Buscar

Módulo 10 Questões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Questão 1 - Caio foi preso em flagrante na posse de 5 porções de cocaína, embaladas de forma individual e própria para a venda a terceiros, embora os policiais responsáveis pelo flagrante não tenham vislumbrado qualquer atividade de mercancia, tendo o agente sido abordado quando estava sozinho, caminhando em via pública. Caio foi, na sequência, indiciado e denunciado pela prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006, tendo a denúncia sido recebida pelo juiz competente.
Não sendo o caso de absolvição sumária e realizada a instrução criminal na qual a acusação se reiterou sob os depoimentos dos policiais, o juiz concedeu às partes o prazo de 05 dias para apresentação das alegações finais escritas.
Na condição de advogado de Caio, apresente as referidas alegações finais, indicando qual seria a tese defensiva a ser utilizada no presente caso.
RESPOSTA ESPERADA: 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA X VARA CRIMINAL DA COMARCA DE X
CAIO, já qualificado nos autos da ação penal nº xxxxx que lhe move o Ministério Público, vem, por seu advogado, a presença de Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS, nos termos do art. 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas.
1. DOS FATOS
O réu foi preso em flagrante na posse de 5 porções de cocaína, quando estava sozinho, caminhando em via pública. Denunciado pela prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006, o processo seguiu-se até o encerramento da instrução criminal, razão pela qual a defesa apresenta estes MEMORIAIS.
2. DO DIREITO
2.1. DA ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS
Nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal, o juiz absolverá o réu quando reconhecida a inexistência de prova suficiente para a condenação. Esse é o presente caso, posto que em um sistema acusatório se mostra desarrazoada a construção de um édito condenatório com base exclusiva nos depoimentos dos policiais responsáveis pelo flagrante .
2.2. DA DESCLASSIFICAÇÃO
Abstraindo a insuficiência presente de provas, ainda é imperioso apontar que o presente caso não configura o delito do artigo 33 da Lei de Drogas, posto que todos os dados e circunstâncias indicam sua conformação à prática prescrita no art. 28 Lei nº 11.343/2006, sobretudo diante da pouca quantidade de droga e da dinâmica do flagrante, que não denota qualquer indício da prática do tráfico ilícito de entorpecentes, mas tão somente do porte ilegal de drogas. Conforme se depreende do §2º do referido artigo:
Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
Nesse sentido, é forçosa a desclassificação da imputação delitiva.
3. DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) A absolvição do réu, por insuficiência de provas, nos termos do art. 386, VII, do Código de Processo Penal.
b) Em caso de condenação, o que se admite apenas por amor à argumentação, que seja desclassificada a imputação para o crime prescrito no art. 28 Lei nº 11.343/2006.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, Data
Advogado/Advogada
OAB/UF
1 Essa tese é pouco aceita nos Tribunais, entretanto recomendável é sua exploração
Teste de Aprendizagem:
No que tange o porte ilegal de drogas para consumo próprio, assinale a alternativa INCORRETA:
	Cabe prisão em flagrante no delito de porte ilegal de drogas para consumo próprio.
Questão 2: Em determinado caso envolvendo o tráfico ilícito de entorpecentes, o magistrado competente houve por bem rejeitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público, sob o entendimento de que, embora houvesse elementos de prova da entrega de grande quantidade de drogas a terceiro por parte do denunciado, o órgão acusatório não teria logrado êxito em comprovar o intento de lucro do agente, inexistindo, pois, prova da materialidade delitiva, em que pesem os indícios de autoria.
Como o representante do Ministério Público atuaria no presente feito?
RESPOSTA ESPERADA
Na qualidade de representante do Ministério Público no presente feito, deverá ser interposto o recurso cabível contra a decisão que rejeitou a denúncia, qual seja, o recurso em sentido estrito, com fulcro no art. 581, inciso I, do Código de Processo Penal.
Deverá ser aduzido, nas razões recursais, o fato de o crime de tráfico ilícito de entorpecentes, de acordo com a redação do tipo penal prevista no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006, não exigir a intenção de lucro por parte do agente, haja vista o elemento normativo “ainda que gratuitamente”.
Logo, diante da comprovação da materialidade delitiva e da existência de indícios de autoria, deverá o parquet pugnar, ao fim, pela reforma da decisão recorrida, com o consequente recebimento da denúncia na espécie.
Teste de Aprendizagem:
Constitui crime de tráfico conforme o caput do artigo 33 da Lei de Drogas, EXCETO
	Plantar drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Fundamentação: EXCETO “Plantar drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”, conforme art. 33, caput e §1º, II da Lei de Drogas. Vejamos:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. §1º Nas mesmas penas incorre quem: II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas.
Questão 3 - Em um caso concreto, o magistrado competente condenou João, primário e de bons antecedentes, como incurso no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006, à pena de 5 anos de reclusão e 500 dias-multa. Deixou, contudo, de aplicar o redutor previsto no art. 33, §4º, do referido diploma legal, sob o argumento de que a conduta de traficar drogas já pressupõe a participação do agente em uma organização criminosa. Ademais, o magistrado também fixou o regime inicial fechado para o cumprimento da pena.
Discorra sobre a estratégia defensiva a ser aduzida no recurso de apelação no tocante à aplicação da causa de diminuição em questão.
Questão 4: Maria foi presa em flagrante na posse de 20 porções de cocaína, com peso total de 15 gramas, e denunciada pela prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006. Após o recebimento da denúncia e o regular trâmite processual, com a devida instrução do feito, o magistrado competente concluiu pela comprovação da materialidade e da autoria do delito, condenando a ré às penas do delito em questão.
A ré Maria não ostenta maus antecedentes (condenações transitadas em julgado ou cumprimento de pena com mais de 5 anos), mas é reincidente em crime de furto. Houve a confissão espontânea integral por parte da ré. Maria ainda possuía 19 anos à época dos fatos.
Como o juiz elaboraria o cálculo da respectiva pena a ser cumprida pela ré?
Teste de Aprendizagem: Lei de Drogas, art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Sobre tipo penal acima, assinale a alternativa INCORRETA:
Trata-se de um crime de perigo concreto.
Fundamentação: Está errada a alternativa que possui a seguinte redação:“Trata-se de um crime de perigo concreto”. Há um alargamento legislativo da noção de tráfico de drogas, fenômeno comum em crimes de perigo abstrato, a fim de evitar, de modo mais eficaz, a colocação em risco do bem jurídico tutelado (saúde pública, in casu).
Questão 5 - No ano de 2021, o Ministério Público denunciou Mário pela suposta prática do crime previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/89, consistente no ato de discriminar e buscar a segregação de judeus em um programa de rádio transmitido no ano de 1996.
Você, na qualidade de juiz, ao realizar o exame de admissibilidade da peça inicial acusatória, reconheceria a incidência de prescrição da pretensão estatal punitiva?
RESPOSTA ESPERADA
Não há dúvidas de que o art. 6º, inciso XLII, da Constituição Federal prevê a imprescritibilidade do crime de racismo. A questão, aqui, é a interpretação da amplitude de tal previsão constitucional.
Há, portanto, duas posições possíveis:
A primeira seria a de reputar imprescritível a conduta praticada por Mário, levando em consideração a evolução histórica dos conceitos de raça e racismo, bem como a atual posição do STF após o julgamento do Caso Ellwanger, quando houve uma clara ampliação da noção de racismo para o fim de abarcar não apenas os casos envolvendo “raça” ou cor de pele, mas também qualquer tipo de discriminação em face de grupos de pessoas ligadas por questões étnicas, como, por exemplo, os judeus.
Nesse caso, portanto, o raciocínio seria o seguinte: Mário cometeu um crime de racismo, ainda que direcionado contra um grupo étnico. A Constituição Federal prevê a imprescritibilidade do crime de racismo. Logo, o crime cometido por Mário é imprescritível. A denúncia poderia ser recebida pelo magistrado, uma vez preenchidos os demais requisitos legais.
Já a outra posição possível seria no sentido de interpretar de maneira restrita a menção do Constituinte originário ao “crime de racismo”, ainda em 1989, antes, pois, da interpretação atribuída pelo STF no julgamento do Caso Ellwanger. Nessa hipótese, o entendimento seria o de que o Constituinte originário teria imposto a grave cláusula de imprescritibilidade para os casos de discriminação envolvendo “raça” e cor de pele, especialmente contra os negros, haja vista o arcabouço histórico de discriminação racial no Brasil.
Nessa linha de raciocínio, seguindo tal entendimento, ainda que Mário tenha, em tese, cometido o delito previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/89, não teria cometido um crime imprescritível, haja vista a interpretação restritiva do dispositivo constitucional correspondente. A consequência lógica, nesse caso, seria o reconhecimento da incidência da prescrição da pretensão estatal punitiva na espécie.
Teste de Aprendizagem: Em relação ao tema da discriminação racial, é correto afirmar: 
"Resposta correta: O aparato normativo de proibição da discriminação racial, no Brasil, possui origem no fenômeno de internacionalização dos direitos humanos.
Fundamentação: Como estudamos em aula, o aparato normativo constitucional e legal pátrio de combate à discriminação racial encontra origem no fenômeno de positivação dos direitos humanos em diplomas internacionais, com a consequente adoção de tais preceitos pelas Constituições dos países signatários. Há, portanto, um conjunto normativo externo (internacional) e interno quando se fala em direitos fundamentos, incluindo, aí, a vedação à discriminação racial e ao preconceito de todo e qualquer gênero. As demais alternativas estão erradas porque a ciência, no estágio atual, não mais reputa possível dividir os seres humanos em raças, existindo, na verdade, tão somente etnias, haja vista a similitude dos códigos genéticos na sociedade; o crime de racismo possui pena de reclusão, e não detenção, como previsto na própria Constituição Federal (art. 5º, inciso XLII); e a doutrina nacional entende, de modo majoritário (mas não unânime), que os crimes previstos na Lei nº 7.716/89 exigem o elemento subjetivo específico do tipo."
Questão 6 - Péricles, na condição de presidente de um clube esportivo, impediu o acesso de Leandro às dependências do clube em razão do inadimplemento das mensalidades. Leandro, por sua vez, ofendeu-se e foi ao distrito policial noticiar tal fato, acrescentando, contudo, que a motivação de Péricles teria sido de cunho discriminatório em razão da religião muçulmana de Leandro.
Por consequência, Péricles foi indiciado, denunciado e condenado em juízo pela suposta prática do crime previsto no art. 9º da Lei nº 7.716/89;
Pergunta-se: andou bem o magistrado? Qual deve ser a tese defensiva a ser ventilada nas razões do recurso de apelação?
RESPOSTA ESPERADA
Não agiu corretamente o magistrado, haja vista a ausência de dolo específico de Péricles na hipótese em apreço.
Em outras palavras, embora tenha havido o dolo genérico de Péricles no sentido de obstar a entrada de Leandro, o motivo de tal ação foi o fato de Leandro estar inadimplente no clube, não tendo pago as respectivas mensalidades, devendo tal medida ser permitida pelas normas internas da associação.
Não houve, portanto, qualquer intenção discriminatória ou preconceituosa por parte de Péricles ao realizar tal medida.
Deverá a defesa de Péricles, nas razões do recurso de apelação, discorrer sobre a existência de elemento subjetivo específico do tipo penal do art. 9º da Lei nº 7.716/89, devendo ser comprovada pelo órgão acusatório a real intenção discriminatória por parte do agente ao impedir o ingresso da vítima no local em questão.
Nessa linha de raciocínio, inexistente a comprovação do elemento subjetivo específico do tipo, não há falar em tipificação do delito, mostrando-se ausente qualquer prova da materialidade delitiva, o que torna de rigor a absolvição de Péricles, pleito que deverá ser formulado no recurso de apelação.
Teste de Aprendizagem - No estudo da Lei nº 7.716/89, assinale a alternativa incorreta: Fundamentação: “ O presidente de uma empresa pode responder por crime relacionado à discriminação racial pelo simples fato de sua posição hierárquica.” O presidente ou qualquer executivo de uma empresa somente responderá por crime de discriminação racial se houver a efetiva comprovação de sua participação no caso concreto, como, por exemplo, no caso de ter participado da elaboração e publicação de uma charge racista, sob pena de responsabilidade penal objetiva.
Questão 7 - Caio, proprietário de um restaurante, resolve colocar na entrada de seu estabelecimento uma placa informando estar proibida a entrada de muçulmanos no local. Tício, que é muçulmano e passava no local exatamente nesse momento, sente-se incomodado e resolver tirar satisfações com Caio, indagando-o acerca de tal procedimento discriminatório. Caio, então, responde de forma chula e grosseira, da seguinte forma: “É isso mesmo. A partir de agora será assim. E passar bem, seu terrorista filho da p***”.
Na qualidade de representante do Ministério Público, efetue a capitulação da denúncia, individualizando as condutas delitivas eventualmente praticadas por Caio.
Teste de Aprendizagem - Quanto ao tipo penal do art. 20 da Lei nº 7.716/89, é correto afirmar: "Resposta correta: Segundo a jurisprudência atual do STF, tal tipo penal não engloba a homofobia.
Fundamentação: Conforme mencionamos em aula, o STF atualmente entende que a homofobia não é abrangida pela Lei nº 7.716/89. Há, contudo, mandado de injunção em curso sobre o tema, além de diversas discussões legislativas sobre a criminalização da homofobia. As demais alternativas estão erradas: o crime de racismo não se confunde com o de injúria racial, um tendo conteúdo generalizante segregacionista, ao passo que o outro é específico contra determinada pessoa, buscando-se ofender a honra subjetiva da vítima com espeque em palavras de cunho racista e preconceituoso. Ademais, a competência para o julgamento, nesses casos, é em regra da Justiça Estadual, mas há competência da Justiça Federal na hipótese de delito transnacional. Por fim, no julgamento do Caso Ellwanger, como vimos, o STF concluiu, por maioria, que aigualdade e a dignidade da pessoa humana possuem status de “sobreprincípios”, preponderando nos casos de conflito com o direito à liberdade de expressão e manifestação."

Outros materiais