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Ansiedade A persistência da depressão na adolescência na sociedade brasileira Bianca Iasmim Isabela Borges Maria Eduarda Soares Participantes Provas, competitividade, apresentações em público, mudanças hormonais, aprovação social, bullying… esses e outros desafios surgem durante a fase escolar. A ansiedade, que atinge níveis quase epidêmicos no Brasil, pode ser desencadeada por fatores biológicos, emocionais e, claro, ambientais. A escola, portanto, pode ser um espaço gerador de estresse e ansiedade para o adolescente. O nervosismo gerado pelo ambiente escolar impacta bastante a saúde mental de crianças e adolescentes. Por aqui, a questão é especialmente séria. Segundo o novo relatório do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), os alunos brasileiros estão entre os que ficam mais estressados durante os estudos — 56% dos entrevistados relataram o problema. Nossos jovens também ocupam o segundo lugar no ranking dos ansiosos para as provas, mesmo quando se preparam. Escola e ansiedade Os transtornos de ansiedade podem ser muito danosos na fase escolar. É o período em que o jovem está descobrindo seu lugar no mundo, assim como descobrindo a si mesmo. É uma fase também muito caracterizada por uma pressão vinda de pais, professores e, sobretudo, colegas. O adolescente comumente busca a aceitação em grupos, o que pode levá-lo a abrir mão de suas próprias vontades para se sentir incluído. Aqueles que se recusam a fazê-lo, assim como aqueles que fogem de um padrão estético ou de comportamento, geralmente são deixados de lado. Como consequência, passam a ser alvos de bullying, piadas e chacota, contribuindo para o aumento de ansiedade e minando, aos poucos, sua autoestima, confiança e bem-estar. Esses são os jovens que, no futuro, tendem a manifestar problemas psicológicos. Diagnosticado com depressão aos 16 anos, um jovem de Mongaguá, no litoral paulista, superou a doença relatando suas dores em um livro de fantasia. Marcos Martinz, que atualmente tem 20 anos, agora ajuda outras pessoas a superarem a depressão por meio de palestras em escolas, de forma online e pelas redes sociais. Segundo Martinz, ele começou a sentir os sintomas da depressão em 2017, quando percebeu que não tinha Adolescente transforma dor em arte e escreve livro de fantasia sobre ansiedade e prevenção ao suicídio vontade de acordar para ir à escola, não sentia o gosto da comida e nem prazer nas atividades do dia a dia, além de sentir muito sono. Ele relata que, no Ensino Médio, Começou a sofrer bullying, e com todas as outras dificuldades da adolescência, além do processo de separação dos pais, acabou se fechando. Com uma tristeza que permanecia por muito tempo, e preocupado com sua situação, decidiu procurar ajuda médica e iniciou um acompanhamento com uma psicóloga, após tentar tirar a própria vida. Em meio às sessões de terapia, a profissional orientou o adolescente a escrever sobre o que sentia, externando suas dores. Após começar a relatar seus sentimentos no papel, ele decidiu dar vida aos textos e escrever um livro. Dados mostrados pelo 4º Painel do Varejo de Livros no Brasil em 2020 mostrou que, entre 23 de março e 19 de abril, os e-books e vendas on-line de livros físicos aumentaram. Já a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil registrou que a plataforma Estante Virtual, que reúne sebos e livrarias de todo o país, aumento de 50% em abril, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Hábito de leitura aumenta 50% durante a quarentena: veja bons livros https://www.estantevirtual.com.br/ A maioria dos booktokers é de jovens e adolescentes. Eles fazem resumos divertidos e criativos das obras, encenam personagens e pequenas análises. Também existem as listas temáticas, receitas inspiradas em livros famosos e, claro, memes e "trends". A nova onda colocou quatro obras infantojuvenis antigas entre as mais vendidas do Brasil. "Mentirosos" (2014), de E. Lockhart "Um de nós está mentindo" (2017), de Karen McManus "Corte de espinhos e rosas" (2018), de Sarah J. Maas "Vermelho, branco e sangue azul" (2019), de Casey McQuiston São obras de fantasia, suspense ou young adult; Têm personagens LGBTQIA+ ou pertencentes a minorias; Têm "plot twists chocantes", as viradas de roteiro; Ser visualmente bonito, com capas e lombadas coloridas de preferência. Estes livros se encaixam em pelo menos uma dessas características abaixo, sagradas para ganhar o coração e a estante dos leitores: 'Booktok': onda de vídeos sobre livros no TikTok impulsionam obras de suspense e fantasia https://www.google.com/amp/s/saude.abril.com.br/mente-saudavel/ansiedade-estresse- altos-escolas-brasileiras/amp/ https://apsiquiatra.com.br/ansiedade-no-ambiente-escolar-em-adolescentes/ https://m.extra.globo.com/noticias/viral/jovem-relata-como-viver-com-ansiedade- publicacao-viraliza-21096857.html https://www.revistaencontro.com.br/canal/comportamento/2018/12/bullying-pode-afetar- o-cerebro-e-causar-ansiedade.html Referencias bibliográficas