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Faculdade Lourenço Filho Ciência da Computação Rodrigo Campos Leão de Carvalho Negócios Eletrônicos na modalidade B2C – Business to Consumer: Um estudo de caso de uma empresa varejista de produtos eletro- eletrônicos em Fortaleza Orientador: Prof. Ms. José Alzir Falcão Fortaleza, 2010 ii Rodrigo Campos Leão de Carvalho Negócios Eletrônicos na modalidade B2C – Business to Consumer: Um estudo de caso de uma empresa varejista de produtos eletro- eletrônicos em Fortaleza Monografia apresentada ao curso de Ciência da Computação da Faculdade Lourenço Filho como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciência da Computação. Orientador: Prof. Ms. José Alzir Falcão Março, 2010 iii Negócios Eletrônicos na modalidade B2C – Business to Consumer: Um estudo de caso de uma empresa varejista de produtos eletro- eletrônicos em Fortaleza Rodrigo Campos Leão de Carvalho Monografia apresentada ao curso de Bacharel em Ciências da Computação da Faculdade Lourenço Filho, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências da Computação. Composição da Banca Examinadora: _______________________________________ Prof. Ms. José Alzir Falcão (Orientador) _______________________________________ Prof. Ms. Carlos Alberto Manso _______________________________________ Prof. Ms. Ari Holanda Junior Aprovada em 25 de fevereiro de 2010 iv A meus avôs, exemplo de vida Ulisses, Antonisa, João Leão e Nadir In memoriam v Agradecimentos A realização deste trabalho não teria sido possível sem a ajuda de grandes pessoas, entre elas destacamos: Em primeiro lugar a DEUS, pois ele me deu forças, saúde e sabedoria nessa minha jornada. A minha família, principalmente aos meus pais, Orozimbo e Sônia Amália que estiveram presentes em todos os dias desta jornada me incentivando e dando apoio nos momentos mais difíceis. A minha esposa, amiga e companheira Ricarda July Anne pela paciência e compreensão. Ao Elder e Cira meus sogros por todo apoio, confiança e incentivo dedicado a mim. Aos professores do curso de Ciência da Computação entre eles professor André Barros, Marcio Maza, Emanuelle, Carlos Manso, Ari Holanda e ao professor José Alzir Falcão pela atenção e pelo conhecimento que aprendi com vocês. A todos os meus profundos e sincero agradecimento. vi “O E-business é muito mais que simplesmente comércio, ele é a possibilidade de operacionalizar além do comércio eletrônico, qualquer outro tipo de transação: entre funcionários dentro de uma empresa e seus fornecedores e distribuidores, entre médicos e pacientes, entre governo e cidadãos, professores e alunos e até a comunidade e seus líderes políticos.“ Louis W. Gerstner Presidente do Conselho e CEO IBM vii Resumo A Internet é um dos grandes ícones da chamada economia moderna ou “nova economia”. Analistas especializados são unânimes em afirmar que a Internet tem gerado relevantes impactos nas organizações empresariais. Com a nova Tecnologia da Informação o universo dos negócios tornou-se mais amplo, diversificado e em constante mudança, levando as organizações a uma reestruturação administrativa e de seu staff. Organizações dos mais diversos setores ao aderirem aos negócios online, e-business, passam a concorrer e a negociar em um ambiente virtual exigindo a implantação de uma infraestrutura que dê suporte à aplicação do novo modelo. Neste contexto de modernização, o projeto de negócios online deve considerar uma modalidade de e-business, os portais para negociação e a arquitetura de funcionamento. Dados da literatura especializada no assunto revelam que de 2002 a 2009 o faturamento do comércio eletrônico no Brasil cresceu em torno de 319%, aliado ao aumento constante do número de internautas, que atualmente é estimado em 32 milhões de brasileiros. O comercio eletrônico hoje é pequeno, haja vista que em 2000, das 500 maiores empresas privadas do país, apenas 29, ou seja, 9,9% utilizavam algum sistema de comércio eletrônico, do total de 292 empresas que possuíam sites na rede. Diante das perspectivas positivas sobre o comércio eletrônico, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar a organização, portais de relacionamento, infra-estrutura e arquitetura para comércio eletrônico em uma empresa de Fortaleza, verificando, através de estudo de caso, como essa dinâmica se desenvolve e como se estabelece o relacionamento com o cliente no modelo de Gestão das relações com os clientes. Os dados coletados nos mostram que a empresa utiliza um sistema que integra o negócio ao consumidor (B2C), está implantando um sistema de gerenciamento das relações com os clientes (CRM) e modernizando seu sistema de gestão da cadeia de fornecimento (SCM). . Palavras-chave – E-Commerce - Arquitetura de funcionamento – Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente - CRM viii Abstract The Internet is one of the great icons of the call modern economy or “new economy”. Specialized analysts are unanimous in affirming that the Internet has generated excellent impacts in the enterprise organizations. With the new Technology of the Information the universe of the businesses became ampler, diversified and in constant change, leading the organizations to an administrative reorganization and of its staff. Organizations of the most diverse sectors when adhering to the businesses online, e-business, start to concur and to negotiate in a virtual environment demanding the implantation of a infrastructure that gives support to the application of the new model. In this context of modernization, the project business-oriented online must consider a modality of e-business, the vestibules for negotiation and the architecture of functioning. Data of the literature specialized in the subject disclose that of 2002 the 2009 invoicing of the electronic commerce in Brazil grew around 319%, ally to the constant increase of the number of internet, that currently it is esteem in 32 million Brazilians. I deal it today electronic is small, has seen that in 2000, of the 500 bigger private companies of the country, only 29, that is, 9.9% used some system of electronic commerce, the total of 292 companies who had sites in the net. Ahead of the positive perspectives on the electronic commerce, the present work has as objective main to analyze the organization, vestibules of relationship, infrastructure and architecture for electronic commerce in a company of Fortaleza, verifying, through case study, as this dynamics if develops and as if it establishes the relationship with the customer in the model of Management of the relations with the customers. The data collected in show them that the company uses a system that integrates the business to the consumer (B2C), is implanting a system of management of the relations with the customers (CRM) and modernizing its system of management of the supply chain (SCM). Keywords – e-commerce-architecture – relationship management-CRM client ix Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13 2. E-COMMERCE - COMÉRCIO ELETRÔNICO ........................................................ 17 2.1. Conceitos Fundamentais do Comércio Eletrônico.................................................. 17 2.2. E-Business e E-Commerce ...................................................................................... 19 3. B2C - BUSINESS-TO-CONSUMER (NEGÓCIOS A CONSUMIDOR) ................... 23 3.1. - B2C e as Redes de Relacionamentos .................................................................... 23 3.2. Estrutura do E-commerce ........................................................................................ 27 3.3. Comércio eletrônico – Implementação do comercio virtual ................................... 34 3.4. Segurança no Comércio Eletrônico ......................................................................... 36 3.4.1. Criptografia ........................................................................................................... 37 3.4.2. Certificado Digital ................................................................................................ 38 3.4.3. Protocolos de Segurança ....................................................................................... 38 3.4.4. Pagamentos Eletrônicos ........................................................................................ 39 3.4.5. Cartão de Crédito .................................................................................................. 39 3.4.6. Pontos Extremos ................................................................................................... 40 4. ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 41 4.1. – ALFA: Histórico e Estrutura Organizacional ....................................................... 41 4.1.1. ALFA – E-commerce ........................................................................................... 43 4.2. – Relato da Entrevista .............................................................................................. 47 4.3. Análise da Entrevista ............................................................................................... 52 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 57 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 60 ANEXOS.........................................................................................................................62 Lista de Gráficos Gráfico I: Faturamento Comércio Eletrônico – 2001 a 2008 ........................................18 Gráfico II: E - Consumidores .........................................................................................19 Gráfico III: Atividade de sessões de visitantes ..............................................................51 x Lista de Figuras Figura I: Faturamento do Pedido – Fluxograma ................................................................50 xi Lista de Tabela Tabela I: Resumo mensal de tráfeco ALFA.... ................................................................51 xii 1. INTRODUÇÃO O final do século XX e início do século XXI são marcados por uma explosão científico-tecnológica, abrindo possibilidades para a criação e produção do conhecimento. Como consequência, barreiras de comunicação são quebradas, distâncias tornam-se irrelevantes, influenciando diretamente na integração econômica e tecnológica dos países. É a era da globalização, um movimento de transformação social e dos meios de produção e comunicação. Para Schaff (1995), com a chamada Revolução Tecnológica Científica, presenciamos a existência de modernas tecnologias que provocam transformações nas áreas econômicas (produção de bens e serviços, emprego), e sociais (o trabalho, o trabalhador e a classe trabalhadora ganham outro significado) e na esfera cultural (criando o ciberespaço – novo espaço social com diferentes manifestações culturais). Observam-se também transformações nos meios de comunicação: internet, walkman, notebook, telefone celular, vídeo conferência, pesquisas, compras à distância e o surgimento de telefones celulares com tecnologias avançadas, computadores, filmadoras, GPS, fotografias, microcomputadores, microondas, entre outros. A Internet, neste contexto, passa a ser um dos grandes ícones da chamada economia moderna ou “nova economia”, oferecendo terreno fértil para o jogo econômico deste novo milênio e motivando o surgimento de novas modalidades de competição, comportamento e comunicação, levando as organizações, dos mais diversos setores, a abraçarem o desafio de concorrerem em um ambiente virtual. Por vontade própria ou por força das circunstâncias, todo mundo está, ou quer estar, conectado na Rede para aproveitar e, preferencialmente, obter ganhos financeiros e institucionais a partir do potencial e da pluralidade disponíveis por meio da Internet. As maravilhas do mundo online despertam grande interesse, sendo o comércio eletrônico, um dos mais importantes segmentos da Rede, tornando-se alvo de atenção especial. As empresas, para alcançarem sucesso neste novo espaço, devem operar com extrema competência, visto que o terreno de exploração é recente, devendo-se agir com cautela e prudência. Muitos profissionais gabaritados e organizações tarimbadas, ao pensarem na possibilidade de lidar com os recursos da Internet e adotarem o comércio eletrônico, como novo meio de relacionamento com o cliente devem, ter cautela e a atenção redobrada para os resultados previstos. 14 Segundo Teixeira Filho (2001), com o surgimento do comercio eletrônico, que disponibiliza quase tudo por meio da Internet, e que, na avaliação de muitos especialistas, é a mais forte onda de mudança identificada na chamada “nova economia”, tornou-se uma organização global de produção e consumo, fortemente baseada em tecnologia, comunicação e conhecimento. O trabalho nesse ambiente passa a ser favorecido. As empresas, neste contexto, têm que estar preparadas para vender seus produtos em qualquer lugar do planeta, 24 horas por dia, 365 dias por ano, com um atendimento sob medida para as necessidades individuais dos nossos consumidores. É nesse mundo que o comércio eletrônico está florescendo e crescendo, mudando hábitos e atitudes de compras e vendas que interferem diretamente na economia e sociedade global. Observa-se maior disponibilidade de serviços e consumidores on-line, com redução de custos, tempo mais hábil para realização de compras, satisfação do consumidor, onde pouco importa a localização física da empresa, valendo muito mais aquilo que ela oferece e a forma como atinge o cliente. Frente às transformações, criou-se uma nova forma de viver, de se relacionar e de se comunicar, surgindo novos valores, hábitos, atitudes e necessidades onde as pessoas e os grupos comunicam-se pela Internet e outros serviços on-line, em tempo real. Com este novo modelo de comunicação há economia de tempo e custos, além de comunicação virtual com o mundo todo. Neste contexto o comércio eletrônico ou E-commerce (CE) representa novas oportunidades e novos desafios, tanto para os comerciantes tradicionais quanto para os empreendedores na nova economia. Segundo Felipini (2008), o faturamento do comércio eletrônico no Brasil “já cresceu em torno de 319% nos últimos quatro anos, aliado ao aumento constante do número de internautas, que atualmente é estimada em 32 milhões de brasileiros”. O comercio eletrônico hoje é pequeno, haja vista que em 2000, das 500 maiores empresas privadas do país, apenas 29, ou seja, 9,9% dispunham de algum sistema de comércio eletrônico, do total de 292 empresas que possuíam sites na Rede (TEIXEIRA FILHO, 2001). A dimensão da Internete do comércio eletrônico no Brasil é objeto de estimativas conflitantes. De um lado, pesquisa realizada pela Organic, uma das maiores empresas de Marketing dos Estados Unidos, indica que 3,5 milhões de internautas brasileiros das classes 15 A e B, gastaram no E-commerce cerca de US$40 milhões, em 1998. A mesma pesquisa revela que no mercado de marketing interativo apenas 1% da verba brasileira foi gasto em 1999. No Brasil, o gasto com publicidade na Internet atingiu US$30 milhões em 1999, ou seja, 60% da verba publicitária. Frente aos números pode-se constatar o interesse na área e a tentativa para direcionar o mercado que, no Brasil, ainda é recente. (TEIXEIRA FILHO, 2001) Os primeiros estudos de comércio eletrônico no Brasil revelam que as lojas on-line nacionais têm a preferência dos consumidores em detrimento às lojas estrangeiras. Dados divulgados pela Universidade Federal de Minas Gerais mostram o trafego do Bookminer (miner.uol.com.br), programa que faz busca em oito livrarias brasileiras e oito estrangeiras que 76% dos usuários clicam as livrarias brasileiras. Diante das perspectivas positivas sobre o comércio eletrônico, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar a organização, portais de relacionamento, infra- estrutura e arquitetura no comércio eletrônico - B2C em uma empresa de Fortaleza, verificando, através de estudo de caso, como essa dinâmica se desenvolve e como se estabelece o relacionamento com o cliente no modelo de gestão das relações com os clientes (CRM). Esta monografia foi estruturada considerando uma abordagem comparativa do caso estudado com o modelo ideal, recomendado na pesquisa bibliográfica realizada. O capítulo 2 inicia com a exploração da história e dos conceitos básicos que norteiam o comércio eletrônico e sua evolução. Nele são abordados os principais aspectos históricos dos negócios eletrônicos e da sua trajetória de evolução até os dias atuais, destacando os conceitos que fundamentam o trabalho, seu funcionamento com as diferentes modalidades de transações comerciais, dados estatísticos sobre B2C e sua influência no setor de vendas e faturamento no Brasil. No capítulo 3 são analisadas a dinâmica da estrutura e a arquitetura de funcionamento do comércio eletrônico B2C, que envolve negócios entre as empresas e o consumidor final. São enfocadas as redes Intranets, Extranets e Marketplaces, que são os portais de relacionamento nas empresas e que favorecem os negócios B2C. O segundo ponto a ser abordado é a estrutura do E-commerce, onde determinadas ferramentas de gestão devem ser organizadas: Planejamento dos Recursos Empresarial (ERP), Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente (CRM), que devem ser observadas para sua implantação e, 16 num terceiro momento, Gerenciamento de Cadeia de Fornecimento ou Suprimento (SCM). O maior enfoque será dado ao relacionamento com o cliente CRM. O capítulo 4 apresenta o estudo de caso, com informações sobre a empresa onde as entrevistas foram feitas, seu histórico a partir dos dados coletados, o tipo de comércio eletrônico implantado, o portal utilizado para a sistemática de venda, com o resultado das análises sobre a sua estrutura de funcionamento e o relacionamento com o cliente. Após a apresentação desses dados foi feita uma análise relacionando o referencial teórico com os dados tabulados da entrevista. As considerações finais fundamentadas na analise contextual da empresa no mundo dos negócios eletrônicos e à luz do referencial teórico, sugere novas investigações no sentido de recomendar futuros trabalhos a serem realizados na empresa visando aperfeiçoar a operação dos negócios eletrônicos no sistema CRM. Para tal sugerimos a implantação desse sistema para que a empresa obtenha um retorno dos seus clientes em tempo real visando a sua satisfação e o crescimento da mesma. Uma segunda sugestão estaria relacionada à melhoria do sistema de Gestão da Cadeia de Fornecimento (SCM). Atualmente a reposição dos produtos é feita via consulta no Sistema de Gestão - Protheus® e o pedido efetuado por telefone e correio eletrônico. Com a implantação do sistema SCM haverá maior agilidade na reposição dos produtos, com maior precisão e, conseqüentemente, a melhoria de atendimento ao consumidor. 17 2. E-COMMERCE - COMÉRCIO ELETRÔNICO E-commerce e E-business são conceitos aplicados indistintamente quando se referem ao uso da Internet para a realização de negócios. Para muitos teóricos o E-business abrange o E-commerce, sendo este, uma variante do primeiro, e a Internet é apenas o veículo para as transações comerciais. Neste capítulo serão enfocados os conceitos fundamentais do comércio eletrônico com ênfase nas pesquisas relacionadas ao E-commerce e suas modalidades. 2.1. Conceitos Fundamentais do Comércio Eletrônico As empresas, ou organizações, ao utilizarem a Internet como instrumento de negociação de bens, produtos e/ou serviços, vislumbram um mundo incalculável de oportunidades no comércio, extrapolando os espaços das lojas convencionais. Esse novo modelo de comércio influencia diretamente as formas de atuação das empresas convencionais, levando-as a pensar em novos modelos de negócios, ampliando e otimizando a comercialização e até mesmo o mercado. Com essa ampliação as vendas, ou ofertas do produto, não ficam restritas ao consumidor, mas se estendem às empresas, fortalecendo o surgimento de novas relações e modelos de negociação com redução de custos, ganhos de produtividade, tornando o mercado competitivo globalizado. Os novos modelos de negociação passam a exigir das empresas a criação de uma estrutura organizacional, setores e serviços com condições para atender o mercado e o consumidor em diferentes regiões do país e do mundo, com ofertas de produtos e /ou serviços que atendam à demanda e necessidades do consumidor, com maior responsabilidade e ética. Segundo Albertin (2004), essa forma de negociar – o comércio eletrônico – engloba um conjunto de atividades que vai além da compra e venda de produtos e/ou serviços, mas que inclui pesquisa de mercado, oferta e promoção de produtos, suporte a clientes, dentre outras. Muitos clientes pesquisam na Internet e em outros canais de vendas, como lojas e telefones, antes de adquirir um produto e/ou serviço. Isto indica, segundo Bransky (1999), 18 ”que as empresas não devem creditar seu sucesso on-line apenas às vendas geradas em seus sites“, mas ao uso eficaz da Internet. Segundo E-bit (2009) - empresa especializada em estatísticas de Comércio Eletrônico - as vendas através desse canal no Brasil em 2007 alcançaram a marca de US$ 4,89 bilhões, com um crescimento de 116% em comparação a 2005. Pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação - Cetic em 2008 mostram que as compras aumentaram em usuários de renda mais elevada, com escolaridade mais alta (CETIC.BR, 2008). A previsão para 2009, segundo a E-bit (2009) foi de um crescimento em torno de 20 % a 25% sobre 2008, superando a barreira de R$10 milhões de reais, apesar da crise global. A crescente venda em 2009 ocorreu devido à participação da classe C, correspondendo a 45% das compras on-line e 87% das vendas forma realizadas com boleto ou cartão de credito. Gráfico 1 – Faturamento do Comercio Eletrônico -2001 a 2008 Fonte eBit- Compilação http://www.e-commerce.org.br/stats.php Analisando o Gráfico 1 foi constatado que o faturamento do comércio eletrônico em 2008 foi de 8,2 bilhões de reais, representando 30% de crescimento em relação a 2007. 19 No Gráfico 2 observa-se o crescimento significativo dos consumidores on-line a partir de 2001, onde o número de consumidores era de 1,1 milhão e passou em 2008 para13,2 milhões. A projeção calculada pelo E-bit para 2009 foi em torno de 30% com um número estimado de 17,2 milhões de consumidores. Para 2010 caso o percentual estimado para 2009 se repita, após a divulgação dos dados estatísticos, estima-se um crescimento para 22,4 milhões de consumidores. Gráfico 2- E-Consumidores E-consumidores (milhões) 1,1 1,7 2,6 3,4 4,8 7 9,5 13,2 17,2 22,36 0 5 10 15 20 25 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Período E -c o n s u m id o re s ( m il h õ e s ) Adaptado da Fonte eBit- Compilação http://www.e-commerce.org.br (2008) 2.2. E-Business e E-Commerce Segundo Teixeira Filho (2001), o E-business: É a “aplicação da tecnologia de informação e de telecomunicações aos negócios da empresa, para tornar sua cadeia de valor agregado“. Os processos de negócios estariam voltados para a geração de produtos e serviços via Internet, empregando para isto tanto uma estrutura virtual como física. Para o mesmo autor, E-commerce (comercio eletrônico), uma variante do E-business, é definido como a “realização de toda cadeia de valor dos processos de negócios num ambiente eletrônico, por meio da aplicação de tecnologia da informação e de 20 telecomunicações, para atingir os objetivos de negócio da empresa”. O termo inglês eletronic commerce deu origem à expressão E-commerce ou comércio eletrônico. Para Vernetianer (2000) o E-commerce (comércio eletrônico) é uma variante do E- business, sendo o conjunto de transações comerciais efetuadas por uma empresa, atendendo direta ou indiretamente seus clientes mediados pela Internet. O conceito do autor de E- commerce é abrangente e se aproxima ao conceito E-business de Teixeira Filho (2001), que esclarece: Muitos autores acabam utilizando os termos E-commerce e E-business indistintamente para referir as aplicações da Internet voltadas aos negócios. Mas E-business deve ser utilizado no sentido mais amplo e abrangente , para todo e qualquer negócio realizado na Internet , enquanto E-commerce se aplica especificamente ao processo de compra e venda”. (TEIXEIRA FILHO, 2001, p 28. ) O negócio eletrônico – business-to-business – ocorre entre duas unidades de negócios, ampliando as oportunidades de negociação e a eficácia da cadeia de suprimentos. O comércio que ocorre entre entidades distintas de negócios, ou seja, no âmbito de duas ou mais empresas, Vernetianer, (2000) conceitua como business-to-business. O comércio entre empresas pode desenrolar-se em qualquer website, mas o mais comum são as extranets com acesso restrito. O business-to-business, pode ser aplicado através dos sites das empresas fornecedoras e compradoras dos serviços e produtos ofertados e procurados. Bransky (1999) define comércio eletrônico como a “divisão de informações, manutenção de relacionamentos e condução de transações de negócio por meio de redes de telecomunicações dentro e fora das organizações”. O comércio eletrônico seria a maneira pela qual são geradas as vendas, a assistência ao cliente na concretização da venda e pós- venda, tudo on-line. Segundo Rover (2003) a Organização Econômica para a Cooperação e Desenvolvimento (OECD) define comércio eletrônico como “transações econômicas baseadas no processamento e transmissão de dados digitalizados, envolvendo tanto organizações como indivíduos, incluindo sons, textos e imagens visuais e que são transportados em redes abertas (Internet) ou redes fechadas (AOL, MINETEL), com gateway para rede aberta“. Para Micolli (apud Volpi Neto, 2001) “comércio eletrônico pode ser definido como uma subespécie de EDI - Eletronic Data Interchange, (troca de dados por computador) onde 21 ocorre a troca de dados ou informações por computadores“. Segundo o autor, o EDI, num conceito mais amplo, é uma nova maneira de contratar, via Internet, uma nova forma de documentação em termos de lei fiscal e comercial, nova forma de evidenciar as transações comerciais. As modalidades de transações comerciais envolvidas no E-business são diversificadas e, segundo TELLES (2003), envolvem: empresa-empresa, empresa- consumidor, empresa-governo, consumidor-consumidor, dentre outras que passaremos a descrever a seguir: • A2C – Administration to Consumer – nesse modelo a negociação envolve o consumidor e a iniciativa privada/publica. Temos como exemplo o pagamento de impostos via web, declaração de imposto de renda, edital de concursos, enfim, todo tipo de serviço que o consumidor pode obter do setor publico. • C2C – Consumer to Consumer – tipo de negociação direta entre consumidores com ajuda de uma empresa intermediária. Os leilões on-line e o Mercado Livre são exemplos desse tipo de transação. No leilão on-line o consumidor coloca o produto para venda e os consumidores fazem ofertas maiores para o produto. A empresa intermediária não tem responsabilidade sobre a qualidade do produto, apenas recebem taxa da negociação. • C2B – Consumer to Business – o consumidor torna-se voz ativa no processo de compra, definindo como deseja ser atendido, inclusive a forma de pagamento. • B2E – Business to Employee – é o comércio eletrônico realizado entre a empresa e seus funcionários ou colaboradores. As empresas, através da rede interna – intrabusiness – automatizam alguns processos internos como gerenciamento on-line das políticas de Recurso Humano, requisição de material, ofertas especiais para os funcionários, dente outros. • B2C – Business to Consumer – é o comércio onde a empresa torna disponível ao consumidor seus produtos, serviços e bens cujo consumo será direto, sem intermediário, com o pagamento sendo feito de forma eletrônica. O B2C é o 22 comercio eletrônico mais comum e, conforme a E-consulting, movimentou 5,2 bilhões de reais no Brasil em 2003. • B2B – Business to Business – comércio eletrônico entre empresas, fornecedores como, por exemplo, fábricas, vendendo para distribuidores, prestação de serviços entre empresas. No Brasil, segundo E-consulting em 2004, as transações realizadas pela Internet foram de aproximadamente 36,7 bilhões de reais, o volume de negociação é maior que o B2C e é típico de comércio por atacado. Atualmente o comércio eletrônico está sendo assimilado pelo governo para promover maior transparência de sua administração: • G2B – Government to Business - envolve relações entre governo e empresas. • G2G – Government to Govermment - relações de comercio entre governos. • G2C – Govenment to Consumer- comércio entre governo e consumidor. O comércio eletrônico B2C foi a modalidade escolhida para este estudo, por ser um negócio em expansão, que gera mudanças na estrutura organizacional, cultural e administrativa das empresas e no comportamento do consumidor, mudanças essas que serão relatadas no próximo capítulo. O B2C envolve a comercialização de qualquer produto ou serviço que, de alguma forma, tenha sido negociado, solicitado, enviado e/ou anunciado via Internet para a aquisição dos consumidores (VENETIANER, 2000). Para o cliente, essa possibilidade de compra a qualquer hora, com entrega do produto a domicílio, faz a diferença, tornando o cliente mais satisfeito sem a preocupação de sair de casa para realizar a compra. Esta vitrine no espaço cibernético, as compras são realizadas por meio de computadores e as empresas oferecem seus produtos e serviços. Yesil (1999) a define como loja virtual. Para fins deste trabalho, o termo comércioeletrônico será aplicado tendo como referencial teórico Teixeira Filho (2001): Aplicação da tecnologia de informação e de telecomunicações aos negócios da empresa, para tornar sua cadeia de valor agregado e o termo e-business deve ser utilizado no sentido mais amplo e abrangente, para todo e qualquer negócio realizado na Internet enquanto E-commerce se aplica especificamente ao processo de compra e venda. 23 3. B2C - BUSINESS-TO-CONSUMER (NEGÓCIOS A CONSUMIDOR) No capítulo anterior foi enfocada as modalidades e pesquisas do E-commerce e os conceitos fundamentais, passaremos a abordar a modalidade B2C em termos de relacionamentos e estrutura do E-commerce. O termo B2C representa qualquer tipo de relação comercial entre empresas e clientes. È o tipo de negócio que reduz custos, principalmente para a empresa, que tem acesso a diferentes ferramentas digitais para facilitar a vida do cliente, que pode comprar qualquer produto ou serviço sem sair de casa. 3.1. - B2C e as Redes de Relacionamentos Para esta negociação, as empresas utilizam tecnologias de informação (TI), que extrapolam as funções organizacionais, levando ao desenvolvimento de processos de integração eficazes e eficientes. As empresas com a utilização da TI compartilham recursos de informação, auxiliando o E-commerce a atingir seus objetivos estratégicos atendendo as necessidades de compra e vendas dos produtos/serviços de forma mais econômica. Essas operações podem ser realizadas pela Internet ou através de redes privadas entre os parceiros, onde esses modelos de comunicação modificam as relações de negócios. (CARVALHO, 2001). As empresas tornam-se mais dinâmicas, comercializando os seus produtos e serviços através de um canal de distribuição e comercialização, lidando diretamente com o cliente. A capacidade e potencial dos mercados eletrônicos criam vantagens competitivas que impulsionam o poder da Internet e, como dito anteriormente, tornou-se um componente vital para as empresas aumentarem a eficiência e o desempenho. Dentre as capacidades do mercado eletrônico podemos citar: • Comunicação instantânea – onde há comunicação entre vários participantes dos sistemas de negócios; • Acesso Global – onde os produtos ou serviços são ofertados através de mercados eletrônicos e proporcionam maior acesso aos mercados; 24 • Personalização – oferecendo capacidade de oferta de produtos e serviços em tempo real; • Aumento da Disponibilidade – quando o E-Commerce oferece maior disponibilidade de produtos da empresa, com disponibilidade de 24 horas por dia, 7 dias por semana, nos 365 dias do ano; • De intermediação – onde são eliminados os intermediários ineficientes, ofertando uma simples distribuição eletrônica e diferenciando os produtos baseados pelos clientes; • Consolidação e Convergência – facilitando as economias de escala, implantando ordens e seu comprimento. Permitindo a revitalização dos produtos que agregam valores através de profundidade, contexto ou digitalização; • Colaboração – automatizando transações eletrônicas entre empresas, tendo suporte em tempo real de troca de informações. Uma empresa ou organização tradicional que muda para E-commerce - B2C deve passar por um processo de mudança radical na sua estrutura, organização e clima organizacional, o que muitas vezes é visto com certa resistência por parte dos trabalhadores. Essa mudança exige que os diversos sistemas que representam ou envolvem os negócios sejam integrados Ao implantar um modelo de negociação on-line a empresa redefinirá o modelo de relacionamentos entre empresas e seus agentes ou clientes, criando modelos próprios de interação e negociação. Para cada agente de relacionamento, a Internet apresenta um ambiente específico, modelos próprios de interação: uma Intranet para funcionários, uma Extranet para seus revendedores e clientes, um E-Marketplace em conjunto com seus concorrentes, uma operação de E-commerce para seus clientes e um site institucional na Internet para seus consumidores. Essas soluções levam a empresa a construir relacionamentos interativos, ricos, completos, envolvendo desde seu funcionário mais importante ao cliente mais distante. Por outro lado, as empresas reestruturam e revitalizam processos de negócios internos implementando sistemas de E-business entre empresas, clientes e fornecedores, promovendo a colaboração entre equipes e grupos de trabalho da empresa. 25 A Internet e as redes similares a ela – Intranets (comunicação dentro da empresas), e Extranets (entre uma empresa e seus parceiros comerciais e/ou clientes), Marketplaces – têm se tornado os portais de relacionamento nas empresas e favorecido os negócios on-line: B2B, B2C, dentre outros. Essas redes de relacionamentos podem e estão auxiliando os negócios on-line entre as empresas, segundo o que passaremos a descrevê-las: Intranet – portais para colaboradores e, ou, funcionários. São portais que promovem a comunicação interna da empresa. Através deste portal o fluxo de comunicação e informação torna-se mais rápido e sistematizado, evitando distorções. A Intranet facilita a comunicação, derrubando a barreira da distância e dispensando o uso de papel e caneta, como os famosos memorandos. O portal propicia a troca de informações por parte do staff da organização, um trabalho árduo para o gerente de E-commerce. A informação deve ser um foco bidirecional importante na comunicação empresarial, que deve ocorrer nos sentidos vertical e horizontal – entre os mesmos setores e entre diferentes departamentos. A Intranet tem como função facilitar a requisição de serviços, estimular a comunicação interna (notícias, boletins, eventos), eliminar burocracia, incentivar o E- learning (cursos on-line), eliminar gastos com papéis e integração de times de trabalho. Com a evolução teconológica a Intranet irá atender às necessidades dos funcionários da empresa, servindo de ferramenta de comunicação e interação entre os funcionários, divulgação de informações, troca de experiências e geração de novos conhecimentos (MESSA, 2002). Extranet – portais para seus revendedores e/ou, clientes. É um portal da Internet que partilha com segurança parte do seu sistema de informação. Uma Extranet também pode ser vista como uma parte da empresa que é estendida a usuários externos - gestão da empresa para o exterior. Outro uso comum do termo Extranet ocorre na designação da "parte privada" de um site, onde somente "usuários registrados" podem navegar, previamente autenticados por sua senha (login) (Wikipédia). O Extranet, sendo um canal de negócios externo, interliga um sistema informático de ERP (Planejamento de Recursos Empresariais), CRM (Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente) e SMC (Gerenciamento de Cadeia de Fornecimento ou Suprimento) aos clientes finais, revendedores e fornecedores. Estes sistemas contem múltiplas ligações e bases diretas de dados, capazes de efetuarem cálculos e formas, disponibilizando 26 informações como conta corrente, encomendas, etc, atendendo às necessidades dos clientes. Funciona como uma extensão da empresa de forma segura e alargada, constituindo-se um verdadeiro portal de negócios de elevado potencial. Esta plataforma B2B permite redução de custos para as empresas, automatização de processos, acesso condicionado à informação através de autenticação, podendo ser um forte canal de vendas. E-Marketplace – portal de relacionamento onde várias empresas buscam uma única plataforma para realizar negócios e onde novos clientes ou fornecedores são localizados. E-Marketplace podem oferecer uma ampla oferta de produtos, serviços e conteúdo, como treinamentos on-line ou fóruns de interação e, muitas vezes, incluem trocas como parte dos serviços aos associados.Outra facilidade é a otimização do processo de encomenda entre compradores e vendedores e a divulgação da empresa. No E-Marketplaces para adquirir e vender produtos, as empresas podem prover a maior quantidade de benefícios no menor tempo possível, para tanto devem: (www.e- consultingorg.com.br) • Estabelecer políticas de procurement – entender os próprios modelos de compras, fortalecendo o seu poder; • Firmar uma estratégia integrada com parceiros, de modo a melhorar processos. (transparência, agilidade, prestação de contas, etc); • Reduzir estoques por meio de provisão em tempo-real, para acessar dados de demanda; • Reduzir custos de infraestrutura de comunicação na empresa; • Obter colaboração verdadeira entre parceiros (cada qual focando em seu nível de competência), proporcionando a todos os participantes um ganho de eficiência e rendimento. As colocações acima mostram que a Internet facilita a negociação de produtos e/ou, serviços entre empresas e clientes. Através destes suportes a compra on-line é realizada num ambiente de muitos compradores e fornecedores ou em ambiente mais limitado aos mercados de origem das ofertas e procuras. O B2B também é conhecido como uma ferramenta de relacionamento entre empresas que não necessariamente fazem uso da Internet, mas dos hubs. Segundo 27 Simmonds (2003), são um conjunto de tecnologias que proporcionam, ao longo da cadeia de suprimentos, a integração e colaboração; englobam bens de valores reduzidos; os custos são relativamente mais elevados; a logística é terceirizada para entregas dos bens sem intermediários próprios ou existentes no canal. (Wikipédia.org acessado em 15 de Novembro de 2009) Um Hub on-line é um E-Marketplace, onde as transações nas empresas são operadas na forma NXN, ou seja, todas podem transacionar com todas. Pode ser comum a todos os participantes (caso onde os players do setor se associam no empreendimento), ser pilotado por um terceiro, ou ainda pertencer a alguma empresa do setor com penetração suficiente para operar uma plataforma dessa natureza. Outra ferramenta de relacionamento é o EDI (Electronic Data Interchange), que segundo Turban et al, pode ser definida como o movimento eletrônico de documentos standart de negócio entre, ou dentro, de empresas. Essas transações seriam de negócios como faturas, aprovações de créditos, registros mais repetitivos e a comunicação não é em tempo real. O EDI tem uma estrutura que recolhe os dados automaticamente, transformando-os, mas não são reintroduzidos no sistema. Frente ao exposto podemos concluir que a Internet tem o papel de catalisador e otimizador das relações empresa/agentes e que agentes de relacionamentos Intranets, Extranets e Marketplaces englobam todos aqueles que interagem com a empresa, não importando o momento e a distância. 3.2. Estrutura do E-commerce Uma empresa ao implantar um projeto de E-business ou E-commerce deve rever três pontos: (i) Reestruturar e reorganizar sua estrutura organizacional, para a integração de seus negocios – a nova estrutura organizacional requer o desenvolvimento de estratégias inovadoras com foco na comercialização e na dinâmica de sua execução; (ii) Redefinição de relacionamento com o cliente, que deve ser flexível, ágil e integrado aos negócios, atendendo suas prioridades que estão ligadas a preços, variedades, qualidade e entrega do produto e/ou serviço. (iii) Por último, mas não menos importante, como os dados são armazenados, a segurança das informações e confibialidade para envolver o cliente. 28 Como elaborar o projeto de negócio eletrônico de uma empresa? Segundo Kalakota et al (2002), a empresa para elaborar um projeto deve observar três níveis de decisões encadeadas. A primeira decisão é estabelecer qual o valor a ser agregado, tendo como foco as prioridades do cliente, estabelecendo uma estrutura organizacional voltada à eficiência, competências e capacidades, e a logistica de fabricação e distribuição do produto, assim especificados: • utilização de tecnologia para identificar seus consumidores : desejos e prioridades. • estabelecimento de competências e capacidades para irem de encontro às prioridades dos clientes – essas decisões vão definir qual a percepção do cliente em relação ao projeto, levando-o a interagir com o mesmo. • o projeto de e-business deve ser eficiente com relação à redução de tempo e a logística em têrmos de distribuição e fabricação do produto. Foi falado muito em agregar valor, mas como e por que isto deve ocorrer? Agregar significa adicionar e no processo de atendimento ao cliente deve-se ir além de suas expectativas, do que ele espera do produto e/ou serviço. O produto/serviço deve ter, e ser, algo diferenciado que o cative e encante – que seja único. O valor é a importâcia que o cliente atribui ao produto/serviço, (CASSARO, 1999), devemos portanto aumentar esta importância. O segundo passo é o nível de decisão que envolve a infraestrutura de aplicação do E- business e o suporte/apoio ao projeto fornecido pelo software. As empresas, para atingirem o sucesso, devem criar infraestruturas fortes, consistentes e extensas, que sustentem as aplicações do E-business, direcionadas para meios que evitem sistemas incompatíveis. O terceiro nível de decisão, citado por Kalakota, está relacionado à info-estrutura que dá suporte à aplicação do E-business. Quando bem construidas, as operações on-line tornam as informações acessíveis e disponíveis, propiciando equilibrio e flexibidade entre as estrutura, tornando a informação protegida, rápida, segura e simples. Um aspecto importante sobre a info-estrutura é que envolve tecnologias, ferramentas e serviços necessários para habilitar o fluxo de comércio sem interrupções. 29 Um dos maiores desafios do E-business (não importando o modelo) é unir novas tecnologias aos mercados existentes, que estão em constantes mutações e formam uma cadeia de reações: as mudanças no mercado afetam as necessidades do cliente que por sua vez influenciam o modelo de negócio e que, por ultimo, influencia a dinâmica dos processos de uma empresa. Para o E-business ter sucesso a administração da empresa deve ser flexível, sujeita a mudanças e a criação de novas ofertas de produto, onde o cliente é o foco . Segundo Kalakota (2002) a elaboração de um projeto de E-business deve ser realizado após a definição e estudo das tendências tecnológicas que, como relatamos, sofre influência de mudanças e inovações tanto do mercado quanto do comportamento do cliente. Definido o modelo de negociação e realizado o processo de reestruração e reorganização da empresa, deve-se repensar a cadeia de valor e inverter o valor agregado – do produto para o cliente. No mercado tecnológico o sucesso depende de novas “ofertas de produtos” onde o valor é adicionado. As novas estratégias atendem às necessidades do cliente e o projeto de negócio é centrado no cliente, priorizando suas exigências e necessidades. Para acompanhar as mutações constantes e as competências da empresa – excelência do serviço, excelência operacional e excelência de inovação contínua – os canais de mercado, a infraestrutura de aplicação e o staff devem estar integrados às mudanças. Os projetos de E-business são construidos como blocos modulares interligados, denominados aplicações empresariais, que constituem a base para determinar as funções como planejamento de recursos : ERP, CRM e SCM. Passaremos a relatar como a empresa e sua infraestrutura devem se organizar para a expansão do E-busines/E-commerce, assegurando a satisfação do cliente e empregando tecnologias adequadas ao gerenciamento da cadeia de produção e vendas. A primeira ferramenta de gestão de recurso empresarial – Enterprise Resource Planning - ERP ( Planejamentode Recursos Empresariais) –, espinha dorsal do E-business, é um sistema estruturado que otimiza a cadeia interna de valores e o fluxo de informação da empresa, integrando todas as divisões e departamentos. No Brasil denomina-se SIGE – Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (LAUDON,2004). 30 O ERP é mantido por um software multifuncional ligado a operações fragmentadas e divididas em banco de dados, com módulos de aplicações desenvolvidas para organizar, codificar e criar um padrão para os processos internos da empresa. Assim, une os diversos departamentos da empresa, possibilitando uma dinâmica dos negócios e gerenciando operações como manutenção e inventários, interação com fornecedores, planejamento de produção, compras, serviços de atendimento ao consumidor e a trajetória de pedidos. O ERP armazena todas as informações de negócios integrando as atividades e processo da empresa num único sistema. A ligação do sistema interno com os fornecedores, clientes e parceiros, será feita pelo ERP que fornece além de informações por relatórios e telas, mas as disponibiliza para aumentar e integrar os sistemas externos à empresa por meio de protocolos como o EDI – Eletronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados). O sistema ERP está sendo utilizado cada vez mais pelas empresas, apresentando vantagens como a integração de informação sobre clientes, produtos, gestão de estoques, entre outras funcionalidades. A integração desta ferramenta com os gestores de conteúdos dos websites favorecem a concentração da informação e a confiabilidade dos dados numa única ferramenta, possibilitando rentabilidade de tempo e outras formas de negócio, como é o caso do E-commerce. É através dos módulos do ERP que as informações trafegam em tempo real, dispõe em uma ordem de venda o processo de fabricação com o envio de informação para várias bases, do estoque de insumos à logística do produto. Segundo Velte (2002), ERP é uma forma de otimizar o fluxo de informações nos negócios das empresas, se interligarmos os vários processos importantes vai ocorrer uma melhora substancial na troca de dados entre as divisões de uma empresa. A implementação do software ERP, para ser bem sucedida, deve observar os aspectos empresariais e tecnológicos, onde técnicos e líderes devem trabalhar em conjunto para que o produto final não apresente problemas ou que surja qualquer equívoco. Os gerentes de sistema e os consultores são os responsáveis diretos pela instalação, pelos testes, até a migração final. A implementação tecnológica é apenas o início, após a instalação dos novos aplicativos deve ser feito um follow-up (acompanhamento) dos líderes empresariais. Passaremos a descrever as fases da implementação do ERP: (VELTE, 2002) 31 • Preparação do projeto – o projeto nesta fase é organizado e a equipe de técnicos especializados recrutada, definindo os recursos, custos e atividades; • Planta básica – neste momento os consultores documentam as necessidades da empresa e os processos operacionais; • Piloto – configuração do software, para atender à estrutura da empresa, onde a equipe técnica planeja as interfaces e a infraestrutura de integração de dados do novo sistema; • Final – consolidação dos trabalhos desenvolvidos nas fases anteriores é incluída em teste final do sistema o treinamento de usuários e a migração final dos dados; • Avaliação – revisão do sistema para verificar se todas as necessidades da empresa foram atendidas, analisando-se os processos empresariais dos componentes tecnológicos e dos usuários. A implementação do ERP trará vantagens e desvantagens. A maior vantagem é a otimização do fluxo de informações com qualidade dentro da empresa, agilizando o processo decisório, evitando redundância de atividades, reduzindo os limites de tempo de resposta ao mercado, reduzindo assim os custos. Por outro lado o ERP, por si só, não torna a empresa integrada, o que muitas vezes interfere no custo/benefício. Outro ponto que podemos citar é as dependências entre os módulos, pois cada departamento depende da informação do módulo anterior e as mesmas precisam de constantes atualizações, pois trafegam em tempo real. Esses entraves acarretam o volume de trabalho e excesso de controle sobre as pessoas, gerando muitas vezes resistência às mudanças e desmotivação dos funcionários. A segunda ferramenta de gestão de recurso empresarial para a implementação do E- business é Customer Relationship Management – CRM (Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente). A estrutura do CRM organiza os processos de negócio a partir das necessidades do cliente, ou seja, o ponto de vista do cliente integra-se aos processos de venda e serviço permitindo que mudem e se adequem às suas necessidades (Kalakota, 2001). A estrutura com foco no cliente permite mudanças e melhorias no processo de CRM, permitindo que a empresa se reestruture, principalmente naqueles setores e departamentos que lidam diretamente com o cliente. 32 Ao implementar uma infraestrutura CRM, uma série de competências devem estar contidas, criando, assim, relações bem sucedidas com o cliente. As aplicações de software do CRM quando implementados darão suporte eficaz ao marketing, às vendas e serviços, levando o cliente à fidelização. Velte (2002), ao abordar o bom atendimento ao cliente, enfatiza que a empresa deve fazê-lo com responsabilidade, assegurando-se de que está oferecendo os serviços que os clientes realmente querem. As competências do processo de implementação da estrutura do CRM devem: • Competência de vendas – Oferecer um produto/serviço complementar (venda lateral) ou um produto/serviço de qualidade superior ao pedido pelo cliente (venda vertical). Utilizar um aplicativo de software para vendas por telefone, registrando as operações de vendas e ter capacidade para checar todos os estágios do processamento do pedido. • Competência de Marketing e processamento de pedidos – Fornecer informações sobre produto/serviço para atrair o cliente, garantido que as informações sejam precisas. Aplicativo de software para respostas mala direta, informações sobre preço, faturamento e pedidos de informação por escrito. • Competência de atendimento ao cliente – Suporte aos clientes que estão com problemas com um produto/serviço. Software para identificar o status do pedido, identificando o problema e como solucioná-lo, elaborar estatísticas da incidência do problema e verificar custos de suporte para cobrança. A identificação das competências do CRM com a empresa é fundamental para o sucesso da implementação e integração das estratégias e os administradores devem estar de acordo com as mesmas. Toda essa integração deve ter como meta manter o cliente, assim alguns objetivos devem ser traçados: • O departamento de marketing deve criar logomarca e propagandas de fácil identificação da empresa; • O catálogo on-line deve ser de fácil acesso e manuseio, com informações completas; • A logística para entrega do produto/serviço deve ser a mais rápida e eficaz. 33 Por outro lado, essa infraestrutura deve ser flexível, integrada às mudanças do mercado e necessidades do cliente. O foco no cliente garante inúmeros benefícios para a empresa, como estimular a tomada de decisão baseada nas necessidades reais do cliente; indicar onde está a maior fonte de renda da empresa e melhorar o conceito e imagem empresarial. Para agregar estes valores à sua empresa, é necessário que o CRM (Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente) integre todas as áreas da organização ao mesmo tempo, proporcionando um atendimento efetivamente mais ágil e personalizado. A terceira ferramenta de gestão de recurso empresarial para a implementação do E- business é Supply Chain Management – SCM (Gerenciamentode Cadeia de Fornecimento ou Suprimento). O SCM é quem gerencia a cadeia produtiva, desde o fornecimento da matéria-prima até a rede de distribuição dos produtos. Hoje em dia há uma conscientização de que a excelência do produto não garante lucratividade e vantagem competitiva. Através do SCM as empresas estão buscando uma nova maneira de incrementar seus lucros através de uma rede de parceiros, utilizando tecnologia e evitando os extremos de internizá-la ou terceirizar a maioria das funções. As empresas estão começando a usar uma cadeia de suprimentos para produzir redução de custos e complementar seus produtos e serviços básicos, adicionando valores que visam um equilibrio perfeito. O SCM é muito importante para uma empresa , pois tem um papel fundamental no gerenciamento de processos que ultrapassam os limites funcionais e departamentais, indo além dos limites organizacionais e alcançando os fornecedores e clientes. No conceito de E-business e tecnologia “Web”, o SCM pode ser utilizado para gerenciar organizações, onde a estratégia é aproximar as unidades e todos os passos do círculo de negócios, desde a aquisição da matéria-prima, passando pela produção, carregamento, distribuição e armazenamento, até chegar ao produto final que será entregue ao consumidor. O primeiro requisito considerado é o conhecimento (Capital Intelectual), pois as companhias precisam entender e ter uma visão de como obter uma cadeia de suprimentos, 34 com isso a colaboração e otimização são as chaves principais. O segundo requisito é a velocidade, pois está gerenciando, planejando e executando um banco de dados excelente. Uma das vantagens do SCM é a habilidade de gerenciar mudanças, pois estas são inevitáveis e necessárias e o SCM é mais adaptável e ágil em face de mudanças nos negócios. Ele agrega vantagens competitivas às empresas que fazem parte da cadeia de fornecimento, pois além de encontrarem os melhores parceiros para cada fase do processo produtivo, todos estarão focados no memso objetivo que é encantar e otimizar a excelência de atendimento ao cliente. Com o crescimento do E-commerce, os clientes estão fazendo solicitações que exigem maior rapidez e maior customização no relacionamento das empresas com eles. As empresas procuram adquirir mais informações sobre os clientes, a fim de poder criar modelos de negócios mais centrados em cada um deles. Estas indústrias (à exceção das companhias de varejo), necessitam melhorar sua relação com os clientes e gerar valor superior, a fim de conquistar a fidelidade. Com a Internet, o processo de aquisição de informação e o conceito de fidelização de clientes puderam ser aplicados a todos eles, da cadeia de suprimentos. Entendendo o poder competitivo para operar verticalmente nos mercados, empresas e indústrias estão agora descobrindo que uma das mais eficientes e agressivas fomas de melhorar seus negócios é através da implementação de um modelo de E-SCM que proporciona às empresas opções estratégicas significativas para melhorar sua flexibilidade e adaptabilidade às novas conjunturas dos mercados (a longo prazo). Outro aspecto positivo do E-SCM é que acaba por nivelar a competição e a comparação entre grandes e pequenas empresas, possibilitando que qualquer tamanho de empreendimento possa acessar fornecedores e clientes no mundo inteiro e tirar proveito disso. 3.3. Comércio eletrônico – Implementação do comércio virtual Como relatado, a interação do comercio eletrônico não se restringe apenas ao cliente, mas a servidores, denominados prestadores de serviço, que executam os serviços requisitados, distribuindo o processamento dos serviços solicitados na rede. 35 Para compreendermos essa interação é necessário caracterizarmos o que é um prestador de serviços. Para Meira et al (2002) prestador de serviços “são servidores que executam tarefas que contribuem, de forma total ou parcial, para o atendimento das requisições submetidas ao servidor do comercio eletrônico”. Seria um sistema composto de hardware do comercio eletrônico que ao utilizar recursos da Internet tornam as transações mais ágeis, ampliando a eficiência dos processos na empresa. A interação entre cliente e empresa pode ter início através de um anúncio na página virtual, através de sistema de busca pela rede, catálogo eletrônico ou por um sistema de comparação automática de preços. O maior benefício do comercio eletrônico é a integração da cadeia de produção que cria novos serviços e que exploram os recursos da Internet. A implementação de serviços do comércio eletrônico passa por etapas no processo de comercialização de um produto ou serviço, qual seja: identificação do cliente, localização dos fornecedores, escolha do produto, negociação, pagamento, remessa do pedido e pós- venda, que passaremos a descrever resumidamente. O primeiro ponto para o processo de comercialização no CE está relacionado às necessidades dos clientes para a aquisição de um do produto/serviço. Neste ponto nos deparamos com dois fatos que devem ser abordados: quem é esse consumidor virtual e o que o leva a escolher o produto/serviço? A forma de interação em serviços de CE é a Word Wild Web, e é importante que o servidor explore ao máximo os recursos audiovisuais, procurando transmitir ao cliente todos os subsídios necessários à localização dos produtos/serviços. Como o cliente vai se interessar por determinado produto, frente a tantos estímulos? O cliente, ao escolher um produto para compra, requisita o serviço submetendo a requisição ao provedor. A submissão geralmente utiliza o recurso da Word Wild Web onde a informação é manipulada por home page, dando início ao contato provedor - cliente. A Word Wild Web provê recursos para localizar os servidores de forma rápida e segura. Para o atendimento de uma requisição algumas operações são realizadas pelo provedor, segundo Meira et al (2002): 36 • Após a submissão da requisição, o recurso Word Wild Web é acionado e a informação é manipulada em páginas. Se a página requisitada for a inicial, tem-se o inicio a interação entre o cliente e o servidor do CE; • O servidor identifica o cliente, o que pode ser feito através do nome do usuário e sua senha. Geralmente requisições de busca não exigem identificação do cliente; • O servidor interpreta a requisição do cliente e determina as operações a serem realizadas; • O servidor executa o serviço frente à requisição; • A notificação do serviço é formatada, incluindo o resultado da execução do serviço; • O cliente recebe a notificação de execução via Internet, encerrando o serviço. As fases descritas acima demonstram a execução de serviços por servidores do CE 3.4. Segurança no Comércio Eletrônico Segundo os autores Allemand e Travassos Vieira (1997), a segurança no comércio eletrônico pode ser definida como a proteção de uma rede contra quaisquer tipos de dano. Essa definição acaba, por vezes, impedindo que as pessoas tenham consciência da profundidade inerente à implementação de um esquema de segurança. Pode-se dizer que a segurança é um dos itens mais trabalhosos na manutenção de uma rede, especialmente em uma rede de e-business, já que as questões relativas à segurança estão em constante mutação. A questão da segurança na rede pode ser comparada com uma balança, pois de um lado está a rede de sua empresa, do outro está o resto do mundo on-line e, equilibrando as duas cargas, no meio, está a segurança. Logicamente, quando ocorre uma mudança em um dos lados da balança, a segurança precisa fazer alguma coisa para restabelecer o equilíbrio. Devido a todas essas mudanças rápidas de tecnologia,raramente há um ponto em que um dos lados da balança não esteja em movimento. 37 Adotar soluções de segurança para o CE não é mais uma opção, e requer uma visão precisa das necessidades e alternativas disponíveis. A conscientização dos usuários, servidores Web, browsers, Firewall, protocolos de segurança, autenticação de assinatura, brechas são medidas que devem ser observadas e integradas com o objetivo de minimizar brechas que possam ser exploradas. Além desses cuidados, para evitar a vulnerabilidade associada ao uso da Internet o CE deve considerar os seguintes aspectos: • Assegurar ao Cliente de que está tratando com empresa legitima; • Assegurar à empresa de que esta tratando com usuário legítimo; • Estabelecer formas de pagamento adequadas; • Permitir ao Cliente alterar o local de entrega da compra; • Definir quais aspectos da transação deve ser privados e garantidos por Lei ou por solicitação do Cliente; • Definir os fatores que protegem o mercado e o Cliente. Foram criados, então, protocolos para proteger o tráfego dos dados, soluções para o pagamento eletrônico, soluções pata o uso do cartão de crédito e servidores específicos para o CE, que serão descritos abaixo segundo Allemand e Travassos Vieira (1997) 3.4.1. Criptografia A criptografia é um mecanismo de segurança que permite a implementação de diversos serviços (assinatura digital, autenticação, não-repúdio, integridade, confidencialidade). Pode ser definida como sendo o processo de modificação de uma mensagem de modo a ocultar o seu conteúdo. Geralmente essa modificação utiliza uma chave, da qual depende grande parte da segurança do processo. O número de bits de uma chave criptográfica é uma variável fundamental no sistema de segurança. Consequentemente, seu tamanho indica o acesso aos dados protegidos. A criptografia pode ser classificada em duas categorias básicas, de acordo com o tipo de chave utilizada: sistema de chave simétrica (ou chave secreta), que tem como principal padrão o DES (Data Encryption Standart), e sistema de chave assimétrica (ou chave pública), que tem como principal padrão RSA (RSA é um algoritmo de criptografia de 38 dados, que deve o seu nome a três professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts - fundadores da actual empresa RSA Data Security, Inc - Ronald Rivest, Adi Shamir e Leonard Adleman, que inventaram este algoritmo em 2008). O sistema criptográfico baseado em chave pública possui características que possibilitam a implementação de soluções para a autenticação e não-repúdio. 3.4.2. Certificado Digital No sistema criptográfico de chave pública o usuário gera um par de chaves criptográficas. A chave secreta é mantida sob sigilo e apenas o próprio usuário a conhece; a chave pública é disponibilizada de forma ampla, para permitir que mensagens possam ser enviadas para o usuário. Surge então uma questão fundamental: como ter a certeza de que quem está disponibilizando a chave pública é realmente quem diz ser? Para responder essa questão, uma alternativa que tem sido adotada a nível mundial é o uso de certificados digitais. O certificado digital pode ser entendido como sendo a identidade digital, ou seja, permite comprovar de forma digital a identidade do usuário. O certificado é emitido por uma autoridade certificadora digital (Certificate Atjthority – CA), que pode ser uma empresa, organização ou indivíduo, público ou privado, que atua como tabelião para verificar e autenticar a identidade de usuários de um sistema criptográfico de chave pública. O certificado é uma estrutura de dados que contém, no mínimo, as seguintes informações: chave pública e nome do usuário, número de série do certificado, nome da CA que emitiu o certificado, assinatura digital da CA, assinada com sua respectiva chave secreta. 3.4.3. Protocolos de Segurança A conexão TCP/IP, entre a máquina servidora comercial e a estação do cliente, é um ponto que merece atenção. Uma grande variedade de esquemas de criptografia e 39 autenticação pode ser utilizada para proteger os dados em trânsito contra alterações ou exposições indevidas. SSL (Secure Socket Layer) – Protocolo baseado em chave pública para proteger os dados transmitidos por meio dos protocolos aplicativos http, FTP, Telnet, NNTP e TCP/IP. É um protocolo aberto que tem como objetivos criptografar os dados durante o tráfego, autenticar servidores web, assegurar integridade de mensagens e autenticar Clientes (browsers) durante uma conexão TCP/IP. O SSL é o protocolo mais utilizado para proteger a comunicação. HTTPS (Secure HiperText Transfer Protocol) – Protocolo desenvolvido para proteger os dados transmitidos via http. A maior diferença entre o SSL e o HTTPS é que o HTTPS é específico para o HTTP, enquanto o SSL garante a segurança de outros protocolos de aplicação. PCT (Private Communications Technology) – Protocolo desenvolvido pela Microsoft que faz parte da arquitetura de segurança (Microsoft Internei Securyty Framework) desenvolvida com base em APls criptográficas (Crypto API). 3.4.4. Pagamentos Eletrônicos A troca de dinheiro por mercadorias e serviços sem necessidade de um encontro físico poderia ser considerado impossível há alguns anos atrás. No entanto, várias empresas investiram tempo e dinheiro para desenvolver uma série de tecnologias que permitiram implementar o dinheiro eletrônico. 3.4.5. Cartão de Crédito O envio do número do cartão de crédito e respectiva data de expiração por meio do browser, ainda que criptografados, não considera alguns aspectos fundamentais para o comércio. Por esse motivo tornou-se necessário o desenvolvimento de padrões específicos. O protocolo mais conhecido é o SET (Secure Eletronic Transsctions). O SET é um protocolo especificado para assegurar o pagamento na Internet utilizando cartão de crédito e foi definido em conjunto por cinco grandes empresas: Visa, MasterCard, 40 Netscape, Microsoft e IBM. O protocolo reproduz a estrutura atual utilizada para uso de cartões de crédito, substituindo telefonemas e processamento via papel por autorizações assinadas digitalmente. Os seguintes aspectos foram considerados na elaboração do SET: prover informações financeiras confidenciais e manter o sigilo da transmissão; garantir a integridade das transações; prover identidade aos Clientes e autenticação de contas; prover autenticação de transações para que vendedores possam aceitar várias formas de transações (por exemplo: pagamentos à prestação, dinheiro digital, transações entre agências etc); e, assegurar a utilização de um sistema seguro para proteção do cliente. 3.4.6. Pontos Extremos Os pontos extremos do processo (máquina servidora comercial e estação do Cliente) também devem ser protegidos. Geralmente a máquina servidora está protegida por um Firewall ou outro tipo de proteção (segmento de rede isolado, controle de acesso baseado em endereços IP ou baseado na identificação e senha do usuário). Se estiver diretamente disponível na Internet, deve adotar medidas de segurança especificas para assegurar o acesso apenas aos usuários autorizados e garantir a integridade, confidencialidade e disponibilidade dos arquivos. Essas medidas consistem em ativar os mecanismos de segurança nativos do sistema operacional, restringir o uso de serviços vulneráveis, adotar medidas de recuperação e procedimentos de monitoração, usuário final que permitem estabeler comunicação protegida com servidor. O servidor comercial (merchant server) é um software que processa as compras eletrônicas, ao mesmo tempo em que mantém as transações seguras. As soluções de segurançaconcentram-se basicamente nos padrões SET, SLL e X.509. Além das questões de segurança, os seguintes aspectos devem ser considerados nos servidores comerciais: forma de acesso à base, disponibilidade de serviço de diretório e ferramentas para análise. 41 4. ESTUDO DE CASO No capítulo 3 Quanto à metodologia de investigação foi realizada estudo de caso na empresa varejista de Informática, com a aplicação de um questionário, junto ao Diretor de Marketing, responsável pelo setor de Comércio Eletrônico. O questionário aplicado, composto por perguntas abertas e/ou dirigidas, abrangeu quatro tópicos, assim constituídos: Identificação, Área do Comércio Eletrônico, Arquitetura de Funcionamento, Relacionamento com o Cliente, com o objetivo de conhecer e analisar a estrutura, arquitetura e o relacionamento com o cliente. 4.1. – ALFA: Histórico e Estrutura Organizacional Os dados abaixo relatados foram obtidos através do site da empresa varejista, que chamaremos de ALFA, obtido em entrevista junto ao diretor de Marketing. Em janeiro de 1985, quando a tecnologia da computação surgia no Brasil, a ALFA empresa genuinamente cearense, dava os primeiros passos no setor do comércio, com uma pequena loja na periferia de Fortaleza, comercializando apenas fitas, bobinas e formulários de papel, dando inicio ao sonho de dois jovens empreendedores, sócios e amigos. Sintonizada com o crescimento do setor, seguindo um notável processo de expansão, amplia seu leque de produtos e serviços, incorporando novas tecnologias e multiplicando seu número de lojas, surgindo as primeiras lojas com vendas de computadores. Hoje é uma das maiores e mais experientes rede de lojas de informática do nordeste, atuando a 24 anos no setor varejista. Tornou-se referência regional no segmento, respaldada na experiência e infraestrutura adequada e adaptada ao setor, sendo a segurança um dos itens mais presentes. Para venda e comercialização de seus produtos a empresa conta com 10 pontos-de- venda físicos, sendo nove lojas em Fortaleza e uma na região metropolitana na cidade de Maracanaú. As lojas são modernas e confortáveis todas climatizadas e com técnicos qualificados para atendimento especializado. O complexo empresarial inclui ainda uma megaestrutura própria de assistência técnica e montagem de computadores. A ALFA Service está equipada com tecnologias de ponta e técnicos qualificados, o que garante o suporte técnico aos produtos vendidos pela empresa, refletindo o compromisso com a máxima garantia dos seus produtos e serviços. O atendimento é rápido e eficiente e, dentre os serviços prestados, há um leque de serviços 42 especializados: recarga de cartuchos e toners com até 70% de economia em relação aos originais; instalação de sistemas operacionais, antivírus e softwares licenciados e configuração de peças, acessórios e periféricos; manutenção preventiva de micros e impressoras, bem como montagem de computadores personalizados, projetos e instalações de rede wireless (sem fio) e locação de impressoras. Através da ALFA Service, a empresa oferece avançado serviço on'site que consiste numa sofisticada estrutura móvel para atendimento técnico in loco à pessoa física e jurídica. Outro tipo de serviço oferecido pela empresa é a Central de Atendimento voltada exclusivamente ao setor corporativo, com um simples telefonema podem-se obter informações sobre produtos e serviços e fazer cotação de preço e pedidos. O setor corporativo atende à pessoa jurídica e pessoa física para a revenda de produtos com melhores preços e condições de pagamentos especiais. O Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) é um arrojado canal interativo de relacionamento com o cliente, onde informações técnicas são obtidas e o consumidor pode expressar opiniões, críticas e sugestões, contribuindo assim para que a empresa eleve ainda mais seu padrão de qualidade. Com relação aos produtos comercializados existem mais de quatro mil itens, entre peças, acessórios, suplementos e periféricos, além de uma linha própria de computadores: desktops e notebooks de última geração, montados com peças originais e várias configurações. No que diz respeito à entrega dos produtos, a ALFA mantém um arrojado esquema de logística que inclui uma moderna frota de veículos, havendo preocupação com segurança e agilidade na entrega. Outro setor de comercialização da empresa é o papel Chamex, sendo a distribuidora no Ceará, com o mais expressivo volume de venda entre os atacadistas nordestinos da marca e as compras em escala garantem descontos especiais que é repassado aos clientes de varejo e revendedores. Em Agosto/2003 foi criado o Varejo Info, um grupo de revendas varejista de informática objetivando a melhoria no desempenho da empresa e propiciando trocas de experiências. A experiência de cada um dos participantes contribuiu para o desenvolvimento de todos os demais, num processo que une cumplicidade à capacidade de cada um agir na 43 sua área de atuação. No início o Varejo Info contava com oito empresas: Distrito Federal, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e Pará. Outras aderiram a Varejo Info: empresa Comax do Rio de Janeiro aderiu ao grupo em abril/04, em junho foi à vez da Digímer no Rio Grande do Sul. Em novembro foi agregada a Papel e Cia de Salvador. A entrada da empresa Kadri, de Mato Grosso foi em 2006/maio, MM Santos foi agregada ao grupo em julho/07, em março/07 ingressou a Mondo de Alagoas e em outubro/07 veio a On Line de Uberlândia-MG. Hoje são ao todo 65 lojas espalhadas no país, que faturam juntas o equivalente a R$60milhões/mês e empregam cerca de 2000 colaboradores. No suporte à infraestrutura das negociações, a empresa dispõe de 200 (duzentos) computadores ligados em rede e 210 (duzentos e dez funcionários) que trabalham em sistema de rodízio em termos de horas e turnos. A Embratel é a prestadora de serviço que realiza toda comunicação interna e externa da empresa com a utilização da banda larga. O sistema trabalha com Internet, WEB e Intranet, utilizando como provedores a Zimbra para utilização de e-mails, Embratel para os links e a Baydenet para interligar a loja HP Store situada no Via Sul Shopping. Para promover o constante aperfeiçoamento e reciclagem dos seus colaboradores, a ALFA dispõe de um moderno Centro de Treinamento Olavo Dantas, onde são ministrados cursos, palestras e simpósios, entre outros eventos de aprimoramento profissional, tornando o atendimento ao público altamente especializado. 4.1.1. ALFA – E-commerce A empresa em estudo, em 2006, criou o site, e em 10 de novembro de 2007 foi implementado as vendas on-line – loja virtual, em cujo portal estão detalhadas imagens e informações sobre seus produtos, compras e informações. Ao implantar as vendas on-line a ALFA torna as compras mais segura, oferecendo ao cliente maior conforto e praticidade. O acesso à loja virtual é feito pela rede, que passaremos a descrever. Comércio Eletrônico ou E-commerce, para a empresa é definido como “o conjunto de atividades comerciais que acontecem on-line”. As lojas virtuais para nossa empresa são sites e e-commerce, onde o cliente visualiza e escolhe seu produto, coloca no carrinho de compras e passa no caixa para realizar o pagamento. 44 Para as operações de compras e/ou atendimento on-line, estabelece uma política de troca de produtos com defeitos ou que não tenham correspondido à expectativa do cliente. Esta política está respaldada na Lei 8078 de 11 de setembro de 1990 do Código de Defesa do Consumidor. Um segundo ponto focado é a divulgação de seus produtos e/ou serviços, onde se encontram as informações sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
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