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A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA FASE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NA FORMAÇÃO DA 
CRIANÇA NA FASE DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Muitos pesquisadores e educadores consideram que os contos de fada 
exercem grande importância na formação da criança em relação a si própria e a 
tudo que a cerca, podendo agir como pontos decisivos na compreensão de valores 
da conduta humana. 
Se uma criança passa por problemas como notas baixas, separação dos 
pais, algum tipo de rejeição por parte dos amigos ou família, perda de um ente 
querido, os contos de fada conseguem demonstrar para ela que será capaz de 
ultrapassar as barreiras e supera-los, como acontece com o “mocinho” ou a 
“mocinha” dos contos. 
Sobre o comentário acima ainda nos diz Amarilha: 
Pelo processo de ‘viver’ temporariamente as conflitos, angústias e 
alegrias dos personagens da história, o receptor multiplica as suas próprias 
alternativas de experiências do mundo, sem que com isso corra risco algum 
(AMARILHA, 1997, p. 19). 
A importância dos contos de fada para a criança é retratada por Bettelheim 
(1980, p.32) quando diz: 
 
Os contos de fada, à diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem 
a criança para a descoberta de sua identidade e comunicação, e também 
sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais 
seu caráter. 
 
Toda literatura infantil deve ser contada para a criança da maneira que foi 
escrita. Ela conhece todo o texto e espera por cada “respiração” que este 
proporciona. Dessa forma, as adaptações que o adulto faz nas histórias com 
medo do que a criança possa achar se contar tal qual foi escrita ou as colocações 
de moral que “ache” está mais correta quando está lendo, tornam os textos sem 
significado para elas. O que também acontece quando este tenta “explicar” a 
história. 
Abramovich (1995, p.121) faz uma importante consideração sobre a 
contagem de histórias para a criança quando diz: 
 
Se o adulto não tiver condições emocionais para contar a história inteira, 
com todos os seus elementos, suas facetas de crueldade, de angústia (que 
fazem parte da vida, senão não fariam parte do repertór io popular...), então 
é melhor dar outro livro para a criança ler... Ou esperar o momento em que 
ela queira ou necessite dele e que o adulto esteja preparado. De qualquer 
maneira, ou se respeita a integridade, a inteireza, a totalidade da narrativa, 
ou se muda de história... (e isso vale, aliás, como conduta para qualquer 
obra literária, produzida em qualquer época, por qualquer autor... Mutilar a 
obra alheia, acho, que é um dos poucos pecados indesculpáveis...). 
 
Assim, se torna necessário que o adulto esteja preparado para contar a 
história tal qual ela foi escrita, sem medo, pois a criança “lê” sua expressão e 
tonalidade na voz, na contagem de história. O que o adulto demonstra vai ser o que 
ela vai aprender, se ele demonstra pudor, medo ou insegurança, ela vai perceber. 
Tomamos como exemplo da bruxa que é jogada no caldeirão por João e 
Maria, onde João que a empurra seria o culpado pela sua morte. A concepção de 
“matar” não deve ser colocada como opção para a criança como uma coisa correta 
a fazer, porém no conto, a morte da bruxa nada mais é do que impedi -la de alcançar 
as crianças enquanto fogem, e é dessa forma que a criança aceita o “empurrão” que 
João realiza. 
O caso da morte no conto da Branca de Neve quando esta come a maçã 
também apresenta um momento de ansiedade por parte de quem conta e de quem 
ouve, por motivos diferentes: para a criança pelo ápice da história e para o adulto 
pela passagem que terá que contar. Muitos adultos ao contar essa história dizem 
“[...] e Branca de Neve desmaia” Bem, vendo pelo lado de que no final a menina 
acorda, seria um desmaio, porém no contexto real da história Branca de Neve morre 
e não fica adormecida como a Bela do outro conto. Somente o beijo de amor de um 
príncipe quebrará o encanto e a fará “ressucitar”. 
A criança na fase da Educação Infantil não tem consciência do verdadeiro 
sentido da morte, por isso para ela, o “desmaiou” ou “morreu” tem o mesmo peso 
emocional, visto isso de nada vale alterar o roteiro original do conto. 
Também sobre a “explicação” que o adulto pode fazer sobre a história a 
autora completa: 
 
[...] explicar para uma criança porque um conto de fadas é tão cativante 
para ela, destrói, acima de tudo, o encantamento da história, que depende, 
em grau considerável, da criança não saber absolutamente porque está 
maravilhada. [...] As interpretações adultas, por mais corretas que sejam, 
roubam da criança a oportunidade de sentir que ela, por sua própria conta, 
através de repetidas audições e de ruminar acerca da história, en frentou 
com êxito uma situação difícil (BETTELHEIM, 1980, p. 27). 
 
Assim, acredita-se que os contos de fada contribuem e muito na formação 
da criança, contanto que sejam contados de forma correta. 
REFERÊNCIAS 
 
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: 
Scipione, 1995. 
 
AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? – literatura infantil e prática 
pedagógica. Petrópolis: Vozes, 1997. 
 
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. 7.ed. Rio de Janeiro: 
Paz e Terra, 1980.

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