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CCJ0006-WL-AMMA-23-Invalidade dos Negócios Jurídicos [Modo de Compatibilidade]

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DIREITO CIVIL I
Profa. Dra. Edna Raquel Hogemann
SEMANA 12 AULA 23
INVALIDADE DOS NEGÓCIOS 
JURÍDICOS
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SEMANA 12 AULA 23
• Definir e diferenciar ineficácia e invalidade dos 
negócios jurídicos.
• Examinar o tratamento da figura da nulidade 
relativa e absoluta no Código Civil.
• Identificar os elementos fundamentais 
caracterizadores da inexistência jurídica.
NOSSOS OBJETIVOS
SEMANA 12 AULA 23
Conteúdo Programático
1 - INVALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
1.1 A teoria da inexistência jurídica
1.2 Ineficácia e invalidade
• 1.3 Nulidade: características, espécies, causas e efeitos
• 1.4 Tratamento da figura da nulidade pelo Código Civil
de 2002
• 1.5 Simulação
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• CASO CONCRETO 1
• Ramon Lopez, argentino, proprietário no Brasil de dois
imóveis, alienou um deles por escritura particular e o
segundo por escritura pública. O primeiro teve seu
registro negado, sob argumento de falta de observância
da forma legal determinada. Já o segundo, entrou em
exigência, porque não constava do instrumento do
negócio jurídico a outorga da mulher de Ramon Lopez,
que não compareceu no ato da escritura, pois fora presa
no aeroporto de Assunção, envolvida com excesso de
bagagem e pequenos recuerdos considerados
destinados para comercialização, pelos agentes
alfandegários. A assinatura da mulher, pelo regime
matrimonial, se considera indispensável para perfeita
elaboração do negócio.
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1) Tendo em conta, em ambas as hipóteses, a existência,
validade e eficácia dos negócios jurídicos, responda:
a)Na primeira hipótese – da escritura particular –, quais
destes elementos estão presentes?
b) No que se refere à segunda hipótese, da mesma forma,
analise-a, tendo em mente que o registro, para ambos
os casos, se impõe como complementar necessidade
para constituição plena da propriedade.
2)Como se analisam os negócios jurídicos diante dos
planos da existência, validade e eficácia?
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• CASO CONCRETO 2
• Antônio comparece ao seu escritório e formula a
seguinte consulta: Ele outorgou procuração para a
Administradora KXM LTDA., para que esta locasse um
imóvel de sua propriedade. Constava neste documento
os poderes de praxe para contratar, distratar, fixar
valores e demais condições do contrato, receber os
aluguéis e os acessórios da locação, bem como para
dar quitação. Na carta que encaminhou o instrumento de
mandato à Administradora, Antônio recomendou, por
escrito, que o imóvel não fosse locado para órgãos
públicos, para escolas e para hospitais.
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• Estipulou, ainda, que o aluguel mínimo mensal
deveria ser de R$ 10.000,00. Duas semanas
depois, recebeu em sua casa uma cópia do
contrato de locação recém-assinado pela
Administradora, como sua procuradora, no qual
figurava como locatária a Secretaria de
Segurança Pública do Estado. O aluguel mensal
fora fixado em R$ 7.500,00.
• 1) Antônio pode anular o contrato de locação
? Por quê?
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• QUESTÕES OBJETIVAS
• 1) “A”, consumidor, com a finalidade não revelada de
transportar substâncias entorpecentes que provocam
dependência psíquica e física, celebra com “B”,
fornecedor, contrato de compra e venda de material
próprio para transporte de objetos, sem anunciar ao
vendedor o seu propósito, que somente vem a ser
descoberto por este após a consumação do contrato.
• Ante essas considerações e de acordo com o
Código Civil, assinale a alternativa CORRETA:
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(A) Há nulidade do negócio em razão de motivo ilícito,
sendo a invalidade decorrente do fato de o consumidor
destinar o bem negociado à prática de um delito.
(B) A compra e venda é considerada como negócio com
objeto ilícito ante a presunção de participação do
vendedor no projeto criminoso.
(C) Não sendo comum (razão determinante assumida
por ambas as partes) o propósito de destinar o objeto
adquirido para fins ilícitos ao tempo da declaração de
vontade, não resta afetada a validade do negócio.
(D) O motivo passou à categoria de causa, provocando
a nulidade porque ilícito.
(E) O negócio jurídico está viciado por falso motivo,
determinante para a prática do ilícito.
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2)Considerando o Código Civil e as seguintes assertivas:
I - Incorre em nulidade o negócio jurídico quando apresente
objeto indeterminável.
II - Nulifica o negócio jurídico ofensa cometida contra lei
imperativa, que tanto pode dar-se por ofensa frontal ou
direta, convencionando-se o que a lei proíbe (“agere contra
legem”), como a partir de negócio jurídico lícito e válido que,
por via reflexa, atinge o resultado proibido (“agere in fraudem
legis”).
III - É nulo o contrato de compra e venda se a fixação do
preço resta com o exclusivo arbítrio de uma das partes.
IV - É nulo o negócio jurídico praticado direta e pessoalmente
por quem, em razão de causa transitória, não possa exprimir
a sua vontade.
V - É nulo o negócio jurídico por vício resultante de dolo.
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Assinale a alternativa CORRETA:
(A) Somente as assertivas I, II, III e IV estão corretas.
(B) Somente as assertivas I, III e V estão corretas.
(C) Somente as assertivas II, III e V estão corretas.
(D) Somente as assertivas I, II, e IV estão corretas.
(E) Todas as assertivas estão corretas.
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ATOS ILEGAIS, ILÍCITOS, E NULOS
• O instituto do ato jurídico cumpre papel essencial 
no sistema jurídico, como meio de difusão de 
direitos e obrigações, bases nucleares do direito 
civil. 
• Dúvida inexiste quanto à premissa de que os 
vocábulos ilícito (lícito) e ilegal (legal) sejam, em 
tese, similares, inclusive sob a compreensão 
jurídica.
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• Geralmente, quando
se fala que o ato é
ilícito se quer dizer,
também, ilegal.
Assim, ilegalidade e
ilicitude têm,
abstratamente, a
mesma acepção,
tanto para o
intérprete do direito
quanto para o leigo.
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• É correta, em tese, a afirmação de que se identificam,
no sistema jurídico brasileiro, atos ilegais e atos
ilícitos.
• Ato ilícito é um ato ilegal que causa prejuízo a outrem;
mas nem todo ato ilegal é ilícito, porque nem todo ato
ilegal causa prejuízo moral ou patrimonial a outrem.
• O ato ilícito, além de ferir um princípio ou preceito
legal, produz um resultado que lesiona o patrimônio
material ou moral da pessoa, física ou jurídica,
atingida pelos seus efeitos.
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O Ato Ilícito
• O ato ilícito pressupõe o descumprimento de
princípio ou preceito legal, mas, necessariamente,
há de ter, mais do que potencial ofensivo, gerando
resultado que se traduz em dano ou prejuízo, com
o conseqüente diminuição do patrimônio moral ou
material da vítima. No ato ilícito, viola-se direito e,
também, causa-se dano a outrem. O binômio
direito violado e patrimônio lesado é requisito do
ato ilícito. Viola o direito e gera dano.
• Todo ato ilícito é, pois, um ato ilegal. Se não fosse
ilegal, não seria ilícito.
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O Ato ilegal
• O ato ilegal, por sua vez, é
um ato que agride um
princípio ou preceito legal,
mas nem sempre causa
lesão ao patrimônio moral
ou material. O ato pode ser
ilegal, porque
confeccionado sem
observar um comando
legal, sem, porém, gerar
um prejuízo específico ou
próprio a uma pessoa.
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• No entanto, o ato ilegal pode, ao tempo
em que viola a lei ou malfere um
princípio, causar dano, situação em que
se confunde no ato ilícito e comporta
reparação do prejuízo experimentado
pela pessoa lesada.
• O ato ilegal se sujeita ao regime de
invalidação; o ato ilícito, raramente.
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• No caso de ato ilegal, é possível a cumulação de
pretensões de invalidação com ressarcimento ou
reparação; no ato ilícito, geralmente, cabe, conforme a sua
natureza, apenas buscar a recomposição do patrimônio
danificado.
• O ato ilegal, de regra, é um ato nulo ou anulável.
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Vamos recordar
• Na estrutura do Código Civil, coexistem dois grupos de
causas cuja existência gera a invalidade do ato ou
negócio jurídico, as quaissão acomodadas segundo um
grau de rejeição:
• a) nulidade (grau de rejeição ou intolerância total); e
• b) anulabilidade (grau de rejeição ou intolerância
parcial).
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NULIDADE
• Nulidade é o reconhecimento da 
existência de um vício que impede um ato 
ou negócio jurídico de ter existência legal, 
ou produzir efeitos. Vem a ser a sansão, 
imposta pela norma jurídica, que 
determina a privação dos efeitos jurídicos 
dos negócios praticados em 
desobediência ao que prescreve.
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ATO ILÍCITO CIVIL
• Consideram-se ilícitos os atos jurídicos quando
infringem as normas legais instituídas.
• Uma vez praticados, geram relação jurídica,
independentemente da vontade do agente (art. 186 CC).
• Por exemplo, a agressão, o furto, o homicídio geram a
obrigação de pagar indenização (art. 927 CC) à vítima
do evento danoso e ilícito ou a seus herdeiros; o
excesso de velocidade na direção de veículo gera a
obrigação de pagar multa ao Estado etc.
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A ação humana, da pessoa jurídica ou do 
ente despersonalizado capaz de gerar 
ato jurídico ilícito é qualificável tanto 
subjetiva quanto objetivamente.
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• No primeiro caso está a teoria da responsabilidade 
subjetiva, que nasce do dolo ou da culpa do agente 
causador do dano. 
• O dolo é um elemento psíquico, a intenção ou vontade 
consciente, que sustenta um ato capaz de causar dano 
a outrem, ou que, ao ser praticado, o seu autor o tenha 
feito de forma que assuma o risco de causar o dano a 
outrem. 
• É exercício de ato ilícito, portanto,e, como tal, proibido 
pelas normas jurídicas. 
.
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• A culpa é caracterizada pela execução de 
ato danoso por negligência, imprudência 
ou imperícia.
A culpa é caracterizada pela execução de ato danoso por negligência, imprudência ou imperícia.
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NEGLIGÊNCIA
É a desatenção ou falta de cuidado ao exercer certo
ato,consiste na ausência de necessária diligência,
implicando em omissão ou inobservância de dever, ou
seja, aquele de agir de forma diligente, prudente, agir
com o devido cuidado exigido pela situação em tese. O
motorista não troca a pastilha de freio do veículo na
época devida e com isso provoca um acidente ao pisar
no freio e o mesmo não funcionar/ colocar um vaso na
janela e derrubá-lo em cima de alguém.
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Imperícia
Refere-se à falta de técnica ou de conhecimento (erro ou
engano na execução, ou mesmo consecução do ato), de
outra forma, tem-se uma omissão daquilo que o agente
não deveria desprezar, pois consiste em sua função, seu
ofício exigindo dele perícia – uso de técnica que lhe é
própria ou exigível até mesmo pelo seu mister.
Refere-se, por fim, a uma falta involuntária, mas também
eivada de certa dose de má-fé com pleno conhecimento
de que seus atos poderão vir a resultar em dano para
outrem.
É o cirurgião que deixa um pedaço de gaze dentro do
paciente que operou).
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Imprudência
• Tem a ver com algo mais que mera falta de atenção,
mas ato que pode revelar-se de má-fé, ou seja, com
conhecimento do mal e a intenção de praticá-lo (1); a
ação imprudente é aquela revestida de dolo – a má-fé
concretizada -, e portanto, embora não querida pelo
agente também não revestida de absoluta ausência de
intenção.
• Melhor explicando, age de forma imprudente aquele que
sabedor do grau de risco envolvido, mesmo assim
acredita que seja possível a realização do ato sem
prejuízo para qualquer um.
• É o caso do motorista ultrapassa um sinal vermelho e
causa um acidente).
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Simulação
• Tradicionalmente, no Código de 1916, os vícios dos
negócios jurídicos eram erro, dolo, coação, simulação e
fraude contra credores, todos esses atos ocasionando a
anulação do ato jurídico com um prazo prescricional de
4 anos.
• Hoje temos um prazo decadencial de quatro anos
também para a anulação desses negócios, mas com
exceção da simulação.
• O ato simulatório não é mais uma causa de
anulabilidade, mas de nulidade, portanto nunca terá um
prazo de decadência.
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Conceito de Simulação
• A simulação é o
artifício ou fingimento
na prática ou na
execução de um ato,
ou contrato, com a
intenção de enganar
ou de mostrar o irreal
como verdadeiro, ou
lhe dando aparência
que não possui.
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O novo artigo 167 diz ser nulo o negócio jurídico simulado,
esclarecendo o seu § 1o que há simulação nos negócios
jurídicos quando:
(I) aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;
(II) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula
não verdadeira;
(III) os instrumentos particulares forem antedatados, ou
pós-datados.
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Simulação absoluta e relativa
• Na simulação absoluta, a declaração aparente de
vontade não visa a produzir qualquer efeito jurídico.
Através do acordo simulatório, as partes convencionam
um negócio jurídico aparente, mas que também não
desejam produzir qualquer efeito com esse ato.
• Na simulação relativa, por outro lado, visa-se com o
negócio simulado produzir efeitos diferentes dos típicos
do negócio. O negócio aparente, na simulação relativa,
não passa de um meio de realização do ato dissimulado,
ou realmente dsejado.
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Simulação maliciosa e inocente
• Na simulação inocente, o intuito de enganar a terceiros
não visa a prejudicar qualquer desses ou violar
determinação legal. Os simuladores desejam com o
negócio jurídico simplesmente ocultar de terceiros a
verdadeira natureza do negócio, sem, no entanto,
causar dano a interesses de qualquer pessoa.
• Na simulação maliciosa, por outro lado, as partes visam
prejudicar terceiros ou violar disposição legal. É,
portanto, a finalidade do agente que irá determinar a
consideração do negócio como malicioso ou inocente.
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Efeitos da Simulação no Novo Código 
Civil
O Novo Código Civil não mais trata a simulação maliciosa
como defeito do negócio jurídico e sim como causa de
nulidade deste.
Desta forma, estabelece o artigo 167 do novo normativo
que "é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na
forma".
Na simulação absoluta, considerava a doutrina tratar-se
de negócio jurídico inexistente. Agora não mais.,
segundo o §2o do artigo 167 que são ressalvados "os
direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes
do negócio jurídico simulado".
SEMANA 12 AULA 23
• Com o intuito de proteger a própria
fluência das transações no mercado e
a confiança imprescindível entre os
agentes, a ordem jurídica ressalva os
direitos de terceiros de boa-fé que
acreditaram e fundamentaram suas
ações na aparência do negócio
jurídico a eles apresentado. Declara-
se a nulidade do negócio simulado
maliciosamente, preservando-se,
contudo, os efeitos gerados pelo
negócio aparente em relação a
terceiros que desconheciam a
divergência entre a vontade real e a
declaração dos contratantes.
SEMANA 12 AULA 23
Gabarito
• Casos concretos
SEMANA 12 AULA 23
CASO CONCRETO 1
Ana Elisa empresta R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a seu amigo,
Luiz Gustavo. No vencimento da obrigação, Luiz Gustavo não paga o
empréstimo. Ana Elisa, dispondo de título executivo, ingressa com a
ação de execução. Nenhum bem de Luiz Gustavo é encontrado para
ser penhorado. Ana Elisa, porém, descobre que Luiz Gustavo, após
vencido o débito, havia vendido para seu irmão Otacílio o único
imóvel de que era titular, mais precisamente, uma sala comercial
avaliada em R$ 95.000,00 (noventa e cinco mil reais). Pergunta-se:
SEMANA 12 AULA 23
1) É válida a venda entre Luiz Gustavo e Otacílio?
A venda entre Luiz Gustavo e Otacílio é anulável em razão da fraude
contra credores.
2) A situação seria diferente caso, ao invés de venda, tivesse havido
uma doação?
Quando o devedor insolvente doa um bem ou se torna insolvente por
causa da doação, o negócio jurídico é sempre anulável, estando
também presente a figura da fraude contra credores.
3) Que providênciasdevem ser tomadas por Ana Elisa, caso ela
queira reaver o dinheiro emprestado?
Ana Elisa pode mover ação pauliana para anular a venda e poder
penhorar a sala comercial.
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• CASO CONCRETO 2
Em ação anulatória de negócio jurídico ajuizada por Berenice em
face de Cláudia, alega a autora que celebrou contrato preliminar de
promessa de compra e venda com a ré, atribuindo a uma
luxuosíssima mansão preço vil, o que só constatou posteriormente.
Neste sentido, pretende a autora a anulação invocando ter ocorrido a
figura da lesão. Por outro lado, em contestação, a ré sustenta que a
autora é pessoa culta, que inclusive se qualificou como comerciante
no instrumento do contrato. Logo, não poderia alegar que
desconhecia o valor de seu próprio imóvel, devendo prevalecer o
negócio celebrado. Pergunta-se: a) Se ficasse comprovado nos
autos que o valor do bem estava próximo ao valor de mercado
poderia se considerar a existência da figura da lesão? Justifique.
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• Na hipótese, não há ocorrência da figura da lesão em razão de não
ter ficado demonstrado a desproporcionalidade, bem como, a
situação de inferioridade do contratante, que figura como autor da
ação. A Lesão se configura como a exagerada desproporção de
valor entre as prestações de um contrato bilateral, concomitante à
sua formação, resultado do aproveitamento, por parte do contratante
beneficiado, de uma situação de inferioridade em que então se
encontrava o prejudicado;
b) O argumento da ré quanto às condições pessoais da autora é
pertinente para o estudo da figura da lesão? Justifique. É coerente e
pertinente em razão de que o instituto da lesão justifica-se como
forma de proteção ao contratante que se encontra em estado de
inferioridade.
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CASO CONCRETO 3
Carla sofre acidente, vindo a necessitar urgentemente de
socorro médico. Um médico que estava na cidade a socorre
e a interna em uma pequena clínica, que exige o pagamento
de um exorbitante valor de trezentos mil reais. No dia
seguinte, Cláudio, marido de Carla, após pagar o valor,
consulta seu advogado para saber se tal negócio pode ser
anulado. Com fundamentos legais, responda à consulta do
cliente.
Sugestão de gabarito : Cláudio pode pleitear judicialmente a
anulação do negócio jurídico pois o mesmo foi realizado sob
o vício do estado de perigo, previsto no art. 156 do Código
Civil.
SEMANA 12 AULA 23
1) O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a
pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, oferecer-se
para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
II) Configura-se a lesão quando alguém, premido da necessidade de
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela
outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
III) Subsistirá o negócio jurídico se a coação decorrer de terceiro,
sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter
conhecimento, mas o autor da coação responderá por todas as
perdas e danos que houver causado ao coacto.
IV) No negócio jurídico viciado por lesão, não se decretará a
anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
SEMANA 12 AULA 23
Marque a alternativa CORRETA.
(A) As proposições I, III e IV são verdadeiras.
(B) Todas as proposições são verdadeiras.
(C) As proposições I, II e IV são verdadeiras.
(D) As proposições I, II e III são verdadeiras.
(E) Todas as proposições são falsas.
SEMANA 12 AULA 23
QUESTÃO OBJETIVA 2
2)Em relação ao estado de perigo, considerando o novo Código
Civil e as seguintes assertivas:
I - Está disposto na categoria de causa de anulabilidade do
negócio jurídico.
II - Em seu substrato não está a ficção de igualdade das partes,
de modo que a regra tem relevância na tutela do contratante fraco.
III - É indiferente que a parte beneficiada saiba que a
obrigação foi assumida pela parte contrária para que esta se salve
de grave dano.
IV - Não pode o juiz considerar circunstâncias favoráveis para
o efeito de estender a regra para pessoa não integrante da família
do declarante.
SEMANA 12 AULA 23
V - Confunde-se com o instituto da lesão, pois como ocorre nesta
última, considera-se, além da premente necessidade econômica, a
inexperiência de quem se obriga a contratar, circunstâncias
determinantes das prestações avençadas de maneira
manifestamente desproporcional.
Assinale a alternativa correta:
(A) Somente as assertivas I, II estão corretas.
(B) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas.
(C) Somente as assertivas I, II, III, e IV estão corretas.
(D) Somente as assertivas III e V estão corretas.
(E) Somente as assertivas IV e V estão corretas.
SEMANA 12 AULA 23
Paramos por aqui. 
Não esqueça de 
fazer as leituras e 
resolver os casos 
da próxima 
semana.
Até lá!!!
noticias-irrelevantes.com
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