Estudos literários: gêneros, identidades, etnias e representações - avaliação final

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GABARITO | Avaliação Final (Objetiva) - Individual Semipresencial
(Cod.:671064)
Peso da Avaliação
3,00
Prova
32234273
Qtd. de Questões
12
Acertos/Erros
12/0
Nota
10,00
A questão das identidades de gênero encontra um espaço de reflexão privilegiado na literatura. De fato,
o texto literário é um espaço de diálogo entre diversas correntes sociais e tendências do comportamento
humano. Assim, muitas o vezes o que não é aceito concretamente no plano social pode, entretanto, ser
expresso no meio literário por meio de personagens que retratam tipos sociais. Isso se deve ao fato de que o
gênero na literatura é:
A
Uma forma de representação do social em que as relações entre homem e mulher são observadas de um
ponto de vista crítico, ainda que de forma lúdica ou imaginária.
B
Uma forma de representação para a qual a questão do gênero sexual passa a ser irrelevante, importando
apenas a vida imaginária dos personagens.
C Um consórcio entre fatos vividos e fatos imaginados através das narrativas.
D
Um elo entre o processo social e o processo artístico, que trata das especificidades da literatura em
sociedade.
O estudo das relações étnico-raciais deságuam em temáticas de alta relevância na contemporaneidade,
como são o preconceito social, o racismo etc. O racismo, por exemplo prestou-se à justificação do domínio
colonialista europeu sobre diversos povos, como ocorreu, por exemplo, com os povos africano, americano e
oriental. A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(    ) A ideia de hierarquização das raças, que aplicava teorias evolucionistas para a compreensão das
diferentes culturas, é uma das bases históricas do racismo.
(    ) As comparações entre culturas superiores e culturas inferiores geralmente se fez sobre bases de
sociedades mais desenvolvidas sob aspectos tecnológicos, militares e de riqueza material. Nesse sentido,
culturas fundadas sobre a harmonia e a paz entre os povos se classificariam como culturas inferiores.
(    ) As teorias eugênicas, cujas próprias bases etimológicas apontam a harmonia entre as diferenças
biológicas do humano, propugnavam a igualdade racial dos povos.
(    ) Racismo, mais do que um conceito, é uma forma de conduta ideológica baseada na suposta
superioridade de uma raça ou etnia sobre outras dela diferentes.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A F - F - V - F.
B V - F - V - F.
C V - V - F - V.
D F - F - V - V.
Considerado o autor africano de maior popularidade na literatura de língua portuguesa, o escritor Mia
Couto é, inclusive, admirador da prosa brasileira, especialmente do regionalismo universal do mineiro João
Guimarães Rosa, chegando a ter sua ficção comparada a do grande gênio brasileiro. A partir dessa reflexão,
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Ewerton da Silva Marinho
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criação de novas palavras, nos neologismos tão proclamados e caros ao escritor mineiro.
(    ) O toque regionalista da ficção de Mia Couto tematiza a cultura e a vida do povo moçambicano, em tudo o
que nelas há de trágico e fantástico.
(    ) Devido a ter recebido maior influência da literatura brasileira do que da literatura portuguesa, a ficção
de Mia Couto não reflete sobre o colonialismo português em Moçambique.
(    ) Escritor legitimamente africano, Mia Couto não deixou escapar a diversidade étnica do continente em
suas narrativas, apropriando-se de temáticas de cunho pós-colonialista.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A V - V - F - V.
B V - F - F - F.
C F - F - V - F.
D V - F - V - F.
O conceito de Gênero, ainda que esteja presente apenas transversalmente em algumas disciplinas
escolares, trata de uma temática importante na atualidade. Ele surgiu na década de 1970 do século XX aliado
ao avanço do pensamento feminista, dessa forma diferenciando duas dimensões ligadas à ideia de gênero:
uma dimensão biológica e uma dimensão social. A partir dessa reflexão, assinale a alternativa CORRETA:
A
A ideia de gênero revela que ser homem ou ser mulher é mais resultado de uma construção social do que
anatômica, enquanto ser macho e ser fêmea liga-se mais propriamente a uma determinação biológica.
B
A discussão em torno do gênero inova ao evidenciar a força biológica e anatômica dos corpos no jogo
social.
C
A discussão em torno da temática de gênero, ao aliar-se ao movimento feminista, implica em reconhecer
seu mútuo surgimento, isto é, que ambos surgiram em torno da década de 1970.
D
Ser macho e ser fêmea da espécie humana concerne a uma dimensão social, que é central na discussão
acerca de gênero.
A literatura na era digital, prescindindo do uso do livro, marca um divisor de águas na medida em que
promove uma revisão do poder mágico conferido ao objeto livro, objeto que historicamente transcendeu a
funcionalidade de ser um mero suporte para o pensamento e para os textos. Assim, é possível verificar a
mudança de suportes através do tempo, desde antes da aparição do livro até os recentes suportes
tecnológicos A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(    ) Suporte é um meio físico ou virtual que serve de base para materialização dos textos, nesse sentido não
faz sentido uma hierarquização de qual suporte é melhor que outro.
(    ) Os suportes devem ter uma relação direta entre os efeitos que se deseja comunicar, por isso devem ser
pensados sob o paradigma da adequação, isto é, qual suporte é mais adequado para tal fim comunicativo.
(    ) Antes da imprensa e a invenção do livro, os suportes comunicativos e literários tinham a inviabilidade de
serem muito perecíveis, como no uso da argila e do papiro.
(    ) A invenção chinesa do papel foi fator determinante para o surgimento do suporte livro, cuja expansão
radical se daria com outro invento, a imprensa de Gutemberg.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A V - V - V - V.
B F - V - V - F.
C V - V - F - F.
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O mercado livreiro, tradicionalmente, era um negócio de pequenas e médias empresas que tomavam
suas próprias decisões de mercado, inclusive aquelas que faziam parte, em forma descentralizada, de
corporações maiores. A chegada do mercado global e a introdução de atores globais, em particular no
mercado do e-book, é uma mudança importante neste cenário. Diante do exposto, assinale a alternativa
CORRETA:
FONTE: SPINAK, Ernesto. Livros eletrônicos - mercado global e tendências - Parte II: A publicação do livro
impresso e digital no contexto mundial. Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2016/07/13/livros-
eletronicos-mercado-global-e-tendencias-parte-ii-a-publicacao-do-livro-impresso-e-digital-no-contexto-mundial
/#.Xi9-0mhKjIU. Acesso em: 3 maio 2021.
A O formato e-book não precisa de um suporte digital para ser acessado, o que facilita o uso.
B A expansão do e-book se deve ao fato de que toda criança tem um computador.
C As obras em e-book não são consideradas como literatura.
D Os e-books são uma oferta de conteúdos em formatos digitais.
O acesso à leitura é um bem garantido desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei nº
9.394/1996) até os documentos norteadores dos currículos nas escolas. Dessa forma, além de ser assegurada
pelo Estado, a leitura deve ser garantida por todos os que fazem parte de processo educativo; no entanto,
nosso sistema educacional ainda apresenta muitos professores que não são leitores e, por isso, propiciam ao
aluno aulas desmotivadoras e sem textos que o façam "tomar gosto" pela leitura.O texto é, na maioria das
vezes, tomado com pretexto para o preenchimento de fichas de leitura, aulas de análise linguística, avaliação.
A discussão mais crítica do texto, seja ele literário ou não, é colocada em segundo plano, quando dá tempo,
ou quando o professor encontra espaço para essa reflexão (CARVALHO, 2019, p. 37).
A partir do exposto, analise as sentenças a seguir:
I- O excerto cita a garantia dos estudantes para o acesso à leitura.
II- A leitura deve ser implementada apenas no ensino médio.
III- Na maioria das vezes, o texto é utilizado apenas para exemplo de uma questão gramatical.
IV- A discussão de um texto não enriquece o conhecimento geral e crítico do aluno.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: CARVALHO, Aluska Silva. Capítulo 1. Situando Conceitos: ler para quê? Formação de leitores de
literatura. In: CARVALHO, Aluska Silva; ARAÚJO, Denise Lino; FERREIRA, Elisa Cristina Amorim. Língua e
Literatura no ensino médio: propostas. 2.ed. Campina Grande: EDUFCG, 2019.
A As sentenças I, II e III estão corretas.
B As sentenças I e III estão corretas.
C As sentenças I, II e IV estão corretas.
D As sentenças III e IV estão corretas.
A necessidade das teorizações e de uma crítica que impulsionassem os estudos literários pós-coloniais
baseia-se na ideia de reparação dos espaços de problematização da cultura dos povos colonizados, de modo a
dar visibilidade às produções literárias de povos tidos como incultos ou selvagens. Nesse sentido, os estudos
pós-coloniais visam:
A
Corrigir o erro histórico de não incluir, no cânone literário ocidental, uma quantidade de autores
proporcionais à extensão dos territórios estudados, de forma a conferir um olhar mais democrático.
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eurocentrismo.
D
Refletir sobre os processos de colonização, quando povos superiores literariamente excluíram os valores
identitários dos povos inferiores.
Sobre a canonização da literatura, leia o texto:
"O texto, em geral encerrado na moldura do livro, transita por uma sociedade na qual existem hierarquias de
classe estratificando os indivíduos que compõem aquela sociedade. (...) O processo de canonização não pode
ser isolado dos interesses dos grupos que foram responsáveis por sua instituição e, no fundo, o cânon reflete
estes interesses e valores de classe" (REIS, 1992, p. 76).
Com base no exposto, analise as sentenças a seguir:
I- O cânone literário é construído a partir de obras literárias marginalizadas pelos críticos.
II- A Literatura, nunca irá transmitir cultura porque não interessa aos escritores.
III- O cânone literário reflete o juízo de valor de um estrato social.
IV- O texto reconhece que uma obra se torna canônica por conta dos interesses de um determinado grupo.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: REIS, Roberto. Cânon. In: JOBIM, José Luís (org.) Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
A As sentenças I e III estão corretas.
B As sentenças I e II estão corretas.
C As sentenças I, III e IV estão corretas.
D As sentenças III e IV estão corretas.
A literatura contemporânea pode ser definida, em termos literais, como aquela produzida em tempos
recentes, ou nos dias atuais. Isso provoca uma dificuldade didática, visto que a literatura moderna e pós-
moderna situou-se até a metade do século XX, portanto tudo que se produzia em 1970 e 1980 era
considerado literatura contemporânea. Acontece que agora, em plena era digital, 2000, 2010, 2020, a
literatura digital torna-se contemporânea, restando um incômodo classificatório para as literaturas marginais
produzidas nas décadas de 1970 e 1980 do século XX. A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
(    ) Nesse sentido, o contemporâneo deve ser definido de modo anacrônico, ou seja, escapando de critérios
exclusivamente cronológicos.
(    ) Nesse sentido, a literatura contemporânea deve ater-se ao que caracteriza a essência do literário, ou
seja, captar na linguagem do momento atual tudo o que seja estranho e historicamente inadequado.
(    ) Nesse sentido, o contemporâneo é um olhar sobre o instante presente, mas um olhar distanciado, que
reivindica saberes passados ou que estão correndo paralelos ao momento presente.
(    ) Nesse sentido, não há como não fazer um corte e uma seleção arbitrárias no conjunto de textos atuais,
visto que a literatura e o tempo estão em constante transformação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
A V - F - V - F.
B V - V - F - V.
C V - V - V - V.
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(ENADE, 2008) Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como
aços espalhados. Ah que medo de começar e ainda nem sequer sei o nome da moça. Sem falar que a história
me desespera por ser simples demais. O que me proponho contar parece fácil e à mão de todos. Mas a sua
elaboração é muito difícil. Pois tenho que tornar nítido o que está quase Apagado e que mal vejo. Com mãos
de dedos duros enlameados apalpar o invisível na própria lama (LISPECTOR, 1984, p. 25).
fonte: LISPECTOS, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
No trecho do romance A hora da Estrela, de Clarice Lispector, apresenta-se uma concepção do fazer literário,
segundo a qual a literatura é:
A Uma forma de resolver os problemas sociais abordados pelo escritor ao escrever suas histórias.
B
Um modo mágico de expressão, por meio do qual se de abandona a realidade histórica em favor da pura
beleza estética graças à sensibilidade do escritor.
C
Um dom do escritor que, de forma espontânea e fácil, alcança o indizível e o mistério graças a sua
genialidade.
D
Uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que não está claramente disponível na
realidade.
(ENADE, 2008) "Ao lermos, se estamos descobrindo a expressão de outrem, estamos também nos
revelando, seja para nós mesmos, seja abertamente. Daí por que a troca de ideias nos acrescenta, permite
dimensionarmo-nos melhor, esclarecendo-nos para nós mesmos, lendo nossos interlocutores. Tanto sabia
disso Sócrates como o sabe o artista de rua: "conversando também conheço o que é que eu digo". A partir
das reflexões do texto apresentado, assinale a opção correta a respeito da interação texto-leitor:
FONTE: Recepção e interação na leitura. In: Pensar a leitura: complexidade. Eliana Yunes (Org). Rio de
Janeiro: PUC- Rio; São Paulo: Loyola, 2002, p. 105 (com adaptações).
A
A aproximação, no texto, entre o que sabia Sócrates e o que sabe o artista de rua, é incoerente porque os
respectivos horizontes de expectativa são diferentes.
B
A leitura como descobrimento pressupõe uma postura pedagógica que reforça a tradição de leitura como
confirmação da fala de uma autoridade.
C
Para a leitura como descobrimento ser efetiva, é necessária a troca de ideias sobre a leitura; ler com o
outro para nos conhecermos.
D
A perspectiva apontada no texto favorece a vivência da leitura como autoconhecimento, em detrimento da
leitura como identificação da expressão do outro.
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