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PENSAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO 5

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Nesta webaula será apresentado aspectos políticos do país no período do governo de Juscelino Kubitschek. 
O governo JK 
Durante o governo JK, pelo menos ideologicamente, a ideia para alavancar o desenvolvimento do país era o do
nacional-desenvolvimentismo, elaborado pelo grupo composto por Hélio Jaguaribe e demais �guras do Instituto
Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), que defendia a participação do Estado no aporte �nanceiro e legislativo
para incentivar a indústria nacional a crescer. Contudo, segundo Abreu (2010), o que acabou ocorrendo foi uma
parceria que também incluiu o capital estrangeiro, tanto na forma de �nanciamento quanto da vinda de diversas
empresas multinacionais ao país. Ainda assim, não podemos negar que o governo incentivou a indústria nacional
e fez uso da política nacionalista de forma abrangente, principalmente nas décadas de 1950 e 1960. 
O ISEB não foi um órgão totalmente unido. Em 1958, as diferenças ideológicas cresceram tanto que ocorreu
uma divisão no grupo. Havia aqueles que defendiam os ideais originais do instituto, como no
desenvolvimento centralizado no nacionalismo e no fomento da indústria nacional. O outro grupo defendia
as ações do governo JK, que possibilitaram tanto a entrada de empresas estrangeiras no país quanto a vinda
de capitais externos para alavancar a industrialização, pois consideravam que, por promoverem o
desenvolvimento, podiam ser consideradas nacionalistas. 
As ações do ISEB não duraram muito tempo. Após o término do governo JK e do conturbado período de Jânio
Quadros, os militares que depuseram o presidente João Goulart, em 31 de março de 1964, decretaram a extinção
do ISEB pouco depois, em 13 de abril. 
O governo JK cumpriu o objetivo de alavancar a
industrialização do Brasil, incrementando
principalmente o setor automobilístico. A inauguração
de Brasília, em 1960, parecia dar início a uma nova era
no país. Mas, o que era otimismo se transformou em
pessimismo na passagem para os anos 1960. O
governo aumentou enormemente a dívida externa,
contraiu empréstimos com o FMI e, posteriormente,
decretou a moratória.  
Escultura de Juscelino Kubitschek em Brasília 
Fonte: Shutterstock. 
Pensamento Político Brasileiro 
A crise política e o golpe militar 
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! 

O preço da política desenvolvimentista seria cobrado no tumultuado período de 1961-1964, no qual tivemos a
renúncia de um presidente, um momento parlamentarista e um golpe militar. 
Militares nacionalistas 
Segundo Fausto (2004), os militares viram seu prestígio crescendo desde o �nal da Segunda Guerra Mundial e,
com grande participação nos governos, aos poucos se tornaram costumeiros nos corredores do poder brasileiro.
Nesse sentido, a Revista do Clube Militar tornou-se uma referência, especialmente para aqueles interessados em
política e nas estratégias de desenvolvimento para a nação, segundo a vertente que defendia a intervenção
militar, ou, no mínimo, uma maior participação dos militares no governo seria positiva para afastar o “perigo” do
comunismo do país. 
Com relação à participação dos militares nas ações do governo, especialmente no período Juscelino Kubitschek,
Benevides (1979) a�rma que as poucas crises do período relacionadas aos militares foram solucionadas
internamente. Para a autora, grande parte do sucesso das relações entre JK e os militares se deve pela ação do
general Henrique Lott, o autor do golpe preventivo que garantiu a posse de JK. Ainda segundo a mesma autora,
apesar da boa intermediação entre governo e militares, ocorreu um interessante confronto ideológico nas forças
armadas entre os militares nacionalistas e os militares antinacionalistas. 
Percebe-se que o grupo dos militares, mesmo antes do golpe de 1964, era dividido, o que gerou a formação de
duas linhas de controles durante a ditadura: os militares da “Sorbonne” e os da “Linha Dura”. Também é
interessante perceber que, em certa medida, as relações políticas acabam se afastando da política: o presidente
Juscelino Kubitschek foi opositor do governo ditatorial imposto a partir de 1964, mesmo assim, membros do seu
governo ou que pelo menos in�uenciaram as suas ações, como do ISEB, dialogavam com pessoas que viriam a ser
in�uentes durante a ditadura, como os membros do Clube Militar. 
O golpe militar 
O presidente João Goulart percebeu que não conseguiria implantar as Reformas de Base pela via democrática do
Congresso. Por isso, anunciou em um grande comício na Central do Brasil (13 de março de 1964) e, por decreto,
fez as reformas. Foi o auge das tensões políticas e sociais do Brasil em 1964.  
Entre os dias 31 de março e 1º de abril, os chefes militares do I e do II Exército marcharam para Brasília. João
Goulart, percebendo a gravidade da situação e sem apoio, voou para Porto Alegre para evitar um possível
combate com os militares. Auro Moura Andrade, presidente do Senado, declarou vago o cargo da presidência
antes mesmo do avião de Goulart pousar em Porto Alegre. O presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, assumiu a
presidência de maneira �ctícia, pois os militares já estavam no poder. 
No período militar, a política social foi utilizada para compensar o cerceamento das liberdades. Aproveitando-se
de um ciclo econômicos internacional favorável, com recursos vindos de outros aliados capitalistas, como os EUA,
o governo continuou os esforços pela industrialização presentes na política desenvolvimentista. Tais condições
permitiram à ditadura brasileira uma vantagem: enquanto os demais países ditatoriais da América Latina
conviveram com crises econômicas, no Brasil, o fortalecimento das estatais e das indústrias e o apoio do capital
estrangeiro proporcionaram as bases do milagre econômico, mesmo que a reboque viesse uma tragédia social. 
Para auxiliar nos estudos, leia a tese de doutorado  Os Militares e o Conceito de Nacionalismo: Disputas Retóricas
na Década de 1950 e Início dos Anos 1960, que nos mostra um panorama interessante sobre os rumos políticos
do Brasil nas décadas citadas. Vale a pena a sua leitura, em especial, dos capítulos 5 e 6. 
Para fazer um contraponto sobre o que foi estudado, leia o artigo Conservadorismo: perspectivas
conceituais, em que são analisados alguns dos autores e das perspectivas principais do pensamento
conservador. 
Nesta webaula foi apresentado temas cronologicamente colocados nas décadas de 1950 e 1960. Contudo, ainda
permanecem atuais, pois muitos problemas e situações políticas colocadas naquele período ainda reverberam
atualmente. Por exemplo: a necessidade de industrializar mais algumas regiões do Brasil, o debate entre a direita
e a esquerda na política ainda é muito atual e os problemas sociais, como a desigualdade social, ainda estão
presentes

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