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Proteínas Plasmáticas, Estresse e Inflamação-Bioquímica Fisiológica

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Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 1
🥠
Proteínas plasmáticas, estresse 
e inflamação (Aula prática 4)
Quais são as duas partes que compõe o sangue?
É composto de duas partes: plasma (55% do volume total; 90% composto de 
água), meio aquoso com sais minerais, proteínas, gorduras, fatores de 
coagulação, hormônios, fibrinogênio, dentre outras substâncias imersas; e 
elementos celulares, que são os glóbulos vermelhos e brancos e as plaquetas 
ou trombócitos.
De que forma se usa a eletroforese para separar as proteínas e em quais 
grupos elas são separadas?
A técnica de eletroforese corresponde a um processo de separação das 
proteínas plasmáticas em campo elétrico em função das suas diferenças em 
relação à carga elétrica e massa molecular. Após a separação eletroforética, 
corantes revelaram cinco bandas principais que foram designadas como 
frações: albumina, α1-globulina, α2-globulina, β-globulina e γ-globulina. 
Cada uma dessas frações representa um grupo de proteínas que migram na 
mesma distância, ou seja, cada fração engloba várias proteínas, visto que se 
sabe atualmente que o plasma contém pelo menos 300 tipos diferentes de 
proteínas já identificadas. 
Quais as principais características e funções da albumina?
Proteína simples, apresentando na sua estrutura apenas aminoácidos 
(cadeia única). 
A fração albumina, sintetizada pelo fígado, constitui a maior parte das 
proteínas plasmáticas (mais de 50%). Com isso, patologias hepáticas 
comprometem, em graus variados, a sua síntese. 
Possui baixo peso molecular, além de vários grupos ionizáveis em sua 
molécula. Por tais propriedades, possui alta solubilidade e migração rápida 
na eletroforese. 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 2
É uma molécula globular elíptica e simétrica e, por isso, provoca menos 
viscosidade no sangue do que as moléculas de outras proteínas. 
É a principal responsável pela pressão oncótica do plasma (pressão 
osmótica exercida pelas proteínas do plasma que são importantes na 
regulação da troca de fluidos ao nível dos capilares). Em torno de 80% da 
ação osmótica do plasma é exercida pela albumina. Isto se deve ao seu 
baixo peso molecular e à sua carga negativa intensa, que torna a molécula 
fortemente hidrofílica e capaz de reter grande quantidade de líquido. 
Participa do transporte de diversos ligantes, tais como ácidos graxos livres, 
cálcio, certos hormônios esteróides, bilirrubina, cobre, parte do triptofano 
plasmático e diversos fármacos (sulfonamidas, penicilina G e ácido 
acetilsalicílico). 
Constitui uma reserva de proteínas para o organismo, podendo ser 
consumida em casos de desnutrição.
O que é a hipoalbuminemia e quais as suas principais causas?
É uma diminuição da concentração de albumina no plasma. A hipoalbuminemia 
é uma condição altamente inespecífica e acompanha inúmeras doenças, já que 
suas causas são fatores comuns a diversos agravos. Pode ocorrer por déficit de 
sua síntese (cirrose hepática e hepatite viral), aumento do catabolismo (infecção 
bacteriana grave, neoplasias malignas, insuficiência cardíaca congestiva, 
doenças inflamatórias e infecciosas crônicas), ingesta proteíca inadequada 
(desnutrição proteica kwashiorkor) e perdas por meio dos glomérulos renais e 
intestinos (como na síndrome nefrótica ou em enteropatias). Como sintomas, 
pode gerar ocorrência de edemas, icterícia, bradicardia, hipotensão e 
hipotermia, além de cardiomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia.
Em que casos ocorre a hiperalbuminemia?
É uma condição rara e pode ocorrer em casos de desidratação
O que é a alfa-fetoglobulina?
É uma glicoproteína que configura o principal componente proteico do plasma 
do feto humano. Está presente também no líquido amniótico. Possui as mesmas 
funções da albumina no organismo do feto e a sequência de aminoácidos das 
duas proteínas é muito semelhante. Após o nascimento a sua concentração vai 
diminuindo no plasma enquanto vai aumentando a concentração de albumina, 
de maneira que ela está presente em baixas quantidades no plasma dos 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 3
adultos. Sua concentração plasmática, porém, se eleva durante a gravidez e 
nos pacientes com hepatoma (sendo a sua dosagem útil neste diagnóstico).
Quais as duas proteínas presentes na fração pré-albumina?
Algumas eletroforeses conseguem identificar a fração pré-albumina, que migra 
mais que a albumina na direção do pólo positivo. Nela estão presentes duas 
proteínas: 
Pré-albumina ligante de tiroxina, que transporta a tiroxina pelo sangue. 
Proteína ligante de retinol, que transporta a vitamina A no plasma e é 
essencial ao metabolismo da mesma. 
Ambas são bons marcadores do estado nutricional, já que possuem curta meia 
vida (em torno de 12 horas). Se ocorrer uma desnutrição aguda, haverá 
imediata alteração em sua concentração, bem como rápida recuperação quando 
o estado nutricional é restaurado.
Quais são as principais Alfa-1 globulinas e suas funções?
Alfa-1 Antitripsina (Antiproteinase): Principal componente da fração alfa-
1. Tem síntese hepática e sua função principal é a inibição de enzimas 
proteolíticas, tais como tripsina, quimotripsina e elastase, além daquelas 
presentes nos leucócitos polimorfonucleares. Com esta ação, protege os 
tecidos saudáveis do consumo proteolítico. Seus níveis sanguíneos normais 
oscilam entre 200 a 400 mg/dl, aumentando na fase aguda de inflamações 
e diminuindo na vigência de qualquer patologia que provoque insuficiência 
hepática, alterando sua síntese (exemplos: cirrose ou hepatocarcinoma). 
Pacientes com enfisema pulmonar apresentam deficiência genética da alfa-
1 antitripsina. Nos alvéolos, a alfa-1 antitripsina, ao inibir proteases 
liberadas por leucócitos e outras células que fazem fagocitose, como os 
macrófagos, protege o parênquima da lise ou destruição que pode ocorrer 
se ela estiver deficiente ou ausente. Na vigência de infecções (exemplo: 
pneumonia) ocorre um afluxo de leucócitos para os pulmões e um aumento 
de liberação de enzimas proteolíticas e, se houver algum grau de deficiência 
de alfa-1 antitripsina, pode ocorrer injúria proteolítica do parênquima 
pulmonar. O ato de fumar oxida a metionina a sulfóxido e a torna inativa, 
impedindo a formação de complexos com as enzimas proteolíticas. Assim, 
nos fumantes existe, em graus variados, uma deficiência adquirida de alfa-1 
antitripsina podendo provocar a destruição do parênquima pulmonar e o 
surgimento do enfisema.
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 4
Alfa-1 Glicoproteína Ácida: Capaz de se ligar ao estrógeno para fazer o 
seu transporte sanguíneo. É uma mucoproteína (possui elevado teor de 
carboidrato) e, por isso, faz parte do grupo das “proteínas de fase aguda”, 
que podem ser dosadas no sangue fora da eletroforese.
Quais são as principais Alfa-2 globulinas e suas funções?
Alfa 2-Macroglobulina
Proteína inibidora de proteases. Possui grande peso molecular e, por isso, 
não é perdida pelo rim em agravos renais como na síndrome nefrótica.
Haptoglobina
Mucoproteína e uma das proteínas de fase aguda. Atua na captação de 
hemoglobina sanguínea fora dos eritrócitos, se ligando a moléculas de Hb 
extracorpuscular e formando, assim, um complexo estável (Hb-Hp). Com 
isso, reduz a perda de ferro associada à hemoglobina extracorpuscular e 
previne a formação de precipitados nocivos nos rins, já que a hemoglobina 
extracorpuscular livre é suficientemente pequena para atravessar o 
glomérulo renal para o interior dos túbulos, onde tende a se precipitar, tendo 
grande nefrotoxicidade. O complexo Hb-Hp, por sua vez, é grande demais 
para atravessar o glomérulo. O nível plasmático de haptoglobina é reduzido 
em casos de doenças hepáticas (pois esta proteína é sintetizada no fígado) 
e em episódios de hemólise, visto que os complexos formados com a 
hemoglobina são rapidamente retirados de circulação pelo sistema retículo 
endotelial (S.R.E.). Isto ocorre porque enquantoa meia vida da 
haptoglobina é de 5 dias , a meia vida do complexo haptoglobina-
hemoglobina é de 90 minutos; portanto, o desaparecimento do plasma da 
haptoglobina enquanto ligada à hemoglobina é 80 vezes mais rápido do que 
o normal.
Ceruloplasmina
Capaz de se ligar fortemente a 6 átomos de cobre. Entretanto a ligação do 
cobre na molécula da albumina não é tão forte como na ceruloplasmina; 
conseqüentemente, a albumina doa o cobre aos tecidos mais facilmente do 
que a ceruloplasmina e é aparentemente mais importante no transporte de 
cobre no sangue, apesar de transportar apenas cerca de 10% do conteúdo 
deste metal , enquanto 90% do mesmo circula ligado à ceruloplasmina.
Quais são as principais beta-globinas e suas funções?
Transferrina
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 5
Com função de transportar o íon férrico dos estoques intracelulares ou da 
ferritina para a medula óssea onde haverão células (entre elas os 
precursores de eritrócitos) que possuem receptores de superfície para a 
transferrina. É sintetizada no fígado. Sua concentração sanguínea normal é 
de 200 a 400 mg/dl e a saturação pelo ferro é de 20 a 50%. Nas anemias 
agudas , por falta de ferro, em resposta à deficiência aguda deste metal sua 
concentração sérica se eleva em duas vezes ou mais o nível normal.
Fração C3
Um dos 9 componentes principais do sistema complemento e atua na 
resposta imune humoral. A queda de sua concentração sanguínea está 
relacionada às doenças glomerulares.
Beta-lipoproteína
Atua no transporte de lipídios (apolar) no meio aquoso que é o plasma 
sanguíneo. A icterícia obstrutiva, o hipotireoidismo, alguns casos de 
Diabetes mellitus e ateromatose podem apresentar excesso de colesterol 
sérico e, consequentemente, aumento das beta-lipoproteínas. A diminuição 
dessa fração é rara e, em geral, é utilizada como elemento de valor 
prognóstico, principalmente, nos processos de evolução crônica.
Beta-2-microglobulina
Proteína de baixa massa molecular facilmente filtrada pelo glomérulo e 
quase totalmente reabsorvida pelos túbulos renais. Os níveis dessa proteína 
se elevam na insuficiência renal, em inflamações e neoplasias.
O aumento das betaglobulinas representa perturbação do metabolismo dos 
lipídeos ou dificuldade na excreção biliar, verificadas nas colestases; pode 
representar ainda casos de anemia ferropriva, por aumento da síntese de 
transferrina. A queda em seus níveis, entretanto, pode ter valor prognóstico nos 
processos de evolução crônica.
Quais as principais gama-globulinas e suas funções?
Imunoglobulinas: anticorpos humorais sintetizados por linfócitos B, células do 
sistema imune adaptativo. Podem formar complexos antígeno-anticorpo se 
ligando a bactérias, vírus ou proteínas/substâncias estranhas ao organismo. 
Desta forma, as moléculas de anticorpos podem ser determinadas em nosso 
plasma sanguíneo. As imunoglobulinas humanas são todas formadas por duas 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 6
cadeias pesadas (G, A, M, D e E) e duas cadeias leves (kappa ou lambda) e 
podem ser agrupadas em cinco classes: 
IgG, mais abundante (75% do total plasmático das Ig´s); abrange a maior 
parte dos anticorpos contra bactérias, vírus e toxinas e aqueles contra o 
antígeno Rh e constitui a única classe de imunoglobulinas que atravessa a 
barreira placentária; 
IgA, que engloba os anticorpos anti-insulina; encontrada nas secreções do 
sistema digestório, nasofaríngeas e traqueobrônquicas e também na 
lágrima e no leite (muitas células secretam um polipeptídeo, denominado 
componente secretor que se liga ao fragmento Fc da IgA e promove o 
transporte desta imunoglobulina à superfície das células que secretam a 
chamada IgA secretora, o que explica sua presença em secreções); 
IgM, que engloba os anticorpos produzidos contra os antígenos do sistema 
ABO; 
IgE, ligada aos processos alérgicos (apresentada em quantidades muito 
pequenas nos indivíduos normais (2,8% do total) e em quantidades 
aumentadas nos indivíduos alérgicos); 
IgD, representando apenas 0,2% do total, sem funções específicas 
conhecidas.
Quais as principais proteínas ligadas a coagulação sanguínea e suas 
funções?
Protrombina
Glicoproteína que é fator II da coagulação e proenzima da trombina. No 
momento da coagulação se converte em trombina às custas de cálcio e 
outros fatores da coagulação, com concentração plasmática normal em 
torno de 20 mg/dl. É sintetizada no fígado e sua síntese é dependente de 
vitamina K;
Trombina
Enzima que vai atuar no processo de conversão do fibrinogênio em fibrina;
Fibrinogênio
Glicoproteína sintetizada pelo fígado que atua como substrato para a ação 
da enzima trombina (fator I da coagulação sanguínea). Sua concentração 
plasmática é de 0,3 g/dl, o que corresponde a 4 a 8 % do total de proteínas 
do plasma e se eleva na fase aguda de inflamações de um modo geral (é 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 7
uma das proteínas de fase aguda). No momento da coagulação, se 
converte em fibrina, glicoproteína insolúvel no plasma.
O que é a hipoprotrombinemia e como ela ocorre?
A hipoprotrombinemia pode ser encontrada em pacientes com doenças 
hepáticas e com quadros de carência de vitamina K. A principal fonte de 
vitamina K para o organismo humano é a síntese da mesma pelas bactérias 
intestinais; nos primeiros dias de vida, porém, ainda não existem bactérias em 
quantidade razoável colonizando o nosso tubo digestivo. Por isso, nesta fase da 
vida pode haver carência de tal vitamina no organismo, o que comprometeria a 
coagulação normal. Assim, os recém-nascidos são susceptíveis ao surgimento 
da chamada doença hemorrágica do recém-nascido, que pode ser prevenida 
com a administração de vitamina K por via injetável.
Qual a importância das lipoproteínas e como elas realizam o seu 
transporte?
Os lipídios são encontrados em diversas formas e, por seu caráter hidrofóbico, 
não são solúveis no sangue. Em razão disso, precisam de auxílio para que seu 
transporte possa ser realizado, o que pode envolver tanto a ligação à albumina 
plasmática, que se liga principalmente a ácidos graxos livres, pigmentos biliares 
e a vitamina A, quanto a organização de lipoproteínas. Tais estruturas contém 
parte proteica (apoproteínas, que podem ser apo A, apo B, apo C ou apo E) e 
formam verdadeiras micelas que permitem o transporte sanguíneo dos lipídeos 
nelas imersos por seu caráter anfipático: um núcleo de lipídeos apolares, triacil 
glicerol e éster de colesterol, circundado por uma camada superficial de 
fosfolipídios anfipáticos e moléculas de colesterol. Assim, os grupos polares 
estão voltados para fora (plasma), o que permite seu transporte pela corrente 
sanguínea. A concentração de lipídios altera a densidade da lipoproteínas e 
acaba por separá-las em classes com funções específicas. Quanto maior a 
proporção de lipídios em uma lipoproteína, menor será sua densidade. Os 
quilomícrons e VLDL possuem majoritariamente TAG.
Após os processos de digestão, os triglicérides, os fosfolípides e o colesterol 
oriundos da ressíntese nas células da mucosa intestinal se associam com 
apoproteínas e formam os quilomícrons (90% de conteúdo lipídico e 1 a 2% de 
apoproteínas) que seguem através dos vasos linfáticos até o ducto torácico e a 
veia cava superior. Além disso, nosso organismo pode sintetizar triglicérides no 
fígado a partir de carboidratos ou de ácidos graxos livres (vindos da dieta ou 
liberados dos adipócitos). Estas moléculas endógenas juntamente com 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 8
colesterol, fosfolipídios e apoproteínas formam a VLDL (60% de conteúdo 
lipídico) no fígado, que é lançada ao sangue. Assim, as duas partículas seguem 
o mesmo caminho: quando passam pelos capilares dos tecidos adiposo e 
muscular sofrem a ação da enzima lipase lipoproteica, secretada pelo endotélio 
desses capilares. Esta enzima catalisa a retirada de ácidos graxos de 
triglicérides e tambémde fosfolípides, os quais podem ser estocados no tecido 
adiposo (formam triglicérides com o glicerol endógeno dos adipócitos) ou 
usados para produzir energia no tecido muscular. Após esta etapa, quilomícrons 
e VLDL passam a ser remanescentes, possuindo menor quantidade de 
triglicérides e maior quantidade de colesterol. Os remanescentes de 
quilomícrons são lipoproteínas de vida curta no sangue, pois são logo captadas 
pelo fígado onde serão catabolizadas. Os remanescentes de VLDL ficam com a 
densidade mais elevada e de valor intermediário entre VLDL e LDL, formando a 
lipoproteína IDL que também tem vida curta no sangue. Metade de sua 
concentração é captada pelo fígado para catabolismo e metade se transforma 
em LDL pela captação de colesterol livre na circulação (proveniente da 
reciclagem de células e membranas celulares). Esta última (LDL), juntamente 
com a HDL, configuram lipoproteínas ricas em colesterol. A primeira é formada 
no plasma e é importante fonte de colesterol para todas as células do 
organismo, as quais possuem receptores para a apoproteína B da LDL. A HDL, 
por sua vez, apresenta apenas apoproteínas AI e AII e não provoca o depósito 
do colesterol nas paredes arteriais. Esta partícula é produzida no fígado e, ao 
atingir a circulação sanguínea, capta colesterol livre no sangue para ser 
encaminhado ao fígado para utilização.
Por que o LDL é o "colesterol ruim" e o HDL o "colesterol bom"?
LDL e VLDL são conhecidas como lipoproteínas aterogênicas por sua 
capacidade de provocar o depósito de colesterol nas paredes das artérias e, 
assim, formar placas ateroscleróticas (ateromas). Assim, o LDL é considerado 
“colesterol ruim” na linguagem popular. Como ocorre uma competição entre 
HDL e IDL por moléculas de colesterol na corrente sanguínea, já que ambos 
captam tal molécula, o HDL acaba por prevenir que altas concentrações de LDL 
sejam formadas no plasma. Assim, é referenciado na linguagem popular como 
"colesterol bom”.
O que é hipercolesterolemia familiar e como ela ocorre?
A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética caracterizada pela 
ausência ou diminuição de receptores de LDL nos tecidos em geral. Este fator 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 9
ocasiona um aumento da concentração plasmática de LDL. Além disso, menos 
moléculas de IDL entram nas células hepáticas porque necessitam dos mesmos 
receptores de LDL. Assim as moléculas de IDL permanecem mais tempo no 
sangue e mais delas se convertem em LDL do que no indivíduo normal. Como 
resultado ocorre hipercolesterolemia e o colesterol é depositado em vários 
tecidos. Este depósito também pode ocorrer em placas ateroscleróticas 
(ateromas) causando estreitamento arterial e levando a ataques cardíacos.
Qual a alteração bioquímica marcante quando há um estímulo estressante 
no corpo (inflamação)?
Bioquímicamente há alterações mediante a presença de um estímulo 
estressante, seja esse um agente ou uma lesão, com o aumento dos níveis das 
chamadas proteínas de fase aguda. São aquelas que em conjunto têm a sua 
concentração sanguínea aumentada em resposta a estresse orgânico e ou 
inflamação devido a infecção, cirurgia, trauma ou outra causa de necrose 
tecidual. São elas a alfa -1 glicoproteína ácida, a alfa -1 antitripsina, a 
haptoglobina, a alfa -2 macroglobulina, o fibrinogênio e a proteína C reativa.
Qual a importância da Proteína C reativa nos diagnósticos?
A Proteína C reativa (PCR) em específico é um importante marcador 
bioquímico, já que, na vigência de um processo de injúria tecidual ou infecção, é 
liberada dentro de 4 a 6 horas, ajudando na detecção precoce de inflamação em 
pacientes sintomáticos e no acompanhamento do quadro inflamatório ao longo 
dos dias, bem como para avaliar a eficácia do tratamento instituído. É 
sintetizada pelo fígado e seu nome se deve ao fato de reagir e formar um 
precipitado contra o polissacarídeo C da parede bacteriana do pneumococo. 
Os níveis da proteína C reativa podem aumentar de 50% a até 1.000 vezes (no 
caso da PCR) durante estados inflamatórios crônicos e em pacientes com 
câncer. Baseado neste fato, a PCR pode ser considerada um biomarcador não-
específico de lesão tecidual, infecção e inflamação. Nas infecções bacterianas a 
PCR plasmática tem uma tendência a se encontrar mais elevada do que nas 
viroses, em que seu nível sanguíneo tende a ser mais baixo, auxiliando no 
diagnóstico
Por que ocorre o aumento do nível séricos das proteínas de fase aguda na 
inflamação?
O nível sérico destas proteínas está aumentado nestas situações porque a 
inflamação provoca liberação de enzimas proteolíticas de leucócitos, dos 
capilares, nos tecidos, demandando ação das proteínas inibidoras de proteases; 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 10
além disso, pela degradação e produção de restos celulares, há necessidade da 
ação da haptoglobina e proteína C reativa para coleta e transporte de tais 
materiais para o sistema retículo endotelial; ainda, para cicatrização dos tecidos 
é necessária a fibrina, proteína que provém do fibrinogênio. Assim, as proteínas 
de fase aguda podem ser vistas como um fenômeno de aumento coletivo de 
proteínas que visa limitar as reações de uma infecção ou de uma inflamação. 
Há situações em que nem todas são necessárias, mas seu nível sérico aumenta 
em conjunto.
Principais avaliações laboratoriais de proteínas plasmáticas e suas 
funções:
Método de Biureto
O método se baseia na reação do reativo do biureto, que é constituído de 
uma mistura de cobre e hidróxido de sódio com um complexante que 
estabiliza o cobre em solução, sendo o tartarato de sódio o recomendado 
por Gornall e cols.9. O cobre, em meio alcalino, reage com proteínas 
formando um complexo quadrado planar com a ligação peptídica. O produto 
de reação apresenta duas bandas de absorção. Tal reação apresenta baixa 
sensibilidade quando comparada a métodos mais modernos, mas ainda 
apresenta bons resultados com plasma e tem amplo uso por sua rapidez, 
baixo custo de reagentes e pelo fato de não apresentar grande variação da 
absortividade específica para diferentes proteínas.
Verde de Bromocresol
É amplamente utilizado como agente de coloração de proteínas; pode 
combinar a albumina em pH 4,0 ~ 4,2 para formar um complexo de 
albumina-BCG, de coloração esverdeada. A profundidade da cor é 
proporcional à concentração de albumina.
Eletroforese
Técnica utilizada para separação das proteínas plasmáticas em função das 
suas diferenças em relação à carga elétrica e massa molecular. Consiste na 
colocação do plasma em um campo elétrico, embebido solução tampão de 
pH = 8,6 (meio alcalino). As moléculas proteicas do plasma adquirem carga 
negativa e irão migrar neste campo elétrico em direção ao pólo positivo, 
percorrendo diferentes distâncias ligadas ao ponto isoelétrico de cada uma 
delas. A trajetória de migração de cada proteína está diretamente ligada às 
suas características avaliadas pelo processo. Como a albumina é a de 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 11
ponto isoelétrico (pI) mais baixo e rica em cargas elétricas, apresenta maior 
migração. Já as gamaglobulinas, por exemplo, possuem pI = 7 em média 
(mais próximo do pH do tampão empregado) e, portanto, migram menos no 
campo elétrico.
Proteína C reativa Ultra Sensível
Consiste na mesma PCR convencional, contudo utiliza uma técnica de 
dosagem capaz de detectar taxas muito menores de PCR. Recentemente, 
tem sido utilizada como um estratificador de risco cardiovascular ou na 
detecção de doença arterial coronariana (DAC), contudo devido à falta de 
evidências científicas ainda é um exame questionável mesmo para os 
portadores de doença cardiovascular. Seu uso na DAC seria justificado pelo 
fato de na gênese dessa afecção múltiplos processos inflamatórios serem 
desencadeados para a formação da aterosclerose.
Velocidade de Hemossedimentação
Consiste na medida laboratorial a partir de uma propriedade inerente ao 
sangue,a sedimentação. Em um tubo em repouso, com anticoagulante, os 
eritrócitos irão gradualmente se depositar pela ação da gravidade, portanto, 
o método do VHS consiste em medir o grau dessa sedimentação em um 
determinado intervalo de tempo (geralmente duas horas). A 
eritrosedimentação ocorre pela agregação de hemácias e formação do 
rouleaux ou empilhamento. Esse processo de empilhamento é limitado 
pelas cargas negativas repulsivas nas membranas eritrocitárias ricas em 
ácido siálico. A presença de proteínas plasmáticas modifica esse caráter 
repulsivo favorecendo a formação do rouleaux aumentando o VHS. 
Portanto, com o aumento de proteínas positivas como fibrinogênio e 
gamaglobulinas teremos aumento do VHS por diminuição da repulsão 
elétrica entre os eritrócitos (proteínas que aumentam VHS: Fibrinogênio > 
Alfaglobulinas > Gamaglobulinas/ proteínas que diminuem o VHS: 
Albumina). O método exige preparações como jejum de pelo menos quatro 
horas, temperatura do local de teste constante (20 a 25°C), tubo de 
sedimentação mantido exatamente na vertical, bancada livre de vibrações e 
utilização de uma pipeta de Westergren bem lavada. É um teste muito 
sensível, porém não específico, que é frequentemente o primeiro indicador 
de doença quando outros sinais químicos e físicos estão normais. Teremos 
seus valores aumentados tanto em situações patológicas como inflamações 
crônicas ou agudas, tuberculose, anemia macrocítica, quanto em situações 
fisiológicas como a gravidez e idosos. Seus valores podem nos sugerir 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 12
etiologias. Valores significativamente elevados sugerem doenças 
inflamatórias disseminadas, já valores menos intensos sugerem inflamações 
localizadas e câncer. Contudo, vale sempre lembrar que a clínica é 
soberana. O VHS está sujeito a inconvenientes na sua mensuração como, 
por exemplo, o tamanho, forma e número das hemácias interferirem na sua 
dosagem. Hemácias macrocíticas (com tamanho acima do normal) 
apresentam sedimentação mais intensa e hemácias microcíticas (com 
tamanho abaixo do normal) sedimentam mais lentamente.
Quais fatores podem estar associados a uma Hipoproteinemia?
Ligada a casos de desnutrição grave (Kwashiorkor), hipertireoidismo, 
hemorragia grave, síndrome nefrótica, distúrbios da síntese proteica, deficiência 
de cálcio e vitamina D, síndrome de má absorção, gravidez, hemodiluição ou 
hiper-hidratação, queimaduras severas, cirrose hepática e alcoolismo crônico;
Quais fatores podem estar associados a uma Hiperproteinemia?
Ligada a casos de desidratação (vômito, diarreia ou acidose diabética), mieloma 
múltiplo, macroglobulinemia, hepatite autoimune crônica, lúpus eritematoso 
sistêmico (LES), artrite reumatoide e endocardite bacteriana subaguda, dentre 
outros agravos mais raros.
O que é a proteinúria e o que ela indica?
Na avaliação de um exame de urina, pode surgir ainda a proteinúria, indicativo 
de comprometimento renal. Está presente no estágio inicial da doença renal 
antes de o comprometimento da função poder ser detectado. A perda de função 
renal está diretamente relacionada à quantidade de proteinúria e, quando 
associada à hipertensão arterial e/ou diabetes melito, agrava o prognóstico da 
doença renal. Em indivíduos normais, proteínas de baixo peso molecular e uma 
pequena quantidade de albumina são filtradas pelo glomérulo e são totalmente 
reabsorvidas no túbulo contornado proximal. Algumas dessas (incluindo a 
albumina) podem ser excretadas em pequenas quantidades na urina e não são 
detectadas pelo exame de urina simples de fita (EAS/urina tipo I), mas apenas 
por métodos cromatográficos. Assim, considera-se normal uma excreção diária 
de proteína de até 300 mg/dia ou, se ajustada pela creatinina, de 200 mg/g2 . 
Quanto à albumina, sua excreção normal não ultrapassa 20 mg/dia. Quando a 
excreção de albumina se encontra na faixa de 30-300 mg/dia, é chamada de 
microalbuminúria, ou seja, presença de pequena quantidade anormal de 
albumina na urina. Essa alteração apresenta especial interesse em pacientes 
portadores de diabetes mellitus (DM), pois a sua presença é um marcador de 
Proteínas plasmáticas, estresse e inflamação (Aula prática 4) 13
nefropatia incipiente. Em indivíduos não diabéticos é também um marcador 
precoce de doença renal e se associa a maior risco de doença cardiovascular 
(DCV). Valores superiores a 300 mg/dia são chamados de proteinúria ou 
macroalbuminúria. Nesse nível, o exame da fita já detecta a eliminação anormal 
de proteínas.

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