Buscar

Anti-inflamotórios não esteroidais (AINES)

Prévia do material em texto

1 3° AF | Terapêutica I 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) 
Prof.ª Anansa Aquino | 16.04.2021 
 
Existe duas grandes classificações de anti-
inflamatórios, os não esteroidais (AINES) e os 
esteroidais (corticoides). 
 Os dois atuam no controle de inflamação; 
 Possuem efeitos colaterais distintos; 
 
AINES atuam como (geralmente): 
 Anti-inflamatório 
 Analgésico 
 Antidiuréticos (febre) 
 Anti-agregante plaquetário 
 
“Alguns possuem algumas funções mais 
fortes que outros”. 
 
Corticoides atuam como: 
 Anti-inflamatório 
 Antialérgico 
 Imunossupressor 
 
“Nem todo medicamento para dor é um 
AINE ou um corticoide, temos também os 
relaxantes musculares, os opióides...”. 
 
INFLAMAÇÃO 
Processo natural que ocorre para combater 
um agente exógeno ou substâncias endóge-
nas (doenças autoimunes). 
 
Dor: sensação desagradável e subjetiva pro-
movida por danos teciduais. Há dois tipos, a 
central e a inflamatória (periférica). 
 
Rubor: vermelhidão, ocorre devido a vasodi-
latação causada pela quimiotaxia das célu-
las inflamatórias. 
 
Calor: aumento de atividade celular e au-
mento da temperatura para combater o 
agente externo. 
 
Edema: inchaço promovido pelo acúmulo 
de líquido no local. 
 
Perda da função: quando a inflamação per-
siste, às vezes total, às vezes parcial. 
 
“Os AINES não controlam a causa da 
inflamação e sim os sintomas, por isso um dos 
seus perigos é mascarar a doença”. 
 
AÇÕES FISIOLÓGICAS DAS 
PROSTAGLANDINAS 
SISTEMA VASCULAR 
 PGE2 e PGI2: vasodilatadores potentes na 
maioria do leito vascular; 
 PGI2: 5x mais potente; 
 TXA2: vasoconstritor; 
 
OUTROS MÚSCULOS LISOS 
 PGs: relaxam músculos brônquicos e tra-
queal; 
 TXA2: broncoconstrição e contração GI; 
 
SECREÇÃO ÁCIDA 
 Citoproteção; 
 PGE2 e PGI2: inibem HCl e pepsina; 
 
RINS 
 PGE e PGI2: aumentam fluxo sanguíneo 
renal e diurese sem alterar a taxa de filtra-
ção glomerular; 
 TXA2: diminui fluxo sanguíneo renal e taxa 
de filtração glomerular; 
 
OBS. PGF2a: induz o parto. 
 
 
“Os AINES costumam inibir as 
prostaglandinas”. 
 
 
 
2 3° AF | Terapêutica I 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
As prostaglandinas tem como origem a COX 
(a partir do ácido araquidônico), e são de 
dois tipos: 
 
COX-1 
Efeito homeostático. 
 Proteção gástrica; 
 Homeostasia renal; 
 Função plaquetária; 
 
 Essencial constitutiva; 
 Maioria das células e tecidos; 
 Produção de PGs: manutenção de funçõ-
es fisiológicas; 
 
COX-2 
Efeito inflamatório. 
 Inflamação; 
 Dor; 
 Febre; 
 
 Formação induzida na inflamação; 
 Induzida por interleucinas; 
 Produção de PGs: inflamação, dor e fe-
bre; 
 
CARACTERÍSTICAS 
 Trata sinais e sintomas da inflamação; 
 Principalmente dor e febre. 
 Ácidos orgânicos fracos; 
 Estrutura química variada, mas todos ini-
bem a COX. 
 Várias finalidades terapêuticas; 
 Anti-agregante plaquetário. 
 
“Alguns AINES são utilizados no tratamento 
de câncer, principalmente colo retal, junto 
com quimioterapia, por exemplo, para 
controlar os sintomas”. 
 
“São os medicamentos mais utilizados do 
mundo”. 
 
“Se o paciente tem alergia a um dos AINES 
ele não pode tomar mais nenhum deles”. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Inibição periférica e central da atividade da 
enzima COOX e subsequente diminuição da 
biossíntese e liberação dos mediadores da 
inflamação, dor e febre (PGs). 
 Penetram no canal hidrofóbico formando 
pontes de hidrogênio com o resíduo argi-
nina na posição 120; 
 Exceção: Aspirina acetila uma serina na 
posição 530 (irreversível bloqueio de re-
ceptores de mediadores); 
“Alguns bloqueiam os receptores”. 
 
 
 
 
 
“O ideal é que iniba COX-2, pois são menos 
efeitos colaterais”. 
 
 
 
3 3° AF | Terapêutica I 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
FARMACOCINÉTICA 
 Ativos por via oral; 
 Dipirona é exceção (pró-fármaco). 
 Absorção no intestino; 
 Concentração plasmática 2-3 horas 
(não seletivos) e 1 hora (seletivos COX-
2). 
 Ligação com albumina; 
 Descola outros fármacos podendo cau-
sar toxidade. 
 Excreção renal; 
 Podem causar insuficiência renal (não 
relacionado com a dose). 
“Não é porque os AINES são de venda livre 
que não se deve ter cuidado com a dose”. 
 
EFEITOS FARMACOLÓGICOS 
ANTI-INFLAMATÓRIO 
 Diminuição de PGE2 e prostaciclina (PGI); 
 Reduz vasodilatação e edema; 
 
ANALGÉSICO 
 Diminuição da sensibilidade das termina-
ções nervosas aos mediadores químicos; 
 
ANTITÉRMICO 
 A IL-1 libera PGs que elevam o ponto de 
ajuste do hipotálamo; 
“Não previne a febre, ele diminui a febre que 
já existe”. 
 
EFEITOS COLATERAIS 
TGI 
 Inibição da citoproteção gástrica; 
 Independente da administração; 
 Misoprostol: protege o estômago, mas esti-
mula os músculos lisos, ou seja, provoca 
cólica e até mesmo abortos; 
 
REAÇÃO CUTÂNEA 
 Ácido mefenâmico e sulindaco; 
 Reação eritematosa leve, urticária e fotos-
sensibilidade; 
 
RENAIS 
 Diminuição do fluxo sanguíneo renal; 
 Pacientes suscetíveis; 
CARDIOVASCULAR 
 AVC e infarto; 
 Rofecoxibe: paciente que fizeram uso por 
mais de 18 meses desenvolveram proble-
mas cardiovasculares (alguns morreram); 
 Naproxeno: bem tolerado; 
 
HIPERTENSÃO 
 Inibição da COX-2 na mácula densa renal 
secretora de renina; 
 
ASMA 
 5% da população; 
 Infecção viral preexistente; 
 Reação cruzada; 
 
“A asma normalmente é causada com o uso 
da aspirina (AAS) por ter um bloqueio 
irreversível”. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 IECA: evitam degradação de cininas que 
produzem PGs vasodilatadoras; 
 Hiperpotassemia: bradicardia e síncope 
em idosos, diabéticos, hipertensos e paci-
entes com doença cardíaca isquêmica; 
 Corticoides e ISRS: aumento da frequên-
cia ou gravidade de complicações no GI; 
 Varfarina: aumenta risco de sangramento; 
 Varfarina, sulfolinureias e metotrexato: 
deslocamento de proteínas plasmáticas; 
 
ASPIRINA (ASS) 
 Dores leves e moderadas; 
 Antitérmico; 
 Câncer no colo retal; 
 Diarreia por radiação; 
 Antiagregante plaquetário (principal); 
 
“Existe o ASS infantil, porém há muitos efeitos 
colaterais”. 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 Síndrome de Reye; 
 Destrói células epiteliais; 
 Edema celular e descamação; 
 Aumenta o tempo de sangramento; 
 
 
4 3° AF | Terapêutica I 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
 Náusea, vômito, irritação, pirose e ulcera-
ções; 
 Aumento CO2 (hiperventilação): bronco-
espasmos em asmáticos; 
 
“Cuidado com aspirina x varfarina, porque 
são dois medicamentos que aumentam o 
risco de hemorragia”. 
 
PARACETAMOL 
 Ação central; 
 Não tem atividade inflamatória; 
 Doenças leves e moderadas; 
 Excelente antitérmico; 
 
“Demora em torno de 40-45 minutos para 
fazer efeito”. 
 
EFEITO TÓXICO 
 Metabolismo ativo: NAPB; 
 Dose tóxica: 10-15g; 
 Necrose no fígado e túbulos renais; 
 Antídoto: acetilcisteína e metionina (au-
mentam glutationa); 
 
“Muitas pessoas tentam suicídio com 
paracetamol, justamente por ser de venda 
livre e chegar à dose tóxica facilmente”. 
 
 É o único medicamento liberado para as 
gestantes e os recém-nascidos; 
 
DIPIRONA 
PRÓ-FÁRMACO: 
 Analgésicos 
 4-AA 
 4-MAA 
 
 Inibição de PGs no SNC; 
 Dessensibilização de Nociceptores envol-
vendo NO; 
 Variante COX-1 no SNC; 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 Choque anafilático; 
 Hipotensão (endovenoso); 
 Agranulocitose (redução de células ver-
melhas); 
 
DICLOFENACO 
 
 Efeito de 1° passagem: 50% biodisponibili-
dade; 
 ⁄ vida curta: 1-2 horas; 
 Posologia: 3x ao dia; 
 
IBUPROFENO 
“Contraindicado no 3° trimestre (provoca o 
relaxamento do útero, podendo causar um 
sofrimento fetal) e deve ser usado com 
cautela na amamentação”. 
 
FARMACOCINÉTICA 
 Boa absorção oral (80%); 
 Início de ação: 15-30minutos; 
 Menor toxidade TGI (3%); 
 Posologia: 1-2 gotas/kg; 
 
FECHAMENTO DO CANAL ARTERIAL 
 Não reduz FS para intestino, rins e cérebro; 
 Não aumenta creatina sérica; 
 Reduz risco de enterocolite necrosante e 
insuficiência renal transitória; 
 
“É muito associado com viroses, pois as 
febres são mais constantes e é o que pode 
ser tomado com mais frequência e diminui 
mais rápido”. 
 
DERIVADOS DO OXICAN 
 PIROXICAM 
 TENOXICAM 
 MELOXICAM 
 
FARMACOCINÉTICA 
 Alta ligação com proteínas plasmáticas; 
 Meia-vida prolongada; 
 
 
5 3° AF | Terapêutica I 
Maria Diva Costa Alves | @medivou 
EFEITOS COLATERAIS 
 GI, cefaleia, zumbidos, edema, prurido, 
erupções cutâneas, função plaquetária e 
broncoconstrição. 
 
 Início de ação lento, só encontra o equilí- 
brio em 12 dias; 
 20% apresentam efeitos adversos; 
 5% deixam de fazer uso; 
 
NIMESULIDA 
 Inibidor de PGs; 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 São poucos efeitos; 
 Boa tolerância gástrica e renal; 
 
REAVALIAÇÃO DO PERFIL DE SEGURANÇA 
 Reações adversas hepáticas; 
 Contraindicação: menores de 12 anos, 
gravidez, aleitamento, insuficiência hepá-
tica; 
 
INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 
 A incidência de úlceras foi similar a o gru-
po placebo e significativamente menor 
que o grupo tratado com AINES não seleti-
vos; 
 Estudos sugerem que os fármacos que ini-
bem seletivamente a COX-2, poderiam 
aumentar a taxa de problemas cardiovas-
culares, quando comparados com os 
AINES tradicionais;

Continue navegando