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SERVIÇO PUBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACULDADE DE GEOLOGIA DEPÓSITO DO MORRO DO OURO - MG Marabá – PA 2021 AMANDA TOMAZ SILVA ALMEIDA – 201540603020 DEPÓSITO DO MORRO DO OURO - MG Trabalho da disciplina de Prática Integrada de Campo em Depósitos Minerais, apresentado ao Professor Dr. Gustavo Souza Craveiro da Faculdade de Geologia da UNIFESSPA. Marabá – PA 2021 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 1.1 – Faixa Dobrada Brasiliana ................................................................................................. 5 2– GEOLOGIA DO MORRO DO OURO ................................................................................ 5 3– PROPRIEDADES DOS MINERAIS DE MINÉRIO .......................................................... 6 1.1 – Arsenopirita FeAsS .................................................................................................... 7 1.2 – Esfalerita - ZnS ............................................................................................................ 7 1.3 – Galena – PbS ............................................................................................................... 9 1.4 – Pirrotita – Fe (1-x)S (x= 0 - 0.2) ................................................................................. 10 1.5 – Pirita – FeS2 .............................................................................................................. 11 1.6 – Ouro Nativo - Au ............................................................................................................. 12 1.7 – Mineralogia do minério .................................................................................................. 14 4 – CONCLUSÃO ................................................................................................................ 14 5 – REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 15 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Características diagnosticas da Arsenopirita. ............................................. 7 TABELA 2 - Características diagnosticas da Esfalerita. .................................................. 8 TABELA 3 - Características diagnosticas da Esfalerita em luz transmitida. ................... 8 TABELA 4 - Características diagnosticas da Esfalerita em luz refletida......................... 8 TABELA 5 - Características diagnosticas da Galena. ................................................... 10 TABELA 6 - Características diagnosticas da Galena em luz refletida........................... 10 TABELA 7 - Características diagnosticas da Pirrotita. .................................................. 11 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592447 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592448 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592449 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592450 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592451 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592452 file:///D:/Amanda%20GERAL/Geologia/9ª%20e%2010º%20Semestre/Nova%20pasta/Deposito_Au_Amanda.docx%23_Toc70592453 1 – INTRODUÇÃO 1.1 – Faixa Dobrada Brasiliana A Faixa neoproterozóica de dobramentos e empurrões Brasília é uma estrutura geológica do Brasil Central e possui grande parte, oriunda da orogênese Brasiliana, que estabeleceu uma rede de faixas de dobramentos separadas por Crátons. As faixas representam as bacias sedimentares mesoproterozóicas e neoproterozóicas que passaram por processos tectônicos de inversão, enquanto que os Crátons são áreas estáveis, não afetadas pelos processos orogenéticos brasilianos (Uhlein, 2002). A Faixa Brasília está inserida em um cinturão de dobramentos de idade neoproterozóica que ocorre na borda ocidental do Cráton do São Francisco, disposto cobrindo partes dos Estados de Tocantins, Goiás e Minas Gerais. Possui aproximadamente 1200 Km de comprimento por 300 Km de largura (Uhlein, 2002). As Faixas Dobradas Brasilianas possuem numerosos depósitos minerais, os principais depósitos minerais neoproterozóicos são associados ao Arco Magmático de Goiás sendo eles: cobre, ouro e esmeraldas, às sequências sedimentares dos grupos Vazante e Bambuí possuem: fosfato, chumbo e zinco, às zonas de cisalhamento regionais ouro e aos Complexos MáficoUltramáficos temos cobre, níquel, cobalto (Uhlein, 2002). O depósito estudado é o do Morro do Ouro, localizado a norte da cidade de Paracatu (Noroeste de Minas Gerais), está encaixado nos filitos carbonosos da base da Formação Paracatu (Membro Morro do Ouro). 2– GEOLOGIA DO MORRO DO OURO Na Faixa Brasília, temos diversos depósitos de ouro que são associados ao desenvolvimento de zonas de cisalhamento de alto ângulo: Buracão, Santa Rita, Rio do Carmo, Buraco do Ouro; e de baixo ângulo: Araxá, Luziânia, Morro do Ouro (Dardenne, 2001). Segundo Möller et al,. (2001), o depósito do Morro do Ouro se encontra alojado nos filitos carbonosos, quartizitos, filitos ou xistos, membro do Morro do Ouro da Formação Paracatu que pertence ao Grupo Canastra que está cavalgando o Grupo Vazante na zona externa da Faixa Brasília. O Grupo Vazante segundo, Dardenne, (1981, 2000), possui sedimentos argilocarbonáticos suavemente dobrados a sub-horizontais e extensas coberturas fanerozóicas. Sendo definido como um domínio autóctone, onde o embasamento não está envolvido na deformação. A mineralização é associada a uma estrutura monoclinal desenvolvida na parte interna do Morro do Ouro e relacionada a uma falha de empurrão de caráter regional orientada N10W/15SW. Durante a deformação, o cavalgamento proporcionou o desenvolvimento de zonas de cisalhamento caracterizadas por foliação monolítica, foliações S/C, boudinage de veios de quartzo, lineações de estiramento e lineações minerais (Dardenne, 2001). A lineação de estiramento principal é observada com forma constante e orientada S70W/15 (Freitas-Silva, 1996). O ouro é disseminado nas segregações de quartzo metamórfico na forma de boudins, milimétricas variando a centimétricas, contendo também, arsenopirita, pirita, esfalerita, galena, siderita e sericita. A alteração hidrotermal é restrita à proximidade dos boudins, os principais processos sendo piritização, sideritização e sericitização (Dardenne, 2001). O ouro ocorre geralmente sob a forma livre no quartzo, com porções pequenas associadas diretamente a sulfetos. As partículas de ouro são encontradas preferentemente nas bordas dos boudins de forma concentrada e nas proximidades dos sulfetos (esfalerita e galena) e carbonatos (siderita) (Dardenne, 2001). O teor médio dos boudins tem porcentagem de cerca de 20 a 25% do minério em seu volume, é da ordem de 2,5 ppm Au. No minério o teor de ouro, como um todo, é muito baixo e fica em torno de 0,45 g/t Au. O principal controle da mineralização é estrutural caracterizada por ser associada a uma zona de transtensão para a qual os fluidos mineralizantes foram canalizados durante o cisalhamento (Freitas-Silva, 1996; Freitas- Silva et al. 1991), com uma produção anual de ouro de 8,0 t e as reservas superiores a 250 t Au. Os minerais do metamorfismoe do minério indicam condições de temperatura e pressão variáveis, de 2 a 3 Kbar e 350 a 370°C (Dardenne, 2001). 3– PROPRIEDADES DOS MINERAIS DE MINÉRIO As propriedades dos minerais de minério da Faixa de Dobramento Brasiliana serão descritas de forma geral seguindo o guia de descrição de Heinrich Theodor Frank, (2020), para um melhor entendimento, após será feito um apanhado da descrição dos minerais da mina do Morro do Ouro, que se dá por quartzo, arsenopirita, pirita, pirrotita, a galena e aesfalerita (Rugolo Filho 2004). Sendo estes os principais minerais de minério associados aos depósitos de ouro. 1.1 – Arsenopirita FeAsS A Arsenopirita é o mineral com maior abundancia e difundido de arsênio, tendo sua origem como hidrotermal, sendo um dos primeiros minerais a se formar de forma típica. Encontrado na forma de veios de alta temperatura e em depósitos de sulfetos formados por metamorfismo de contato, sua forma menos comum é a origem hidrotermal de baixa temperatura caracterizada por: veios hidrotermais de Au, Ag, Pb e Sn. Também pode ser encontrado em gnaisses, xistos, e outras rochas metamórficas. Sua ocorrência pode ser associada à pirrotita, pirita, calcopirita, galena, ouro, sheelita, cassiterita, quartzo e muitos outros minerais. TABELA 1 - Características diagnosticas da Arsenopirita. Classe: Sulfetos Clivagem: Duas direções de clivagem, uma direção distinta {101} e uma descontínua em {010}. Formula: FeAsS Fratura: Irregular Sistema: Moclínico Tenacidade: Quebradiço Hábito: Forma massas granulares e informes. Também compacto, granular, colunar. Os cristais são prismáticos ou tabulares, estriados || [001], menos comumente || [010]. Possui geminação comum em {100} e {001}; geminação de contato ou de penetração em {101}, em {012} gerando geminação com forma de estrela, cruciforme ou trigêmea (três cristais entrecruzados). Cor: Cinza aço, branco prata Brilho: Metálico Traço: Preto Diafaneidade: Opaco Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). 1.2 – Esfalerita - ZnS A esfalerita com formação composta somente por Zn e S é considerada bastante rara pois uma parte do Zn geralmente é substituído por Fe, Mn, Hg, e Cd e mais raramente por In, Ga, Ti e Ba. Pode se identificar 12 variedades da esfalerita, sendo as principais: Marmatita, Mátraita, Schalenblende, Ruby Jack, Cleiophano. A esfalerita normalmente é maciça, com cristais raros de tetraédricos e dodecaédricos além de octaedros. A presença de maclas é comum sendo na forma de contato simples ou lamelares complexas. É um mineral acessório ocasional em rochas ígneas félsicas e ocorre em todas as situações em que a formação e a preservação de minérios sulfetados é possível como em veios sulfetados hipotermais e mesotermais, em formações metassomáticas e impregnações de diversos tipos. Sua associação mineral se dá com muitos minerais como: silicatos, carbonatos, sulfetos, sulfatos, óxidos, halóides (fluorita) e outros. TABELA 2 - Características diagnosticas da Esfalerita. Sistema Cristalino: Cúbico hexatetraédrico Cor: Cinza-preto, amarelo, vermelho, castanho, marrom, preto. Verde (Co) a quase incolor Fratura: Conchoidal a irregular. Clivagem: Possui seis direções de clivagem (clivagem dodecaédrica). {011} perfeita Tenacidade: Quebradiça. Hábitos: Maciço, massas cliváveis, granular, fibroso, bandado, botrioidal, idiomórfica Brilho: Adamantino. Traço: Branco, cinzento, castanho, amarelo. Diafaneidade: Transparente Forma dos grãos: é muito variável Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). TABELA 3 - Características diagnosticas da Esfalerita em luz transmitida. Índices de refração: n: 2,369 – 2,500 N icó is D escru za d o s Cor / pleocroísmo: a cor varia entre incolor até marrom escuro, passando por várias tonalidades de amarelo com marrom. Sem pleocroísmo. Relevo: moderado Clivagem: {011} perfeita. Em agregados de granulação pequena não é visível a clivagem. Hábitos: Granular ou em bandas. Cristais muitos raros. Às vezes pode ser fibroso. N icó is C ru za d o s Birrefringência e cores de interferência: isótropa. Pode mostrar anisotropia devido as suas tensões internas ou devido a domínios submicroscópicos. Extinção: isótropa. Zonação: isótropa. Sinal de Elongação: isótropa. Maclas: isótropa. Alterações: a óxidos e hidróxidos (goethita, limonita, etc.), carbonatos (siderita, smithsonita, hydrozincita) e sulfatos (goslarita), entre outros minerais. Pode ser confundida com: granada e olivina. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). TABELA 4 - Características diagnosticas da Esfalerita em luz refletida. N icó is D escru za d o s Cor de reflexão / pleocroísmo: Cinza médio claro com um leve tom de marrom. Facilmente confundida com titanita. Sem pleocroísmo. Refletividade: Muito baixa (16,4%), a mais baixa dos sulfetos. Birreflectância: Não. N icó is C ru za d o s Isotropia / Anisotropia: Isótropa com nicóis cruzados. Reflexões internas podem atrapalhar esta observação. Pode apresentar anisotropia anômala entre cinza claro e cinza mais escuro devido a tensões sofridas ou a altos teores de Fe. Reflexões internas: Possui bastantes reflexões internas, cuja cor depende da composição química, podem varias de: incolores a brancas, amarelas, cor- de-mel, vermelhas, marrom-escuras até pretas. Alterações: a óxidos e hidróxidos (goethita, limonita, etc.), carbonatos (siderita, smithsonita, hydrozincita) e sulfatos (goslarita), entre outros. Pode ser confundida com: Magnetita, Cassiterita, Titanita, Alabandita, Greenockita, Wolframita, Perovskita, Wurtzita. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). 1.3 – Galena – PbS A galena é um sulfeto comum, sendo o principal minério de Pb. Podendo conter variáveis teores, muito baixos de Ag, Cu, Fe, Ti, Mn, Zn, Cd, Sb, As e Bi, esses demais elementos são provenientes de intrusões de outros minerais. Seus cristais são comuns, formam cubos, podem formar octaedros ou até formas combinadas e complexas. Sua clivagem cúbica típica pode ser alterada quando outros elementos estão presentes, como: Bi a clivagem é octaédrica, com Ag a clivagem torna-se escamosa. Cristais recém-clivados exibem faces com um brilho metálico forte que fica fosca com o tempo. Há maclas de contato e de interpenetração por {111}, lamelares por {114}. A formação da galena se dá em uma série de ambientes, podendo ser em veios hidrotermais com sulfetos formados em um amplo intervalo de temperaturas, também ocorre em depósitos de metamorfismo de contato com escarnitos, em rochas sedimentares substitui carbonatos ou como cimento em rochas clásticas. A associação mineral da galena se inicia nos minerais clássicos de ganga, como quartzo, carbonatos; calcita, dolomita, siderita, fluorita, barita e outros. Outra associação bastante comum é veios hidrotermais interagindo com pirita, marcassita, esfalerita, calcopirita, arsenopirita, magnetita e sulfetos mais comuns como tetraedrita-tenanntita e bournonita. Nas mineralizações de prata a galena é muito comum, podendo está associada a uma grande variedade de minerais de prata. TABELA 5 - Características diagnosticas da Galena. Sistema Cristalino: Cúbico hexaoctaédrico. Cor: Cinza-chumbo a branco, de claro a escuro, com um tom de azul. Embaça ao ar. Fratura: Conchoidal a plana. Clivagem: {001} perfeita Tenacidade: Quebradiça. Hábitos: Cristais, maciça, granular grosso a fino, tabular, esqueletal, fibrosa, plumosa. Brilho: Metálico a baço. Traço: Cinza-escuro/preto. Diafaneidade: Opaco Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). TABELA 6 - Características diagnosticas da Galena em luz refletida. N icó is D escru za d o s Cor de reflexão: Branca a branco-acinzentado. Não pleocróico Refletividade: 41,56% Birreflectância: Não. N icó is C ru za d o s Isotropia / Anisotropia: Isótropa. Cristais não-estequiométricos ou quesofreram deformação são levemente anisótropos entre cinza médio e cinza- preto. Reflexões internas: Possui bastantes reflexões internas, cuja cor depende da composição química, podem varias de: incolores a brancas, amarelas, cor- de-mel, vermelhas, marrom-escuras até pretas. Pode ser confundida com: se a galena ocorre em grãos grandes, mostrando suas figuras de arranque triangulares, pode ser confundida com outros minerais, geralmente raros, se a seção polida é de boa qualidade. Maclas: ocorrem segundo várias leis em cristais isolados, mas não ocorrem em galenas maciças Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). 1.4 – Pirrotita – Fe (1-x)S (x= 0 - 0.2) A pirrotita é um sulfeto bastante comum, frequente é encontrado como acessório em muitos tipos de rochas ígneas e minérios, ocorrendo principalmente em depósitos magmáticos, também ocorre em veios hidrotermais de alta temperatura onde temos Au, Pb, Zn e Ag. Não é um mineral de minério dos mais importantes, mas é minerada porque ocorre associada com a pentlandita, um minério de níquel e cobalto. Sua forma normalmente é maciça, chegando a formar massas cliváveis, seus cristais são raros, pode ocorrer epitaxial quando com galena e chega conter Ni, Co, Mn e Cu. TABELA 7 - Características diagnosticas da Pirrotita. Sistema Cristalino: Monoclínica prismática Cor: Amarelo-bronze a vermelho-cobre e marrom, embaça para castanho-marrom. Pode ser iridescente. Fratura: Desigual a Conchoidal. Clivagem: Não apresenta Tenacidade: Quebradiça. Hábitos: Maciça, granular, raros cristais prismáticos ou tabulares por {0001}, pseudohexagonais. Rosetas possíveis. Brilho: Metálico Traço: Cinza – preto escuro. Diafaneidade: Opaco Maclas: Segundo {10-12}. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). TABELA 8 - Características diagnosticas da Pirrotita em luz refletida. N icó is D escru za d o s Cor de reflexão: Cor em tons marrons e amarelados com rosa. Sua cor é muito diagnóstica, mas apenas em seções recém polidas, porque embaça rapidamente para marrom, por oxidação ao ar (seções prismáticas embaçam mais, seções basais embaçam menos). Seu pleocroísmo é fraco a ausente. Refletividade: 36.91 e 41.56 Birreflectância: Não apresenta. N icó is C ru za d o s Isotropia / Anisotropia: Anisotropia forte e colorida, de amarelo-cinza a verde suave até cinza a marrom-vermelho. Tons azulados podem ocorrer. Os efeitos de cor variam de acordo com a orientação dos grãos e podem variar entre ocorrências distintas. Seções basais são isótropas. Reflexões internas: Não apresenta. Pode ser confundida com: magnetita e ilmenita, podendo ser distinguida com sua anisotropia. Maclas: Sua presença é rara. Quando temos se trata de lamelas de maclas de pressão. As diversas maclas observadas em amostra de mão. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). 1.5 – Pirita – FeS2 A pirita é o sulfeto mais abundante e comum, ocorrendo em rochas metamórficas, ígneas e sedimentares, além de estar presente em muitos tipos de minérios sulfetados e oxidados. A Pirita normalmente é muito pura, mas pode conter diversos elementos como: Ni, Co, Cu, Zn, Au, Ag, Pb, V, Se e As. Sendo a forma cúbica do FeS2, pode apresentar estriação triglif. É paramagnética. Apresenta variedades com Ag, As, Au, Co+Ni (“bravoita”), Co, Cu, Ni, Th+As e Pb. Além disso, piritapena (pseudomorfo de pirita sobre pirrotita), gelpirita (gel de FeS e FeS2 ± As, que cristalizou em estruturas semelhantes a calcedônia) e pirita hepática (pirita ou marcassita com cor de fígado). A pirita constitui um importante minério de ouro. TABELA 9 - Características diagnosticas da Pirita. Sistema Cristalino Cúbico diploidal Cor: Amarelo latão pálido, embaça para castanho avermelhada escura a iridescente. Fratura: Irregular a Conchoidal. Clivagem: {001} má, muito difícil de observar. Tenacidade: Quebradiça. Hábitos: Cristais, maciça, granular acicular etc. Brilho: Metálico intenso Traço: Preto esverdeado ou preto-castanho. Diafaneidade: Transparente Maclas: De contato e interpenetração por {110}, {001} e {011}. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). TABELA 10- Características diagnosticas da Pirita em luz refletida. N icó is D escru za d o s Cor de reflexão: Cor branco–amarelada ou branco-creme. Dependendo dos minerais vizinhos, a impressão de cor muda. Não pleocróico. Refletividade: 55,09% (muito alta!) Birreflectância: Não apresenta. N icó is C ru za d o s Isotropia / Anisotropia: Isótropo. Entretanto, frequentemente apresenta anisotropia anômala em tons violetas, marrons e azul-turquesa, devido a teores de impurezas (As) ou problemas de polimento. É possível que a anisotropia seja muito comum, mas encoberta por alguns métodos de polimento Reflexões internas: Nunca apresenta. Pode ser confundida com: é facilmente confundida com muitos outros minerais, inclusive com ouro nativo. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). 1.6 – Ouro Nativo - Au O ouro nativo é um elemento nativo que constitui o minério de ouro e de outros elementos. Sempre se forma com uma mistura de cristais, normalmente contém Ag, Cu e Fe, mais raramente I, Ti, Ni, Pb, Sb, Hg, V, Bi, Mn, As, Sn, Zn, Pd, Pt e Cd, devido todos esses elementos é possível uma dúzia de variedades, baseadas em teores dos elementos. Seus cristais são relativamente raros e distorcidos com bastante frequência. TABELA 11- Características diagnosticas do Ouro nativo. Sistema Cristalino Cúbico hexaoctaédrico Cor: Puro: amarelo-ouro com um tom vermelho Impuro: branco-da-prata a vermelho-do-cobre Pó finíssimo: marrom. Fratura: Rugosa Clivagem: Não apresenta. Tenacidade: Muito dúctil e maleável. Hábitos: Cristais (octaedros e cubos distorcidos) raros; dendrítico, granular, pepitas, palhetas, etc. Brilho: Metálico máximo Traço: Amarelo – claro brilhante. Diafaneidade: Transparente Maclas: {111} comuns Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). TABELA 12 - Características diagnosticas do Ouro nativo em luz refletida. N icó is D escru za d o s Cor de reflexão: A cor de reflexão varia muito, depende dos teores de outros elementos. Ouro com baixos teores de prata é amarelo-ouro vivo. Ouro com teores elevados de prata é amarelo pálido a branco-da-prata. Ouro rico em cobre é rosa a vermelho. Ouro rico em paládio é quase branco-creme. Não pleocróico. Refletividade: Muito alta se puro (72,26%). Electrum: 92,3%; (Au,Pd): 66,6%. Birreflectância: Não apresenta. N icó is C ru za d o s Isotropia / Anisotropia Isótropo. Entretanto, nunca fica completamente escuro, mas mostra tonalidades esverdeadas, algo como verde cítrico escuro. Reflexões internas: Nunca apresenta. Pode ser confundida com: Grãos muito pequenos de pirita ou calcopirita em minerais da ganga podem se parecer com ouro, especialmente se observadas ao ar (sem técnicas de imersão em óleo). Grão embaçados de prata podem ser muito semelhantes. Grãos muito pequenos de cobre nativo também podem ser muito semelhantes a ouro nativo. Fonte: Heinrich Theodor Frank, (2020). 1.7 – Mineralogia do minério Os estudos petrográficos da mina do Morro do ouro evidenciam que os quartzos principais formadores dos boudins são os mais antigos, mas ocorreram de forma tardia, crescendo como fibras nas bordas das arsenopiritas, e em muitas vezes acompanhados de muscovita e carbonatos. A Arsenopirita se encontra com cristais bem desenvolvidos onde esses cristais estão fraturados, alguns estão se pressionando dentro da foliação principal dos boudins. Sob a luz refletida é possível observar os cristais de quartzo fibroso da sua borda, em outra ponto também temos galena, outras porções é observado muscovita em sua matriz e cristais de pirrotita. A pirrotita geralmente se encontra inclusa nos planos cristalográficos das arsenopiritas, a galena e a esfalerita tem uma associação próxima. A presença de piritatambém é de caráter marcante, com sua morfologia achatada junto com Sx ou em placas, devido os processos deformacionais da formação das boudinagens (Rogulo Filho, 2004). 4 – CONCLUSÃO O presente trabalho teve o intuído de reunir as principais informações a respeito da mineralogia, rochas hospedeiras, associações paragenética, além das descrições macroscópicas e microscópicas da mina do Morro do Ouro, inclusa no Dobramento Brasiliano onde suas estruturas de boudins é controlada pela tectônica, onde os fluidos hidrotermais que se alojaram ao longo dos mesmos. 5 – REFERÊNCIAS DARDENNE M.A. 1981. Os Grupos Paranoá e Bambuí na faixa dobrada Brasília. In: Simpósio sobre o Cráton do São Francisco e suas faixas marginais, Salvador, Anais, p. 140-157. DARDENNE M.A. 2000. The Brasília Fold Belt. In: U.G. Cordani, E.J. Milani, A. Thomaz Filho & D.A. Campos. 2000. Tectonic Evolution of South America. 31 st International Geological Congress, Rio de Janeiro, SBG. p. 231-263. DARDENNE, M. A.; SCHOBBENHAUS, Carlos. Metalogênese do Brasil. UNB; CPRM, 2001. FREITAS-SILVA, F.H. 1996. Metalogênese do depósito do Morro do Ouro, Paracatu, MG. UnB, Brasília, Tese de Doutorado, 339p. FREITAS-SILVA, F.H. 1999. Geologia da Serra Leste. In: Projeto Agrícola Serra Leste, Curionópolis, PA, Companhia de Promoção Agrícola, CAMPO, 1:171-208. UHLEIN, A., FONSECA, M. A., SEER, H. J., & DARDENNE, M. A. (2012). TECTÔNICA DA FAIXA DE DOBRAMENTOS BRASÍLIA–SETORES SETENTRIONAL E MERIDIONAL. Geonomos. MÖLLER, J.C., BATELOCHI, M., AKITI, Y., SHARRATT, M., Borges, A.L. 2001. Geologia e caracterização dos recursos minerais de Morro do Ouro, Paracatu, Minas Gerais. In: into C.P., Martins Neto M.A. (eds.) Bacia do São Francisco – Geologia e recursos minerais, SBG, Belo Horizonte, 199-234., RUGOLO FILHO, R. A. (2004). Mineralização aurífera da mina Morro do Ouro Paracatu-MG.
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