia como arte, também ocorreu a popularização das máquinas fotográficas no mercado, ficando essas cada dia mais disponíveis para qualquer pessoa, o que, de certa forma, foi muito positiva para fomentar o meio artístico, já que, com mais câmeras de diferentes formatos, tamanhos e lentes, maiores as possibilidades de criação para o artista (CASTRO, 2012). As inovações no campo tecnológico que envolvia a fotografia foram aceleradas no meio do século passado até o momento presente, desenvolvendo-se cada dia mais novas máquinas, novas lentes, novos processos de revelação e impressão de cores que influenciaram a dinamizaram a experiência da fotografia como expressão artística(TAVARES, 2009). As câmeras fotográficas ficando menores e o aumento da resolução das lentes impulsionou a criação artística, dando novas e melhores possibilidades, que associadas as boas habilidades artísticas, permitiram a criação de novas fotografias artísticas (CASTRO, 2012). A popularização das fotografias e o acesso facilitado aos equipamentos, até mesmo equipamentos de iluminação e estúdios fotográficos gerou a falsa percepção de que a fotografia perderia credibilidade enquanto expressão de arte, em razão da massificação das fotos, agora tiradas em qualquer lugar, por qualquer pessoa, com qualquer objeto (TAVARES, 2009). Acreditava-se, e é possível dizer que boa parte dos críticos e especialistas de arte ainda comungam desse pensamento errático, que a facilidade em reproduzir fotos quase que automaticamente, de forma impensada, sem prévio conceito ou contextualização, ceifaria a capacidade criativa do fotógrafo, e, em razão disso, o valor artístico do meio fotográfico como um todo estava comprometido (TAVARES, 2009). 5 CONCLUSÃO O trabalho em questão focou no estudo da fotografia como expressão artística no mundo, compondo uma das facetas das Artes como ensino e produção cultural, que se alastrou por todo mundo. Criada no século XIX, a partir de técnicas de captação de luz, a fotografia foi alvo de grandes pesquisas e investimentos que viabilizaram seu aprimoramento e evolução, de modo que, nos dias de hoje, câmeras fotográficas podem ser encontradas em celulares e dispositivos eletrônicos de forma embutida. Com isso, a fotografia ganhou enorme popularidade, pois os avanços tecnológicos aprimoraram e facilitaram o processo de fotografia, que não mais necessitava de um profissional para manusear os equipamentos, bem como trouxe preços mais acessíveis para os equipamentos e impressão, deixando de ser algo de alto custo, consumida por um nicho muito especifico da sociedade para utilizada amplamente pelo grande público. Nesse ponto, ao mesmo tempo em que a popularização trouxe mais investimentos e possibilidades para o mundo da fotografia, gerando novas possibilidades de criação e invenção aos artistas, o fato de fotografias serem tiradas e reveladas com enorme facilidade por qualquer pessoa levantou um questionamento sobre o valor artístico das produções fotográficas, vez que muitos críticos e estudiosos da arte viam nesse movimento um desprestígio da arte. Pois através da pesquisa em tela mostrou-se que esse pensamento é totalmente contrário ao preceito básico da arte, eaqueles que pensam dessa forma, ignoram o esforço e o pensamento dos fotógrafos artistas por completo, associando o popular ao sem valor, sem pensar nos significados e contextos existentes em cada obra fotográfica. A fotografia artística é muito valiosa e deve ser apreciada, pois, como todas as outras formas de arte, ela consegue causar reações diferentes e intensas em seus observadores, além de revelar o pensamento do artista que pensou e criou a fotografia. 6 REFERÊNCIAS BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Tradução de Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. BOMBAZARO, WILLIAM FERNANDES. A PÓS-PRODUÇÃO NA FOTOGRAFIA COMO FORMA DE ARTE. 2018. 40 p. Monografia (Graduação Artes Visuais) - UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC, Criciuma, 2018. Disponível em: http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/6166/1/William%20Fernandes%20Bombazaro.pd f. Acesso em: 9 jan. 2021. CASTRO, Natália Paulino. FOTOGRAFIA E ARTE: DA ESTÉTICA À SEDUÇÃO, UMA VISÃO SOBRE O LADO ARTÍSTICO DA IMAGEM PUBLICITÁRIA.. 2012. 45 p. Monografia (Comunicação Social) - Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA, Assis, 2012. Disponível em: https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0911180072.pdf. Acesso em: 1 mar. 2021. CESAR, Newton; PIOVAM, Marco. Making of: revelações sobre o dia-a-dia da fotografia. Brasília: SENAC/DF, 2007. D’ALMEIDA, VICTÓRIA OHANNA OLIVEIRA. FOTOGRAFIA NO ENSINO DE ARTES VISUAIS:: EXPERIÊNCIA NA TURMA 811 DA E.E. AUGUSTO DOS ANJOS. 2018. 62 p. Dissertação (Graduação de licenciatura plena em Artes Visuais) - Universidade Federal do Amapá, MACAPÁ-AP, 2018. Disponível em: https://www2.unifap.br/artes/files/2019/05/Victoria-tcc.pdf. Acesso em: 8 mar. 2021. DILL, Aidê Campello. História e fotografia: fragmentos do passado. Porto Alegre: Martins Livreiro-Editor, 2009.
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