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Aula 23 - Noções Gerais de Sensibilidade

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Bases Morfofuncionais – IV 
Noções Gerais de Sensibilidade 
- A construção da cognição se faz através das 
sensações e percepções. 
- Sensação: quando nosso sistema detecta um 
es=mulo. 
- Percepção: conjunto de processos aAvos pelos 
quais selecionamos e interpretamos as 
sensações (córtex). 
- Com isso o cérebro interpreta suas impressões 
do mundo e de si para lhes atribuir um 
significado cogniAvo. 
! A sensibilidade pode ser: 
- SomáAca: relacionada com a sensibilidade do 
meio externo. 
- Visceral: relacionada a sensibilidade do meio interno. 
! Tipos de sensibilidade quanto à localização do receptor: 
- ExterocepAva: térmica e álgica (dor) e tato epicríAco e protopáAco – menor mielinização e 
baixa velocidade de condução, menos epicríAco. 
- PropriocepAva: consciente e inconsciente – muita mielina e maior velocidade de condução. 
- EnterocepAva: viscerais. 
! Somestesia: 
- Sensibilidade geral que é superficial (tato, temperatura, pressão e dor) ou profunda 
(propriocepção, vibração e tato epicríAco). 
- Especial: visão, audição, gustação, olfação e vesAbular. 
! Propriedades gerais: 
- Todas as vias sensoriais possuem certos elementos em comum: 
1. Es=mulo (energia Ssica). 
2. Receptor sensorial (transdutor: converte o es=mulo em um sinal intracelular que 
normalmente é uma mudança no potencial de membrana que aAnge o limiar). 
3. São gerados potenciais de ação (transmiAdos de um neurônio sensorial até o SNC). 
4. Integração dos sinais de entrada. 
• Receptores: 
- Estrutura responsável por captar e fazer a 
transdução do es=mulo (transforma es=mulos 
Ssicos/químicos em aAvidade bioelétrica). 
- Pode ser classificado pela natureza do es=mulo ou 
pela morfologia. 
- Cada receptor capta um es=mulo específico ! 
especificidade. 
! Receptores sensoriais: transdutores que 
convertem os es=mulos em sinais elétricos (potencial de ação). 
- Esses receptores podem ser simples, como terminações nervosas livres ou terminações 
nervosas encapsuladas. 
 
! Classificação morfológica: 
- Receptores especiais: são complexos e se relacionam com o neuroepitélio (reAna) e fazem 
parte dos órgãos especiais dos senAdos (visão, audição e equilíbrio, gustação e olfação). Todos 
localizados na cabeça. 
- Receptores gerais: localizados em todo o corpo, fazem parte do sistema sensorial somáAco 
que compreende tato, temperatura, dor e postura corporal (propriocepção). 
! Classificação quanto à natureza do es,mulo (fisiológica): 
A) Quimiorreceptores: receptores sensíveis a es=mulos químicos (como olfação e gustação), e 
detectam alterações de oxigênio. 
B) Osmorreceptores: receptores capaz de detectar alterações de pressão osmóAca. 
C) Fotorreceptores: receptores sensíveis a luz (cones e bastonetes de reAna). 
D) Termorreceptores: receptores capaz de detectar frio e calor. São terminações nervosas 
livres. Alguns se localizam no hipotálamo e detectam variações na temperatura sanguínea. 
E) Nociceptores: receptores aAvados por es=mulos mecânicos, térmicos ou químicos em 
intensidade suficiente para causar lesão e dor. São terminações nervosas livres. 
F) Mecanorreceptores: aqui se situam os receptores de audição e equilíbrio do ouvido interno, 
do seio caro=deo (sensíveis a mudança de pressão), nos fusos neuromusculares e órgãos 
neurotendinosos sensíveis ao esAramento de músculos e tendões e de vísceras. Além dos 
receptores cutâneos responsáveis pelo tato, pressão e vibração. 
- Exteroceptores: localizados na superScie externa do corpo e são aAvados por agentes 
externos como calor, frio, pressão, luz e som. 
- Proprioceptores: localizados mais profundamente, nos músculos, tendões, ligamentos e 
capsulas arAculares. Esses es=mulos podem ser conscientes ou inconscientes. Os es=mulos 
propriocepAvos conscientes aAngem o córtex e permitem a percepção do corpo e espaço, pelo 
individuo, mesmo de olhos fechados. 
- Interoceptores: localizados nas vísceras e nos vasos. Dão origem as sensações viscerais como 
fome, sede e dor visceral. Grande parte desses impulsos são inconscientes. 
! Classificação quanto à morfologia do receptor: 
- Simples: os receptores simples são neurônios com terminações nervosas livres. Eles podem 
possuir axônios mielinizados ou não mielinizados. São os mais frequentes. ! levam 
principalmente dor e temperatura (elevadas), também se relacionam com os folículos pilosos. 
Discos de Merkel: pequenas arborizações das extremidades das fibras mielínicas que terminam 
em contato com as células epiteliais especiais, envolvido no tato e pressão con=nua. 
Nociceptores: sinalizam que o tecido está sendo lesado ou em risco de lesão. Sua aAvação leva 
a experiencia consciente de dor. A maioria é polimodal (responsável por mais de um Apo de 
es=mulo). Estão presentes na maioria dos tecidos corporais (incluindo ossos e órgãos internos), 
estão ausentes no encéfalo e presentes apenas nas meninges. Se relacional com a liberação de 
bradicinina, histamina, prostaglandinas e substância A. 
Termorreceptores: sensações não dolorosas de calor ou frio. 
- Encapsulados: os receptores neurais complexos têm terminações nervosas envoltas por 
cápsulas de tecido conjunAvo. Esta ilustração mostra um corpúsculo de Pacini, envolvido com o 
senAdo do tato. 
Corpúsculo de Pacini: detectam vibração e pressão em alta frequência. Emitem apenas 1 ou 2 
potenciais de ação para cada es=mulo. Adaptam-se em milissegundos. São os receptores 
maiores e com distribuição ampla, localizados principalmente no tecido conjunAvo subcutâneo 
das mãos e pés, além dos septos intermusculares e periósteo. 
Corpúsculo de Meissner: receptor para tato epicríAco (fino – discriminatório) e vibração. 
Localizados nas papilas dérmicas (principalmente nas mãos e pés). Captam os mesmos 
es=mulos que os corpúsculos de Pacini, porém de forma mais lenta. 
Corpúsculos de Ruffini: ocorrem nas papilas dérmicas, na pele espessa das mãos e pés e na 
pele pilosa do resto do corpo. Detectam tato e pressão. 
Fusos neuromusculares: pequenas estruturas em forma de fuso, situados nos ventres dos 
músculos estriados esqueléAcos. 
Órgãos neurotendinosos: receptores encontrados na junção dos músculos estriados com seu 
tendão. São aAvados pelo esAramento do tendão, em casos de contração passiva (gravidade) 
ou aAva (contração do músculo). 
- Não neurais (células especializadas): a maioria dos receptores dos senAdos especiais são 
células que liberam neurotransmissores em neurônios sensoriais, iniciando um potencial de 
ação. A célula ilustrada é uma célula ciliada (pilosa) encontrada na orelha interna. 
 
• Transdução: 
- EsAmulação sensorial (receptor): é o processo em que uma modalidade de energia do 
ambiente interage com um receptor apropriado. 
- Transdução sensorial: é o processo pelo qual o es=mulo do ambiente aAva um receptor e é 
converAdo em energia elétrica. 
Mecanorreceptor: força mecânica ! deformação do receptor ! abertura do canal (entrada de 
Na+) ! despolarização. 
Quimiorreceptor: sinal químico ! segundo mensageiro ! abertura do canal de sódio ! 
despolarização. 
Fotorreceptor: luz ! captação do fóton ! segundo mensageiro ! abertura do canal de sódio 
! despolarização. 
- Transformação de 
energia em um sinal 
elétrico: 
! Um neurônio 
sensorial tem um 
campo recepAvo: 
- Os neurônios somatossensoriais e visuais são aAvados pelos es=mulos que ocorrem dentro 
de uma área Ssica específica (campo recepAvo). 
- Está associado a um neurônio sensorial primário na via, o qual, faz sinapse com um neurônio 
do SNC (neurônio sensorial secundário). 
- Cada receptor 
sensorial possui um campo de recepção de es=mulo que corresponde a sua área de inervação. 
O tamanho do campo varia conforme a região do corpo: nas mãos e face, são pequenos e 
numerosos em comparação a outras partes do corpo que são grandes. 
• Fibras condutoras: 
! Caminho da via sensorial: 
1. Receptor: é sempre uma terminação nervosa sensível ao es=mulo que caracteriza a via. 
Dessa maneirahá sempre receptores especializados para cada uma das modalidades da 
sensibilidade. 
2. Trajeto periférico: compreende um nervo espinal ou craniano e um gânglio sensiAvo anexo a 
este nervo. 
3. Trajeto central: no seu trajeto pelo SNC, as fibras que consAtuem as vias aferentes se 
agrupam em feixes (tratos, fascículos e lemniscos) de acordo com as suas funções. 
4. Área de projeção: está no córtex cerebral ou cerebelar. No primeiro caso, a via nos permite 
disAnguir os vários Apos de sensibilidade (é inconsciente). No segundo caso, o impulso não 
determina qualquer manifestação sensorial e é uAlizado pelo cerebelo para a realização da sua 
função de integração motora (a via é inconsciente). 
! Propriedades do es=mulo: 
- Modalidade: táAl, propriocepAva, térmica e dolorosa. 
- Localização: qualquer região do corpo. É codificada de acordo com quais campos recepAvos 
são aAvados. 
- Intensidade: fraco, forte. 
- Duração: curta longa. A duração do es=mulo é codificada pela duração da série de potenciais 
de ação no neurônio sensorial.

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