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CISTITE E TUMORES UROTELIAIS ●INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) -Inflamação patogênica do trato urinário superior ou inferior, predominantemente por bactérias gram negativas. ●FATORES DE PROTEÇÃO DAS VIAS URINÁRIAS: • Esvaziamento completo da bexiga durante a micção • PH ácido • Alta concentração de uréia • Presença de uromodulina e secreções mucosas de uroepitélio • Competência da junção ureterovesical • Competência do esfíncter uretral • Resposta imune protetora uroepitelial ●PATOGÊNESE: 1.Ascendente ou urinária: via mais comum, as bactérias do meio externo atingem as vias urinárias. 2.Hematogênica ou descendente: Pode atuar concomitantemente com a ascendente, ass bactérias pelo sangue chegam ao sistema urinário a partir de focos em outros órgãos (endocardite, infecção pulmonar, septicemia etc). 3.Linfática: através de conexões linfáticas entre o trato urinário inferior e superior com o intestino que favorecem essa rota de contaminação, a disseminação da infecção dentro do rim também pode ser feita . ●CISTITES: >Classificação: 1.Não complicado: ausência de anormalidades anatômicas ou funcionais 2.Complicado: presença de fatores anatômicos ou sistêmicos que aumentam a chance de infecção. >Fatores de risco: -Sexo masculino -Diabetes, -Imunossupressão -Nosocomial -Ostrução do fluxo vesical (hipertrofia da próstata, estenose uretral), -Bexiga neuropática (esclerose múltipla, diabetes mellitus), cateterismo ou stent de ureter etc. 1.AGUDA: -Infecção por invasão bacteriana do urotélio da bexiga por bactérias que migram do reto, como bactérias do períneo e da vagina. -Em homens pode ser um indício de hiperplasia prostática, tumor de próstata e etc. -Geralmente bactérias Gram negativas, como E.coli. 2.CRÔNICA: -Infecção devido tratamentos antineoplásico, alergia alimentar, srubaguda etc. 1.Cistite intersticial: -Ocorre mais em mulheres -Caracterizada por dor sufrapúbica intermitente, frequência urinária, urgência, hematúria e disúria, hemorragias puntiformes na mucosa da bexiga. -MICROSCOPIA: inespecífica e inclue lacerações da mucosa, infiltrado inflamatório crônico composto de linfócitos, macrófagos e células plasmáticas. A contagem de mastócitos pode estar aumentada na muscular própria. -MACROSCOPIA: cistectomia revela um grande espessamento da parede da bexiga, capacidade reduzida e mucosa urotelial inflamada. -DIAGNÓSTICO: biópsia da bexiga. 2.Cistite Folicular: -MACROSCOPIA: presença de folículo linfóide na lâmina com centro germinativo de aparência normal. A cistite folicular também pode ser observada após a terapia para carcinoma urotelial papilar de alto grau ou CIS urotelial. 3.Cistite Eosinofílica: -Muitos casos são idiopáticos, mas outros tem uma causa específica como como cirurgia prévia, reação alérgica a um medicamento ou alimento, resposta a uma infecção parasitária, como esquistossomose, ou doenças vasculares do colágeno sistêmico. -MICROSCOPIA: lâmina própria com intenso infiltrado eosinofílico. Muitos casos são idiopáticos. Em outros, uma causa específica pode ser identificada, como cirurgia prévia, reação alérgica a um medicamento ou alimento, resposta a uma infecção parasitária, como esquistossomose, ou doenças vasculares do colágeno sistêmico. 4.MALACOPLAQUIA: -Parece resultar de defeitos adquiridos na função dos fagócitos em uma infecção crônica especialmente por E. coli. -MICROSCOPIA: coloração do ácido periódico de Schiff (PAS). Observa-se macrófagos com citoplasma granular PAS positivo e vários corpos de Michaelis-Gutman densos e redondos, cercados por espaços claros artefatuais, no campo médio superior (seta). >QUADRO CLÍNICO: -Os idosos além de ter uma apresentação típica, tendem a ter um estado mental alterado, letargia e fraqueza generalizada. >DIAGNÓSTICO: • Urinálise com microscopia • Piúria • Nitritos • Cilindros de leucócitos • Urocultura (> 100.000 bactérias) • Leucócito Esterase DIFERENCIAL: • Cervicite • Epididimite • Prostatite • Sífilis • Uretrite • Vulvovaginite TUMORES UROTELIAIS -Representam 90% de todos os tumores da bexiga. >Lesões etiológicas mais comuns: Invasivo= invadiu lamina própria ou muscular também >FATORES DE RISCO: 1.Tabagismo, aumenta o risco de três a sete vezes, dependendo da duração e do tipo de uso do tabaco. 2.Exposição industrial a arilaminas, particularmente 2-naftilamina e compostos relacionados, como indicado na discussão anterior sobre carcinogênese química. 3.Uso de analgésicos em longo prazo. 4.Exposição a ciclofosfamida por longo prazo, um agente imunossupressor que induz cistite hemorrágica e aumenta o risco de câncer de bexiga. 5.Irradiação, aumenta o risco de carcinoma urotelial, que ocorre muitos anos após a irradiação >ASPECTOS MOLECULARES: -Mutação de perda de função do TP53 e RB = tumor de alto grau -Mutações de ganho de função em FGFR3 -Mutações de ativação do oncogene HRAS -Perdas de material genético no cromossomo 9, as deleções 9p (9p20) abrangem uma região que inclui o gene supressor de tumor CDKN2A, que codifica o inibidor de cinase ciclina-dependente p16/INK4a e ARF, uma proteína que aumenta a função de p53 -Gene supressor tumoral sendo o alvo de deleções no cromossomo 9q, incluindo PTCH e TSC1. -Desses tumores, uma minoria podeperder a função de TP53 e/ou RB e progredir para a invasão. -Na via mais agressiva, lesões não invasivas planas ou papilares de alto grau são iniciadas por mutações de TP53, com a perda do cromossomo 9 e a aquisição de outras mutações segue-se a progressão para invasão. >CURSO CLÍNICO: • Hematúria indolor • Frequência e urgência urinária • Disúria >Prognóstico: -Depende do grau histológico e do estágio ao diagnóstico. -O desafio clinico é detectar precocemente para acompanhamento adequado.